Reapaixonando-me pelo passado

Reapaixonando-me pelo passado

yumary

5.0
Comentário(s)
955
Leituras
11
Capítulo

Valeria achava que se casar com León era o começo de uma nova vida. Jamais imaginou que seria o início de seu cativeiro. Ele era tudo o que o mundo invejava: bem-sucedido, imponente, irresistivelmente atraente. Mas por trás de seu olhar intenso, escondia-se um homem quebrado, marcado pela culpa, pela dor... e por uma obsessão que não conhece limites. Em sua mansão de luxo, Valeria se torna sua prisioneira mais preciosa - entre confortos que não preenchem a alma e carícias que doem mais do que qualquer golpe. Ela só quer recuperar sua voz, sua liberdade... e talvez, seu coração. Mas quando Ricardo, um homem do passado, reaparece em sua vida, o mundo que León construiu começa a desmoronar. Ciúmes, ameaças e um amor proibido ameaçam acender uma guerra da qual ninguém sairá ileso. O que você faria se a pessoa que ama também é quem mais te machuca? É possível amar quem te aprisiona... e sobreviver?

Capítulo 1 1

Nada cheira mais a poder do que um silêncio absoluto justo antes de todos ouvirem seu nome. Eu sabia. Eu sentia. E naquela noite, enquanto me preparava para subir ao palco na inauguração da nova sede da Belmont International em Nova York, soube que o mundo voltaria a olhar nos meus olhos.

- É a sua vez, Catalina - murmurou Lucas, meu assistente, com o fone ainda no ouvido.

Olhei-me no espelho uma última vez. Vestido preto justo, ombros retos, olhar afiado e os lábios pintados com a calma de uma guerra meticulosamente planejada. Não havia vestígios da mulher que um dia fui. Aquela que chorava atrás de portas fechadas. Aquela que assinou papéis com o coração na garganta. Aquela que morreu.

Agora sou Catalina Belmont. E estou no controle.

O som dos aplausos na sala me recebeu como se eu tivesse nascido para aquele palco. Caminhei com firmeza, com os saltos marcando um ritmo que não permitia interrupções. A sala estava lotada. Investidores. Imprensa. Sócios. Inimigos. E entre eles...

Eu senti.

Não precisei procurá-lo. Sua presença era como um incêndio em uma sala trancada. León Caballejo, CEO da Caballejo Corp. O homem que ensinou ao mundo como se conquista um mercado com visão, força e sangue frio. O homem que um dia... foi meu.

E ao levantar os olhos, nossos olhares se cruzaram.

Um segundo. Meio batimento. Isso foi tudo. Mas foi o suficiente para meu estômago se contrair como se uma garra invisível me atravessasse.

Ele estava sentado na primeira fila, com seu terno escuro impecável e aquele ar inconfundível de superioridade. Inabalável. Até que me viu. As sobrancelhas se contraíram levemente, como um eco de dúvida. Como se algo em mim o inquietasse. Mas ele não disse nada. Não se moveu.

- Boa noite - disse com voz clara, firme, projetada. - Bem-vindos ao que não é o fim de um sonho... mas o começo de um império.

Houve uma pausa. O silêncio foi rompido por aplausos. Sorrisos. Mas ele não aplaudia. Me olhava como se procurasse em meu rosto uma sombra familiar.

Perfeito.

- Há cinco anos, a Belmont International nem aparecia nos rankings. Hoje, lideramos setores onde antes nem éramos considerados concorrência. Como se consegue isso? Com estratégia, ambição... e sem pedir permissão.

Algumas risadas discretas. Cabeças acenando. A sala estava sob meu controle, e eu sabia disso. Anos atrás, eu teria tremido ao ver aquele rosto na plateia. Hoje, ele era apenas um lembrete de tudo o que sobrevivi.

Deixei de ser sua esposa no dia em que assinei minha certidão de óbito emocional. O mundo acreditou que ele havia ficado viúvo de uma mulher anônima, e eu me tornei Catalina Belmont. Ninguém ligou os pontos. Ninguém suspeitou. Nem mesmo ele.

Terminei meu discurso com uma reverência elegante. Caminhei novamente sob aplausos. Não o olhei. Não de novo. E, mesmo assim... senti seu olhar cravado nas minhas costas como um aviso.

Quando voltei para a área privada, Lucas me entregou uma taça de champanhe.

- Está bem?

- Estou melhor do que nunca - respondi, sem tirar os olhos do reflexo do salão.

Só vinte minutos depois ele se aproximou.

- Catalina Belmont - disse com voz grave, a poucos centímetros de mim.

Virei-me lentamente. Taça na mão, queixo erguido. Eu sabia que esse momento chegaria, e havia ensaiado mil vezes.

- Senhor Caballejo - disse com um meio sorriso cortês. - Um prazer tê-lo aqui esta noite.

Ele me estudou. Olhos escuros, intensos, como lâminas. Não tinha certeza. Ainda não. Mas me conhecia o suficiente para farejar uma verdade oculta.

- Seu discurso foi impecável. Embora eu confesse que seu rosto me é... familiar.

- Costumam me dizer isso - respondi, com a voz cálida de uma mulher que não tem nada a temer. - Talvez de outra vida.

Ele não riu. Não respondeu. Apenas tomou um gole sem tirar os olhos de mim.

E eu, pela primeira vez em anos, senti que a guerra estava apenas começando.

Porque se León descobrir quem eu sou... tudo pode desmoronar. Ou pegar fogo.

E, no fundo, não sei o que me assusta mais.

- Proponho algo, senhora Belmont. Uma aliança. Caballejo Corp. e Belmont International. Juntos, poderíamos esmagar o restante do mercado.

Sorri, embora por dentro meus nervos queimassem como pólvora. Não sabia se ria ou gritava. Uma aliança? Com o homem que me deixou sangrando no altar da nossa história?

- Uma aliança? - repeti suavemente, saboreando a palavra como se fosse veneno.

- Sim. Fusão de projetos. Compartilhamos recursos, redes, inteligência. Seríamos uma força imbatível.

Inclinei-me levemente para ele, com um sorriso tão afiado quanto uma navalha.

- Eu não compartilho. Nem recursos, nem redes... e muito menos inteligência. Não preciso de sócio, senhor Caballejo. Já sou imbatível sozinha.

Ele franziu a testa, tentando manter a compostura. Mas eu o conhecia. Vi sua mandíbula tensionar, seu piscar desacelerar, vi ele se morder por dentro.

- Isso não é arrogância, Catalina. É estratégia. Você sabe jogar. E os melhores jogadores não temem alianças temporárias.

- Medo? - soltei uma risada seca. - León, se tem algo que eu não tenho é medo de jogar. Mas com você... Não gosto de você, não quero fazer negócios com sua arrogância e prepotência, na verdade, você me entedia.

Aí. Aí foi o golpe. Sutil. Elegante. Mas certeiro.

Ele me olhou, longo, profundo. E por um instante... eu juraria que vi ele hesitar. Doer. Reconhecer?

- Nos veremos novamente - murmurou por fim, deixando sua taça na mesa. - Garanto que você não é páreo para mim. Não quer me conhecer pelo lado ruim.

- Sem dúvida - respondi. - O problema é que, desta vez, sou eu quem controla o tabuleiro.

Ele se afastou sem dizer mais uma palavra, mas sua presença permaneceu no ar como uma ameaça silenciosa. Apoiei-me na mesa, respirando fundo. Meu corpo tremia. Não de medo. Não de desejo. Mas por aquela mistura letal de adrenalina e passado.

Ele não me reconheceu. Ainda não.

Mas vai.

E quando isso acontecer... Será tarde demais para ele.

Continuar lendo

Outros livros de yumary

Ver Mais
Em outra pele

Em outra pele

Romance

5.0

Aletza nunca imaginou que sua vida daria uma reviravolta inesperada ao cruzar o caminho de Carlos Torres, um CEO milionário envolto em uma aura de mistério e um passado tormentoso que o levou a não acreditar no amor. Para o mundo, Carlos é um homem poderoso, implacável e reservado, mas por trás de sua fachada de aço, esconde-se uma alma ferida, marcada por cicatrizes profundas que o mantêm preso aos seus próprios demônios. Ele nunca planejou se apaixonar, muito menos por alguém como Aletza, uma mulher cuja força e calor iluminam até os cantos mais sombrios de sua vida. Desde o primeiro instante, a conexão entre eles é como um laço invisível que os atrai e, ao mesmo tempo, ameaça destruí-los. Aletza sente que, por trás do olhar intenso e dominante de Carlos, há algo além da arrogância: um homem vulnerável, lutando contra um passado que o impede de seguir em frente. Mas, à medida que descobre seus segredos, ela também enfrenta a força avassaladora de um desejo que desafia a lógica e coloca em risco não apenas seu coração, mas também sua segurança. Em um jogo onde o amor e o medo se misturam, Carlos e Aletza terão que decidir se estão dispostos a enfrentar as sombras do passado para lutar por um futuro juntos. Mas será que um amor tão profundo pode curar feridas tão antigas? Ou acabará consumindo-os como um fogo impossível de apagar? "Amar um homem como Carlos não será fácil, mas deixá-lo ir pode ser a batalha mais difícil de todas."

O meu destino és tu

O meu destino és tu

Romance

5.0

Darilet é uma estudante de jornalismo dedicada aos seus estudos, com pouca experiência sobre a vida. Ela tinha apenas uma amiga com quem compartilhava o quarto e trabalhava meio período na biblioteca da universidade para ter acesso à internet e assim poder realizar seus trabalhos. Ela havia conseguido uma bolsa de estudos em Harvard. Uma tarde, enquanto cumpria seu turno na biblioteca, decidiu verificar seu e-mail pessoal e se deparou com um estranho e-mail da empresa Simonovic. Sabia perfeitamente do que se tratava a empresa, mas ela não havia enviado seu currículo nem solicitado nada relacionado a essa companhia. De: Miguel Simonovic Assunto: Sentindo sua falta Data: 25 de julho de 2020, 14:42 Para: Darilet Cervantes Querida senhorita Cervantes: Sempre me lembro de você e sinto sua falta todos os dias da minha vida, mesmo que você não esteja mais comigo fisicamente. Você está em meu coração e em minha mente. Quando tenho essas crises existenciais, sempre recorro ao meu terapeuta, mas ele me recomendou uma terapia: escrever em uma folha o que sinto e deixar fluir. No entanto, decidi que isso seria guardado em seu e-mail. No final, sei que você não vai ler. Eu te amo mesmo depois da morte. Miguel Simonovic Presidente do Simonovic International Group Essa mensagem desencadeou uma série de acontecimentos. O que começa como um simples jogo acabará destruindo-os. Todos sabiam que Miguel era um conquistador, com um passado obscuro que o atormentava. Além de ser o homem mais rico do mundo, era um carrasco nos negócios. Com apenas 25 anos, ele já possuía um império. A mídia insinuava que ele tinha relações com a fama, mas ele não dava declarações a esse respeito. Ambos viverão um romance apaixonado, mas com prazo de validade. O que você faria se, após dois anos de casada, a história se repetisse? Você responderia? Voltaria a cair nas armadilhas do amor? Mas, na verdade, a pergunta seria: você estaria disposta a seguir seu coração ou a razão?

Você deve gostar

Capítulo
Ler agora
Baixar livro