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Capítulo

Em "Sempre Mais", somos transportados para a atmosfera intensa e vibrante de Spring Island, onde Aurora e Felicia compartilham uma amizade inseparável. No entanto, o destino as separa quando Aurora é levada para longe, deixando Felicia para trás no bairro dos motoqueiros. Anos se passam e Aurora retorna à ilha após a trágica morte de sua mãe, ansiosa para retomar a conexão perdida com sua antiga melhor amiga. Porém, o que ela encontra é uma Felicia transformada, agora uma motoqueira enigmática e distante. Apesar da determinação de Aurora em reconstruir sua amizade, Felicia parece fechada e relutante em se entregar às lembranças do passado. À medida que segredos são revelados e emoções reprimidas vêm à tona, as duas jovens são confrontadas com a possibilidade de um amor que desafia convenções sociais e expectativas. Em meio a um cenário de perigos latentes e conflitos internos, Aurora e Felicia precisarão enfrentar seus medos mais profundos e superar as barreiras que as separam. Será que a força do destino e a chama da paixão serão suficientes para guiá-las de volta aos caminhos do amor e da amizade verdadeira? Em "Sempre Mais", a jornada de duas almas unidas por laços indissolúveis promete emocionar e envolver os corações dos leitores.

Capítulo 1 Mais de Aurora

Mais de Aurora.

Em meio ao tecido do tempo, onde os fios do destino se entrelaçam em intrincadas tramas, encontramos histórias de amores destinados e destinos divididos. Dois corações separados por decisão externa, mas unidos por um laço que transcende sua própria compreensão, mesmo quando seus caminhos os levam por diferentes jornadas.

E quando as estrelas se alinham para conceder segundas chances, quando o universo conspira para oferecer novas oportunidades, é preciso coragem para se entregar ao desconhecido e voltar a confiar. Assim, diante das encruzilhadas do destino, onde o passado se encontra com o presente e o futuro se desenha com traços de incerteza, a jornada dos amores destinados se revela como um eterno convite à transformação e à redenção...

E em um espaço que se torna cenário para duas almas se encontrarem, montado em uma Ilha de luxuosas mansões e máscaras construídas em falso moralismo, bons costumes e tradicionalismo, em um bairro movimentado, entre os trailers coloridos e a agitação do dia a dia, duas almas se destacam em forma de pequenas garotas, uma ruiva e uma morena, correndo alegremente de mãos dadas, espalhando risos e diversão por onde passavam. Sua união era o centro de seus mundos, a força que as mantinha unidas diante de qualquer desafio.

Aurora é a filha do líder dos motoqueiros de "Street Village", seu coração é bom e verdadeiro, gentileza poderia ser seu sobrenome, se não fosse Jones. Sua fisionomia muito semelhante a de sua mãe, Chiara, o único amor que o frio Félix se permitiu ter, seu patriarca muitas vezes assustador. Enquanto Felícia chamava a atenção por seus morenos cabelos rebeldes, sempre desengrenhados, além de claro, os olhos com a heterocromia característica da garotinha de mãe negligente que perdeu o amado pai tão nova. De fato, figuras opostas, mas que se reconheciam no companheirismo.

Enquanto corriam pelas ruas, chamavam a atenção de todos com sua presença cativante e sorrisos luminosos. A promessa de estarem sempre juntas ecoava entre elas, fortalecendo o vínculo que compartilhavam, unidas pelo coração e pela amizade sincera, enfrentariam juntas todos os obstáculos que a vida reservava, confiantes de que enquanto estivessem lado a lado, nada poderia abalar sua felicidade.

No crepúsculo daquela tarde suave, o avião cortava os céus tingidos de tons pastéis, como se anunciasse a chegada de uma figura de contornos épicos à ilha que um dia acolheu seus passos infantis. Aurora, com seus recém completos dezenove anos e cabelos ruivos que se desdobravam em ondulações nas pontas e seus olhos brilhantes como estrelas, observava com um misto de resignação e nostalgia a paisagem familiar se desdobrar lá embaixo, revelando os segredos e encantos de Spring Island. Seu coração pulsava num ritmo acelerado, uma sinfonia de sentimentos contraditórios ecoando em seu peito, em seus ouvidos o fone branco ecoava alguma música de sonoridade melancólica do último álbum lançado de "Taylor Swift", transformando sua chegada em uma cena digna de um filme dramático, onde a protagonista retorna ao lar após anos afastada, bom, pelo menos em seus visores criativos.

Ao tocar o solo com suavidade, Aurora foi envolvida pelo abraço acolhedor do cheiro marítimo mesclado com a brisa fresca da ilha, uma combinação que despertava memórias adormecidas e sentimentos antigos em seu ser. O clima ameno daquela estação do ano a envolveu como um manto de tranquilidade, enquanto a nostalgia pairava no ar, evocando imagens de sua mãe em cada sombra, em cada movimento ao seu redor. Caminhando pelo aeroporto, tentava manter o bom humor, apesar do peso da recente perda de sua matriarca ainda a perturbar. Ela sabia que sua mãe desejaria vê-la sorrindo, então se esforçava para honrar sua memória com alegria e leveza. Vestindo um sobretudo elegante de cor azul marinho, contrastando com seus cabelos flamejantes, Aurora irradiava uma áurea brilhante, sua figura alta e esbelta destacando-se na multidão com uma presença magnética.

Ao adentrar o táxi que a conduzia ao bairro dos motoqueiros, Street Village, A ruiva contemplava a paisagem em constante mutação através da janela, enquanto o taxista cobrava uma quantia exorbitante pelo trajeto. Determinada, ela mantinha o olhar fixo no horizonte, ansiosa por reencontrar seu pai e, principalmente, a amiga de infância que habitava seus pensamentos, Felicia. A medida que o carro se aproximava do bairro tão problemático, era perceptível o nervosismo do motorista, as mãos apertavam com firmeza o volante, estacionando muito antes do que havia sido pedido, mas a jovem não reclamou.

Ao desembarcar na entrada de Street Village, Aurora sentiu-se transportada para um passado familiar e acolhedor, mesmo diante das mudanças e dos olhares curiosos que a saudavam. Navegando entre os trailers que pontilhavam a paisagem urbana, ela absorvia cada detalhe conhecido do bairro, mergulhando nas lembranças que o permeavam. O aroma de carvalho molhado impregnava o ar, o som das motos ecoava pelas ruas e a sensação de estranhamento acariciava sua alma.

Enquanto avançava pelas esquinas de paralelepípedos, Aurora era observada atentamente por rostos conhecidos e estranhos, todos testemunhando seu retorno com olhares de surpresa e curiosidade. Vestida com simplicidade, mas elegância, ela exalava uma aura de desconforto e anseio, sua presença deixando um rastro de incerteza por onde passava. Sua mente divagava nos momentos de infância ao lado de Felicia, uma amizade marcada por aventuras e segredos compartilhados, agora envolvida por um véu de nostalgia e distância. Mesmo após tantos anos longe, a filha de Félix permanecia inconfundível, uma chama ruiva brilhando intensamente em meio às jaquetas de couro e motos turbinadas.

Seu peito se encheu de ar em antecedência a um suspiro ansioso, as mãos levemente trêmulas enquanto sua estatura permanece estática de frente a porta do trailer de seu pai. Anos se passaram desde a última vez que o viu, se recordava do homem com barba bem aparada, alto como um gigante, músculos bem definidos escondidos por sua jaqueta de couro preta, sempre pronto para a acolher quando necessário, era um homem de poucas palavras, porém, evidenciava seu afeto por Aurora em ações.

Com o punho fechado bateu duas vezes na porta de metal, aguardando em sua frente com ansiedade estampada em sua expressão facial, mordeu os lábios brevemente quando ouviu o som da tranca destravando. E lá estava Félix Jones, como se o tempo não tivesse o alcançado, o olhar firme analisando a figura mais baixa em sua frente, uma jovem adulta que para si, apenas havia ganhado altura.

- Rory... – O apelido soou dócil no tom de voz rouco, terminou de abrir a porta se colocando na frente da filha, surpreso. Sua garotinha estava em casa, finalmente. Desejou mais do que poderia se recordar tê-las de volta, e sabia que na circunstância atual, ter Aurora por perto é uma vitória.

Com a morte de Chiara, Félix pensou muito no que deveria ser feito. Se buscaria Aurora, se mudaria para Londres para assumir seu lugar como tutor da filha, ou se deixaria o tempo dizer o que era melhor... A verdade é que o impacto da partida da mulher não foi forte apenas na mais nova, independente de qualquer desavença do passado, Chiara foi a mulher quem Félix amou, e isso jamais mudaria.

Não podia fingir não estar surpreso que a decisão de Rory tenha sido retornar ao bairro após tanto tempo, nem sabia se a filha se adaptaria aquele ambiente que para muitos pode ser considerado sombrio e perigoso. Mas foram naquelas ruas que a Jones cresceu, naquele Trailer ela deu seus primeiros passos, naquele jardim teve a primeira queda...

E é como dizem, a boa filha à casa torna.

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