Nosso Segredo Sombrio
orriam pelos ombros, contrastando com a pele nua e fria. As pernas estavam estendidas, os pés tocando o chão, mas sua mente vagava longe. Cada pensamento era
mpre - conforto que, ironicamente, agora era uma ilusão. E com ele, toda a pressão, toda a falsa normal
sente, estivesse ali, impregnando o quarto com lembranças que ela queria, mas ao mesmo tempo temia. O toque dele em sua pele ainda estava fresco em sua m
ixão crua e brutal que a fazia sentir viva de uma maneira que o noivo, apesar de todo o amor, não conseguia mais provocar. O som de uma chave na fechadura trou
caminhando até ela e inc
ssian de volta, sentindo o gosto familiar, mas algo dentro dela gritava por liber
braço, por mais caloroso, não poderia apagar as marcas que Lucian havia deixado. O conflito entre amor e desejo, entre lealdade e traição, era uma batalha que ela sabia que não terminaria tão cedo. E em algum
lhe um ar de mistério que contrastava com sua natureza gentil. Seus olhos, de um tom profundo e cativante, sempre expressavam uma compreensão silenciosa, quase como se enxergassem além das palavras, tentando capturar os pensament
so que ela carregasse. Ele acreditava na força do amor que compartilhavam e não tinha dúvidas de que estavam construindo um futuro sólido juntos. No entanto, Cassian não sabia da tempestade que assolava a mente de Selene. A confiança que tinha nela era inabalável. Para ele, o amor era sufi
s da juventude, buscando se encontrar. Eram irmãos, sim, e sempre mantinham uma convivência aparentemente próxima, com conversas e momentos partilhados, mas a sombra de Lucian pairava sobre Cassian de maneira quase sufocante. A influência de Lucian era como uma
ava se rendendo à sedução velada do irmão, caindo nas armadilhas que Lucian dispunha com maestria. Lucian era o espelho distorcido onde Cassian, sem perceber, refletia-se pouco a pouco. E cada de
an perguntou, sua voz suave
u de imediato. Parecia perdida em pensame
espondeu, tentando soar prática, mas sua voz falho
com cuidado, como se quisesse desatar todos os nós invisíveis que pareciam prendê-la a algum lugar distante. Ele buscava, com o olhar,
mentou, escolhendo cuidadosamente as palavras. - Já se passaram seis
toque, ou mesmo a proximidade, a sufocasse. A sombra de algo ma
iu quase como um sussurro, carregad
claro que eu te amo. Estamos noivos, lembra?
sabia nomear. Selene parecia à beira de desmoronar, e, ao mesmo tempo, tentava man
or favor - implorou, sua vo
iscou, surpres
que está acontecendo? Por
êmulos segurando o rosto dele com delicadeza, e
o - confessou, a voz embargada. -
do o peso daquelas palavras. Algo estava profundament
ara onde quiser. Você só precisa me dizer...
r de um lado para o outro pelo quarto, os dedos entrelaçados de forma nervosa. Ela parecia uma tempestade prestes a se for
carando a janela, o peito subindo e descendo rápido como se buscasse fôlego. - Eu sinto que estou... presa, sufocada. Como se tivesse algo aqui
a intensidade das emoções dela, mas Selene recuou novamente, voltando a andar de u
sso em palavras sem que tudo pareça... errado, sem que você pense que eu sou a errada aqui. Mas eu
s, algo que pudesse entender e ajudá-la a se abrir de vez, mas Selene contornav
ecendo - ele insistiu, tentando mante
s cravados no chão, e então, com um
so, Cas... e
mente, como se tentasse encont
nando para desistir do casamento? - pe
os vermelhos denunciando o choro contido p
- murmurou, a voz embargada, quas
rustração misturada com desespero. - Me dig
ãos trêmulas apertavam as têmporas, como se tentar controlar a dor e a confusão em sua mente fosse possível com
o são seus pais, não é o casamento... é tudo! Eu estou sufocando, Cas! Eu... não consigo respirar! Eu não sei mais que
temendo que qualquer palavra ou gesto errado pudesse quebrá-la ainda mais. Suas mãos grandes e fi
com cuidado para seus braços, envolvendo-a em u
sua frente, e cada passo mais perto da borda era como uma rendição silenciosa ao hedonismo sombrio que a tentava com promessas de alívio imediato, mas de consequências devastadoras. Cassian, por mais que quisesse, não poderia salvá-la. Ele, com todo o seu carinho e compaixão, não compreendia a profundidade do caos interno de Selene. O prazer era, para ela, uma fuga, e o sofrimento, uma constante compa
al pelas ruas do condomínio. Aquela hora do dia era sua favorita - o ar fresco, o silêncio quebrado apenas pelo som rítmico de seus passos no asfalto. Ao retornar, ele se ocupava da cozinha, preparando o café da manhã c
da passar do ponto. Parecia distante, como se seu espírito estivesse perdido em algum lugar que ele não conseguia alcançar. Preocupado, ele decidiu contratar ajuda para aliviar sua noiva das responsabil
sufocavam. Havia algo mais profundo, algo que se enraizava dentro dela, uma inquietação que crescia a c
, aquilo a fez sentir-se ainda mais distante, como se Cassian estivesse tentando remendar uma rachadura que ele não sabia onde começava. Ela desceu as e
mas não conseguiu. O olhar de Cassian captou a hesitação nos olhos de Selene, e ele se aproximou, pre
undidade da pergunta. Havia tanto que queria dizer, ma
voso. Ela começou a andar pela cozinha, como se o movimento pudesse acalmar os pensamentos que a devoravam
tentando entender o que estava acontec
u aqui. Sempre estarei - ele se aproximou mais, t
as mãos contra o peito, como se tentasse conter o tumulto de emoções de
interna, engolindo em seco. Seus dedos passaram pelo rosto num gesto m
para não deixar o desconforto transparecer. - O Lucian nos convido
ocamento em Selene. Assim que ele saiu, ela sentiu as pernas fraquejarem, e precisou se apoiar no balcão para não desmorona
Cada passo para aquela noite parecia um prenúncio, uma queda inevitável para o abismo que ela sabia que estava cada vez mais perto. O chão que ela pisava já começava a rachar, e era apenas que