Nosso Segredo Sombrio
ujeitamos, lentamente, ao que pode ser considerado bom. Porém, quando é ao contrário, quando tocamos, sem querer, as sombras, parte de nós vai embora. O medo passa a nos sufocar e
e da sombra é o toque,
tro de si. O corpo protestava, cada músculo parecia gritar, mas era sua mente que a torturava incessantemente. Havia um borrão em tudo, como se o que antes era tão sólido agora escorresse pelos seus dedos, escapando-lhe. Ela fechou os olhos, e o rosto de Lucian surgia nas sombras. O coração dela batia mais rápido. Cassian, o home
e que rugia dentro dela. Mas as memórias vinham implacáveis, arrastando-a para a escuridão que sua mente tanto temia. O toque de Lucian, sempre frio, mas ao mesmo tempo arrebatador, voltava em flashes, como
smo tempo. Era como se estivesse presa em uma corda bamba entre o êxtase e a destruição. No fundo, ela sabia que ele a estava moldando, destruindo sua essência, mas, ao mesmo tempo, isso a fazia s
havia escutado. Agora, era tarde demais. Lucian havia feito com que ela experimentasse algo que nunca soubera existir, um mundo
ntro a levava mais fundo para um abismo sem fim, onde cada passo era mais escuro que o anterior. A culpa, porém, era constante, como um peso invisível que a esmagava a cada momento em que pensava em Cassian. Ele era o símbolo de tudo que deveria ser bom em sua vida - estabilidade, carinho,
ou para si mesma, seus lábios mal se move
nter essa farsa por muito mais tempo. Seu segredo estava começando a apodrecer dentro dela, e a qualquer momento poderia transbordar, arruinando tudo. Ela abriu os olhos e encarou o teto, tentando respirar fundo, mas o ar parecia pesado, carregado de culpa e desejo. A cada respira
omo se refletisse a inquietação que corria por suas veias. A maquiagem, perfeitamente aplicada, destacava sua pele bronzeada e seus olhos escuros, que agora pareciam guardar segredos profundos
-lo se aproximar. Mesmo sem vê-lo, o peso da culpa já começava a sufocá-la. O espelho à sua frente refletia uma mulher linda, mas descompo
suspeitar do turbilhão de pecado que ela carregava no peito. Lentamente, aproximou-se, seus passos suaves, como se temesse quebrar o encanto da cena. Cassian, sempre gentil, envolveu
cabeça. A voz dele era carregada de carinho, e a sinceridade por trás das palavras fazia com que o nó
sto de amor, Selene mergulhava mais fundo em seu tormento, sabendo que ele não tinha ideia do monstro que ela havia se tornado. Ela engoliu em seco, forçando um sorriso no espelho, mas o reflexo de seus próprios olhos a denunciava. Não havia mais como escapar da verdade, mesmo envolta naquele vestido luxuoso
reocupação, ainda sem soltar o abraço. Selene assentiu
u, a voz falhando
não conseguia decifrar, mesmo após tantos anos juntos. Seus cabelos loiros, sempre alinhados, conferiam-lhe uma aparência quase única, algo que o distanciava do comum. Os olhos azuis, penetrantes como lâminas, observavam o
irmão mais velho de Cassian, e uma sensação de ansiedade tomava conta dela, como se cada passo que dava a aproximasse de um abismo sem fundo. O frio da noite era
piração mais difícil que a anterior, e seu estômago se retorcia, gerando uma sensação de náusea que ela tentava controlar a qualquer custo. O portão da mansão de Lucian estava à vista, e, ao vê-lo, Selene apertou a mão de Cassian com força, em busca de um conf
orriso tranquilizador, completamente al
, a voz macia, tentando dissipar as nu
pavor se acumulava dentro dela, uma maré crescente que ameaçava e
verdadeira arma. Vestido impecavelmente em um terno negro, cada linha de seu corpo parecia esculpida pela escuridão. O tecido da roupa se ajustava perfeitamente aos seus músculos, como se a própria noite o envolvesse. O cabelo
segundo, mais uma formalidade do que um gesto de carinho. Mas quando os olhos de Lucian deslizaram para Selene, a sala pareceu mudar de temperatura. Ele a observou com uma intensidade sufocante, o olhar varrendo-a dos pés à cabeça como se a estivesse avaliando, decifrando cada fração de seus pensamentos. S
de forma quase cerimonial. O contato era breve, mas carregado de algo mais profundo, como
linda cunhada? - Ele murmurou
sponder, seu corpo enrijecido sob a presença dele, enquanto Cassian permanecia alheio, distraído pelo hábito de sempre confiar em Luci
Ele era o diabo em forma masculina - uma mistura venenosa de poder e persuasão, controle absoluto e um charme m
de pedra robusta dava ao lugar um ar de antiguidade, como uma fortaleza perdida no tempo. As luzes douradas que emanavam das grandes janelas refletiam calor, mas havia uma frieza inerente na atmosfera, algo que n
dadosamente posicionadas ao redor da propriedade. - Aqui - ele disse, gesticulando com um movimento leve de mão, - é onde costumo passar
co enquanto seu noivo abriu um sor
interior da mansão. A sala de estar era ampla, com móveis de couro preto e detalhes em madeira escura, exalando poder e riqueza sem jamais cruzar a linha da ostentação. Obras de arte abstrata pendiam das
para todos, caso decidam passar a noite - ele virou a cabeça em direção a Selene, seus olhos sempre a
de mármore e aço escovado, era um contraste frio com o calor externo. Selene notou
a varanda, - é onde gosto de apreciar o entardecer. - Do lado de fora, as lu
se sentissem completamente livres. Selene sentia um nó crescente em seu estômago, a ansiedade pulsando sob sua pele. As paredes da casa, embora amplas e sofisticadas, parec
forto da noiva. Ele admirava a mansão com olhos cur
- perguntou, dando-
an sorriu
ante, como s
ue escondia mais do que revelava. - Mas, por favor, fa
desoladas se misturar com a escuridão dos móveis de couro preto, que exalavam uma elegância austera. O chão de madeira escura ecoava seus passos, cada som quase sufocado pelo ambiente va
se com a calma de quem está no controle absoluto, os dedos longos e tatuados repousando sobre os braços da cadeira, cada gesto calculad
e não pôde deixar de sentir na pele. Seus olhos se fixaram nela por um momento, com a m
sempre o mais leve e despreocupado dos dois, aceitou com um sorriso, puxando Selene pela mão para sentar-se ao seu lado. No en
ente de cada detalhe - ele continuou, o tom cas
o parecer uma armadilha elegante, um
espaço vasto e dominador. O ambiente era imponente, mas nada se comparava ao peso da presença de Lucian