Nosso Segredo Sombrio
ra fora. Enquanto a água quente deslizava por sua pele no banho, Cassian sentia o calor tentando aliviar seu corpo tenso, mas sua mente estava fria, congelada pelo veneno das p
havia insinuado, com a sutileza de uma víbora, que a traição estava à espreita. "Enquanto você está aqui, chorando por ela, outro pode estar ao lado dela, esperando o momento exato para se aproveitar de sua fraqueza." Essas palavras não apenas ecoavam; elas queimavam. Cassian apertou os olhos, tentando afastar os pensamentos,
-lo. A dúvida, inicialmente sutil, agora crescia descontroladamente em sua mente como um tumor maligno. Lucian sabia exatamente onde tocar, em que ponto pressionar até que o
ua, tentando agarrar a solidez de algo que não existia. Será que Lucian estava certo? Será que, enquanto ele desmoronava ali, ela estava em outro lugar, nos
o finalmente o fez, não se reconheceu. A face no espelho era um borrão, distorcida pelo vapor e pela paranoia que o consumia. Era como se estivesse perdendo controle de si
estava deformando quem ele era. Ele levou as mãos ao rosto, esfregando-o com força, como se pudesse limpar a sensação de ser observado, de estar sendo julgado por algo
desespero. O medo corroía seus pensamentos, tornando-os afiados e letais. As dúvidas, as incertezas, tudo o que antes parecia sólido, agora se dissolvia, e ele não tinha mais controle
ã, assim como ele, nasce pequena, frágil, alimentada pela terra e pela luz. Cresce ao longo do tempo, sua casca endurece, adquirindo uma cor vibrante, capaz de cativar o olhar e instiga
u redor. Mas assim como uma maçã que, ao ser cortada, revela seu coração, ele também carregava em seu interior uma podridão que começava a tomar conta. Aos po
eiro, intocado pela dúvida, agora sentia o gosto amargo da desconfiança se espalhando. Assim como uma maçã pode ser bela por fora e fatal por de
assian estava prestes a cair, a ser exposto ao mundo, e quando isso acontecesse, o que seria revelado? Apenas um homem destruído, cujo interior havia
ntro. Era o reflexo do envenenamento emocional que o distanciava cada vez mais da sua verdadeira essência. A beleza e o vigor de Cassian não eram
quente, agora parecia fria, um brilho inquietante se espalhava sobre seus músculos tensionados, como se o líquido tóxico ainda corresse sob seus poros. As g
se fosse uma erva dadinha. Ele a observava como quem analisa uma escultura prestes a desmoronar -impecável, perfeita aos olhos de quem não sabe dos segredos ocultos nas rachaduras internas. A dúvida pulsava nele como um vírus, um espectro que o envolvia, sussurrando que ela poderia estar se afasta
que estava enlouquecendo. Sentia que qualquer movimento podia ser seu último ato de controle. Mas e se fosse
e observou Selene por um momento mais, seus olhos correndo pela curva suave do corpo adormecido, os lábios entreabertos, como se sussurrassem segredos invisíveis. A dúvida ai
le conseguia realmente ouvir. A respiração de Selene era constante, tranquilizadora, mas ao mesmo tempo insuportavelmente distante. Cassian respirou fundo, como se tentasse expurgar o veneno das suas dúvidas com aquele gesto, mas o peso de tudo permanecia. Ele fechou os olhos, forçando a si
nto as gotas da chuva da noite anterior ainda deslizavam pelas vidraças. Vestia uma calça de moletom cinza e um casaco com capuz, que cobria parte de seus ca
e pálida, com um leve tom rosado que se destacava a cada passo, como se sua brancura contrastasse com a madeira escura sob ele. A casa
o se seguisse o ritmo de sua própria respiração controlada. Enquanto quebrava os ovos, misturava a massa e controlava o fogo com delicadeza, a cena parecia calma, quase terapêutica - mas por dentro, a batalha seguia implacável. Seus pensamentos giravam em torno das mentiras plantadas, das dúvidas corroendo sua mente como veneno na terra. Ele
ãos, mas, com o tempo, como acontece com a maioria, essas amizades se perderam. Cada um seguiu seu próprio caminho, construindo vidas e histórias longe dali. Ele, por outro lado,
sua noiva, tornou-se inevitável. Cassian percebeu tarde demais. E agora, com as palavras venenosas de Lucian, seu irmão, ele tinha certeza de que algo estava errado.
ostas, sem sequer olhar. Ainda assim, viu a figura de Selene se desenhar nas panelas de alumínio à sua frente. Seus cabelos estavam impecáveis, como sempre, mesmo depois de uma noite de sono. Ela o abraçou por trás, como costumava fazer nos tempos de adolescência, com uma familiaridade que deveria ser r
esejo. Ele se virou lentamente para encará-la, tentando entender o que havia por trás daquele carinho. Selene Holloway não estava vestida
ar, está? - Cassian perguntou, sua vo
o se buscasse algo diferente do que tinham vivido até agora. Talvez, naquele abraço, ela estivesse tentan
as era um sorriso ca
quero, Cassian... Nós