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Já era de manhã e os raios solares atravessam as frestas das cortinas na janela do quarto através das frestas das cortinas brancas, Émilie acordava com o sol iluminando o seu rosto, fazendo ela resmungar tanto pela claridade, quanto com o peso que estava sentindo nas suas costas, então ela apenas se virou e notou que era o seu irmão que dormia, mas estava agarrado na sua cintura.
— Por que será que o papai não montou o beliche? — perguntou Émilie, vendo seu irmão dormindo tranquilamente e acabou fazendo uma careta leve, pensando nesse quesito.
Émilie estava exausta depois que fez toda a mudança no outro dia, mas estranhava a casa que Nathan e o seu pai compraram. Ela estava feliz que o seu irmão tinha chegado da viagem e até mesmo ajudou os seus pais, mas não podia culpar os seus pais por estarem cansados. Émilie nunca reclamava das coisas, quer dizer algumas, mas sabia de uma coisa: O seu meio-irmão o amava e ela tinha medo que seus pais descobrissem e o pior que o seu amor por ele não era recíproco e tentava não magoá-lo.
O que seria do seu irmão, se os pais soubessem sobre este tipo de sentimento vindo do seu irmão? O que seria dela se algum dia os pais descobrissem e não quisessem ver o seu irmão sendo julgado por eles. Mas afinal, por que seria errado se nem irmãos de sangue Dominique e Émilie são? Sim, seria errado se os dois cresceram juntos e a Émilie tinha sentimentos de irmã e seu irmão sentimento profundo e confusos que sufocavam ela e a pena de seus sentimentos de irmão aumentavam.
Acabou negando com a cabeça, umedecendo os seus lábios e olhando para o lado, suspirando pesadamente ao ver que o irmão dormia serenamente, mas infelizmente teria de acordá-lo, pois já estava cansada de sentir o peso dele sobre o seu corpo, deixando-a cansada mesmo estando deitada.
— Acorda logo seu dorminhoco. Eu sei que está cansado, mas eu não sou o seu burro de carga, nem mesmo sou o seu colchão ou o seu bicho de pelúcia para me agarrar desse jeito, garoto. — disse Émilie, balançando seu corpo de um lado para o outro, apenas para ele se desgrudar.
— Só mais cinco minutos. — pediu Dominique, apertando a menor contra o seu corpo e mantendo os olhos fechados ainda.
— Eu não sou urso para você ficar me agarrando assim, já estou dolorida. — resmungou Émilie, mas ficou vermelha de vergonha vendo Dominique agarrada nela.
— É sim a minha ursinha! — exclamou Dominique, fazendo cócegas na menor e esfregando a sua bochecha entre a barriga dela, sorrindo por fazer isso, pois é uma atitude da qual gosta bastante.
— Dom, não faz isso, por favor… — pediu Émilie, mas o seu tom de voz estava um pouco manhoso e se assustou com o seu irmão roubando-lhe um selinho, deixando-a completamente sem jeito pela ação inesperada e também repentina. — Dom, melhor não… pois nós somos irmãos.
Respirando fundo, Dominique apenas se afastou de Émilie, respeitando os limites de sua irmã, pois sabia reconhecer quando passava o nível de toda a situação, principalmente quando se tratava dela e suas inseguranças.
— É verdade. Nós somos irmãos... Então, apenas me desculpe por isso. — pediu Dominique, parecendo sem jeito e apenas soltou Émilie, se sentando no colchão ao lado dela e mantendo a cabeça baixa, tentando disfarçar o desconforto que isso causou-lhe, principalmente vindo de sua irmã mais nova. — Eu acho que vou tomar um banho primeiro e depois vou montar a beliche para nós, pois deve ter sido desconfortável você ter dormido comigo nessa noite.
— Me desculpa, Dom. — sussurrou Émilie, abraçando o irmão e se culpando internamente por ter sido um pouco rude em afastá-lo daquele jeito. — Eu não quero te magoar, mas eu nunca tive um namorado e não sei como é essa coisa de relacionamentos, então me desculpa.
— Tudo bem coelhinha. Eu vou tomar banho. — anunciou Dominique, se afastando do abraço e ficando de pé rapidamente, calçando os seus chinelos. — Depois a gente conversa melhor sobre isso, ok? Vou tentar relaxar e despertar.
— Certo. — disse Émilie, um pouco acanhada por ver que ele simplesmente se afastou e negou o seu abraço, mas tentou disfarçar para que não ficasse tão na cara e apenas se ajeitou na cama. — Eu não quero que você leve uma bronca caso os nossos pais vejam você me beijando, então eu só…
— Você sabe que não somos irmãos de verdade, isso nunca seria algo para nos impedir, ok? — comentou Dominique, tentando não soar rude e apenas se aproximou, se sentando na cama novamente e colocando a menor no seu colo, abraçando a cintura dela. — Mas agora eu sei que você não sente o mesmo que a mim.
— Eu te amo, mas eu estou confusa. — sussurrou Émilie, abraçando o pescoço do irmão e suspirando pesadamente, pois precisava ser sincera. — E também eu sempre vejo você sempre anda com todas, isso também me faz se questionar bastante, então sempre estou dando um passo para trás e…
Uma batida na porta foi ouvida, fazendo a menor se calar rapidamente e encarar na direção do som, mas então Dominique acabou se pronunciando rapidamente:
— Você me ama como irmã, por isso não aceita nada do que eu te ofereço, Émilie. — falou, respirando fundo e deixando a menor sentada no colchão novamente, se levantando e pegando a sua toalha junto de uma roupa qualquer no armário. — Sabe que eu deixaria tudo isso por você. Largaria mesmo, mas tudo bem, eu já entendi o recado.
Após dizer isso, Dominique apenas andou até a porta e abriu, vendo que Noah estava parado em frente a porta e sorriu minimamente para ele.
— Já estão acordados? Devem estar cansados. Hoje o Nathan arrumou uns conhecidos para ajudar a montar as camas e os móveis. — disse Noah, abrindo um sorriso acolhedor e até mesmo meigo para os dois jovens à sua frente. — Vocês dois estão liberados para conhecer o bairro por hoje, então vamos tomar um delicioso café da manhã.
— Eu vou tomar um banho primeiro e vou ajudar um pouco também pai. Então me esperem. — avisou Dominique, retribuindo sorrindo o meigo do mais velho e deixando um beijo no rosto do seu pai, saindo do quarto e deixando Noah com Émilie.
— Bom dia pai. — desejou Émilie, ainda um pouco sonolenta e cansada. — Dormir com Dominique é a mesma coisa de ter um furacão no colchão ou um tornado.
— Eu ouvi isso! — gritou Dominique, parando na porta do banheiro antes de entrar. — você que ficou colocando as pernas em cima de mim e eu tive que te abraçar para que pudesse ficar quieta. — falou alto o bastante para que pudessem ouvir, entrando no banheiro e fechando a porta, fazendo Émilie e Noah rirem. — Vê se pode uma coisa dessas.
— Vocês dois são sempre assim. — negou Noah com um aceno de cabeça, parando de rir e deixando um beijo carinhoso na testa da menor. — Bom dia meu anjo.
— Eu passei na prova e ganhei uma bolsa de estudo, mas estou com medo, papai. — disse Émilie, abaixando a cabeça e suspirando pesadamente.