Noiva por contrato - Bella mia(série: Destinos entrelaçados)
A proposta ousada do CEO
Minha querida, por favor, volte para mim
Um casamento arranjado
O retorno chocante da Madisyn
O caminho para seu coração
Um vínculo inquebrável de amor
O Romance com Meu Ex-marido
A Segunda Chance com Meu Amor Bilionário
Minha assistente, minha esposa misteriosa
Acordei sentindo a mão dele
subindo pela
minha coxa. Sorrindo, espreguicei os membros rígidos e toquei os dedos que
percorriam minha pele. Sua mão quente e macia segurou a minha, apertando-a
com força. Um frio aro de metal afundou na minha pele quando ele me
envolveu no seu abraço firme e eu sorri ainda mais, passando o dedo pela
aliança quase idêntica no dedo anular da minha mão esquerda.
Eu tinha me casado na noite anterior… no sentido espiritual do termo, pelo
menos. Por ora, uma promessa sincera de devoção eterna era o bastante para
nós. Uma cerimônia formal e um pedaço de papel não fazem um casamento. O
que sustentava o meu era o sentimento que fazia meu peito explodir – a
sensação poderosa de que eu fora dividida em duas ao nascer e, por milagre,
conseguira reencontrar minha outra metade… que, por um milagre ainda maior,
sentia o mesmo que eu.
Lábios macios roçaram meu ombro, e eu me aconcheguei ainda mais ao corpo
que buscava o conforto do meu. Os lençóis enrolados ao nosso redor eram os
mais caros em que eu já dormira, mas esse luxo não era nada em comparação
com o homem ao meu lado. Com as pernas quentes enroscadas entre as minhas,
o peito largo colado às minhas costas e os braços me envolvendo e
embalando, ele era muito mais confortável do que a cama cara em que nos
deitávamos.
Levando aos lábios os dedos que se entrelaçavam aos meus, beijei sua
aliança. Ele riu baixinho, e então seus lábios sensuais foram subindo pelo meu
pescoço. Quente e satisfeita, minha pele na mesma hora se arrepiou, curtos
choques elétricos percorrendo meu corpo.
Quando ele chegou ao meu ouvido, sussurrou:
– ’dia, Sra. Kyle.
Na mesma hora meu coração começou a palpitar. Eu me virei entre seus
braços para poder vê-lo. Seus olhos da cor do céu poente se fixaram nos meus,
e um leve sorriso curvou sua boca quando ele observou minhas feições. Seu
rosto era perfeito – o ângulo do queixo, a curva do nariz, a textura dos lábios.
No momento, eu não podia me lembrar de nada que fosse tão lindo quanto o
homem que acabara de me dar seu sobrenome.
– Bom dia, Sr. Kyle.
Deixei escapar um risinho incrédulo, e ele sorriu ainda mais. A felicidade em
seus olhos era quase palpável. Era tão bom saber que eu o fazia se sentir
assim. Ele já sofrera muito na vida, e agora merecia um pouco de paz. Eu
ainda estava achando tudo isso meio irreal, da profundidade do seu amor ao
fato de que era eu quem o inspirava. Às vezes, não me sentia digna dele, mas
agradecia por tê-lo todos os dias.
– Mal posso acreditar que fizemos isso, Kellan.
Ele arqueou uma sobrancelha, seu sorriso logo ficando travesso:
– Fizemos o quê? Sexo selvagem? Isso não devia te surpreender. – Seu rosto
adquiriu um ar de adoração. – Cada vez com você é incrível.
Mordendo o lábio, procurei controlar a vergonha que ele me fazia sentir.
– Não foi a isso que me referi… – acariciei seu rosto com o polegar – … e
sim ao nosso casamento.
Kellan se apoiou sobre o cotovelo, olhando para mim. Seu olhar desceu até
nossas mãos entrelaçadas, fixando-se na aliança que rodeava seu dedo. Sua
expressão de contentamento passou para uma de êxtase. Eu nunca o vira mais
feliz.
– Até que a morte nos separe – sussurrou.
Passando meus dedos pelo seu peito, as montanhas e vales do seu corpo
extremamente definido começando a me excitar, murmurei:
– Você sabe que meus pais não vão te aceitar como meu marido até você me
levar ao altar.
Lembrando a mensagem vaga que deixara para eles na secretária eletrônica da
casa de Kellan, já que eles ainda estavam na cidade por causa da minha
formatura, franzi o cenho. Eles iam ficar furiosos quando acordassem e
soubessem que eu tinha me mandado da festa para me casar sem convidá-los.
Para ser honesta, eu estava meio surpresa com o fato de meu celular ainda não
ter tocado… ou de a porta do nosso quarto no hotel ainda não ter sido
arrombada.
Kellan riu, virando nossos corpos para poder ficar por cima. Sorrindo
tranquila para ele, passei os dedos pelas suas costas. Ele ficou arrepiado.
– E eu vou fazer isso… – Deu um beijo no meu pescoço, e outro mais
embaixo. Meu coração disparou. – Vou dar a eles a cerimônia que querem… –
Olhando para mim, deixou que seus lábios vagassem até o alto de um dos
seios. Fiz um esforço para não me contorcer. – Vou te dar o casamento dos
seus sonhos, Kiera.
Seus lábios se fecharam ao redor do mamilo, e mais uma vez eu me senti
inundar pela paixão da noite anterior. Por mais prazerosa que nossa primeira
transa como marido e mulher tivesse sido, eu queria mais, queria Kellan de
novo. Não achava que jamais pararia de desejá-lo em todos os sentidos da
palavra.
Quando meus dedos já subiam para se emaranhar entre seus cabelos, minha
respiração totalmente alterada, seus lábios abandonaram a zona erógena que
tinham encontrado. Olhei para ele no mesmo instante em que ele me olhou.
Com um sorriso de canto de boca, beijou o espaço entre meus seios, e então
minha barriga. Só a ideia de ele continuar se dirigindo para o sul do meu
corpo na mesma hora me fez desejálo intensamente. Ele sorriu com ar
presunçoso, como se tivesse plena consciência do fato.
– Vou te dar tudo, Kiera, mas, até poder fazer isso direitinho… – Sua língua
mergulhou no meu umbigo antes de começar a descer pela minha barriga.
Gemi, fechando os olhos, na mesma hora alteando os quadris e puxando sua
cabeça para baixo. Ele deixou escapar um riso rouco, enquanto seus lábios
percorriam minha coxa. Seu hálito quente na minha pele, ele finalmente
concluiu a frase:
– … vamos curtir as vantagens.
Então, sua língua deslizou sobre a parte mais íntima do meu corpo, e eu perdi
totalmente o controle.
Só fomos nos vestir para sair do luxuoso quarto horas depois. Uma rápida
inspeção no meu celular mostrou que Kellan o desligara de madrugada, o que
explicava por que não havíamos tido qualquer interrupção. Sorrindo para ele,
que pegava sua jaqueta em cima do banquinho da penteadeira – um banquinho
que tínhamos batizado –, liguei o celular. O alerta das mensagens de voz
vibrou, e tive certeza de que devia haver várias. Considerando o fato de que
em breve estaríamos com meus pais, não me dei ao trabalho de ouvi-las. Até
porque eu tinha certeza do que diriam. “Onde é que você estava com a cabeça?
Não pode se casar com ele, Kiera! Volte logo para podermos te levar para
casa!”, etcétera e tal. Eles iam demorar algum tempo para aceitar nossa união.
E iam demorar ainda mais tempo para aceitar o fato de que em breve eu iria
cair na estrada com meu marido. Até eu ainda estava chocada. Fazer uma turnê
pelo país com Kellan era algo que estivera fora de cogitação enquanto eu
ainda cursava a faculdade, mas agora eu me formara e estava livre. Podia
fazer o que quisesse. E eu queria estar com Kellan, onde quer que fosse.
Meu pai era meio careta, daquele tipo que acha que você deve entrar na
faculdade, se formar e arranjar logo um emprego. Kellan nem fizera faculdade.
Tinha fugido de casa pouco depois de concluir o ensino médio e mergulhado
na cena musical de Los Angeles com Evan, Matt e Griffin. Desde então, os
quatro vinham tocando juntos. As escolhas de vida de Kellan deixavam meu
pai perplexo. E as minhas iriam deixá-lo furioso.
Mas a vida era minha, e eu faria dela o que bem entendesse. E estar com
Kellan era… maravilhoso. Não havia nenhum lugar no mundo onde eu
preferisse estar. Mas eu não estava abrindo mão dos meus sonhos para seguir
meu marido. Não, eu iria lutar para concretizar os meus também, só que, por
acaso, o trabalho dos meus sonhos se encaixava perfeitamente com a vida de
rock star de Kellan.
Eu queria ser escritora, o que me dava certa liberdade, já que poderia
escrever em qualquer lugar, desde que tivesse um mínimo de privacidade. O
que poderia ser complicado num ônibus de turnê cheio de caras agitados, mas
eu tinha certeza de que seria capaz de descolar algumas horinhas todos os dias
para jogar alguma coisa importante no papel. Eu estava no meio do meu
primeiro livro, que, num certo sentido, era autobiográfico, já que se baseava
em fatos reais. Era uma descrição detalhada e íntima de tudo que acontecera
entre mim, Denny e Kellan. O amor, o desejo, a traição – estava tudo lá.
Escrevê-lo estava sendo torturante, mas também terapêutico. Analisando a
situação de uma perspectiva crítica, era fácil perceber meus inúmeros erros.
Em alguns momentos eu tinha sido chata, grudenta, mesquinha, indecisa…
irritante, mesmo. Ver todos os meus defeitos expostos era uma experiência
humilhante. O livro era tão pessoal, que eu ainda nem tinha certeza se
permitiria que outras pessoas o lessem. Principalmente Kellan. Mas ele tinha
pedido, e eu concordara. Não queria voltar atrás, portanto teria que convencêlo, com cada página dolorosa, que eu não era mais aquela mulher fraca,
ridícula. Agora sabia o que queria, e era ele.
Dando uma olhada no quarto para ver se tinha esquecido alguma coisa, meus
olhos passaram pela cama bagunçada. O luxuoso cobertor vermelho estava um
caos, e os lençóis de cetim bege também estavam todos embolados. Kellan e
eu tínhamos aproveitado bem aquele espaço enorme, rolando por cima de cada
centímetro enquanto nos explorávamos. Nossos gemidos e gritos de prazer
ainda ecoavam na minha cabeça e, pela milionésima vez, fiquei feliz por ele
ter concordado com minha ideia de passar nossa lua de mel em um hotel. Não
podia nos imaginar fazendo as coisas que tínhamos feito de madrugada em
casa, com meus pais no quarto ao lado.
Chegando por trás de mim, Kellan passou os braços pela minha cintura.
Respirei fundo, apreciando o cheiro fresco e revigorante que era só dele.
Beijando minha orelha, ele murmurou:
– É melhor a gente ir andando. Prometi ao Gavin que tomaria café da manhã
com ele, e nós já estamos superatrasados… Vai ser mais como um brunch.
Dando uma espiada nele às minhas costas, não pude deixar de sorrir. Gavin
Carter era o pai biológico de Kellan. Ele se recusara a se encontrar com o pai
durante meses; estava morto de medo de conhecê-lo. Mas, na véspera, isso
finalmente acontecera, e agora Kellan iria tentar ter um relacionamento com
ele.
Dando meia-volta entre seus braços, cruzei os meus pelo seu pescoço.
Passando os dedos pelos seus cabelos, dei um beijo leve nele.
– Tenho certeza de que ele vai compreender que a sua noite de núpcias se
esticou um pouco.
Kellan suspirou, me apertando com força. Seu corpo colado ao meu era duro e
rijo. Meus dedos estavam loucos para sentir as curvas do seu físico definido,
mas isso sempre fazia com que ele começasse a explorar o meu, o que
geralmente levava a uma longa e demorada sessão de sexo… e nós tínhamos
mesmo que ir embora. Recorrendo a todo o meu autocontrole, mantive os
dedos emaranhados com firmeza entre seus cabelos.
Kellan deu um beijo na minha testa.
– Ainda não consigo acreditar que você é minha mulher.
Esfregando o rosto no seu peito, eu me sentia como se meu coração fosse
explodir e despencar no chão. Meu Deus, como eu o amava. O desejo por ele
começou a crescer enquanto nos abraçávamos, e mais uma vez tive que
reprimir o impulso de expressar meu amor fisicamente. Me afastei dele,
ficando séria.
– Tem razão, é melhor irmos andando.
Kellan sorriu ao ver minha expressão.
– Você quer transar de novo, não quer?
Ficando vermelha, empurrei seu peito para trás.
– Acho que nós… já quebramos recordes demais de madrugada… e agora de
manhã. – Sentindo o rosto arder, desviei os olhos.
Kellan segurou meu queixo, me fazendo olhar para ele.
– Você quer transar comigo? – perguntou, sem um laivo de provocação na voz.
A pergunta foi tão direta que achei difícil manter os olhos fixos nos seus, e tive
o instinto de abaixar o rosto. Mas não fiz isso, e sim me obriguei a encarar
aquelas profundezas azul-escuras, sussurrando:
– Quero.
Kellan abriu um sorriso orgulhoso.
– Foi tão difícil assim reconhecer? – perguntou, com um brilho nos olhos.
Eu já ia fechar os meus, mas não me permiti fazer isso. Ele não queria que eu
me sentisse envergonhada na sua presença. E não estava tentando me provocar,
e sim me ajudar a amadurecer. Olhando para ele, tornei a assentir.
– Para ser franca, sim, foi meio constrangedor.
Apertando os lábios, Kellan se afastou de mim.
– Eu quero que você me peça para transar com você… agora.
Fiquei boquiaberta.
– Kellan… – Morta de vergonha, cobri o peito com os braços. Como ainda
estava usando o tubinho justo e colante que minha irmã, Anna, me emprestara
para a cerimônia de formatura, tive muito que cobrir. – Eu já te pedi para
transar em outras ocasiões… Por que você está me envergonhando
conscientemente?
Suspirando, ele se abaixou para me olhar nos olhos.
– Você me pediu no calor do momento, quando nós já íamos mesmo transar. Eu
quero que você se sinta totalmente à vontade para me pedir a qualquer hora,
em qualquer lugar.
Arqueei uma sobrancelha para ele.
– Em qualquer lugar?
Kellan me deu um sorriso travesso.
– Em qualquer lugar.
Sabendo que ele não ia desistir, soltei um suspiro aborrecido. Abaixando os
braços, contei até dez. Ora, isso não era tão difícil assim. Eu deveria ser capaz
de pedir a ele para transar comigo; certamente já usara o corpo em várias
ocasiões para fazer isso. Mas falar assim, à queima-roupa, era diferente; eu
me sentia muito mais vulnerável.
Levantando o queixo, perguntei, em tom confiante:
– Kellan, quer transar comigo? – Bem, a intenção foi dizer isso num tom
confiante, mas minha voz saiu aguda e estridente… tudo, menos sexy.
No entanto, pela expressão de Kellan, qualquer um pensaria que eu acabara de
brindá-lo com uma dança erótica. Seu olhar intenso percorreu meu corpo, me
incendiando. Ele se demorou nos meus lábios, nos seios, nos quadris e,
embora não estivesse me tocando, meu corpo reagiu como se estivesse.
Quando esse olhar de puro sexo finalmente voltou ao meu, ele deu um passo à
frente. Seu quadril roçou o meu, e eu soltei uma exclamação. Com o hálito
quente na minha pele, ele sussurrou no meu ouvido:
– Essa foi a coisa mais sensual que já ouvi você dizer.
Meus olhos se fecharam. Eu me sentia como se estivesse vibrando, esperando
que ele me tocasse. Cada ponto sensível do meu corpo vibrava de expectativa.
Ele só precisaria encostar os lábios nos meus, passar o polegar por um seio ou
apertar meu traseiro, e eu explodiria… sem a menor sombra de dúvida.
Seus lábios chuparam o lóbulo de minha orelha, e eu deixei escapar um
gemido baixinho.
– Mas nós temos que ir embora. – Com essas palavras, ele segurou minha mão
e me puxou. Assustada com o movimento súbito, meus olhos se abriram
bruscamente. Ele estava rindo enquanto se aproximava da porta… e não da
cama.
Olhei séria para ele, que ainda ria.
– Desculpe, Kiera, mas você vai ter que ficar insatisfeita por um tempinho. –
Inclinando a cabeça, seu sorriso aumentou. – Digamos que é o seu… carma…
por todas as vezes em que me deixou excitado, e depois tirou o corpo fora.
Comecei a me sentir culpada, mas procurei não pensar nisso. Nosso passado
não era mais relevante.
– Você está sendo mesquinho – murmurei.
Ele deu um beijo no meu rosto.
– Hummm, talvez eu seja. – Avançando para mim, segurou meu traseiro e
puxou meus quadris para os dele. Uma onda de desejo percorreu meu corpo na
mesma hora, e gemi um pouco antes de poder me controlar. Passando o nariz
pelo meu rosto, ele disse, com voz rouca: – Porque estou doido para passar o
dia inteiro te provocando desse jeito.
Furiosa por me sentir tão excitada, eu o empurrei.
– Você é um cretino.
Ele riu, abrindo a porta. Pegando a bolsa, olhei mais uma vez para a cama
desarrumada que gritava Rolou uma transa apaixonada aqui!.
– Espera aí, Kellan. A gente não devia arrumar a cama antes de ir embora?
Kellan franziu o cenho, seu olhar indo do meu rosto para os lençóis
embolados. Balançando a cabeça para mim, murmurou:
– Você é muito fofa. – Seu sorriso carinhoso ficou irônico quando ele voltou a
olhar para a cama. – Não, nós vamos deixar o quarto como está. Quero que o
mundo saiba o que aconteceu aqui… na noite em que consumamos o nosso
casamento – disse, seus olhos voltando aos meus.
Suspirei, comovida com suas palavras. Então, ele acrescentou:
– Além disso… é uma cena sexy.
Revirando os olhos, saí com ele do quarto.
A recepcionista passou o tempo todo encarando Kellan enquanto fazíamos o
check-out. Vi quando ela deu uma espiada na aliança dele no momento em que
lhe entregou o cartão de crédito, mas, pelo brilho de interesse nos seus olhos,
acho que não estava se importando muito com o fato de Kellan ser casado.