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Depois de sete anos de casamento e um aborto espontâneo devastador, as duas listras rosas no teste de gravidez pareceram um milagre. Eu mal podia esperar para contar ao meu marido, Ricardo, o homem que me amparou em cada doloroso tratamento de fertilidade.
A caminho de encontrá-lo, eu o vi em um parque com uma mulher e um garotinho. O menino, que era a cara dele, correu e gritou: "Papai".
A mulher era Karina, a stalker maluca que "acidentalmente" me empurrou da escada cinco anos atrás, causando meu primeiro aborto.
O filho tinha quatro anos.
Meu casamento inteiro, todas as noites em que ele me abraçou enquanto eu chorava por nosso filho perdido — tudo era uma mentira. Ele tinha uma família secreta com a mesma mulher que causou nossa dor.
Eu não conseguia entender. Por que me fazer passar por sete anos de inferno tentando ter um bebê que ele já tinha? Ele me chamou de "idiotamente apaixonada", uma tola que ele podia enganar facilmente enquanto vivia sua vida dupla.
Mas a verdade era muito pior. Quando sua amante forjou o próprio sequestro e me culpou, ele mandou me sequestrarem e espancarem, pensando que eu era uma estranha.
Enquanto eu estava amarrada no chão de um galpão, ele me chutou na barriga, matando nosso filho que ainda nem tinha nascido.
Ele não fazia ideia de que era eu.
Capítulo 1
As duas listras rosas no teste de gravidez eram inegáveis. Minha mão tremia enquanto eu o segurava, uma onda de alegria pura e sem filtros me invadindo. Depois de sete anos de tentativas, depois da dor de um aborto e do mundo frio e clínico dos tratamentos de fertilidade, finalmente tinha acontecido. Eu estava grávida.
Meu coração martelava no peito. Eu precisava contar para o Ricardo.
Imaginei o rosto dele, o jeito como seus olhos escuros se iluminariam, um sorriso de verdade rompendo a intensidade focada que ele sempre usava como CEO de uma empresa de tecnologia. Ele queria isso tanto quanto eu. Este bebê era o nosso milagre.
Apertei o teste contra o peito e saí correndo da farmácia, minha mente fervilhando com maneiras de contar a ele. Talvez eu comprasse um par de sapatinhos e os colocasse em seu travesseiro. Ou talvez eu simplesmente soltasse a notícia no segundo em que ele entrasse pela porta.
Meus passos diminuíram quando passei pelo parque perto do meu escritório. Um homem de costas para mim estava ajoelhado, seus ombros largos eram familiares. Ele conversava com um garotinho que ria, um som brilhante e feliz que ecoava sob o sol da tarde.
Então o homem se levantou, virando-se ligeiramente, e minha respiração ficou presa na garganta.
Era o Ricardo.
O meu Ricardo.
Uma mulher entrou no meu campo de visão, colocando a mão no braço dele. Ela sorriu para ele, um sorriso possessivo e familiar.
Meu sangue gelou. Eu conhecia aquela mulher.
Karina Henriques. A mulher que "acidentalmente" me fez tropeçar e cair de uma escada cinco anos atrás, causando meu primeiro aborto. A mulher que Ricardo jurou que desprezava, uma stalker maluca da época da faculdade que ele havia cortado completamente de sua vida.
Karina se abaixou e pegou o garotinho no colo. O menino parecia ter uns quatro anos. Ele tinha o cabelo escuro de Ricardo, sua mandíbula marcada. Ele envolveu os bracinhos no pescoço de Karina, depois olhou por cima do ombro dela e disse uma palavra que estilhaçou meu mundo.
"Papai."
Ricardo estendeu a mão e bagunçou o cabelo do menino, sua expressão suave de um jeito que eu não via há anos. Ele se inclinou e deu um beijo na bochecha de Karina. Não foi um selinho de amigo. Foi íntimo, ensaiado. O gesto de um homem voltando para casa.
O mundo girou. Os sons do parque — o trânsito distante, as crianças rindo — se transformaram em um zumbido abafado. Minhas pernas fraquejaram, e eu me agarrei à cerca de ferro do parque para não desabar.
Minha mente voltou no tempo. O olhar venenoso de Karina em nosso casamento. As mensagens anônimas e cruéis que recebi por meses depois. A fúria de Ricardo quando descobriu.
"Ela é uma psicopata, Elaine. Fique longe dela. Eu vou resolver isso."
Ele tinha resolvido, ou assim eu pensava. Ele me mostrou medidas protetivas. Ele mudou seu número. Ele jurou que ela não significava nada para ele, que sua vida era comigo.
Outra memória surgiu, nítida e dolorosa. O quarto do hospital, o cheiro de desinfetante, o rosto solidário do médico. "Sinto muito, Sra. Cordova. A queda causou um descolamento total da placenta."
Ricardo tinha sido uma tempestade de raiva e luto. Ele segurou minha mão com tanta força que seus nós dos dedos ficaram brancos, o rosto enterrado no meu cabelo enquanto eu soluçava. Ele me prometeu, ele jurou pela vida dele, que faria Karina Henriques pagar pelo que fez a nós, ao nosso bebê.
E aqui estava ele. Com ela. Com o filho deles.
Uma família.
Meu casamento de sete anos, toda a dor, a esperança, o amor que eu derramei nele, de repente pareceu uma mentira. Uma piada doentia e distorcida.
Algo daquilo foi real? Isso era algum tipo de pesadelo?
Eu os observei se afastarem, uma pequena família perfeita contra o cenário de uma tarde ensolarada. Karina, Ricardo e o filho deles, Caio. Eu soube o nome dele porque ouvi Ricardo dizer.
"Vamos, Caio, vamos pegar aquele sorvete."
Eu não podia simplesmente ficar ali. Eu tinha que saber. Comecei a segui-los, meus movimentos rígidos e robóticos.
Meu celular vibrou no meu bolso. Uma mensagem de Ricardo.
'Pensando em você, meu amor. Preso em uma reunião de diretoria chata. Mal posso esperar para ir para casa para você esta noite. Bjs.'
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