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Capítulo

Os detetives Rosie Duran e Lucas Campbell devem desvendar o desaparecimento de Bonnie Edwards – a atual namorada do detetive –, mas com toda aproximação Rosie e Lucas podem voltar à tona e trazer os assuntos mal resolvidos.

Capítulo 1 Quatro anos antes

Abril 2015 - Quatro anos antes

Exausta. Rosie se sentia exausta. Sozinha. Nem mesmo a luz do sol a fazia companhia a oito dias, as janelas que sempre foram fechadas agora tinham cortinas que impediam de perceber o céu claro. Havia chegado a pouco tempo em São Francisco, mal tinha visto a cidade e estava bem perto de perder o emprego pelo qual havia se mudado de país. Saiu tão apressada de Sheffield que não pode se despedir de Hanna, sua melhor amiga, tudo somente para não precisar assistir ele batendo em sua porta com outro pedido de desculpa.

Como todas as manhãs Rosie Duran se levantou calmamente de sua cama. O caminho até o banheiro parecia mais distante do que realmente era, alguns calmantes que foram derrubados na noite anterior ainda estavam por todo o chão. Se olhou no espelho quebrado em uma das muitas noites difíceis e mal se reconheceu, sentia que ter deixado a Inglaterra foi talvez seu segundo maior erro. Se tivesse insistido poderia agora estar rindo de todo o motivo que agora a deixava tão aborrecida, ou será que estaria ainda pior? Tudo parecia uma grande confusão em sua cabeça, é tão difícil saber o que é o certo e errado quando toda a sua felicidade foi arrancada de você. Odiava ter se entregado tanto a algo que sabia que não seria para sempre, mas odiava ainda mais não poder estar com ele agora.

O barulho incessante do telefone a fez questionar o por que infernos aquilo não estava no silencioso. As mensagens de George eram frequentes, afinal espera-se que seu funcionário recém contratado apareça nos primeiros dias de trabalho, como das outras vezes Rosie se desculpou e prometeu ir no dia seguinte. Olhou para as horas e deduziu que já deveria ser quase uma da manhã em Sheffield e se perguntou o que Lucas estaria fazendo. Se já estaria na cama ou olhando para a cidade pela janela de seu apartamento, ele estava dando duro no trabalho então estaria cansado e provavelmente se preparando para dormir, rezava para que ele as vezes se lembrasse dela.

***

Lucas Campbell tinha os olhos grudados no teto do quarto ainda tentando dormir, mas nos últimos dias parecia ser um trabalho árduo descansar. Quem disse que o tempo cura não deveria ter sofrido por amor, porque para Lucas o tempo não passou, somente fez com que ele ficasse mais deprimido que antes. O que era o amor então senão uma dor incessante que aperta o coração e faz você sentir que está prestes a morrer. Os raros sonhos que conseguia ter estavam ficando cada vez mais vividos, o toque dela era tão real que fazia com que acordar fosse um pesadelo, sua voz tão calma o pedindo para que ficasse e tentassem novamente.

O anel ainda guardado na caixinha de veludo vermelha estava no lado aonde ela dormia. Poderia agora estar planejando o resto de sua vida com Rosie, mas o seu egocentrismo obrigou com que ela fizesse suas malas e o deixasse. Poderia comprar sua passagem e viajar para os Estados Unidos novamente, se ajoelhar e implorar que nunca mais virasse as costas para o amor dos dois, mas o horror de ouvir mais um "adeus" vindo de seus lábios fazia tudo ficar impossível. O primeiro poderia ter sido terrível, mas o segundo certamente o mataria lentamente, era melhor se contentar com a foto no porta retrato em cima da escrivaninha do que arriscar encontra-la agora feliz e com outro. Ela agora provavelmente o odiava, suas mensagens sem resposta o comprovavam dessa teoria, não a culpava. Ele fez uma grande bagunça na vida da mulher e não se perdoaria tão cedo por ter sido o causador do choro incessante que foi obrigado a ver no momento que Rosie decidiu terminar tudo.

Aquele dia ficaria preso em sua memória para sempre, as cenas constantes passando em um eterno loop e todas as decisões que poderia ter tomado para evitar que ela fosse embora. Lucas não iria desistir, prometeu a si mesmo que a teria de volta não importaria o quanto tempo passasse, era tão injusto ter a pessoa com que o fazia se sentir tão completo ter o deixado daquela forma e então não morreria antes de poder se sentir vivo novamente.

Outubro 2019 - Atualmente

Apesar de sua sala ser no fim do corredor, Rosie conseguia ouvir o som do salto da delegada Green batendo forte contra o chão de mármore, ela se levanta de sua cadeira e se encaminha até a porta da sala de sua chefe.

- Você sabe o motivo de Campbell não vir hoje a delegacia? - a delegada entra no lugar sem ao menos olhar para a detetive.

- O detetive disse que iria tirar o dia para ir a formatura de sua namorada. - Rosie disse enquanto se aproximava da mesa da delegada.

- Campbell enlouquece a cada dia. - Lilian se sentou na cadeira com as mãos no rosto e respirando pesado.

- E ele também disse que amanhã não poderá vir porque vai passar o dia com ela.

- Passar o dia com ela - a delegada olhou com desdém para a moça a sua frente - Sendo assim, você ficará responsável pelos casos.

- Mesmo? - os olhos de Rosie brilharam e ela abriu um sorriso de orelha a orelha.

- Sim, hoje e amanhã, mas não se empolgue muito. A empolgação pode diminuir seu desempenho.

- Irei dar o meu melhor.

Rosie saiu da sala e fechou a porta atrás de si, ela nunca se sentiu tão motivada, não era comum a delegada passar a ela os casos que aparecem, já que Campbell era o seu favorito. Odiava não ser a primeira escolha da mulher para os casos mais importantes que chegavam, mas sabia que tinha sua parcela de culpa no não-favoritismo de Lilian por ela. O dia se foi rapidamente sem que a detetive percebesse e ao chegar à noite, já se preparava para ir embora e descansar, quando a delegada apareceu na porta de sua sala.

- Duran, preciso que faça hora extra, é véspera de feriado e não teremos tantos policiais hoje, e como você mostrou gosto no que faz, pensei em deixar você aqui essa noite.

- Tudo bem.

- Ótimo - a delegada fez menção em sair, mas voltou e olhou ao redor da sala da detetive - Meu Deus isso aqui é minúsculo.

- É... Foi o que conseguiram arrumar para mim depois que voltei de São Francisco.

- Não sabia que sua sala era tão pequena. Amanhã pode escolher uma das salas livres para mudar suas coisas para lá se quiser.

- Obrigada. - Lilian saiu com um pequeno sorriso e com seus saltos batendo no chão, Rosie nunca gostou tanto de ouvir aquele som.

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