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Por dez anos, meu marido bilionário, Ricardo, pagou pelos tratamentos médicos que salvaram a vida do meu irmão. Eu era socorrista do SAMU, e ele me chamava de seu anjo por ter salvado sua vida muito tempo atrás.
Mas quando eu resgatei uma criança moribunda de um incêndio em vez de sua melhor amiga socialite, Ariana, o anjo caiu. Ele cortou o financiamento do meu irmão, ameaçando deixá-lo morrer.
Ele me forçou a dar uma coletiva de imprensa e me humilhar publicamente por fazer meu trabalho, tudo para massagear o ego de Ariana.
Capítulo 1
O bipe estéril do monitor cardíaco ecoava pelo telefone. Era um som que eu conhecia bem demais, um ritmo que passei a vida trabalhando para estabilizar nos outros. Mas desta vez, era pelo meu irmão, Léo.
"Senhorita Costa," a voz do Dr. Almeida era grave, "os níveis de enzima do Léo estão perigosamente baixos. Precisamos autorizar a próxima rodada de sua terapia gênica imediatamente. A fatura está sendo enviada para o escritório do Sr. Montenegro agora."
"Obrigada, Doutor. Autorize," eu disse, com a voz tensa. Encostei a cabeça no vidro frio da janela da cobertura, olhando para as luzes da cidade de São Paulo que brilhavam como mil estrelas minúsculas e indiferentes.
Desliguei e me virei. Ricardo Montenegro, meu marido há dez anos, estava de pé perto da lareira. As chamas dançavam em seus olhos escuros, mas seu rosto estava frio, impassível.
"Acabei de falar com o hospital," comecei. "Eles vão começar o próximo tratamento do Léo-"
"Não, não vão," ele me cortou. Sua voz era baixa, mas cortou o ar da sala como uma lâmina. "Eu instruí meu escritório a suspender todos os pagamentos para aquele hospital."
As palavras não fizeram sentido de início. Pareciam um idioma que eu não entendia. "O quê? Ricardo, do que você está falando? Ele vai morrer. Você sabe que ele vai morrer sem isso."
Ele não vacilou. Apenas tomou um gole de seu uísque, o líquido âmbar brilhando à luz do fogo. "Que pena."
Meu coração martelava contra minhas costelas. "Isso não é uma piada. Pare com isso. Ligue para eles de volta agora mesmo."
"Eu vou," ele disse, pousando o copo com um clique suave. "Depois que você fizer algo para mim."
Ele caminhou até o tablet na mesa de centro e tocou na tela. Ela se iluminou com uma notícia. A manchete era sensacionalista: "Socorrista Heroína Salva Criança e Abandona a Socialite Ariana Sampaio em Meio às Chamas."
O catastrófico incêndio no apartamento da semana passada. Uma tubulação de gás havia explodido. Eu estava na primeira equipe de resposta. A cena era um caos — fumaça, gritos, o gemido da estrutura desabando.
A voz de Ricardo era como gelo. "Você estava lá. Você encontrou a Ariana. E encontrou uma criança qualquer."
"A criança estava em parada cardíaca, Ricardo. Tinha queimaduras de terceiro grau. Ariana tinha inalado um pouco de fumaça. Estava consciente e andando. Meu treinamento, meu dever-"
"Seu dever?" ele zombou. "Seu dever é comigo. Ariana é minha amiga mais antiga. Ela poderia ter se ferido gravemente."
"Mas ela não se feriu! Um garotinho estava morrendo!" Minha voz falhou com a incredulidade. Este era o homem que eu amava, o homem com quem construí uma vida. Eu não reconhecia o monstro parado na minha frente.
"Aquela criança não significa nada. Ariana significa algo," ele afirmou, como se fosse um simples fato do universo. "Ela está humilhada. A imprensa a está pintando como sem importância. Você fez isso com ela."
Ele deslizou o tablet pela mesa. Agora mostrava o rascunho de uma declaração pública. "Você vai convocar uma coletiva de imprensa amanhã. Você vai se desculpar com a Ariana. Você vai dizer que cometeu um grave erro de julgamento em um momento de pânico."
"Pânico?" Eu soltei uma risada que soou mais como um soluço. "Eu estava fazendo o meu trabalho."
"Você vai dizer que ficou sobrecarregada e a abandonou. Você vai implorar pelo perdão dela."
Meu celular vibrou. Era o hospital. A enfermeira do Léo. Sua mensagem era frenética. *Aline, o financiamento acabou de ser cortado. Estão parando a infusão. O que está acontecendo?*
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