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Um casamento arranjado
A Segunda Chance com Meu Amor Bilionário
Já sofreu por amor?
Acredito que a resposta seja: quem nunca, né?
Pois é, já perdi as contas de quantas vezes já sofri por amor.
Não sei bem quando comecei a sofrer por causa de outra pessoa, talvez na 4° série, quando me apaixonei por um asiático que nunca havia falado diretamente comigo e quando falava era tão gentil que, já foi o suficiente para ficar apaixonada.
Eu sei muito bem o quê irá dizer, que isso costumava acontecer nessa idade. Estava descobrindo o mundo, sentimentos que até então, nunca havia sentido e não sabia nem o que estava acontecendo.
É, você tem razão. Mas meu nível de paixão chegou ao ponto de um dia, após ele ter esquecido a toalhinha que usava para assoar o nariz, na sala de aula, e simplesmente eu pegar, acreditando que era o objeto mais precioso do mundo e guardar até o dia seguinte, aonde fiz questão de entregar pessoalmente e ouvir um simples obrigado.
Pelas próximas semanas, continuei apaixonada e achando ele o menino mais bonito do mundo. Até que... o esperado aconteceu e talvez seja por causa disso que eu odeio, com todas as minhas forças, festa junina e quadrilha.
Toda minha sala foi escalada para dançar e obviamente eu queria dançar com ele, mas o quê aconteceu? Minha professora, decidiu escolher a menina mais bonita da sala, sim, isso mesmo. Mas deve estar se perguntando aonde está o problema nisso, o problema é que ela era completamente o contrário de mim. Loira, cabelo comprido até o meio das costas e branca das bochechas rosadas.
O padrão da sociedade.
Por outro lado, eu era negra, meu cabelo não era padrão e ainda por cima, era um pouco mais cheinha e não chamava atenção de ninguém.
Mas também quem se apaixonaria por uma criança de dez anos?! Eu era uma criança! Mas enfim, não é sobre isso que quero falar agora, mas ao fato de que naquela época, não reconheci o racismo estampado bem na minha frente.
Eles dois ficavam lindos juntos, isto era óbvio. E eu, acabei dançando com um menino que no dia até faltou e precisei dançar com outro, no final da fila, enquanto os dois foram na frente, como os noivos que se casariam.
Essa foi minha primeira decepção amorosa e acredite, lembro de cada detalhe até hoje.
As que vieram, não deixaram de ser traumáticas. Pelo menos para mim. Eu sempre não era o padrão que estavam procurando ou meu nervosismo colocava tudo a perder.
O primeiro menino que se interessou por mim, ainda no fundamental, não era esses colírios, mas era o padrão que a sociedade procurava. Branco, olhos verdes e alto.
Tive um breve “relacionamento”, relacionamento este constituído em apenas pegar na mão e dar selinhos, parecia estarmos fazendo tudo de um relacionamento e eu me senti bem, notada, só que acabou tão de repente, que nem lembro do término, apenas sofri.
Mas não acabou por aí.
No ensino médio mesmo, fazia amizade com meninos com mais facilidade do que as meninas e tinha uma amizade em comum, que fiz assim que entrei na escola. Éramos inseparáveis, sempre depois da escola, íamos para casa um do outro e isso incluía os finais de semana.
Ele era filho único e simplesmente se apegou à mim e, me vi agradecida por isso. Entretanto, o que começou com uma simples amizade, começou a florescer algo a mais dentro de mim, um sentimento que crescia aos poucos, até que me vi apaixonada por ele e louca para compartilhar este sentimento.
Demorou mais do que eu pensei, mas quando tive coragem para dizer, ele meio que “tirou de tempo” e continuou a vida como se nada tivesse acontecido.
Mas aí você vem de novo e diz: Tá e o quê tem de tão trágico nisso?
Pouco tempo depois ele começou a namorar com uma menina. E acho que não preciso dizer, que ela era completamente diferente de mim. Isto me entristeceu e ao mesmo tempo me revoltou, ao ponto de querer separá-los. Se não fosse pouco, neste meio tempo, percebi uma certa “aproximação” com a minha melhor amiga, que era o desejo de consumo de todos os meninos da sala, que simplesmente babavam por ela.
Isto me deixou com mais raiva ainda e prometi a mim mesma que iria separá-los. E tentei de todas as formas possíveis, até perceber que eles estavam se distanciando, só que ele não estava se distanciando apenas dela, de alguma forma, ele também se irritou comigo, por estar fazendo aquele papel e também se afastou de mim.
Ficamos sem nos falar um bom tempo, algo que nunca tinha acontecido durante nosso tempo de amizade e foi horrível vê-lo sorrindo com outras pessoas, vivendo como se eu não fizesse falta.
Ele nunca namorou comigo, mas voltou a falar comigo depois de eu ir até ele, mas nunca entendeu bem meus motivos para querê-lo longe da minha amiga e bancar a psicopata.
Minhas decepções amorosas não terminam por aí, veio uma pior do que a outra, um baque mais dolorido que o outro, enquanto eu tentava me levantar e me fortalecer.
Aos poucos percebia que o quê era realmente um relacionamento, no que era baseado na cabeça dos homens e me perguntei quando chegaria minha vez, já que eu saberia lidar com meu namorado facilmente.
Pelo menos era o quê achava mas, não foi o quê aconteceu.
Ele chegou em minha vida quando eu não esperava, quando achei que ficaria velha sem namorar, sem ninguém me querer. Não me interessei de início por ele e não percebi qualquer segundas intenções, até que simplesmente um pedido de namoro surgiu e não pensei duas vezes na resposta, sem ao menos conhecê-lo direito ou saber se era para mim. ( Essa última parte não fazia sentido para mim, então não fiz muita questão).
O começo foi flores. Típica frase de início de namoro.
Ele me tratava muito bem e me sentia a mulher mais feliz do mundo, ao lado do melhor homem do mundo. Isto continuou até pouco mais de um mês de namoro, quando a pressão para perder a virgindade com ele ficou persistente, ele queria que fosse o primeiro, queria que eu compartilhasse este momento com ele e achando que era mais do que certo, já que namorávamos.
Aconteceu, e foi...estranho. Não foi prazeroso como via em livros, filmes e séries, foi desconfortável. A segunda vez também e a terceira vez nem se fale, depois de muita pesquisa, descobri que algumas meninas não perdem o hímen de imediato, ele vai se rompendo aos poucos e isto gera desconforto e dor. Foi o meu caso.
O sexo entre nós começou a ficar bom e comecei a achar que as coisas estavam bem novamente entre nós e, que nossa relação estava completa. Só que tudo indicava que não estava.