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Nas Garras do Mafioso - Jogo do Destino

Nas Garras do Mafioso - Jogo do Destino

Julia.Ashley

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Capítulo

Ronny Falcon não é um homem comum. Conhecido por sua frieza calculada, não dá um passo sem que seja para interesse próprio. Até mesmo se submeter a um casamento de conveniência para obter o poder absoluto. Mas tudo mudará quando uma jovem misteriosa cruzar seu caminho e mexer com suas convicções, despertando um forte instinto protetor e fazendo-o questionar suas escolhas. Nabi não lembra nada do seu passado e ao ver sua vida se cruzar com a de um desconhecido charmoso, acreditará ter encontrado seu lugar no mundo, sem saber que está nas garras do falcão. Ele, um homem que possui um magnetismo invejável e olhar intenso. Ela, uma jovem bela e indefesa no mundo. Ele sabe quebrar; ela está em pedaços por um destino incerto... Vão se conhecer de maneira nada convencional e, no final das contas, um será o encaixe perfeito do outro, colocando todas as peças no seu devido lugar. Um romance sexy e envolvente onde mostra que o destino não brinca e gosta de jogar, ligando duas vidas totalmente diferente para sempre.

Capítulo 1 Prólogo

ANN MI-SUK

Desde que me lembro, sonho com a liberdade. Durante toda minha vida, cresci sob o olhar atento do meu pai, o temido Yeong-gi, um homem frio e incapaz de demonstrar qualquer sentimento para com outro semelhante, até mesmo com a esposa e a própria filha. Meu único alento era minha mãe, que mesmo oprimida dentro da própria casa, fazia de tudo para eu me sentir bem e amada. Uma mulher de coração nobre e linda assim como o significado do seu nome: Areum.

Meus estudos eram feitos através de tutores que vinham até nossa residência, pois segundo meu pai, sendo eu filha de quem era, seria muito perigoso me expor, eu sabia a que ele se referia, desde muito jovem entendia que ele tinha negócios escusos, ligados a organizações criminosas de nosso país de origem, a movimentação de pessoas que faziam parte de seus negócios era grande na casa e na maioria das vezes, eu tinha que ficar trancada no quarto, em outras, eu me fazia invisível e acabava escutando algumas coisas. Sempre que eu fazia perguntas a minha mãe, ela dizia que era melhor eu não saber de certas coisas, mas eu sabia e Hyun também me contava.

A mim era proibido sair e viver uma vida normal como qualquer pessoa. Por esse motivo não tinha amigos e muito menos convívio com outras pessoas que não fizessem parte do círculo familiar ou que frequentassem a casa.

Talvez tenha sido por isso que me apeguei tanto ao Hyun, meu único amigo, ele é filho do conselheiro de papai e vem bastante em nossa casa. Sempre nos encontrávamos para conversar em algum lugar longe dos olhares curiosos, que fatalmente diriam ao meu pai sobre nossa amizade. Eu tinha medo de que papai fizesse algum mal a ele ou que nos afastasse de vez.

Fui criada para ser a esposa perfeita, submissa e atender todos os desejos do marido. Assim como minha mãe.

Os casamentos no meio em que vivo, são para algum fim vantajoso para as famílias e deve durar a vida toda ou até que um dos dois morra. O que geralmente acontece com as esposas, que de um dia para o outro, somem misteriosamente. Percebi isso quando elas deixavam de comparecer aos jantares que eram oferecidos e outras apareciam em seus lugares. Uma vez cheguei a perguntar a minha mãe e ela respondeu que para o meu bem, eu não deveria perguntar sobre essas coisas.

Quando atingi certa idade, meu pai me chamou ao seu escritório e disse que a partir daquele momento eu deveria me afastar do Hyun, foi um choque descobrir que ele sabia de nossa amizade todo o tempo. Ele disse que eu deveria focar nas aulas que teria, pois dentro de alguns anos me casaria.

De nada adiantou me rebelar contra aquele destino, chorei, gritei e implorei para que ele não me obrigasse a casar com um estranho. Pensei muitas vezes em fugir, mas sei que papai me caçaria como a um animal e seria muito pior, além de quê, eu não tinha com quem contar para tal feito, qualquer um que me ajudasse, sofreria com a ira de papai, o jeito foi deixar os anos se passarem e aceitar o que estava reservado para mim.

Um homem que jamais encontrara pessoalmente. Estremeci involuntariamente.

Dever e obediência faziam parte da minha vida, nada mudaria – eu tentava me convencer.

E assim foi... O tempo passou rápido demais para o meu gosto. Há duas semanas completei vinte e um anos e ontem papai falou que amanhã teremos um jantar de noivado, onde vou ver meu noivo pela primeira vez. Desde que recebi essa notícia, estou trancada em meu quarto, não consigo parar de chorar. Tenho certeza de que sairei de uma gaiola de ouro para outra, sem falar que ele pode ser tão rude quanto papai, e o pior de tudo, é que poderei não viver o meu sonho de ir para uma universidade, me graduar e isso não vou suportar. Ser um enfeite jamais fez parte dos meus planos.

Deixo os pensamentos de lado e enxugo o rosto ao ouvir uma batida na porta de vidro da varanda do meu quarto, quando olho, vejo meu querido amigo acenando para mim. Corro para abrir e me jogo em seus braços, o choro se intensificando, sei que posso nunca mais vê-lo depois de casada.

― Ei, não chore. Vim assim que soube... ― fazia duas semanas que ele tinha viajado para outro país, onde resolveria assuntos relacionados ao seu pai, o senhor Lee.

― Conseguiu descobrir alguma coisa? ― pergunto quando me afasto.

― Infelizmente nada ainda, mas estou tentando.

― Não tenho mais tempo...

Saio de seu abraço, resignada, e deixo os ombros caírem, minha tristeza é infinita. Hyun ficou de me ajudar a descobrir quem era o meu noivo, porque papai não diz nada, nem ao menos o nome dele eu sei. Faz meses que estamos tentando descobrir alguma coisa, morro de medo de que seja um velho rabugento que tem idade de ser meu pai, ou até mesmo um homem de fama terrível.

― Eu tive uma ideia. Vamos fugir...

― Fugir? Está louco ― digo me aproximando e olhando através da porta para todos os lados. ― Se papai o vir falando isso, é capaz de matá-lo e nem seu pai poderá salvá-lo.

― Não me importo comigo, só quero tirá-la desse tormento.

― Eu sei meu amigo, mas eu me importo com você. Não quero que nenhum mal lhe aconteça ― seguro sua mão e levo ao meu rosto. Meus olhos recaem na tatuagem em seu braço, o desenho de um puma negro muito bonito. Quando ele me contou a história dela, fiquei fascinada.

― Mi-Suk, me ouça. Nada vai acontecer, tenho um plano, venha aqui.

Sentamo-nos na beirada da minha cama, vou escutar o que ele tem a dizer, mas não creio que dará certo.

― Amanhã, durante todo o dia a casa vai estar cheia de pessoas para lá e para cá com a organização da festa de noivado. Você vai agir normalmente como se tivesse aceitado tudo. Logo mais à tarde, quando o pessoal dos serviços estiverem se preparando para ir embora, você, vestida com uniforme de funcionária, entra em um dos carros...

Ele ia contando como faríamos e uma euforia estava se apoderando de mim. Finalmente eu seria livre. Sim, poderia dar certo, eu acreditava, porém, ainda existia uma pequena parte que morria de medo.

― E se eles descobrirem. Hyun. Não posso perder você.

― Não vai. Tenho tudo esquematizado. Até documentos falsos, consegui para nós dois. Vamos ter uma vida nova longe de tudo isso ― ele toca meu rosto com a ponta dos dedos.

― Como assim, nós dois?

― Vou com você...

Pela primeira vez em muito tempo, dormi feliz, com o coração cheio de esperança e expectativa pelo dia seguinte. No horário de sempre, uma das empregadas da casa veio me acordar para o café da manhã, o qual, como de costume, foi feito em silêncio total, meu pai não admitia conversas à mesa enquanto ele lia seu jornal. Com o tempo me habituei e não sentia vontade de falar, apenas esperava que todos terminassem sua refeição, para enfim me retirar também.

Ao fim da refeição, quando estava subindo as escadas, ouvi mamãe me chamando.

― Ann querida, espere que vou com você para escolher o vestido que usará está noite.

― Tudo bem mamãe. Mas por que toda essa arrumação? Será apenas um jantar...

― Não é um noivado comum e seu pai quer impressionar seu futuro marido. E pelo que ouvi de seu pai, o noivo faz questão de que seja algo grande.

Dou de ombro e sigo pelo corredor para o quarto. Quando terminamos de escolher tudo para me apresentar como a mercadoria cara e perfeita em uma vitrine, viro para minha mãe e lhe dou um abraço apertado. As lágrimas surgem e eu sinto meu peito se apertar, talvez eu nunca mais a veja, mas será necessário.

― Não tenha medo minha pequena ― era desta forma carinhosa que mamãe me chamava desde criança. Mesmo depois de adulta e estar mais alta do que ela, continuava pequena aos seus olhos. ― Você foi preparada para ser esposa de um homem importante, vai se sair bem...

― Não me preocupo com isso ― fungo, se ela ao menos imaginasse. ― Tenho muito medo... ― minha voz falha e eu sinto meu lábio tremer. Acabo mordendo-o para não falar mais do que devo. ― Obrigada por todos esses anos de amor e carinho, mamãe. Eu amo muito você.

― Eu também a amo, minha pequena ― nos abraçamos e ficamos assim por um tempo.

Depois que mamãe saiu de meu quarto, permaneci ali trancada. Eu não tinha permissão para circular entre tantas pessoas desconhecidas. Já havia ido a varandas várias, lembrando-me de tudo que Hyun e eu havíamos combinado.

No horário combinado, saí pela varanda e segui pela lateral esquerda. Embaixo de uma palmeira estava o pacote com o que eu iria precisar, voltei ao quarto e escondi tudo embaixo da cama. Tive um sobressalto quando ouvi alguém bater na porta e entrar logo em seguida. Eram meu pai e mamãe...

― Querida... ― dou um sorriso sem graça em direção a eles. ― Seu pai e eu gostaríamos de presenteá-la com uma joia para esta noite.

Levanto e fico esperando que se aproximem de mim. Com um estojo quadrado, em veludo azul marinho em mãos, meu pai pigarreia e diz.

― Ann Mi-Suk, você pode pensar que sou rude e cruel por tudo que viveu esses anos e agora com o casamento, mas tudo foi feito para o seu bem.

Quase dei uma resposta malcriada, dizendo que a única coisa com a qual ele se importava era aquela maldita máfia, mas engoli. Não era hora de discutir, minha liberdade estava muito perto.

― Não se preocupe. Se não morri todos esses anos, não será agora com um casamento arranjado ― disse fria.

― Ann ― mamãe fala.

― Não vou brigar mamãe, não se preocupe. Já aceitei o meu destino.

Cruzo os dedos às minhas costas por estar dizendo uma mentira.

― Muito bem ― ele fala. ― Até porque não tem opção. Pegue... ― estende a caixa. ― Eram da sua avó.

Não me lembro dos meus avós. Mamãe conta que eles morreram quando eu era muito pequena, mas não é hora de pensar nisso. Pego a caixa e murmuro um, obrigada. Ele sai e mamãe pergunta se quero auxílio para me arrumar, agradeço e digo que prefiro fazer isso sozinha. Quando ela sai, tranco a porta e corro para pegar os itens embaixo da cama, deixando a caixa com a joia ali.

Meia hora depois, confiro meu visual no espelho. Nem eu mesma me reconheço, espero que dê certo.

Com o coração disparado e quase saindo pela boca, deixo meu quarto e sigo as instruções que meu amigo me deu, em poucos minutos me misturo ao pessoal que está deixando o local em vans brancas. Não acredito que estou tão perto, minha alegria é tanta que não consigo parar de sorrir. Tento me controlar para não dar bandeira e espero a minha vez de entrar no carro, quando enfim estou dentro, me acomodo e sinto-o em movimento, os poucos minutos até a saída parecem uma eternidade. Meu coração sofre um baque quando o veículo para na portaria e um dos seguranças manda abrir a porta de trás. Começo a rezar silenciosamente pedindo para não ser descoberta, o homem apenas passa os olhos em todos e libera a saída. Solto um suspiro audível e dou um sorriso amarelo para a moça a minha frente, não ousava olhar para os lados.

Pouco mais de meia hora se passa e o carro para, quando a porta se abre, todos começam a descer. Parece que é um ponto de parada, as pessoas começam a se despedir e irem para todos os lados. De repente me sinto perdida, para onde vou agora? Onde está o Hyun, que não vi até agora?

― Ei moça, vai para onde? ― um rapaz estranho pergunta. Fico na dúvida se devo responder ou não. ― Agora que está livre não fala mais com os amigos?

Só agora percebo a voz dele.

― Hyun, é você? ― me jogo em seus braços.

― Xiu... Não diga meu nome. A partir de agora não seremos mais nós... Vamos embora para a nossa nova vida.

Sorrindo, me afasto e digo...

― Tem uma coisa que eu gostaria de fazer, será como símbolo da minha nova vida, minha liberdade.

― Tudo o que você quiser...

Seguro em sua mão e juntos, caminhamos rumo ao desconhecido. De hoje em diante, eu estava confiante de que seria feliz. E seria eu mesma a escrever meu futuro.

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