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NARRAÇÃO DIANA
Observo as pessoas passando pela janela em sua correria cotidiana. Rodo a colher em minha xícara de café e suspiro.
- Você precisa sair desse mundinho de rata de biblioteca.
Olho para Milene que sorri segurando uma caixa com os novos livros do setor infantil.
- Gosto de ser uma rata de biblioteca. Não sei porque tenho que sair desse mundo.
Digo sorrindo voltando a olhar a janela.
- Você não tem vida social, Diana. Você não sai e não se diverte desde....
Ela para suspirando.
- Desde que Marcelo te abandonou.
Levo a xícara à boca e tomo um gole longo do café. Não quero falar sobre ele.
- Já faz um ano e você ainda está assim. Você se trancou nesse seu mundo e não sai mais dele. Precisa conversar e falar sobre isso. Você nunca fala o que sente.
Senta a minha frente e pega a minha mão.
- Fala comigo. Por favor!
Pede e fecho meus olhos.
- Quer que eu diga o que? Que me dói o fato de ter amado um homem de merda como Marcelo.
Que dói saber que durante dois anos que estivemos juntos ele esteve com a Lorena e comigo e eu nunca soube. Que ele optou em ficar com ela quando ambas descobrimos. E que ele casa daqui três meses com ela. Não quero pensar nisso Milene. Me nego a sofrer por ele. Prefiro me enfiar nos livros. Prefiro me dedicar a minha livraria, que é o que realmente me faz feliz.
Abro meus olhos, a vejo abrir um enorme sorriso e se levanta.
- Pelo menos já sei o que pensa. Pela primeira vez falou o que está sentindo e isso já me faz feliz. Tente pelo menos viver em um mundo fora daqui. Você merece.
- Vou comprar um café e um jornal.
Digo me levantando da mesa.
- Você ainda nem tomou o seu.
Diz apontando para a minha xícara.
- Graças a você esse café está amargo. Obrigado por estragar um café maravilhoso e um momento de paz observando a janela.
Digo abrindo a porta e seguindo para a rua. Sei que é imaturo da minha parte me fechar e sei que tenho que superar, mas não dá. Eu amo Marcelo, ou amava, já não sei mais. O fato é que dói saber que não fui eu a escolhida. Que não serei eu vestida de noiva feliz daqui três meses. Entro na cafeteria e paro na fila. Assim que chego no balcão, João sorri de forma calorosa. É sempre assim quando venho aqui.
- Oi Diana!
- Oi João!
- O de sempre?
- Sim. Um café e um bolo de chocolate com cobertura extra.
Ele sorri e segue para a máquina de café.
- Nunca vai aceitar o meu convite para jantar?
Pergunta sorrindo. Ele é lindo, o homem perfeito para se admirar. Alto, cabelos claros, olhos verdes e um sorriso safado. Mas infelizmente não sinto ligação alguma.
- Um dia quem sabe.
Digo sorrindo pegando o café e o bolinho.
- Sexta estou de folga.
Me encara com seus sorriso de molhar a calcinha.
- Vamos ver.
Pago e sigo para a rua. Paro na banca e observo as revistas e jornais. Pego o Jornal de São Paulo e abro na pagina da coluna do JD. Ele é um idiota machista que não acredita no amor. Não sei porque ainda teimo em ler a coluna dele. Talvez seja para ofendê-lo mentalmente. Isso me deixa mais feliz. Começo ler a matéria andando até a livraria. Bato em algo duro e me assusto. Não lembro de ter um poste aqui. Mãos fortes envolvem meus braços e ergo meus olhos. Por um momento fico sem ar e sinto meu corpo arrepiar.
- Me desculpe!
Digo sentindo meu rosto corar. Merda! Odeio quando fico assim. Ele sorri e aperta ainda mais meus braços. O homem é bem alto e aparentemente magro.
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