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" Não te ensinaram que existe um mundo dentro de cada um de nós e que está tudo bem não se encaixar no mundo do outro "
~●~●~●~
Entretida arrumo o quarto de Everton, sossegada por ele não estar aqui. Vejo no relógio que há em cima da cômoda que falta pouco para ele chegar, apresso-me para sair dali.
— Porque a pressa?
Levo um susto ao vê-lo encostado na porta, ajeito o último travesseiro em cima da cama. Dou um sorriso calmo para ele que me olha dos pés à cabeça.
— Tenho que ir para casa.
Pego a vassoura e o balde com um pouco de água.
— Cuidado, pode estar liso.
Avisei. Caminhei para sair do quarto, sinto medo de Everton .
— Licença — peço.
— Fica comigo — diz ele.
— Já é tarde — não encaro ele. — Minha tia já pode ter chegado em casa.
Everton sem dar ouvidos ao que disse, tirou a vassoura da minha mão, depois o balde, os colocando no canto. Meus lábios moveram-se para protestar sobre o que ele começava a fazer, mas não conseguia. Ele passou suas mãos por minha cintura, pegando na bainha do meu vestido começando a levantá-lo. Toda vez que vinha aqui ele fazia isso comigo, nunca conseguia dizer nada.
Sabia o que viria a seguir, ele me deixou apenas de calcinha, trancou a porta e tirou sua calça. Começou a mexer no seu pau, secando meu corpo, era horrível aquela cena para mim. Quando me pedia para tocar em qualquer parte do meu corpo, fazia por medo dele ser agressivo.
— Já fizemos muitas vezes isso, só o básico.
Disse ele após soltar um líquido por seu pau.
— Eu realmente preciso ir, Everton .
— Dei permissão para me chamar pelo nome?
Seu tom de voz mudou ao me corrigir. Peguei com cuidado minha roupa que estava no chão.
— Senhor — sussurrei trêmula.
— Não tenha medo, preciso me desestressar, o treinador estar pegando no meu pé.
Maneirou em sua voz, voltando ao normal. Mas era tarde para tentar ser gentil.
O capitão do time da escola, onde infelizmente também estudava, me classificava como a menina invisível, já ele o cara popular que arranca suspiro de todas, com excesso de mim que não sinto absolutamente nada, além de medo e nojo.
— Por favor!
Supliquei, quando apertou meus pequenos seios em suas mãos, me machucando. Depois sua boca cobriu um lado deles, mordendo, quis gritar, sentia nojo daquele toque.
— Para! — pedir novamente.
De repente sentir minha pele queimar do lado esquerdo do meu rosto. Meu rosto virou para o lado, quando bruscamente fui atingida por um tapa.
Tampei o lado do meu rosto, assustada. Não devia ter vindo aqui, não tenho necessidade de trabalhar, minha tia me dá tudo que preciso, assim como meu tio. Ele é diretor da escola, por sua causa estou a estudar nele, não teria condições de pagar nem a metade da mensalidade.
— Fica calada vadia.
Minha cabeça girou agitada, ele ia me estuprar. O choro instalou-se à entrada da minha garganta, dando sinal que sairia.
— Everton , que barulho é esse?
Olhei para a porta sentindo alívio, agradecendo a Deus. Ele se virou para a porta, para responder a sua irmã. Sem perder tempo, me vesti rapidamente, quando ele a abriu, estando de costas para mim, passei rapidamente por baixo da perna dele, fugindo daquele pesadelo.
— Bella!! — a irmã dele me chamou.
Não parei para dar explicações, desci as escadas apressada para sair dali.
~●~●~●~
Andei apressada pela rua escura, devia passar das 20:00hrs aqui não era seguro pelo dia, e pela noite era ainda mais. Apertei meus braços em torno do meu corpo, para aliviar o frio e o medo, meu coração ainda estava acelerado.
Sei que não posso andar por aqui, mas precisava,para chegar em casa antes da minha tia. Jenna me criou desde quando era um bebê, minha mãe faleceu quando ainda era de colo, ela era a irmã mais velha dela que não me desamparou. Mesmo sendo nova, se responsabilizou por mim.
Quero o dinheiro da faxina que fiz para dar a ela um presente. Não quero pedir dinheiro para Teodoro, ele faz muito por mim.
Confiro os passos que dou, para distrair-me. Chego na parte que mais me dá medo, sei por ser o único a ter um pouco de luz. O pequeno bar dos Serpentes, um lugar cheio de caras mal encarados, que fazem maldade pelo prazer de ver suas vítimas sofrerem. A relatos de muitas meninas que foram abusadas, e milhares que morreram. É o que ouço a respeito deles.
O jeito mais eficiente para passar por aqui é correndo. Respirando fundo. Observei o lugar, não há movimento algum. Fechei os olhos, conferir: 1, 2 , 3…
Minhas pernas travaram quando ouvi de repente o som de vozes alteradas, voltei rapidamente para trás, me abaixando, fiquei entre as latas no canto. Vários homens saíram de dentro do bar.
Meu Deus! Fiquei apavorada.
Coloquei as mãos em minha boca quando vi eles arrastando uma menina pelo chão. Os gritos dela eram altos, e nenhum deles se importavam.
Minhas pernas estavam paralisadas. Assim como meus olhos na cena, a garota começou a ser espancada, os chutes eram fortes, eles batiam sem se importar onde pegasse.
Um deles começou a tirar as roupas delas, a levantando como se fosse uma pena.
Eles iam estuprar ela….. Meus lábios tremiam.
Remomerisei a cena com Everton , ela precisava de ajuda assim como precisei. Não havia nada, nem outro ser vivo aqui perto, e duvido que ajudaria a menina. As casas eram afastadas umas das outras.
Prestei atenção que havia mais dois homens próximos da entrada. Deviam ter saído agora, não conseguia entrevê-los com clareza, mas podia afirmar que eram altos.
— Acabem logo com isso.
Uma voz grave em tom alto, ressoou meus ouvidos, deixando-me arrepiada. Meu peito doeu ao ver eles a colocando de quatro, na rua suja, meus olhos embaçaram pelas lágrimas que derivaram pelo meu rosto.
Desesperada me levantei do canto onde estava, batendo com meu braço no latão, movimento esse que foi ouvido pelos homens ruins, que abusavam da menina.
Sem esperar por qualquer atitude deles, sair correndo feito louca, não conseguia gritar para pedir ajuda, o que seria gasto de fôlego. Só me concentrei em não cair e ser a próxima a ser abusada. Não demorou para ouvir vários sons de pisadas atrás de mim.
— Não adianta correr, vadia.
Um deles disse, não queria olhar para trás, assim poderia tropeçar. Quando cheguei na divisa, havia duas opções para mim, continuar correndo ou me entregar, estava ficando sem fôlego, meu peito doía. Eles não estavam tão perto de mim.
Entrar na casa de Everton não estava em minhas opções. Corri por mais uns minutos, e senti um puxão em meu braço, o que me fez quase cair no chão.
— Roberta!
Minha boca foi tampada pelas mãos dela, e me puxou para o lado.
— Shiii! Eles vão nos ouvir.
Fiquei quieta vendo os homens passarem despercebidos por nossa presença no canto escuro. Quando vi que todos passaram, me levantei, mas voltei novamente quando o farol de carro iluminou parte da rua, era um carro preto.
— Quer morrer, Bella, e me lavar junto também?
Murmurou Roberta queixando-se comigo.
— Não..
— Vem aqui!
Parou de chamar minha atenção, quando viu a forma que estava. Minhas mãos tremiam.
— Sossegue, eles já foram.
Acalentou-me como se eu fosse um bebê, chorando por estar com fome.
— Vamos para casa.
Disse serena. O jeito costumeiro de Roberta era ser indelicada tanto nas suas palavras como nas atitudes, somente eu desfrutava do seu lado meigo.
Nós crescemos juntas, éramos vizinhas, hoje moramos juntas, após o falecimento da minha mãe, a mãe dele foi embora e a deixou com minha tia, o motivo da sua atitude eu desconheço.
— A menina Roh, ela ainda deve estar lá.
— Bella, não há nada que possamos fazer.
— Claro que tem, ela precisa de ajuda.
Um suspiro alto escapou dos lábios dela, sabia que ia tomar uma atitude a respeito.
— Vamos à delegacia, eles vão saber o que fazer em relação a menina.
Concordei com ela.
— Ande rápido, não quero esbarrar com aqueles homens.
À delegacia não ficava muito longe dali, e nunca os vi fazendo nada, por nunca ter um álibi. Os vários casos daqui, nunca foram resolvidos, e esperava que por ter um testemunha, eles fariam alguma coisa.
— Porque seu vestido está do lado avesso?
Roberta me parou, virando-me para ela passando as mãos pelo meu corpo.
— Sabe que sou desatenta nas coisas, nem reparei isso.
Não queria falar sobre o acontecimento na casa de Everton , aquele não era um bom momento. Se tratando de Roberta , ela seria capaz de matar ele.
— Tem certeza disso, Bella?
— Tenho Roh.
— Estava na casa dos Araújo?
— Sim.
Por seu olhar desconfiado, constatei que ela não acreditou no que disse.
~Quebra de tempo~
Quando chegamos em frente da delegacia, veio a insegurança em entrar e contar o que vi. Oscilante caso eles tenham me visto perfeitamente por estar escuro.
— Ainda quer fazer isso?
— Quero, mas, estou com medo. Eles podem me reconhecer.
As imagens da menina se repetem em minha mente.
— Eles não viram você, e a gente já demorou muito. A menina deve está morta, já fizeram o que tinham que fazer e pronto, só vamos perder tempo aqui.
Roberta surtou em suas palavras.
— Podia ser eu lá, sendo violentada.
— Pow! Isso não, você não.
— Vamos entrar!
Nunca havia entrado nessa delegacia, ela era a mais bonita da cidade, não entendia o porquê dela não ser no centro, e sim perto das ruas mais escuras.
Tem sentindo meu raciocínio?
— Querem fazer uma ocorrência?
Uma mulher de cabelo esvoaçante, perguntou educada.
— Tem uma menina na rua onde tem aquele bá, os homens de lá estavam espancando ela lá , e abusando …
Não tive controle em minhas palavras, ela saiu num desespero por lembrar da menina sendo espancada.
— Vocês tem que ir lá, ela corre perigo, aqueles homens.. eles vão terminar ..
Roberta segurou-me. A mulher que nos ouvia, guardou o papel que segurava, olhou-me estranho.
— Vamos para a sala do delegado.
Disse ela. A seguimos, passando pelo corredor, vendo alguns homens tomando café. A sala do delegado era a última.
•Hector Fox•
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