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Açúcar ou Adoçante

Açúcar ou Adoçante

bellaprudencio

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Capítulo

Catarina terminou sua faculdade e depois de um ano sem arranjar nenhum emprego ela resolve topar um bico de babá na casa do médico Estevão Guimarães. Lá vivem, além do médico, o filho Félix de 6 anos, de quem ela é responsável e o sedutor Pedro de dezoito. Seria o filho mais velho o responsável por destruir todas as possibilidades de Catarina de fazer um bom trabalho?

Capítulo 1 Café

Um ano de formada. Um ano colocando currículos de um lado para o outro na internet como uma verdadeira caçadora de vagas de emprego eu seguia esperando pelo momento em que eu iria brilhar na minha carreira com meu diploma de Relações Internacionais.

Mas nada era tão fácil assim, e com o passar do tempo ficava cada vez mais difícil me inserir no mercado de trabalho. Foi quando tudo piorou, minha mãe, a única pessoa que me bancava perdeu o emprego e eu tinha que ajudar nas contas da casa também.

E isso significava: arranjar qualquer emprego que aparecesse na minha frente.

Por sorte uma amiga minha me indicou um trabalho de babá de um garoto de seis anos, numa família composta por um pai e um garoto de dezoito anos. Parecia tudo ok e eu me sentia apta a esse trabalho.

O tal pai era chefe da minha amiga, um médico muito atarefado e isso me fazia pensar quantas horas de trabalho eu não teria com aquele pestinha, que eu nem sabia se era pestinha, mas enfim. Acabou que eu mandei meu currículo por e-mail para minha amiga, que mandou por e-mail pro chefe e no final das contas eu fui contratada.

Lá estava eu, no dia 24 de abril daquele ano, parada na porta do enorme prédio onde eles moravam pouco antes das seis da manhã, horário em que havíamos marcado já que ele tinha que ir trabalhar cedo.

Olhei a suntuosidade da construção e respirei fundo, era hora de trabalhar, mesmo que isso não fosse no trabalho que eu sempre sonhei e no trabalho que eu sempre quis. Toquei o interfone, o porteiro abriu, fui até a portaria, me identifiquei e esperei enquanto o homem interfonava para o apartamento do senhor Guimarães, meu mais novo chefe.

Com minha entrada habilitada, subi silenciosamente pelo elevador até a cobertura. Por conta do horário não havia nenhuma outra pessoa no elevador comigo. O que era um alivio.

Eu ainda não tinha visto o senhor Guimarães pessoalmente, o que era ainda mais assustador, a entrevista, quando foi feita, foi com a irmã dele. Laura Guimarães, uma moça que também era medica, porém pediatra.

Parece que a especialização do senhor Guimarães é neurocirurgia, outro detalhe é que eu não sei seu nome. Apenas o conheço como “senhor”, o que era horrível, mas vi que essa era a forma que eu teria que trata-lo por um bom tempo.

Chegando no andar a porta do apartamento já estava aberta, fui adentrando lentamente, segurando firme em minha bolsa.

A primeira cena que eu vi não era exatamente a que eu esperava ver. Um garoto com cabelos bagunçados de cueca preta. Confesso que fiquei um pouco em choque. Ele tinha pele bronzeada, lábios pequenos e levemente carnudos, olhos grandes castanhos e uma barba crescendo aos poucos na lateral do rosto.

O corpo era magro, mas não tão magro assim, na barriga era possível ver pequenos gominhos de músculos brotando.

Fiquei completamente desestabilizada com aquilo, eu confesso que não sabia onde enfiar a cara.

Será que eu estava no apartamento certo?

O garoto não viu minha presença, estava casualmente preparando seu café quando eu cheguei silenciosamente

— Pedro! Pelo amor de Deus! — Ouvi uma voz masculina chamar a atenção do garoto. De um corredor do outro lado da sala eu vi um homem. Ele era um homem de meia-idade, mas extremamente bonito. Não um George Clooney, ele estava mais para um Robert Downey Jr. Em Homem de Ferro visto pela barba bem adornada que ele tinha.

Além disso o senhor Guimarães usava um terno cinza com uma gravata azul, o que o deixava ainda mais bonito.

Será que eu morri e fui pro céu? Ao meu redor estavam vários anjos.

— O que foi porra? — Pedro, o menino, bradou ainda sem perceber minha presença na casa.

— Garoto, não me mate de vergonha. Não vê que a babá chegou? — Pedro olhou para a minha direção e lançou um risinho sarcástico.

— Você que é a tal da Catarina? —Acenei positivamente com a cabeça com as bochechas completamente coradas.

— Se vai ficar aqui em casa cuidando de mim e do meu irmão terá que se acostumar a me ver desse jeito.

Credo! Quer dizer, que delícia! Apesar de Pedro ser um tanto quanto mais novo do que eu ele estava no ponto pra mim.

Esse pensamento era péssimo, principalmente porque uma das minhas funções era cuidar dele, não dar uns beijos nele.

— Pedro, pelo amor de Deus, Vá agora vestir uma roupa enquanto eu mostro a casa para a Catarina. — Pedro passou alguns segundos me olhando fixamente com um sorrisinho safado no rosto e depois rumou em direção ao quarto.

— Mil desculpas pelo meu filho, Catarina. Meu nome é Estevão. O Félix, meu pequeno ainda está dormindo, mas ele tem escolinha ao meio dia, então garanta que ele esteja arrumado e almoçado neste horário. — Aceno positivamente tentando manter a normalidade, ainda trêmula com a cena que acabei de ver. — A tia dele vem busca-lo, nesse horário você está dispensada e deve retornar aqui às cinco horas para cuidar dele enquanto o Pedro estiver na faculdade e eu no plantão. Chego na manhã seguinte e fico dois dias em casa, aí você está liberada novamente e só volta dois dias depois. Entendido?

— Sim.

— Parece bem simples, não?

— E é. — Concordo ouvindo a porta do quarto de Pedro se abrir e revelar um garoto vestido, de camisa de banda e bermuda de tactel. O menino me olha novamente, mas dessa vez é breve e volta a fazer seu café.

— Vem, vou te mostrar a casa. — Ele apontou para o cômodo onde estávamos. — Aqui é a sala e ali é a cozinha. — A cozinha era estilo americana e dava para ver da sala. Não havia mesa de jantar, era um balcão.

Saímos andando corredor a dentro e ele me mostrou rapidamente seu quarto, que ficava na ponta do corredor. Nas laterais ficavam os quartos dos filhos. O quarto do Félix estava fechado, mas ele abriu e me mostrou.

Era um quarto azul-bebê cheio de brinquedos. O garotinho dormia feito um anjo, o que me motivou a cuidar dele, ele deveria ser angelical. Estevão fechou a porta e me mostrou o quarto de Pedro, que estava uma bagunça.

Mas era notável que ele tinha muitos livros, um baixo e um vídeo-game. Respirei fundo tentando não ter fantasias sobre o garoto.

Depois disso ele me mostrou a parte externa da casa, a piscina e a churrasqueira e disse:

— Se quiser usar a piscina no quando o Félix estiver na escola pode, desde que o Pedro não esteja usando.

Acenei positivamente com a cabeça, concordando, mas ao mesmo tempo triste por não poder dividir um momento tão legal com o Pedro.

— Tá tudo certinho? — Acenei positivamente com a cabeça, ciente de tudo o que eu tinha de fazer.

— Sim, sim. O resto a Laura falou comigo.

— Ah então tá bom. Bem, se me permite eu vou pro trabalho agora. Até amanhã.

— Até.

Eu mal sabia, mas era ali que meu inferno iria começar.

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