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Caleidoscópio do Destino

Caleidoscópio do Destino

Eder B. Jr.

5.0
Comentário(s)
38.5K
Leituras
5
Capítulo

O acaso reúne Han Jae-hyun, Kim Min-woo, Lee Ji-eun e Park Yeon-ki em um encontro inesperado, como os fragmentos coloridos de um caleidoscópio girando em uma dança fascinante. O destino lança seu poder sobre eles, e cada giro do caleidoscópio revela novos mistérios e conexões. À medida que suas vidas se entrelaçam, os quatro protagonistas embarcam em uma jornada de autoconhecimento e superação. Com cada reviravolta, revelações surpreendentes sobre seus passados e desafios pessoais emergem, desvendando camadas profundas de suas almas e uma ciranda romântica inesperada.

Capítulo 1 Encontros Sob a Chuva

A noite caía em Seul, trazendo consigo uma chuva intensa que pintava as ruas de reflexos cintilantes. Han Jae-hyun, uma jovem escritora aspirante, sentou-se diante de sua antiga máquina de escrever, buscando em vão palavras que pudessem dar vida às histórias que fervilhavam em sua mente. O som da chuva batendo contra a janela ecoava em sua alma, refletindo a tormenta emocional que a consumia. Ela olhou para a folha vazia e suspirou profundamente.

Desde criança, ela sonhava em se tornar uma escritora de sucesso e agora que tinha recebido finalmente uma chance de publicar um material encomendado por uma editora renomada, o bloqueio criativo a atormentava há semanas. A lembrança de um acontecimento doloroso em seu passado, que já parecia superado, assombrava seus pensamentos, tornando impossível escrever com clareza.

Naquele exato momento, em outro canto da cidade, Kim Min-woo, um fotógrafo da vida selvagem renomado, encarava uma de suas fotografias premiadas emoldurada em sua parede. A imagem mostrava um majestoso leão no momento exato em que rugia para o céu. A paixão de Min-woo era capturar a essência da natureza e da vida animal em seus cliques, mas, apesar de seu sucesso, ele se sentia vazio, buscando algo que o preenchesse verdadeiramente. Enquanto a chuva caía lá fora, Min-woo pensava nas muitas viagens que havia feito pelo mundo, em busca de paisagens deslumbrantes e criaturas selvagens. No entanto, no fundo de seu coração, ele ansiava por algo que transcendesse as belezas naturais que ele retratava com maestria.

Lee Ji-eun, uma cantora em ascensão, olhava para a multidão eufórica do palco. Seu canto melodioso e poderoso encantava a plateia, mas nos bastidores, seu sorriso brilhante escondia a solidão que a consumia. Ela sonhava em se tornar uma estrela, mas no caminho para o estrelato ela descobriu que ele era repleto de rivalidades e sacrifícios. Após a apresentação, Ji-eun saiu do palco e caminhou até a janela, observando as gotas de chuva escorrerem pela vidraça. A voz do vento sussurrava em seus ouvidos, como se lhe dissesse que havia algo além das luzes e aplausos.

Park Yeon-ki, um médico dedicado e compassivo, completava mais um longo turno no hospital. Ele estava exausto, mas também satisfeito por poder ajudar os outros. Yeon-ki acreditava firmemente em simpatias e rituais como parte essencial do tratamento, e sua abordagem diferenciada era respeitada por colegas e pacientes. Todos sabiam que não havia relação direta de suas manias com o tratamento, mas ele era tão competente, contagiante e alegre que todos acabavam se acostumando com seu jeito que divertia os pacientes, mesmo nas condições mais adversas ele acabava tirando um sorriso de seus rostos. Ele dirigia para casa na chuva, sua mente vagava entre suas crenças e a razão que o guiava em sua profissão. Pensava se suas convicções eram realmente eficazes ou apenas uma forma de encontrar consolo em um mundo cheio de incertezas.

Como que por uma atração inexplicável e pelos motivos particulares de cada mais inusitados, os quatro saíram com seus carros naquela noite chuvosa e num cruzamento movimentado, sob uma névoa que abruptamente surgiu, o destino lançou sua cartada. Eles encontraram-se inesperadamente, como peças coloridas de um quebra-cabeça que não se encaixavam, sendo atraídas visualmente, mas erroneamente, umas pelas outras e esse encontro não se deu da melhor forma possível, longe disso. Um terrível acidente aconteceu, alterando o curso de suas vidas para sempre.

As gotas de chuva caíam como lágrimas do céu, tingindo a noite de Seul com um manto de melancolia, entre tons de cinza da névoa e vermelho do sangue espalhado. Os destinos de Han Jae-hyun, Kim Min-woo, Lee Ji-eun e Park Yeon-ki colidiram em um cruzamento rodoviário, que poderia se confundir com um cruzamento de destinos, criando um turbilhão de acontecimentos que ninguém poderia prever.

O barulho dos pneus girando em um asfalto molhado foi ensurdecedor, seguido pelo som metálico do impacto. As luzes dos faróis dançaram por um instante, refletindo o brilho agitado da chuva. O carro de Ji-eun estava imobilizado, com o olhar fixado na rua molhada diante dela.

Min-woo saiu de seu veículo, seu coração acelerado. Ele se aproximou do carro de Ji-eun e viu os olhos dela, cheios de confusão e medo. Ele estendeu a mão, oferecendo ajuda, enquanto a água os deixava ensopados, caindo incessantemente sobre eles. Park Yeon-ki também chegou ao local, seu olhar compassivo buscando entender o que havia acontecido.

Jae-hyun, atordoada e com o coração acelerado, saiu de seu carro, um misto de pânico e culpa tomando conta dela. Seu veículo havia se chocado com o de Ji-eun, criando um emaranhado de metal e emoções aflitas.

As palavras foram escassas, ninguém conseguia saber muito bem como reagir, não houveram gritos, o som de suas vozes soltando vocábulos monossilábicos não condiziam com a situação, mas os olhares trocados entre eles eram repletos de interrogações silenciosas. O que os havia levado a este ponto de encontro? As circunstâncias eram incertas, mas uma conexão inexplicável parecia começar a se formar entre esses estranhos que a chuva havia unido de maneira tão dramática.

Com a ajuda de outros transeuntes, eles foram resolvendo as consequências do acidente e verificando que, no final das contas, a gravidade daquela situação era bem menor do que parecia. Aguardaram juntos pela chegada dos paramédicos e da polícia. Protegidos da tempestade que se fez, ainda mais forte e persistente, embaixo de uma marquise de um grande prédio comercial na esquina, cada um deles se viu envolvido em pensamentos e reflexões profundas. Em meio a essa situação inesperada, os destinos se entrelaçaram de uma forma que nenhum deles poderia ter imaginado.

Quando o socorro chegou, apenas os quatro estavam ainda ali, sentados, lado a lado, inertes aos seus ferimentos, calados, cada um lembrando do último momento antes da batida, de suas mentes viajando por todas as lembranças de diversos acontecimentos de suas vidas, compartilharam aquele típico momento que dizem acontecer antes de um possível risco de morte, com os detalhes de cada momento que vivenciaram um dia. Agora, estavam dividindo as dúvidas sobre o sentido de suas existências.

O silêncio finalmente deu lugar à movimentação dos paramédicos que fizeram questão de levá-los para o Hospital, mesmo que nenhum deles achasse necessário. Já naquele momento a conexão que surgiu entre eles ficou clara em suas reações, no sincronismo de suas respostas e interações.

A chuva parecia, enfim, dar uma trégua enquanto duas ambulâncias chegavam ao Pronto-socorro, cada uma levando em pares, os dois homens e as duas mulheres separados.

A diminuição do volume d'água não serviu para diminuir também a sensação que os quatro tiveram de que seus destinos iam mudar completamente dali em diante.

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