Recém divorciada, traída e machucada, Giovana decide dar um tempo na vida amorosa e focar sua atenção na vida profissional. Sua nova jornada como professora universitária tinha tudo para ser calma, revigorante e um alívio a sua vida bagunçada. Só que Giovana não sabia que em seu caminho estaria um estudante disposto a conquista-la, lhe dar sensações bem fora dos seus padrões sexuais. Será que Giovana conseguirá fugir do pecado chamado André?
Olho pela janela do escritório o céu se fechando, as nuvens escurecendo e a chuva querendo lavar São Paulo. Começo a me arrepender por aceitar dar aulas na faculdade aqui perto. Podia sair agora, ir pra casa, me enfiar em um pijama confortável, pedir comida e assistir um filme tomando minha taça de vinho.
- Melhor sair agora ou vai pegar a chuva forte que vai cair.
Olho para a porta e vejo Juliana, minha assistente. Ela segura uma linda e esfumaçante xícara de café.
- Depois desse maravilhoso café eu vou.
Escuto risos no corredor e vejo César passar abraçado com a Poliana, sua assistente, ex-amante e atual namorada. Rapidamente Juliana fecha a porta pra que eu não veja muito e nem escute os dois dizendo coisas fofas e safadas. Como eu nunca percebi que esses dois estavam se comendo embaixo do meu nariz?
- Giovana!
Juliana me grita e olho pra ela.
- Supera!
Fala firme e brava.
- Como? Achei que tinha um casamento feliz, que meu marido, sócio, companheiro de dez anos fosse perfeito. Então levo um murro no estomago e descubro que ele é um bosta, que comia suas assistentes e ainda por cima me deu um pé na bunda pra ficar com sua ultima assistente.
Me jogo na cadeira e como recompensa desse desabafo, ganho meu café e um olhar de pena.
- Você devia desfazer a sociedade e recomeçar.
- Não! Não vou desfazer o que demorei dez anos pra tornar sólido, lucrativo e importante pra mim. Esse escritório pode não ser muita coisa pro César, mas é a minha vida toda. Me dediquei noite e dia pra sermos uma das melhores sociedades de advogados de São Paulo, não vou abrir mão desse sonho por causa dele.
Tomo meu café e respiro fundo.
- Vou superar o par de chifres!
- O par? Se ele comeu mesmo todas as assistentes, você virou uma arvore galhuda.
Olho brava para Juliana, mas não seguro muito a raiva quando ela começa a rir.
- Desculpa!
- Eu só queria conseguir elimina-lo da minha vida, de dentro de mim. Não me importar com coisas como acabei de ver.
- Giovana, vocês se divorciaram há seis meses, tenha paciência.
- Tudo isso?
- Sim!
Meu Deus! Faz oito meses que não beijo na boca e não faço sexo. Acho que nem sei mais como é um orgasmo.
- Acho melhor ir!
Juliana comenta olhando a janela e viro o resto do café.
- Ainda não sei porque aceitei dar aulas na faculdade.
- Você queria fugir de suas noites chatas lembrando do seu casamento fracassado.
- Juliana, sua sinceridade às vezes me irrita.
- De nada!
Pego meu casaco, minha pasta, meu celular e respiro fundo.
- Seja o que Deus quiser. Só espero ter paciência com esses jovens de hoje.
- Você só tem trinta e cinco anos e fala como se fosse uma velha de oitenta.
- Sou uma jovem mulher de trinta e cinco anos por fora, que esconde a velha de oitenta por dentro.
Pisco pra Juliana e saio da minha sala correndo, tentando chegar à faculdade antes da chuva.
********************
Faz dez minutos que estou dentro do carro parado no estacionamento, observando a chuva alagar tudo. A faculdade fica do outro lado da rua e descobri que não tenho um maldito guarda chuva. A aula começa em cinco minutos e preciso sair daqui.
Pego a pasta, meu casaco e o coloco sobre minha cabeça. Respiro milhões de vezes antes de abrir a porta e quando faço, saio correndo feito uma louca em direção à entrada. Passo por alguns jovens alunos que caminham na chuva forte como se as gotas não fossem atingi-los. Parece que quanto mais velho você fica, mais você corre das coisas da vida. A chuva está tão forte e o vento tão intenso, que as gostas de água batem em todos os lados do meu corpo. Finalmente chego à parte coberta da faculdade e tiro o casaco da cabeça. Minha pasta está toda molhada e agradeço mentalmente por ser de couro. Pego meu crachá da bolsa, apresento ao segurança e passo pela catraca dos professores. A aula já devia ter começado e ainda estou no térreo. Corro para um elevador com as portas abertas, mas vejo que começa a se fechar.
- Segura!
Grito na intenção de que alguém dentro me escute. Uma mão segura à porta e entro rápido.
- Obrigada!
Digo a um jovem, que sorri pra mim. Meus olhos rapidamente percorrem sua camisa branca molhada colada ao corpo definido e vejo uma tatuagem no ombro direito, pegando o peito. Desço os olhos conforme a camisa branca colada me permite ver mais desse corpo muito, muito, muito definido e sarado. Um pigarrear me faz erguer os olhos e vejo o jovem me encarando com um sorriso malicioso. Merda! A tiazinha aqui foi pega devorando a criancinha com os olhos. Antes de me virar, olho o rosto dele, que é tão perfeito quanto seu corpo. Ele é alto, deve ter seus quase 1.90mts, olhos escuros, pele morena, lábios muito carnudos, cabelo raspado, um brinco de argola pequena na orelha esquerda, bem de adolescente rebelde.
Viro rápido e espero o elevador subir ao décimo andar. É o único botão apertado e sei que o jovem sarado e rebelde vai para o mesmo andar que o meu. Só espero que não seja na minha sala, não quero vê-lo com sorrisinho pra mim, por tê-lo levemente cobiçado. No segundo andar o elevador lota e tenho que recuar. Ai merda! Sinto um corpo atrás do meu quando o elevador lota demais com muitos alunos falantes. Eu sei de quem é o corpo e só consigo pensar nos músculos, na tatuagem, na boca e nos olhos escuros me encarando com malicia. Fecho meus olhos, aperto a pasta contra o meu peito e sua respiração bate perto do meu ouvido. Esse elevador é devagar demais.
Finalmente chegamos ao décimo andar e quando as portas se abrem, empurro as pessoas da frente e escuto os resmungos. Saio do elevador e a passos rápidos sigo para a sala 1010. Abro a porta, entro e quando vou fecha-la, o jovem aluno gostoso impede. Ah não! Ele sorri pra mim e ignorando o belo sorriso, o deixo na porta e vou pra mesa. Coloco minha pasta sobre a mesa, deixo meu celular no mudo e percebo que meu casaco, assim como grande parte da minha roupa está molhada. Penduro na cadeira pra secar um pouco e respiro fundo. Viro para a turma de cinquenta jovens estudantes do segundo ano de direito e abro um pequeno sorriso.
- Boa noite a todos! Sou Giovana Palocci, professora de direito de família de vocês.
Começam murmurinhos, risos e quero entender qual a graça. O jovem do elevador se levanta no fundo da sala, abre sua mochila e tira uma jaqueta cinza. Vem em minha direção e se coloca a minha frente.
- É melhor usar isso!
Sussurra me olhando e coloca sua jaqueta em minhas costas.
- Por que?
Questiono sem entender e seus olhos vão pra minha camisa social branca, completamente transparente como a camiseta dele. A merda do meu sutiã preto bem evidente e quero me dar um soco. Como não percebi que estava exposta assim? Acho que estava mais atenta a exposição de outra pessoa.
- Pronto!
Ele diz após fechar o zíper da jaqueta, me cobrindo por completo.
- Obrigada!
Agradeço sem graça e sua língua passa suavemente em seus lábios.
- Eu que agradeço a bela visão.
Pisca safado e se vira, voltando para o seu lugar. Tenho certeza que estou ruborizando. Os risos continuam e é hora de me impor.
- Espero que fiquem felizes assim quando olharem as notas no fim do semestre.
O silêncio surge e me viro pra lousa.
- Essa primeira aula será de apresentação e vou passar o cronograma da matéria.
******************
A aula termina e recolho minhas coisas. Os alunos vão saindo para o intervalo e me preparo pra ir pra casa. Hoje só tenho aula no primeiro período. Uma sombra surge sobre mim e viro a cabeça pra ver quem é.
- Preciso te devolver a jaqueta.
- Pode usa-la nas próximas aulas.
- Não tenho mais aulas hoje.
Retiro a jaqueta e rapidamente visto meu casaco ainda molhado.
- Obrigada mais uma vez.
- André!
Diz seu nome como se eu não tivesse gravado após a chamada. Também descobri que tem apenas vinte anos e é filho de um advogado atuante de um escritório próximo ao meu. Dr. Edgar Fanzinni, pai do meu aluno André Fanzinni.
- Boa noite!
Digo ao me virar e ele responde com a voz rouca e sensual.
- Boa noite, Giovana!
Capítulo 1 PRÓLOGO
13/07/2022
Capítulo 2 2
13/07/2022
Capítulo 3 2
13/07/2022
Capítulo 4 3
13/07/2022
Capítulo 5 4
13/07/2022
Capítulo 6 5
13/07/2022
Capítulo 7 6
13/07/2022
Capítulo 8 7
13/07/2022
Capítulo 9 8
13/07/2022
Capítulo 10 9
13/07/2022
Capítulo 11 10
13/07/2022
Capítulo 12 11
13/07/2022
Capítulo 13 12
13/07/2022
Capítulo 14 13
13/07/2022
Capítulo 15 14
15/07/2022
Capítulo 16 15
15/07/2022
Capítulo 17 16
15/07/2022
Capítulo 18 17
15/07/2022
Capítulo 19 18
15/07/2022
Capítulo 20 19
15/07/2022
Capítulo 21 20
15/07/2022
Capítulo 22 21
15/07/2022
Capítulo 23 22
15/07/2022
Capítulo 24 23
15/07/2022
Capítulo 25 24
15/07/2022
Capítulo 26 25
15/07/2022
Capítulo 27 26
15/07/2022
Capítulo 28 27
15/07/2022
Capítulo 29 28
15/07/2022
Capítulo 30 29
15/07/2022
Capítulo 31 30
15/07/2022
Capítulo 32 31
15/07/2022
Capítulo 33 32
15/07/2022
Capítulo 34 33
15/07/2022
Capítulo 35 34
15/07/2022
Capítulo 36 35
15/07/2022
Capítulo 37 36
15/07/2022
Capítulo 38 37
15/07/2022
Capítulo 39 38
15/07/2022
Capítulo 40 39
16/07/2022
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