Entre segredos|| Velozes e Furiosos

Octavia Toretto

Meu nome é Octavia Toretto, estudo enfermagem, e moro em Charleston com a minha mãe. Sempre fui apaixonada por carros, desde pequena, sempre deixei de lado as bonecas da loja de brinquedos para pegar os carrinhos. Quando completei dezoito anos pude finalmente tirar minha carta de motorista, ainda não comprei o meu carro, mas já tenho um em mente. O Impala 1967, ele não é o mais rápido, não tem mil assessórios e nem as melhores coisas. Mas esse caro é perfeito, e nada vai mudar minha opinião. Quando completei sete anos minha mãe resolveu casar com um cara que ela conheceu. Mas a máscara dele caiu, após completar um ano de casados, ele decidiu que iria me fazer de escrava dele, tudo que ele queria eu tinha que dar, até que um dia ele me assediou, e eu e minha mãe nos mudamos para Charleston para mim fazer minha faculdade.

E aqui estamos.

...

- Octavia! - Ouço o grito da minha mãe - Filha corre!

- Mãe? - Vou até a sala, vendo-a segurar a porta que cai no chão.

Vários homens e mulheres entram na casa, eu arregalo os olhos e respiro fundo me afastando brevemente.

- Foge filha! Eu vou atrás de você! - Gritou ela.

- Eu não vou te deixar! - Grito de volta.

- Octavia, corre, por favor! - implorou, e eu sinto as lágrimas acumularem em meus olhos.

Mordo o lábio inferior e corro para o meu quarto, fecho a porta e escuto batidas fortes na mesma, pego minha cadeira da escrivaninha e jogo na janela, dou uma última olhada para e vejo um homem arrombar a porta do meu quarto.

Pulo a janela e corro pelas ruas de Charleston, olho para trás e vejo que o homem me seguia enquanto empurrava algumas pessoas da calçada. Acelero o passo e entro numa rua e sinto as lágrimas caírem ao ver que era sem saída.

- Não tem para onde ir, garota. - aquela voz repugnante me fez suspirar. Me viro e vejo o homem descer seu olhar por todo o meu corpo, e sorrir em seguida enquanto pega sua pistola. - Deseja dizer suas últimas palavras?

Dois disparos são feitos, o corpo dele cai no chão, um homem alto, moreno me encarou e se aproximou devagar. Uma chuva começou e eu me afasto devagar.

- Meu nome é Luke Hobbs, eu sou do Departamento de Inteligência, não vou machucar você.

- E a minha mãe? Eu só quero saber dela, por favor.

- Ela morreu na invasão, eu sinto muito. - falou.

Eu respiro fundo e deixo mais lágrimas caírem. Lembro-me de todos os momentos que vivi com a minha mãe, todas as vezes que ela brigava comigo por molhar todo o chão enquanto eu lavava a louça, todas as vezes que ela ria comigo burrices das pessoas enquanto andávamos pelas ruas de Charleston.

Passo as mãos no rosto e soluço enquanto ouço os passos dele na minha direção. Hobbs me abraça e eu retribuo ainda chorando.

[... ]

Passo a mão na lápide que continha o nome da minha mãe e encaro Hobbs que estava um pouco afastado conversando com uma mulher que ouvia tudo o que ele falava com atenção. Na noite em que minha mãe morreu, Luke ficou comigo o tempo que ele conseguiu, e isso me deixa muito melhor.

- Eu te amo, mãe. Você deu a sua vida por mim, e eu prometo que estarei vivendo por você, como você sempre quis. - forço um sorriso.

- Ei, garota. Precisamos ir, você tem algumas coisas para responder. - a voz de Hobbs soou do meu lado.

- Tá bom.

Los Angeles

Entro na sala de interrogatório com dois policiais e me sento na cadeira e coloco uma mecha de cabelo atrás da orelha enquanto encaro os policiais.

- Vamos te interrogar, ok?

- Eu só vou abrir a boca quando o Hobbs estiver aqui. - falo calmamente, encostando na cadeira e cruzando os braços na altura do peito.

- Não vai rolar.

- O combinado que eu fiz com o Hobbs, era responder as coisas para ele. Por que o Luke não está aqui? Podem chamar ele, por favor?

- Ok. Chama o Hobbs.

- Eu sabia que a menina não ia abrir a boca para dois incompetentes então, Elena e eu assumimos daqui, podem ir. - Vejo Hobbs entrar na sala com uma mulher do seu lado, era a mesma que estava no cemitério com nós dois.

Os homens dizem um "Sim, senhor", e se retiram da sala. Elena e Hobbs sentam-se nas cadeiras a minha frente e eu encaro Luke que suspira profundamente.

- Tem ideia de onde esteja o seu pai?

- Eu não preciso do meu pai. Eu posso me virar sozinha.

- Não pode ficar por aí sozinha, Octavia. - Disse Elena. - As mesmas pessoas que atacaram a sua casa, podem voltar. Você precisa ir atrás do seu pai.

- Então vocês vão ter que rastreá-lo, eu nunca o vi na minha vida.

- Sua mãe nunca colocou o sobrenome dela no seu nome, não é, Octavia Toretto?

- Sim. Ela disse que era melhor assim, porque meu pai ia ficar decepcionado se eu não tivesse o sobrenome dele, mas eu nunca entendi o motivo.

- O seu pai é Dominic Toretto, ele mora em Los Angeles, ele é profissional na corrida de rua, praticamente o rei de lá, e tem uma mecânica, ele é o dono de Los Angeles, todos tremem quando ouvem o seu nome. - Hobbs coloca uma foto em cima da mesa e eu olho para ela.



- Se ele é o meu pai, eu quero conhecê-lo. - digo.

- Iremos organizar tudo para esse encontro acontecer.

- Mas eu não quero só conhecer... - sorrio. - Eu quero morar com o meu pai.

- Foi mais fácil do que pensamos. - falou Hobbs, eu percebo uma segunda intenção nessa frase, mas ignoro e encaro a foto novamente. - Você vai ficar essa noite na minha casa, e amanhã te levo para conhecer o seu pai.

- Beleza.

LUKE HOBBS.

Pego meu celular e ligo para Toretto, consegui seu número com um dos hackers que trabalham para mim. Me sento no sofá e respiro fundo.

- Toretto. - ouço a voz do desgraçado do outro lado da linha.

- Eu falei que ia te encontrar, Toretto.

- Sabe exatamente onde eu estou.

- Octavia Toretto. Esse nome te diz alguma coisa?

- Não. Deveria?

- E Aurora Blake? Esse nome te diz alguma coisa?

- Não também.

- Você se relacionou com essa mulher, e ela engravidou. Você tem uma filha, Dominic. Octavia Toretto.

- Por que você está me contando isso?

- A casa dela foi invadida em Charleston, eu trouxe ela para Los Angeles, contei quem você é para ela.

- E...?

- Vou levá-la até você, e ela vai morar contigo.

- Quantos anos ela tem?

- Vinte e um.

- Creio que ela pode se virar sozinha.

- Ela quer ficar com você. Se preparou para ser papai?

- Só fico com essa garota depois de conhecê-la melhor. E eu sei que você quer minha ajuda com uma certa operação, quando terminarmos, ela vai embora e fico com perdão judicial.

- Está negociando sua filha por perdão judicial, Toretto. Isso é feio.

- Temos um acordo.

- Temos um acordo, seu desgraçado.