O Peão do Sistema: Raelyn e o Seu Destino

O Peão do Sistema: Raelyn e o Seu Destino

Gavin

5.0
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Capítulo

O telefone tocou estridente no meu apartamento do Porto. Era o Afonso, amigo do Kieran. Ele sofreu um acidente de mota e estava no Hospital de São João. Corri para lá, o coração na garganta, apenas para ouvir a voz do Kieran do outro lado da porta entreaberta. "Raelyn? Aquela fadista idiota... ela é a minha cadelinha de fado. Nunca me deixaria, não importa o que eu faça." O meu mundo desabou. Cadelinha de fado. Mas não era por ele que eu estava ali. Respirei fundo e entrei, a humilhação queimando-me. "Canta um fado para nós," zombou o Afonso. "Sobre como ele é incrível e tu, nada." Era a tortura máxima, usar a minha arte para me ridicularizar. Curvei-me e cantei, elogiando-o e rebaixando-me. Até que ele atirou a carteira: "Traz-me leitão assado do Douro. Agora." Atravessei a cidade, quilómetros de humilhação, apenas para ouvi-lo sussurrar o nome dela no sono: "Fiona... se voltares, eu cancelo o casamento..." O prato de leitão caiu das minhas mãos, a verdade brutal esmagando-me. Eu era uma ferramenta, um peão. Mas não importava. Ele era apenas o preço. [Progressão da missão: 99%. Tiago, aguenta mais um pouco. Eu vou trazer-te de volta.] Quem é Tiago? E porque esta mulher sofreria tanto por uma missão assim?

Introdução

O telefone tocou estridente no meu apartamento do Porto. Era o Afonso, amigo do Kieran.

Ele sofreu um acidente de mota e estava no Hospital de São João.

Corri para lá, o coração na garganta, apenas para ouvir a voz do Kieran do outro lado da porta entreaberta.

"Raelyn? Aquela fadista idiota... ela é a minha cadelinha de fado. Nunca me deixaria, não importa o que eu faça."

O meu mundo desabou. Cadelinha de fado.

Mas não era por ele que eu estava ali.

Respirei fundo e entrei, a humilhação queimando-me.

"Canta um fado para nós," zombou o Afonso. "Sobre como ele é incrível e tu, nada."

Era a tortura máxima, usar a minha arte para me ridicularizar.

Curvei-me e cantei, elogiando-o e rebaixando-me.

Até que ele atirou a carteira: "Traz-me leitão assado do Douro. Agora."

Atravessei a cidade, quilómetros de humilhação, apenas para ouvi-lo sussurrar o nome dela no sono: "Fiona... se voltares, eu cancelo o casamento..."

O prato de leitão caiu das minhas mãos, a verdade brutal esmagando-me.

Eu era uma ferramenta, um peão.

Mas não importava.

Ele era apenas o preço.

[Progressão da missão: 99%. Tiago, aguenta mais um pouco. Eu vou trazer-te de volta.]

Quem é Tiago? E porque esta mulher sofreria tanto por uma missão assim?

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Romance

5.0

Oito anos de casamento. No dia do nosso aniversário, Pedro Silva me presenteou com novecentas e noventa e nove rosas vermelhas, quase sufocando a sala com seu perfume. Qualquer outra mulher choraria de emoção, mas meu coração estava frio como uma pedra de gelo, afinal, eu acabara de receber alta do hospital após uma cirurgia. Disquei o número dele e uma jovem atendeu, a voz de Ana, sua secretária, chorosa e acusatória: "Dona Silva... me desculpe... foi tudo culpa minha." Ao fundo, a voz de Pedro, terna e consoladora: "Não chore, não foi culpa sua. Fique tranquila, eu resolvo." Minutos depois, ele finalmente atendeu, mas sua voz era fria, desprovida de qualquer afeto: "O que você quer?" Foi então que a bomba explodiu: "Pedro, vamos nos divorciar." Ele não hesitou, apenas respondeu com uma indiferença cortante: "Como você deseja." E desligou. Naquela noite, o cheiro de álcool caro e o perfume feminino de Ana impregnavam seu terno. Ele se sentou ao meu lado, oferecendo uma bolsa de grife como um suborno por sua ausência. Eu o confrontei diretamente: "Você está tendo um caso com a Ana?" Ele negou, desdenhando da minha desconfiança, me acusando de ser amarga, de afastar até nosso filho. A humilhação de ter sido impedida de buscar João na escola por sua ordem, porque "eu faria uma cena", ainda ardia. Ele se inflamou em raiva, gritando que eu não sabia "ser a esposa de Pedro Silva", que eu o envergonhava. Em meio à fúria dele, uma clareza fria me atingiu: não havia mais dor, apenas um vazio profundo. Então, com a voz mais calma e firme que consegui reunir, revelei a verdade que o mergulhou no mais absoluto silêncio: "Eu tive um aborto espontâneo hoje."

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