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Hospital Safe-Health, Quarto VIP 2001.
Eram 03h28 da madrugada. O silêncio reinava absoluto no hospital. No quarto VIP, a luz âmbar deixava o ambiente em penumbra, iluminando suavemente o paciente no leito. As máquinas pulsavam em intervalos constantes, como se o tempo tivesse diminuído ali dentro. Ao lado da cama, sentado em uma poltrona de couro escuro, estava Adrian.
A poltrona era confortável, mas para ele parecia feita de pregos. Estava acordado há dias, embora mal soubesse em que data estava. Seus olhos estavam vermelhos, as olheiras roxas denunciando o cansaço extremo. Já não se lembrava da última vez que dormira de verdade. Os últimos dias haviam sido um ciclo interminável de sonecas curtas, cafeína e paranoia.
Seu celular, programado para despertar a cada três minutos, vibrava silenciosamente no bolso. Adrian não confiava nem em si mesmo para vigiar o Sr. Zhang enquanto dormia. Sabia que qualquer descuido, qualquer cochilo de segundos, poderia ser fatal.
O mundo lá fora podia achar que o empresário bilionário estava apenas hospitalizado, mas Adrian sabia que havia muito mais em jogo.
Desde que a saúde do Sr. Zhang piorara subitamente, ele havia transformado o hospital em uma fortaleza. Do lado de fora da porta, dez homens armados vigiavam cada movimento. No corredor, mais quatro, e outros cinquenta espalhados ao redor do prédio, impedindo que a imprensa e, principalmente, inimigos - velhos ou novos - tivessem acesso. Adrian havia escalado equipes para cada andar, reforçando ainda mais a segurança. Aquilo era mais do que zelo. Era desespero.
Mas nada disso acalmava a tempestade dentro dele.
03h30 em ponto. A maçaneta da porta bipou discretamente.
Adrian já estava em pé antes mesmo do som se completar, com a mão no coldre abdominal sob o blazer. O coração acelerou, os sentidos em alerta. Por um segundo, o tempo pareceu parar.
Mas era apenas uma enfermeira.
Ela entrou com uma bandeja de inox nas mãos, equilibrando frascos e seringas. Adrian a reconheceu, mas isso não o relaxou por completo. A tensão era tanta que até o conhecido parecia suspeito.
- Boa madrugada, senhor Adrian - disse ela, num tom gentil, ainda que contido.
Ele assentiu em silêncio, os olhos acompanhando cada movimento dela. Ela se aproximou do leito com delicadeza, como se não quisesse acordar o mundo com seus passos.
Adrian voltou a se sentar, relutante. Espalhados à sua frente havia documentos, papéis rabiscados e planilhas incompletas. Tentava entender a lógica por trás do trabalho de seu chefe, mas era como tentar montar um quebra-cabeça com peças de outro jogo. Depois de minutos encarando as folhas sem sentido, suspirou fundo e guardou tudo em uma pasta plástica com as iniciais "HZ".
Cinco anos ao lado do Sr. Zhang e ainda se sentia às cegas sobre o que realmente estava por trás dos negócios dele. A lealdade o mantinha firme, mas a ignorância o corroía.
Um trovão cortou o silêncio, iluminando o quarto por um segundo com a luz fria da tempestade.
A enfermeira se assustou. Adrian a observou. Ela parecia mais nervosa do que nas outras noites. Os olhos corriam do paciente para a porta, da porta para ele. Suas mãos tremiam ligeiramente enquanto preparava a medicação. Ele viu quando ela introduziu a agulha em um frasco, depois no soro. Depois pegou uma pequena lanterna e examinou os olhos do paciente.
Tudo parecia dentro da rotina - até que ela cometeu um erro. Guardou a seringa e o frasco no bolso do uniforme hospitalar.
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