Noiva por contrato - Bella mia(série: Destinos entrelaçados)
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Um vínculo inquebrável de amor
O caminho para seu coração
O retorno chocante da Madisyn
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A Segunda Chance com Meu Amor Bilionário
Lágrimas da Luna: Dançando com os príncipes licantropos
Por pouco eu não fui de encontro ao chão ¬- pela segunda vez naquela noite -. Eu mal conseguia ficar em pé e a minha teimosia fez com que o enfermeiro pacientemente, explicasse meu quadro pela terceira vez. Enquanto isso, o meu instrutor estava encostado no batente da porta, me olhando com muito desgosto. Eu queria que aquela carranca fosse de preocupação, mas claramente não era. Ele estava com raiva. Após alguns minutos olhando meu prontuário Ross acariciou a barba e deu as costas, saindo do pequeno consultório, levando com ele toda a arrogância e reprovação.
- Não posso deixar você continuar com as aulas...
Essa frase ecoou na minha mente, fazendo com algum ponto neural iniciasse uma dor de cabeça incômoda. Por mais gentil que o enfermeiro fosse, eu não estava preparada para ouvir aquilo. Não de novo. Não pela quarta vez em um ano. Não. Não e não.
O jovem rapaz que parecia ser apenas alguns anos mais velho do que eu, enfim terminou de fazer os curativos com calma. Eu tentei apagar as últimas horas da minha mente e fiquei observando uma parede branca com um quadro de avisos pendurado.
- Eu não posso ser suspensa. Não no último semestre. Eu dei a minha vida este ano. Minha carreira está em risco.
- Seu corpo todo está em risco, senhorita Rivera. Seus pés estão dois milímetros mais tortos do que na última vez que nos vimos. Você está com entorse e joanetes. Há bolhas em carne viva. A estrutura óssea diminuiu um centímetro. Precisamos ser claros. É hora de parar. Pelo menos esse semestre.
Eu senti minhas orelhas queimarem de tanta raiva, e embora eu não quisesse ser grossa com o enfermeiro, foi inevitável.
- Não é hora de parar, é hora de você fazer como da última vez e me liberar. Faltam só três meses para o semestre acabar, depois eu penso nisso tudo.
- Eu não posso fazer isso... Seria irresponsável da minha parte e não estou a fim de perder o emprego. Está afastada por um mês. Quando retornar para as aulas, quero que passe aqui antes para que eu possa examinar você novamente. Seus exames ficarão prontos amanhã, irei enviar por e-mail.
Eu apenas escutei a parte em que eu ficaria um mês afastada.
Só podia ser brincadeira.
- Não posso ficar um mês sem dançar! Eu vou ser massacrada quando eu voltar!
Ele pareceu não me ouvir. Eu desisti de gastar a minha energia e deixei com que o enfermeiro terminasse o trabalho. Ele enfaixou meus pés e me passou uma lista de remédios e cuidados diários para os ferimentos cicatrizarem. Quando voltei a ficar em pé, segurei o grunhido na minha garganta e decretei que as lágrimas não caíssem, eu não podia demonstrar que estava com uma dor pavorosamente assustadora. Eu nunca havia chegado naquele ponto. Minhas sapatilhas de balé estavam penduradas na minha mochila com sangue seco, como um lembrete bem grande de que eu havia arruinado a minha carreira e possivelmente, a de todos os outros.
- Pelo seu estado, eu deveria te suspender esse semestre. Um mês ainda é pouco... - Eu fechei os olhos com força e reprimi as minhas lágrimas e ele continuou a falar - Sinto muito... Vou te ajudar a ir até a cadeira de rodas. Não quero que você ande pelos próximos sete dias.
Minha cabeça girou, tudo só piorava.
- Sua mãe já está na recepção para te levar para casa... Tente relaxar, Amélia. O balé pode ser cruel demais as vezes. Não deixe seu sonho virar um pesadelo. Eu estou há pouco tempo na enfermaria da Julliard, e já vi muitas coisas ruins. Você parece uma boa menina, não quero ter que atender mais uma paciente com pulsos cortados, bulimia ou trombose. E muito pior, não quero decretar uma amputação por falta de circulação de sangue ou falência dos tendões.
O balé, de fato, era muito cruel.