Nosso Segredo Sombrio
idade de suas intenções, nem pureza nos gestos que ele chama de afeto. O prazer, para esse ser tão desconcertante, não é apenas o objetivo, mas a desculpa para a degeneração e a queda. E ninguém en
er alma. Quando o corpo do pai foi engolido pela estrada, e sua mãe Evangeline se perdeu nos braços do vício, Lucian viu o mundo se despedaçar - mas ele não chorou. Ele aprendeu. Descobriu, naquele momento, que o caos
a cega. Em Lucian, ela não enxerga o carrasco, mas o amante incompreendido. Selene não apenas ama; ela se sacrifica, como se o sofrimento fosse a própria virtude. E como muitas almas que se deleitam em sua própria tragédia, ela se entrega a ele de corpo e
gesto de bondade, a cada tentativa de salvar Selene ou de alcançar Lucian, ele se afunda mais profundamente no abismo. Ele é tão manipulável quanto qualquer um deles, talvez mais, pois não vê o mundo pelo qu
jos desejos e fraquezas os arrastam para o fundo do poço. Lucian, Selene e Cassian são o reflexo de todos nós, jogados em um espetáculo decadente, onde o hedonismo não é uma escolha, mas uma inevitabilida
de ser negado por ela, buscando consolo onde só encontra o eco de suas próprias frustrações. A casa de Lucian sempre teve esse poder sobre ele, uma espécie de refúgio tóxico, onde o desespero de Cassian
s de desespero, até o momento em que, inevitavelmente, ele cedia. Era sempre o mesmo. Cassian tropeçava na
z de Cassian quase se quebrava no fim da fras
sse, uma tática já ensaiada tantas vezes e que dera certo. Quando finalmente
Sempre soube. - Seus olhos eram um
firmes nas costas de Cas, enquanto seus lábios se curvavam num sorriso que Cassian não podia ver. O mais novo sentia o aperto, a falsa sensação de segurança, como se n
an murmurou contra o ombro de Lucian
cisou dizer mais nada. Ele já sabia que, no momento em que C
que lhe corria nas veias. Lucian sabia disso, e era exatamente isso que o tornava tão poderoso e manipulador. Cassian t
a ser como antes, Lucian...
que não combinava com o calor
ui é o que sou. - E soltou o irmão, deixando-o cair
a acreditar que, de alguma forma, sua presença poderia mudar Lucian. Queria acreditar que seu irmão não era o
izia isso mais para si mesmo do que para Lucian, busc
feito com a influência que exercia. Cassian era, e sempre ser
n. Talvez o temp
va exatamente do que eram: um jogo de poder, onde ele sempre
o da visita do irmão mais novo. Cassian não estava ali apenas por sua própria fragilidade, mas por algo mais profundo, mais sombrio. O ins
leza, Lucian tomou um gole de seu whisky
me venha dizer que é só o peso do mundo. Você
estava prestes a explodir de dentro dele. Lucian sabia o que vinha. Sabia exatamente o que estava corroendo o i
silêncio. - Ela está... diferente. Eu não
Ele poderia trabalhar com isso, moldar a situação a seu favor. Como uma víbora que lentamente circund
diferente? O que está faz
sto, e começou a desfiar suas preocupações. Selene estava distante, fria.
oca de Cassian, ele plantava uma nova semente de dúvida. Quando finalmente Cassian term
everia agir assim? - Sua voz era baixa, mas carregada de uma malícia sutil. - Você está a
franziu o cen
ocê está
ave, como se estivesse quase lam
diga... você já se perguntou o que ela faz enquanto você não está por perto? Já pensou que enquanto você está
fundo. Ele queria, desesperadamente, rejeitar essa ideia. Selene o amava, não amava? Mas as dúvidas,
faria isso. Ela n
pesada no ombro do irmão, como se quisesse confortá-
que ela faz quando você não está vendo. - A voz de Lucian era sibilante, um veneno escorrendo lentamente pelo canto da boca. - Ta
a exagerando. Mas o irmão tinha uma habilidade única de fazer as palavras parecerem verdades inev
vras lhe faltavam. Sua mente estava confusa,
de estar com alguém. Alguém que talvez ela prefira. - Lucian deu de ombros, como se a possibilidade fosse apenas uma constatação óbvia. - E
a que Cassian estava à beira do colapso emocional, e a dúvida que ele pla
Selene, do futuro que sonhava construir. A influência de Lucian era como
sei o que fazer... - A voz de
ão. Ele era o maestro daquela destruição, o irmão que sempre ditar
... - Ele parou, deixando as palavras suspensas no ar como uma se
braço letal, que Lucian deu o último passo para ga