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Meu marido, Heitor, uma vez me chamou de sua princesa. Mas quando meus pais morreram e eu perdi nosso filho, ele me disse para ser "radicalmente independente" e lidar com meu luto sozinha.
Depois que tentei tirar minha própria vida, acordei no hospital. E o vi. Ele estava abraçando sua assistente, Cristal, que chorava.
Ele sussurrou para ela: "Você nunca precisa ser forte comigo."
Ele disse aos médicos que eu estava apenas buscando atenção e desligou. Cristal me visitou mais tarde, me culpando pelo aborto espontâneo antes de destruir as heranças da minha mãe. Heitor acreditou nas mentiras dela, me expulsando de nossa casa e me deixando sem nada.
Ele achava que eu era uma mulher fraca e dependente que ele poderia descartar facilmente. Ele achava que seu império de tecnologia era sua própria criação.
Ele nunca soube que seu sucesso "construído por si mesmo" era um presente, secretamente financiado pela minha família bilionária. Agora, ele está prestes a descobrir o que acontece quando uma princesa decide se tornar uma rainha.
Capítulo 1
Ponto de Vista de Ayla Alencar:
Eu observei Heitor, meu marido há três anos, se afastar dos destroços do meu carro, o metal retorcido ainda sibilando do impacto. Três anos atrás, ele me chamava de sua princesa, prometia me proteger de toda tempestade. Agora, ele estava se afastando para atender uma ligação, resmungando sobre sua filosofia de "independência radical" e como eu precisava lidar com isso sozinha. Meu braço esquerdo pulsava de dor, mas a dor no meu peito era pior.
"Ayla, você é uma mulher capaz", ele havia dito mais cedo naquela manhã, segurando sua caneca de café, não minha mão. "Uma batidinha não é uma catástrofe. Ligue para o seguro. Resolva."
Ele nem sequer olhou para mim.
Mais tarde naquela semana, o telefone tocou. Meu pai. Um ataque cardíaco fulminante. Se foi. Simples assim. Eu desabei, o telefone caindo no chão com um baque. Heitor, sempre pragmático, comprou uma passagem de avião para mim. "É o jeito mais rápido de chegar lá, Ayla", disse ele, me entregando o itinerário. Nenhuma oferta para ir comigo. Nenhum abraço. Apenas um pedaço de papel, uma passagem fria e impressa para o meu luto.
"Ele era seu sogro", sussurrei, as lágrimas embaçando minha visão.
Heitor apenas deu de ombros, seus olhos já de volta à tela do laptop. "E você é radicalmente independente, meu amor. Você não precisa que eu segure sua mão em cada evento da vida."
Eu fui sozinha. Eu enterrei meu pai sozinha. O mundo parecia estar acabando, mas Heitor não estava lá. Quando voltei, esvaziada e mal funcionando, ele não notou nada. Ele estava ocupado construindo seu império de tecnologia, ou pelo menos era o que ele dizia.
Minha mãe, ela não aguentou. Ela seguiu meu pai três meses depois, morrendo do que os médicos chamaram de luto, mas eu sabia que era um coração partido. Desta vez, Heitor nem sequer comprou uma passagem. "Ayla, isso está se tornando melodramático", ele me disse secamente. "Você está buscando atenção. Pessoas morrem. É um fato da vida. Você precisa ser forte."
Forte. A palavra era um golpe de martelo. Ele a usava para dispensar cada lágrima, cada tremor na minha voz. Minha terapeuta, uma mulher gentil chamada Dra. Esteves, me diagnosticou com depressão severa. Heitor zombou. "Depressão é um luxo para quem não tem nada melhor para fazer. Você tem uma casa linda, um marido de sucesso. Sobre o que exatamente você está deprimida?"
Ele fez parecer um insulto pessoal, uma falha em sua vida perfeita.
Eu estava me afogando. Meus pais se foram. Meu marido era um fantasma. O mundo estava frio e escuro, e eu estava me perdendo nele. Descobri que estava grávida. Uma pequena centelha de esperança. Talvez isso. Talvez um bebê nos trouxesse de volta. O trouxesse de volta. Ele ficou emocionado, por um momento. Postou nas redes sociais, me marcou, e depois voltou para suas reuniões.
O aborto espontâneo foi silencioso, brutal. Apenas uma dor surda que se transformou em uma cachoeira de sangue. Eu estava no banheiro, sozinha, agarrando minha barriga, vendo o último resquício da minha esperança escorrer. Liguei para Heitor. Nenhuma resposta. Liguei de novo. Sua assistente, Cristal, atendeu. "O Sr. Bastos está em uma reunião de diretoria muito importante, Sra. Alencar. Posso anotar um recado?"
"Estou perdendo o bebê", engasguei.
Houve uma pausa. "Ah. Vou informá-lo quando ele estiver livre." A voz dela era monótona, desprovida de simpatia.
Eu desliguei. Não havia ninguém. Apenas eu e o sangue. A casa silenciosa. O quarto de bebê vazio que eu comecei a planejar na minha cabeça. O peso de tudo me esmagou. Eu queria que tudo parasse. Eu queria que a dor parasse. Os comprimidos foram fáceis de encontrar. Eu os engoli, um após o outro, até o mundo começar a ficar turvo.
Acordei com o som agudo de sirenes. Rostos borrados, vozes frenéticas. Um quarto branco e estéril. O bipe insistente de máquinas. Eu estava em uma emergência. Eles me salvaram. Eles me salvaram, mas para quê?
Então eu o vi. Heitor. Mas ele não estava olhando para mim. Ele estava do outro lado da sala, seu braço forte ao redor de Cristal Barros, sua assistente. O rosto dela estava manchado de lágrimas, sua respiração irregular. Ela estava hiperventilando, um pequeno ataque de pânico de uma reunião estressante, ouvi uma enfermeira sussurrar. Heitor estava acariciando o cabelo dela, puxando-a para perto. Sua voz, geralmente tão ríspida e exigente, era suave, terna.
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