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 Morales: Meu Lutador

Morales: Meu Lutador

Giselle Montebello

5.0
Comentário(s)
474
Leituras
5
Capítulo

Maddie é uma bailarina que ganha a vida dançando em uma luxuosa boate frequentada por magnatas, mafiosos e donos de negócios multimilionários em Los Angeles. Ela sempre soube manter distância dos clientes e dos negócios que seus patrões estão envolvidos, isso até conhecer o sedutor Ian Morales, uma estrela em ascensão do mundo das lutas ilegais que parece disposto a se aproximar de Maddie e ajudá-la a desvendar todo o mistério sobre seu próprio passado enquanto os dois se envolvem em um romance perigoso e sensual.

Capítulo 1 "Você não deveria estar aqui."

Dançar era meu sonho desde que eu conseguia me lembrar.

Quando eu era mais nova, meu pai costumava me levar para aulas de ballet e me comprar sapatilhas, tutus e todos os acessórios necessários para que eu fosse uma bailarina completa. Ele pagava por minhas aulas, filmava todos os meus recitais e dizia para todos com o maior orgulho do mundo que a filha dele era uma bailarina incrível e que eu tinha muito futuro dançando.

Mal sabia ele que eu realmente tinha futuro dançando, mas não era em grandes teatros e casas de ópera, e sim na Desert, uma das maiores e mais luxuosas boates de Los Angeles, frequentada por celebridades, magnatas, mafiosos, donos de negócios multimilionários, e muitos deles tinham negócios com os donos da boate, o senhor e a senhora Rashid, meus patrões.

Ouvi duas batidas na porta do camarim antes de Layla, filha dos donos da boate, entrar no cômodo com um sorriso no rosto.

— Maddie, você está pronta?

Dei uma última checada no espelho. Meus cabelos lisos castanhos estavam soltos e eu usava uma roupa própria para dança do ventre, com tecido fino da cor vermelha, quase transparente. Um tecido fino adornado por linhas douradas se prendia em minhas duas orelhas, cobrindo meu rosto do nariz para baixo e destacando meus olhos delineados. Meus pés e mãos estavam com finas correntinhas douradas e meus pulsos e tornozelos carregavam pulseiras cheias de pequenos sinos que faziam som sempre que eu me movia, assim como a barra da minha sala longa com fendas.

— Estou sim — respondi à Layla e a segui pelo corredor que levava até o salão.

Layla tinha 24 anos e era dois anos mais velha que eu, mas se fazia tão responsável nos negócios da família que toda a maturidade dava a ela um ar mais velho. Com a pele cor de oliva e cabelos pretos iguais aos do pai e olhos azuis e curvas marcantes iguais a da mãe, Layla era uma das mulheres mais bonitas que eu já havia visto, principalmente agora, com saia curta, blazer elegante, saltos altos e maquiagem forte.

— Hoje teremos clientes importantes na boate, Maddie — Layla comentou animada, batendo palminhas. — Estão falando sobre reabrir o ringue no subsolo.

Franzi as sobrancelhas, confusa. O ringue ilegal localizado abaixo da boate havia sido fechado anos atrás e, até então, ninguém falava sobre colocá-lo de volta na ativa.

— Achei que o sr. Rashid tinha desistido disso.

— Ele desistiu, mas as lutas ilegais estão ganhando força novamente em L.A. e a nossa arena subterrânea é a maior da cidade! — Ela se aproximou para sussurrar em minha orelha. — Inclusive, ouvi dizer que um dos novos lutadores é muito, muito bonito. Ian Morales o nome dele.

— Bonito, é? — questionei, me divertindo com a forma como Layla balançou a cabeça para afirmar.

— Descobriram ele lutando em um ringue clandestino na periferia e resolveram investir no cara. Pelo que falaram, ele ganhou cinco lutas seguidas até agora.

— Mas ele não vai ganhar mais nenhuma se o seu pai sonhar que você tem algum interesse nele — brinquei e Layla dá risada.

— Eu não tenho o menor interesse em um lutador, Maddie. Se envolver com lutador é implorar por dor de cabeça.

— Sério?

Layla confirma com a cabeça.

— São lindos, mas problemáticos. Escuta o que eu te digo, Maddie. Fique o mais longe possível de lutadores, não vale a pena a quantidade de problemas.

Chegamos no grande salão da boate onde todos os garçons, bartenders, dançarinos e outros funcionários estavam reunidos. O Sr. Rashid estava parado em cima do palco e bateu palmas três vezes com firmeza para chamar atenção de todos.

— Minha família! Hoje receberemos clientes muito importantes, possíveis investidores e sócios, e eu conto com vocês para obtermos sucesso nas negociações. Sejam simpáticos, acessíveis, sedutores. Façam de tudo para que nossos clientes saiam daqui encantados pela atmosfera da Desert. — O Sr. Rashid apontou para o teto e ergueu a cabeça.

— Mas lembrem-se, meninas — senhora Rashid surgiu detrás do marido e falou olhando para nós. — Se algum cliente passar dos limites com vocês, não pensem duas vezes antes de chamar os seguranças. Nós não temos interesse em fazer negócios com quem não respeita a nossa família.

Os Rashid faziam muitas coisas para agradar seus clientes, mas vender o corpo de seus funcionários não era uma delas. Eles deixavam claro que aquela não era uma casa de prostituição e eu já vi muitas pessoas poderosas sendo expulsas da boate por tentarem algo com funcionárias sem o consentimento delas.

Quando seus pais terminaram de falar, Layla bateu palmas agitadas.

— Agora, todos nos seus lugares! Vamos aos negócios.

Ouvindo o barulho dos pequenos sinos dourados a cada passo, subi no pequeno palco no meio da boate onde passaria as próximas horas dançando e esperei as grandes luzes brancas serem apagadas, dando destaque às luzes vermelhas que ditavam o clima dentro da boate.

Quando a música tocou, fechei meus olhos e comecei a dançar, focando nos movimentos de meus quadris e meus braços, me aquecendo antes que os clientes chegassem.

Assim que a boate abriu, às onze da noite, não demorou nem uma hora para que ela ficasse cheia e para que todos os camarotes e mesas privadas sejam ocupadas por pessoas com dinheiro e interesse em investir no ringue.

Como meu trabalho era encantar os clientes, comecei a mexer meus braços como uma serpente e me abaixei conforme minha cintura e quadril repetiam movimentos que demorei anos para aperfeiçoar.

A música tocando nos alto falantes podia não ser própria para dança do ventre, mas nem eu e nem as outras dançarinas em outros palcos nos importávamos com isso. Trocando olhares com os clientes que passavam por mim, eu me inclinava na direção deles, seduzindo da única maneira que sabia seduzir: dançando.

Aos poucos, captei os Rashid conversando com clientes e os levando, um pequeno grupo de cada vez, por uma discreta passagem no fundo do salão que, pelo que eu sabia, levava até o subsolo.

Como trabalhava na boate há apenas um ano e o ringue estava fechado há três, nunca conheci o subsolo da boate, e ver todas aquelas pessoas descendo até lá atiçou minha curiosidade. Sabia que deveria continuar dançando e cumprir com minha função, mas…

Fingindo uma pausa para ir ao banheiro, me esgueirei até a passagem, passando por ela e a fechando atrás de mim. Sem a iluminação da boate e com apenas algumas luzes de emergência, o local estava escuro demais, mas consegui ver uma escada logo a frente. Desci por ela até chegar em um corredor escuro, deixando o som de vozes me guiarem.

Como o corredor estava completamente em silêncio, tomei cuidado para não fazer muito barulho com os sinos em meus trajes e acessórios. Achei que estava conseguindo, mas não fui capaz de passar completamente batida e me dei conta disso quando uma voz rouca chamou minha atenção.

— Você não deveria estar aqui.

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