/0/15976/coverorgin.jpg?v=b5be00710a8af9c225d4a1284c58681d&imageMogr2/format/webp)
O Dreamworld não era o que se podia dizer “o melhor lugar do mundo” para morar. Mas ele era o meu lugar favorito no mundo todo. Se eu pudesse escolher qualquer lugar, eu escolheria lá. Tínhamos coisas que dinheiro nenhum poderia comprar: amizade, cumplicidade, empatia. Todos nos conhecíamos muito bem, ou pelo menos achávamos assim, e nos ajudávamos sempre, dentro do possível. Claro, alguns mais solícitos, outros menos.
O lugar era composto por 6 apartamentos exatamente nas mesmas proporções de tamanho: 2 quartos não muito grandes, sala, cozinha pequena e um bom banheiro. Embora eu achasse pequeno, atendia bem minhas necessidades. Talvez fosse melhor se eu não tivesse que dividi-lo com duas amigas. Mas eu sequer conseguia imaginar minha vida sem elas por perto todos os dias. O Dreamworld tinha 3 blocos, cada um com 2 apartamentos, um em cima, outro embaixo. No centro havia uma enorme piscina, sempre muito limpa e convidativa. Os muros eram muito altos, sendo o portão de ferro imitando uma grade de castelo antigo a única forma de entrar. Só os moradores tinham acesso e cada um com uma única chave. O pequeno salão de festas era usado regularmente, onde a proprietária fazia belas festas, regadas a muita bebida, música alta, comida boa e diversão. O bom é que no final, tradicionalmente, a pizza significava que estava perto da hora de cada um voltar para sua casa e seguir sua vida, até, claro, a próxima reunião. Tinha também o espaço gourmet, onde era preparada a melhor carne assada do mundo, que geralmente era degustada à beira da piscina. E verde, muito verde por todos os lados, com as mais diversas e belas folhagens, cuidadas por todos nós.
O nome Dreamworld, embora deixasse muita gente confusa e ao mesmo tempo curiosa, foi dado pela proprietária, Gisa, que na adolescência ficou órfã e investiu sua herança na construção do prédio. Dizem por aí que ela ganhou mais muito dinheiro, mas perdeu nas badaladas festas que ela tanto gostava, bebidas caras e coisas deste tipo. Então atualmente o que restava era os aluguéis dos 5 apartamentos, pois em um ela residia. Ela era uma pessoa excelente, com um coração enorme, inclusive a ponto de ter dó de algumas pessoas que às vezes não pagavam o aluguel. Em minha opinião ela era a pessoa mais divertida do mundo. Só não se preocupava muito com o dia depois de amanhã. Mas isso em nada interferia na mulher forte que ela era. Gisa estudava inglês há muitos anos e falava fluentemente o idioma. Seu sonho era conhecer o mundo, mas sua atual situação financeira não deixava. Então lhe restava ficar ali, continuar estudando, no Dreamworld, o Mundo dos Sonho que ela criou. Ela sempre dizia orgulhosa que o condomínio fora desenhado por um arquiteto americano, com base em alguns espaços criados nos Estados Unidos.
Quando se discutia o nome entre os moradores, tínhamos a mesma opinião: Dreamworld tinha tudo a ver conosco. Éramos sonhadores, em busca de nossas vidas perfeitas. Muitas vezes eu achava a realidade tão distante de nós, que embora não mais na idade, agíamos como eternos adolescentes. E eu não sei se isso mudaria algum dia. Crescer não era fácil.
Nossas vidas se cruzavam o tempo todo e eu até cheguei a cogitar que Gisa escolheu um a um cada morador, com suas diferentes personalidades para que vivêssemos como se fosse num filme ou numa novela. Só não sei se seria um romance, um drama ou um filme de terror... Ou talvez tudo junto e misturado.
Mari era a moradora que eu menos interagia. Não que eu não gostasse dela, mas era a mais reservada. Ela morava sozinha. Não era linda, mas era bonita. Tinha um bom emprego e estava sempre bem vestida e perfumada. Era um pouco misteriosa, mas tinha uma coisa que não escondia: seu interesse por Jonathan, ex-namorado de Samantha.
Samantha, minha colega de apartamento e amiga, era o oposto de mim e Helena. Não se importava com nada... Só queria viver intensamente cada dia. Morar sozinha aflorou um lado dela que não conhecíamos: o da insegurança e sentimentalismo. Ela ainda era apaixonada por Jonathan. Trabalhava como corretora de imóveis. Samantha era uma das mulheres mais lindas que eu conheci: morena, alta, magra, cabelos longos encaracolados escuros e olhos castanho-esverdeados. Era extremamente cuidadosa com sua aparência e isso lhe rendia elogios por parte dos homens e mulheres. Poderia
ter tudo na vida, se não fosse tão impulsiva e imprevisível. Ah... Não escutava nossos conselhos também, embora pedisse.
/0/2309/coverorgin.jpg?v=3807c2717386dc8718ff34deb52fdb49&imageMogr2/format/webp)
/0/14088/coverorgin.jpg?v=b2db1bf63084c54ac174f6bb1171c865&imageMogr2/format/webp)
/0/13138/coverorgin.jpg?v=d59f29717e619e14755d39566d8c2927&imageMogr2/format/webp)
/0/13048/coverorgin.jpg?v=b0f9cd88861679da67c6326007a5ecd6&imageMogr2/format/webp)
/0/14375/coverorgin.jpg?v=4781427f1bd750d790fcdb5ceb9dfc76&imageMogr2/format/webp)
/0/15647/coverorgin.jpg?v=c55148c6d147c93b6159301a9728bb90&imageMogr2/format/webp)
/0/8762/coverorgin.jpg?v=71fa206f9204a34f65c99e7b287789a1&imageMogr2/format/webp)
/0/13916/coverorgin.jpg?v=f7760b193126c15b01909383c73fff86&imageMogr2/format/webp)
/0/16334/coverorgin.jpg?v=0dfe37eed7fedbe98925f508340d8d64&imageMogr2/format/webp)
/0/2505/coverorgin.jpg?v=9dfaed335ef1e785788a8f4e37795f5f&imageMogr2/format/webp)
/0/2643/coverorgin.jpg?v=716579c9c8456d7c5cd8794572d417ee&imageMogr2/format/webp)
/0/11971/coverorgin.jpg?v=cd4ce4647937aa1e7eb9cda55c6019fe&imageMogr2/format/webp)
/0/3424/coverorgin.jpg?v=83c511a408d11cccbacba929f2d6a9e9&imageMogr2/format/webp)
/0/2705/coverorgin.jpg?v=a692c87eb5a586d9b4e09a8cb6242a62&imageMogr2/format/webp)
/0/15655/coverorgin.jpg?v=4af4fecac68dd9f9655783231bc1cb40&imageMogr2/format/webp)
/0/15551/coverorgin.jpg?v=6ca424243710cb2ab6bed5f9aa264203&imageMogr2/format/webp)
/0/15191/coverorgin.jpg?v=2762b3ca2255ac78616472cda8e0dc69&imageMogr2/format/webp)