A Noiva de Martin

Mansão Emiroglü

Behur Emiroglü estava até feliz naquela manhã tranquila tomando café junto aos seus filhos, mas paralisou a xícara que estava em sua mão para tomar mais um gole de seu chá. Tudo porque seu filho anunciou algo importante, mas que para ele foi como se ele dissesse que ia andar a cavalo de manhã, como ela queria que ele tivesse dito isso mas não foi. Ela pousou a xícara no Pires delicadamente, por fora parecia que estava calma, mas seus olhos estavam paralisados e seu coração estava acelerado. Nem a empregada que estava de pé ali para servir a qualquer momento quando seus patrões a chamassem, não ousou nem respirar e nem olhar.

Ela olhou o seu filho que estava sentado na ponta, ele havia ocupado esse lugar quando tinha apenas 15 anos. Mas não era qualquer lugar, era o lugar do seu pai que faleceu quando mesmo tinha a mesma idade, o chefe da família Emiroglü, um líder tribal de Martin , ele era um Aga.

- essa notícia é maravilhosa meu irmão.

- Bahar onde você está vendo que essa notícia é maravilhosa?

- Anne ( mãe) porque está falando assim?

- Você esqueceu como essa garota é? Sem falar que depois da morte da Elena ela foi embora para os Estados Unidos.

- Anne !!! Não é bem assim, em primeiro lugar a Reyan é nossa prima e ela não foi embora para o exterior e sim estudar. Bahar amava sua prima e imediatamente saiu em defesa da mesma. - porquê você está implicando tanto?

- É Anne! O que tem contra minha noiva? Afinal a senhora ultimamente insistiu que eu me casasse!

- NOIVA!??? Behur bateu a mão na mesa assustando Bahar e a empregada que apertou a bandeja ainda mais contra o peito, como se fosse um escudo.

Enquanto Çinar apenas mantinha uma expressão calma e despreocupada com toda a situação, limpando a boca com elegância.

- Çinar Emiroglü eu não vou permitir que se case com aquela garota, NUNCA!!! A matriarca estava de pé falando em direção ao seu filho. Que se levantou abotoando seu terno azul marinho feito a mão sobre medida.

- Eu não fiz uma pergunta! Eu estou afirmando que me casarei com Reyan. E amanhã à noite a senhora irá lá pedir a mão dela para mim.

- Çinar...

- Anne! Em toda minha vida eu fiz exatamente o que você me disse, pediu e mandou. Mas deve se lembrar que a sua última ordem você me deu a 4 anos atrás. E desde da morte dela eu disse que se tivesse que me casar novamente , dessa vez a escolha seria minha. E eu fiz a minha escolha. Reyan será minha esposa.

Ele saiu dando um beijo no topo da cabeça da sua mãe e beijando de cada lado sua irmã caçula.

- eu vou para o meu quarto! Bahar apenas falou por educação a etiqueta, mas ela sabia que a sua mãe estava com os pensamentos bem distantes. Então ela saiu de lá apertando sua cadeira de rodas e indo direção ao seu quarto . Mas antes acenou silenciosamente para empregada sair de lá também.

Ela sabia muito bem como o temperamento da sua mãe funcionava nessas horas. Mas o que ela não sabia é que sua mãe poderia se tinha planos malignos contra esse casamento.

Behur sabia muito bem que seu irmão Mahir nunca aceitou que os anciões aprovaram que Çinar com tão pouco idade assumisse o posto de líder como Aga de Martin. Ela também nunca perdoou o fato dele ter se casado com uma estrangeira , sempre achou sua falecida cunhada Helena desrespeitosa com as culturas e as leis de Martin, e Reyan havia puxado cada centímetro da personalidade de sua mãe.

Çinar e Bahar achavam que era apenas uma implicância que ela tinha contra Reyan, mas eles não sabiam o que ela sabia, e ela estava disposta em usar tudo ao seu favor para que esse casamento não acontecesse.

- Sevda !

- Senhora? Sevda era a governanta da casa desde quando o senhor Murat Emiroglü pai de Çinar e Bahar e antigo Aga tinha apenas 15 anos.

- mande o motorista preparar o carro !

- Sim senhora!

- Eu também sei jogar muito bem meu irmão !

Empresa Emiroglü

- eu sabia que você se casaria com ela.

- Do que está falando Serkam?

Serkam era o único que falava com Çinar de forma formal, eles eram amigos desde criança e o mesmo se tornou o braço direito e advogado da família. Ele sempre insistiu que Çinar e Reyan foram feitos um para o outro, ele sempre falava isso por causa do jeito que ele sempre a defendia com garras e dentes e nunca deixava nenhum garoto ficar próximo dela.

- não é um conto de fadas é só um casamento arranjado.

- Nós estamos falando da Reyan...

- Serkam! Ele se inclinou para frente colocando as mãos estressadas em cima da mesa e olhando fixamente o seu amigo nos olhos. - meu casamento com Reyan é apenas um bom negócio que eu fiz com ela.

- mas não foi o pai dela , o seu tio que ofereceu a mão dela ?

- foi! Ele se encostou em sua poltrona girando pra lá e pra cá. - mas quando ele vem com a proposta meu primeiro pensamento foi que Reyan nunca aceitaria.

- porquê?

- depois da morte da tia Elena, Reyan não era mais o mesmo ela não tava muito triste e deprimida o tempo todo. Então fui eu eu aconselhei ela viajar! A minha mãe o pai dela todos pensam que sempre foi ideia dela.

- tá dizendo que você convenceu ela estudar no exterior.

- ela não estava bem e pelo que eu me lembro a minha tia sempre sonhava para em viajar e conhecer o mundo inteiro. Então eu disse que se ela fosse para o exterior estaria perto de sua mãe.

- Por que você fez isso ? Seu amigo não entendia porquê Çinar aconselhou Reyan fazer isso.

- eu só queria ajudar ela!

- só isso?

- eu sei o que você quer de lá mas eu nunca senti nada por Reyan, o amor que sinto por ela de irmão.

- e você decidiu se casar com a sua irmã ?

- Serkam! Trabalho, vamos trabalhar! Chega dessa conversa.

- viu você já tá mudando de assunto !

- eu já disse aproveita e me traz o relatório que você não me trouxe ontem.

- agora mesmo Aga!

Serkam antes de sair e fechar a porta abrir o seu amigo voltar a atenção aos papéis, sua expressão continuava a séria, ela tinha ouvido recentemente que Reyan havia voltado pra Turquia. Ele se lembrava o quanto eles eram tão próximos, como seu melhor amigo sorria naquela época, te amava brincar com ele , Bahar e Reyan.

Mas ele mudou quando o seu pai foi assassinado, dois anos depois sua irmã sofreu um acidente e por fim teve que se casar com a filha do assassino de seu pai. E pronto ele nunca mais sorriu, não era mais alegre nem um pouco divertido e sim um homem sério com responsabilidades, criou muros de ferros gigantes para que ninguém chegasse perto dele, fechou seu coração , e até hoje se culpa pela morte de sua primeira esposa.