A prometida dele

-A noite era fria e eu podia sentir aquele ar gelado passar pelo meu corpo por horas, que eu não sentia nada, não tinha frio e nem sentia minha pele se queimar.

As lagrimas não existem mais, pois era o que eu achava, já chorei muito e ainda não posso acreditar.

Batidas na porta foram ouvidas.

-Entre.

A voz delicada de Olivia já quase não dava para ouvir.

-Apague a luz e vá se deitar, amanhã será um longo dia, a voz grossa de seu pai ordenou.

Olivia se ajoelhou depressa, segurou na mão de seu pai, pensando em implorar pela última vez.

-Papai eu não o amo, não me force a me casar com ele, por favor, não me obrigue.

-Já está decidido, desde o dia em que você nasceu.

-Mas, papai, ele é mais velho.

-Cinco anos apenas Olivia, e não adianta tentar me convencer, esse é o seu destino.

-Papai, mas eu só ouço coisas ruins a respeito dele.

-Boatos, apenas boatos, se deite, quero você pronta amanhã bem cedo, descanse a partir de amanhã, sua vida será diferente.

Olivia pensou que no último momento seu pai poderia mudar de ideia, como ele pôde prometer sua única filha a um homem que ela nem se quer o conhece, apenas só ouviu falar, seu pai sempre foi superprotetor, porque agora ela deve se casar, Olivia não conseguia entender o motivo de ela já ter um noivo quando nasceu.

Olivia não conseguiu dormir a noite, ela virava e revirava pela cama, claro que a ideia de se casar com um homem totalmente desconhecido a deixava completamente perdida, quanto mais as horas vai se passando mais Olivia se desespera.

O sol indicava a Olivia que seu pesadelo iria se iniciar.

-Oh meu Deus por que isso está acontecendo comigo? A moça se perguntava sem saber da resposta.

Olivia cobriu sua cabeça com a coberta, mas ela poderia escutar a movimentação em sua casa, e sem demora a porta de seu quarto se abriu.

As cortinas foram rapidamente abertas, as janelas davam para se ouvir como foram escancaradas, a pressa era tanta que parecia que o mundo estava se acabando.

Porém só havia um mundo que estava acabando naquele momento, era exclusivamente o dela.

-Minha filha porque ainda está deitada, hoje é seu grande dia.

A mãe de Olivia parecia animada.

-Eu não quero me levantar.

Com passo calmo a mãe de Olivia se aproximou da cama.

-Minha querida, esse é o seu destino, não podemos contrariar seu pai, e nem algo que lhe foi prometido desde o dia em que você nasceu.

Olivia sentou-se na cama.

-Mamãe isso não existe mais, estamos em outros tempos, muitos anos se passou, e não existe mais isso de ser prometida ao nascer.