Morri por Sua Indiferença

Morri por Sua Indiferença

Gavin

5.0
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Capítulo

O som do metal se contorcendo foi a última coisa que ouvi antes do silêncio ensurdecedor, quebrado apenas pelo gotejar de algo quente no asfalto. Minha cabeça doía, mas a dor mais estranha vinha da minha barriga, uma pressão surda e crescente que eu sabia não ser normal. Leonardo, meu namorado, abriu a porta do passageiro. Mas seus olhos não focaram em mim, a motorista ferida. "Bianca! Meu Deus, você está bem?" ele gritou, correndo para socorrer minha amiga no banco de trás. Ele a tirou do carro, segurando-a como se fosse feita de vidro, ignorando completamente minha existência. Só depois, segura e fora do carro, ele se virou para mim. "Sofia, você está bem, né?" Não era uma pergunta de verdade. Era uma afirmação. "Parece que foram só uns arranhões. Você sempre foi a mais forte." Eu tentei falar, dizer a ele sobre a dor excruciante na minha barriga, que parecia se espalhar como uma mancha de óleo quente por dentro de mim. Mas minha voz não saiu. No hospital, fui jogada em uma cadeira de rodas num corredor movimentado, enquanto Leonardo acompanhava Bianca para a radiografia, tratando-a como a única vítima. "Minha barriga... dói muito", eu consegui sussurrar para uma enfermeira apressada. "É normal sentir dores depois de um acidente, querida. O choque faz isso. O médico já vai te ver, só precisamos cuidar dos casos mais graves primeiro." O caso grave era Bianca. Eu era a "outra". A dor se tornou insuportável, e o corredor começou a girar. Fechei os olhos, e quando os abri, a dor tinha sumido. Tudo tinha sumido. Eu estava flutuando perto do teto. Olhei para baixo e vi meu próprio corpo caído da cadeira de rodas, uma poça escura se formando sob mim. Enfermeiras e médicos corriam em minha direção, seus rostos uma máscara de pânico tardio. Eles me levaram às pressas para a cirurgia, gritando sobre hemorragia interna e perda de pressão. Mas era tarde demais. Eu os vi declararem minha morte. Leonardo, o homem que eu amava, me deixou morrer. E a verdade sobre o que aconteceu naquele carro, sobre por que eu morri, não ficaria enterrada comigo. Eu me tornei um fantasma, e minha primeira missão era assombrar a consciência culpada de Leonardo.

Introdução

O som do metal se contorcendo foi a última coisa que ouvi antes do silêncio ensurdecedor, quebrado apenas pelo gotejar de algo quente no asfalto.

Minha cabeça doía, mas a dor mais estranha vinha da minha barriga, uma pressão surda e crescente que eu sabia não ser normal.

Leonardo, meu namorado, abriu a porta do passageiro.

Mas seus olhos não focaram em mim, a motorista ferida.

"Bianca! Meu Deus, você está bem?" ele gritou, correndo para socorrer minha amiga no banco de trás.

Ele a tirou do carro, segurando-a como se fosse feita de vidro, ignorando completamente minha existência.

Só depois, segura e fora do carro, ele se virou para mim.

"Sofia, você está bem, né?"

Não era uma pergunta de verdade.

Era uma afirmação.

"Parece que foram só uns arranhões. Você sempre foi a mais forte."

Eu tentei falar, dizer a ele sobre a dor excruciante na minha barriga, que parecia se espalhar como uma mancha de óleo quente por dentro de mim.

Mas minha voz não saiu.

No hospital, fui jogada em uma cadeira de rodas num corredor movimentado, enquanto Leonardo acompanhava Bianca para a radiografia, tratando-a como a única vítima.

"Minha barriga... dói muito", eu consegui sussurrar para uma enfermeira apressada.

"É normal sentir dores depois de um acidente, querida. O choque faz isso. O médico já vai te ver, só precisamos cuidar dos casos mais graves primeiro."

O caso grave era Bianca. Eu era a "outra".

A dor se tornou insuportável, e o corredor começou a girar.

Fechei os olhos, e quando os abri, a dor tinha sumido.

Tudo tinha sumido.

Eu estava flutuando perto do teto.

Olhei para baixo e vi meu próprio corpo caído da cadeira de rodas, uma poça escura se formando sob mim.

Enfermeiras e médicos corriam em minha direção, seus rostos uma máscara de pânico tardio.

Eles me levaram às pressas para a cirurgia, gritando sobre hemorragia interna e perda de pressão.

Mas era tarde demais.

Eu os vi declararem minha morte.

Leonardo, o homem que eu amava, me deixou morrer.

E a verdade sobre o que aconteceu naquele carro, sobre por que eu morri, não ficaria enterrada comigo.

Eu me tornei um fantasma, e minha primeira missão era assombrar a consciência culpada de Leonardo.

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O anel de diamante em meu dedo parecia pesar toneladas, um fardo de promessas despedaçadas. Meu noivo, Daniel, herdeiro de uma fortuna, deveria estar ao meu lado, mas seus risos vinham de um canto distante, onde Isabela, a mulher que se insinuava entre nós, o envolvia em segredos e toques "acidentais". A gota d'água veio do jeito mais cruel: no nosso aniversário de cinco anos, ele chegou em casa tarde, com o perfume dela impregnado, justificando que a ajudava com um "problema urgente", enquanto a vela do meu jantar especial derretia, levando com ela a última chama da minha esperança. Naquela festa de gala, ver Daniel e Isabela tão à vontade, sem se importar com minha presença, foi uma humilhação insuportável, um golpe final na minha dignidade. Para o mundo, éramos o casal perfeito, mas por trás da fachada, Isabela reinava, e eu era a tola que tentava ignorar trincas que viravam abismos. Com a voz surpreendentemente firme, tirei o anel e o entreguei a ele, declarando o fim do nosso noivado. Seu sorriso zombeteiro e o aviso: "Você vai se arrepender, não é nada sem mim", foram um veneno, mas também uma libertação. Então, um choque: o ataque ao meu ateliê de joias e uma mensagem de Isabela confirmando a destruição, como se zombasse da minha dor. Mas a tristeza deu lugar a uma fúria fria. Eles achavam que me quebrariam, mas eu decidi lutar. Com as mãos trêmulas, mas a mente clara, apaguei a tela do celular – um adeus à minha vida antiga. Eu não precisava do dinheiro dele, apenas da minha liberdade. Aquela noite, nasceu uma nova Sofia, pronta para partir para longe, reconstruir-me e provar que era muito mais do que Daniel jamais poderia imaginar.

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