Minha Esposa Incomum
Autor:K. NICHOLS
GêneroRomance
Minha Esposa Incomum
Maria, de repente, cambaleou para a frente. A cada segundo que passava, sua visão ficava cada vez mais turva. Felizmente, ela ainda conseguiu chegar à área externa dos banheiros, onde as pias compartilhadas ficavam localizadas.
Com sua consciência desaparecendo rapidamente, ela segurou a pia com ambas as mãos. Então, ela abriu a torneira para poder molhar o seu rosto. Mas para seu desespero, nada saía da torneira. Ela pensou que isso era uma coincidência bastante infeliz.
Hotel Jade era conhecido por ser o hotel mais luxuoso da cidade de Sheffield. Como poderia não haver água na pia? Isso era completamente inaceitável.
Um segundo depois, com o seu olhar periférico, ela viu vagamente uma placa ao lado da pia que dizia "EM REPARO".
Realmente era uma coincidência infeliz.
No entanto, ela não podia ficar de braços cruzados enquanto desmaiava em público. Desistir não era uma opção. Maria precisava fazer alguma coisa urgente antes que ela perdesse completamente a consciência.
Com o resquício do que sobrara de sua consciência, ela tentou entrar no banheiro, sabendo que deveria haver uma pia lá dentro. Mas ela estava realmente tonta demais para conseguir interpretar placas de orientação. Ela estava tão frágil que não conseguia mais determinar de que lado era o banheiro feminino. Incapaz de processar as informações a sua frente com clareza, Maria apenas seguiu seu instinto, escolhendo um lado e invadindo o interior do banheiro. Ela não tinha mais tempo para se importar se ela estava no banheiro feminino ou masculino.
Dentro do banheiro, ela correu para a pia e abriu a torneira. Finalmente, uma corrente de água fria saiu da torneira e ela conseguiu molhar seu rosto com ela.
Depois de jogar constantemente água no seu rosto por um tempo para estimular seus nervos faciais, a sonolência que Maria sentia acabou se dissipando e ela ficou totalmente acordada novamente.
No entanto, olhando rapidamente, ela conseguiu ver uma pessoa parada na frente do mictório mais próximo a ela.
Nesse momento, os olhos de Maria se arregalaram.
Espere um instante! Um mictório?! Isso significava que ela realmente havia invadido o banheiro masculino por engano, e alguém estava lá, presenciando seu erro estúpido.
O homem na frente do mictório era bem alto e estava vestindo um terno.
No entanto, ao vê-lo Maria ficou um pouco confusa, pois havia uma cadeira de rodas elétrica ao lado dele. Mas... Para que servia essa cadeira?
Claro, ela não tinha tempo para pensar sobre isso. Ela estava no banheiro masculino e tinha que sair de lá o mais rápido possível.
Além do mais, a atmosfera lá dentro já estava começado a ficar estranha. Ela não pôde deixar de se perguntar o que o homem estaria pensando dela, naquele momento. Sem dizer uma só palavra, Maria tentou sair do banheiro como se nada tivesse acontecido.
"Você viu tudo?"
O homem chamou Maria quando ela já havia se virado e fez uma pergunta inesperada.
Ao ouvi-lo, Maria parou de andar. Ela não podia acreditar que era isso o que ele estava interessado em perguntar a ela.
Ah, como ela estava envergonhada. O que esse homem estava pensando? Por que ele não podia simplesmente ignorá-la? Obviamente, ela não havia planejado entrar no banheiro masculino de propósito.
No entanto, sentindo que o homem continuaria com a sua insistência, ela cerrou os dentes e zombou friamente.
"Sim, eu vi tudo. Por um acaso, você vai me responsabilizar pelo que vi?"
Depois de dizer isso, Maria saiu do banheiro masculino sem olhar para trás. Ela costumava ser muito tranquila, mas agora, o ritmo dos seus passos estava muito apressado.
Logo após Maria sair do banheiro, o homem sorriu e se recostou em sua cadeira de rodas elétrica. Ele rapidamente se ajeitou antes de sair.
Ao sair do banheiro, Maria não voltou imediatamente ao café. Pelo fato de ela ter jogado água no rosto, seu colar ficou molhado e ela foi obrigada a se arrumar primeiro. Caso contrário, ela escutaria um sermão interminável de Bill sobre sua aparência degradante. Então, ela foi ao banheiro feminino e se certificou de que estava bem arrumada antes de voltar para o café.
"Ah, finalmente você voltou."
Com Maria de volta, Bill apontou para ela enquanto soltava um sorriso gentil não usual.
"Maria, estou feliz que você tenha chegado. Deixe-me apresentar-lhe este cavalheiro. Este é... Espere. O que há de errado com você?"
Antes que Bill pudesse terminar as apresentações, ele percebeu que Maria estava com uma expressão confusa, como se Anthony fosse uma assombração.
Apesar de Maria ter olhado apenas de relance para aquele homem no banheiro, ela imediatamente reconheceu que ele era o mesmo sujeito que estava sentado com Bill agora. Ela não se confundiria com algo tão óbvio. Afinal de contas, esse homem estava sentado na mesma cadeira de rodas elétrica que ela havia visto lá no banheiro masculino.
"Não... Não é nada demais."
Embora Maria estivesse em estado de choque por alguns segundos, ela imediatamente se concentrou para voltar a ficar calma. Recuperando a sua habitual calma, ela se sentou como se nada tivesse acontecido naquele banheiro.
Já que o homem do outro lado da mesa havia ficado em silêncio sobre o ocorrido, Maria também resolveu não dizer nada. A verdade era que, apenas Bill esteve falando todo esse tempo.
"Ah, está bem. Como eu estava dizendo, senhor Anthony Wilson, esta é minha filha Maria. Senhor Wilson, estou ciente de que o casamento entre você e minha filha foi planejado pelo seu avô. Entretanto, estou certo de que ele não sabia que na verdade, eu tenho duas filhas. Você já deve saber quem é a Vivian, pois ela é atriz. Por outro lado, Maria foi criada na pequena cidade de onde venho e, na verdade, ela é a minha filha mais velha. Como não tivemos muita oportunidade de falar sobre isso, acredito que possa ter tido algum tipo de mal-entendido. Em vez da minha filha mais velha Maria, acho que seu avô acreditava que Vivian seria sua futura noiva. Mas, acredito que você deva conhecer a tradição. A filha mais velha sempre deve se casar primeiro, então espero que você não se incomode em se casar com Maria. Além disso, ela é uma garota excepcional. Eu acredito que você não terá grandes problemas com ela. Ha-ha..."
Bill soltou uma risada nervosa, quando ficava tenso, não conseguia parar de falar.
Por outro lado, Maria não pôde deixar de zombar de Bill internamente.
A família Wilson, indiscutivelmente era uma das famílias mais ricas e poderosas da cidade de Sheffield. Maria estava se perguntando se Bill realmente achava que ele poderia enganá-los.
Embora parecesse que Bill estivesse dominando a conversa ativamente, na verdade, ele estava em uma posição passiva naquela situação. Não importava o quanto Bill tentasse fazer propaganda positiva de Maria, se esse noivado continuaria ou não, dependia exclusivamente de Anthony.
Sendo deliberadamente manipulado pela família Jenkins, Maria acreditava que Anthony poderia estar com raiva de Bill, por estar sendo exposto àquela cena ridícula.
"Está bem."
Nesse instante, Maria ficou surpresa e imediatamente saiu de seus pensamentos, quando ouviu a voz de Anthony. O homem bonito na cadeira de rodas parecia ser muito gentil, mas Maria pôde perceber um sorriso diferente em seu rosto.
"Seu nome é Maria, não é mesmo? Você não precisa se preocupar, senhor Jenkins. Eu sou a favor deste casamento com sua filha mais velha."