A proposta ousada do CEO
Noiva por contrato - Bella mia(série: Destinos entrelaçados)
O caminho para seu coração
Acabando com o sofrimento de amor
O retorno chocante da Madisyn
Minha assistente, minha esposa misteriosa
Uma noite inesquecível: o dilema de Camila
A ex-mulher muda do bilionário
A Segunda Chance com Meu Amor Bilionário
Um casamento arranjado
Acordo com o barulho irritante do despertador, tento abrir os olhos, no entanto, a claridade dificulta um pouco, com muita dificuldade e xingando baixinho, por estar justamente na melhor parte do meu sono, estendo o braço para desligar o alarme desejando que tivesse apenas mais alguns minutinhos de sono. O que, infelizmente, não tenho.
Viro-me na cama e percebo que estou sozinha, dou um tempo para minha mente despertar direito e lembro que a garota que estava comigo ontem à noite, saiu de madrugada. Me levanto um pouco e me apoio nos meus cotovelos, corro os olhos por meu quarto e sorrio um pouco ao perceber que tudo está no seu devido lugar. Graças a Deus não foi desta vez que eu acabei acertando um ladrão, ou algo do tipo. Eu deveria parar com isso de trazer uma pessoa desconhecida para minha casa quase todas as noites. Levanto logo em seguida já indo direto para o banheiro. Me olho no espelho por alguns minutos de modo a verificar se a garota da noite passada não me deixou nenhuma marca.
Meu rosto pálido e cheio de olheiras me encara de volta, no entanto, pelo menos constato que a pele do meu pescoço está intacta, e não há nenhuma marca. Volto a me encarar depois de alguns segundos. Não gosto do que vejo, sinto o gosto amargo da derrota na boca quando vejo minha aparência lastimável no reflexo. Solto um suspiro frustrado e me dirijo para o chuveiro, tomo meu banho, lavo meu cabelo e minutos depois estou saindo enrolada na minha toalha. Pego meu celular para olhar a hora, ainda tenho tempo para me arrumar bem e tomar o café da manhã. Vejo algumas mensagens de Christa, minha colega de trabalho, perguntando onde eu estou. Sinto uma leve sensação de culpa ao lembrar-me que a deixei sozinha no bar e saí com a garota que havia conhecido sem avisar nada. A última mensagem dela foi por volta de uma da manhã avisando que estaria indo para casa e que esperava não acordar com uma ligação da polícia avisando que acharam meu corpo. Dou um sorriso ao ler a mensagem dramática. Jogo o telefone na cama e começo a me arrumar para mais um dia. Pelo menos hoje é sexta-feira. Graças a Deus!
Após alguns minutos, em meu traje formal de trabalho que se resume a uma calça slim, preta e uma camisa branca de alças por debaixo de um blazer sem botão também preto, saio do quarto levando na mão meu salto scarpin preto e minha bolsa. Meus cabelos, ainda um pouco úmidos já que não consegui secá-los direito estão soltos e penteados, e meu rosto agora tem um pouco de maquiagem que passei apenas para ficar com ar mais saudável. Ando até a cozinha e assim que chego na esquina do corredor vejo Leon, meu melhor amigo, sentado à mesa com uma xícara de café na mão e o celular no outro. Ele percebe minha presença e me dá um sorriso assim que me vê.
— Hey, bom dia senhorita. — Ele diz com um sorriso presunçoso no rosto. — Noite curta?
Finjo não perceber seu tom sugestivo ao fazer essa pergunta, coloco meu salto no chão perto da porta e a bolsa em cima da bancada da cozinha, vou até o armário e pego uma xícara, coloco meu café na mesma e pego algumas torradas, me sento à mesa de frente para ele.
— Bom dia, Leon. Anda me monitorando agora? Aliás achei que não tivesse dormido em casa. — Digo ao me lembrar que em plena madrugada ele ainda não estava aqui.
— Eu estive com Juliana, cheguei em casa por volta das quatro, quando sua amiga estava saindo de fininho. — Ele diz com meio sorriso, me lança um olhar rápido antes de voltar sua atenção para o celular em sua mão.
— Juliana? Vocês voltaram? — indago, ignorando seu comentário quanto a minha acompanhante da noite passada. Conversar sobre as aventuras de uma noite, ultimamente, não tem sido algo que eu goste de fazer.
— Sim, voltamos. Dessa vez é pra valer. — Fico tentada a revirar os olhos, mas sua animação me impede de fazer isso.
Leon namora Juliane a mais de cinco anos, mas desde que eu vim morar com ele em sua casa há cerca de três anos e meio ele e ela vivem uma relação de acende e apaga. O motivo disso? Os ciúmes que ela tem de mim. Eu me sinto mal por atrapalhar a vida amorosa de Leon, mas todas as vezes que eu pensei em sair, ele me impediu, o que me causou um certo alívio também, já que eu não tenho condições de alugar um canto para mim, Leon já é bem caridoso em aceitar a merreca que eu pago para ele pelo quarto. Na verdade, se dependesse dele eu moraria aqui de graça, porém eu já me sinto um peso bem pesado de carregar. Pois de um certo modo, eu não consigo sobreviver sozinha com o salário que ganho e Leon se tornou meu porto seguro.
Leon é meu melhor amigo desde criança, praticamente um irmão, ele morou comigo na casa dos meus pais dos quinze aos dezoito anos. Quando seus pais morreram em um acidente, meus pais o adotaram depois que eu implorei por dias, já que ele não tinha ninguém e acabaria indo para o sistema, eu não podia deixar isso acontecer então fiz de tudo para que meus pais o acolhessem, cheguei até a fazer greve de fome, felizmente não por muito tempo, eles o fizeram. O adotaram e hoje ele é o único que dá orgulho a eles. Ao que parece meu irmão postiço é grato a mim por isso, então quando meus pais me expulsaram de casa foi a vez dele de me acolher, e vivo nesta casa desde então. Eu não fiz as melhores escolhas na vida e agora convivo com as consequências, porém acho muito injusto que isso atrapalhe a vida da pessoa que mais me apoiou em toda minha vida.
— Eu sinto muito, toda vez que vocês terminam eu me sinto...
— Para, Angel! Você sabe que eu jamais culpei você. — Ele me interrompe e me olha com cautela.
— Você não precisa me culpar. Se eu não tivesse vindo morar aqui, talvez vocês já estivessem até casados, olhe lá se não tivessem filhos já. — Sou sincera, afinal é isso que eu sinto. Ele me encara como se estivesse prestes a me dar uma bronca.
— Isso não é verdade, até porque não estava em meus planos casar e muito menos ter filhos, até agora... — Ele solta um suspiro e coloca o telefone. que segurava até agora, sobre a mesa. Sinto um calafrio quando ele limpa a garganta e se remexe na cadeira, algo me diz que não gostarei do que vou ouvir a seguir.
— Mas, eu tenho uma coisa para te dizer. Eu vou morar com ela. Na verdade, eu estava aqui te esperando, para falar isso. Hoje ainda estarei levando minhas coisas para o apartamento dela, mas não se preocupe, não vou deixar você sozinha aqui nessa casa.
Meu coração dá um salto com a notícia. Não é como se eu não quisesse ver meu amigo feliz, na verdade tudo que mais quero é que ele seja feliz, mas como vou me virar sem ele? Infelizmente meu salário, só me ajuda a pagar a porcaria da dívida que eu fiz para pagar a faculdade. Não é como se eu fosse sobreviver sem ele aqui, afinal é ele quem matem a casa e compra as coisas essenciais para nós. Engulo meu café e tento esconder o quanto a notícia me afetou, no entanto só alguns segundos depois me dou conta do que ele disse no fim.
— Como assim não vai me deixar sozinha? — Pergunto, sinto meu estômago embrulhar, ele parece receoso e já sei que não vou gostar da ideia.
— Então, um amigo meu está precisando de um lugar para ficar, ele está se divorciando. Ele é gente boa, não se preocupe, eu não teria aceitado isso se ele não fosse de confiança. Ele vai arcar com as despesas da casa e você pode continuar pagando o mesmo valor que paga de aluguel pelo quarto.
Fico um tempo sem saber o que falar. Apenas encaro Leon enquanto assimilo o que acabei de ouvir.
— Eu conheço esse amigo? — Pergunto por fim na tentativa de amenizar as batidas do meu coração, a ideia de morar com um desconhecido me aterroriza.