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A protegida pelo dono do morro

A protegida pelo dono do morro

natyzinhamorena10

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6
Capítulo

Fernanda é uma garota simpática e amável que está se formando como médica. Atrás do seu lindo sorriso ela esconde um passado de muita tristeza que ela esconde de todos. Depois da morte de sua mãe ela decide ir morar com a avó na Rocinha onde conhece Metralha que além de dono do morro é chefe do C.V. Homem frio e sagaz que não tem compaixão por ninguém se encanta pela pureza dela. Uma história de muita emoção inspirada na realidade das favelas do Rio de Janeiro

Capítulo 1 ínicio

(Fernanda)

Vou resumir um pouco da minha história pra vocês. Meu nome é Fernanda, moro com minha mãe e meu padrasto que é comandante da Polícia Civil aqui na cidade de Nilópolis RJ. Curso 6° ano de cirurgia geral na Faculdade de Medicina de Nilópolis, estou no final do último semestre desse ano e não vejo a hora de me formar, fazer minha residência e começar a praticar minha profissão que tanto amo e poder conquistar meus sonhos.

Não conheço meu pai, minha mãe não gosta de falar dele e sempre que entro nesse assunto ela fica triste então eu desisti de saber. Eu e minha mãe nos damos muito bem, somos muito ligadas uma na outra. Ela é um anjo de pessoa, está sempre alegre sorrindo, sempre otimista e trata a dos com educação, vive de bem com a vida mesmo quando está com problemas ela sempre vê o lado bom de tudo e tira lição dos seus erros e nunca desiste dos seus objetivos. Tudo de bom que eu sei eu aprendi com ela que é uma cozinheira de mão cheia e me ensinou a fazer bolos, doces e salgados que são uma delícia. Foi graças a eles que consegui pagar minha formatura vendendo doces e às vezes até alguns salgados na faculdade. Adoro passar meu tempo conversando com ela e ouvindo suas histórias de quando ia no baile lá na Rocinha onde ela morava e hoje apenas minha vó vive lá. As vezes quando Edgar pega turno da noite, colocamos funk dançamos, bebendo escondidas do dele que não gosta e damos risada nos divertindo. Tenho ela como grande exemplo de vida minha aliada em tudo. Ela é amiga, conselheira, me apoia em tudo e principalmente me ajuda a ser forte quando estou triste mesmo sem saber o motivo. Ela pode passar o problema que for que ela não transparece pra ninguém, não se vitimiza e está sempre sorrindo. A dois anos atrás ela descobriu que tem arritmia cardíaca e tudo que emociona ela ou deixa ela nervosa, ela sente palpitações e eu morro de medo de acontecer alguma coisa com ela então eu evito falar qualquer assunto que deixa ela triste.

Desde os meus 14 anos Edgar começou a me olhar diferente, não me deixa sair com meus colegas da escola ou faculdade e vive controlando minha vida. Quando fiz 16 anos ele entrou no meu quarto de madrugada com uma arma na mão e me estuprou tirando minha virgindade da forma mais baixa que existe e ainda ameaçou matar minha mãe se acaso eu contasse para alguém. Chorei muito, me sentia suja a ponto de nem conseguir me olhar no espelho com nojo de mim mesma. A dor e a maneira grosseira que ele agiu, foi algo traumatizante que eu tenho medo e pavor de sentir até hoje, só de imaginar passando por essa situação sinto pânico. Depois desse dia eu vivo com a porta do meu quarto trancada e não fico perto dele sozinha com medo dele fazer outra vez. Ele sempre foi cruel comigo, me humilha desde criança e minha mãe nunca soube na que ele fez, pois na frente dela ele é outra pessoa, se passa pelo "melhor padrasto do mundo" mais quando ela saia e nos deixa sozinhos o inferno começava, agora não mais porque desde que minha mãe descobriu seu problema no coração ela não sai muito de casa e quando sai vou junto.

No tempo de escola eu ficava com uns garotos escondidos dele porque ele não aceita que eu fique com ninguém. Ano passado ele me viu ficando com um cara da faculdade e ficou furioso, ameaçou me pegar outra vez se ele me ver ou ficar sabendo que eu estou com algum outro homem. Disse que meu corpo é dele e a partir desse dia ele começou a me assediar pelos cantos da minha casa, escondido da minha mãe. E como se não bastasse toda tortura psicológica que ele me faz, toda vez que minha mãe está distraída ele passa a mão no meu corpo e me beija a força quando ela está longe e sempre me ameaça quando tento sair. Toda vez que ele chega eu vou pro meu quarto tranco a porta e fico estudando ou mexendo no meu celular pra não ter que ficar olhando pra cara dele. Várias vezes eu vejo a trinca mexer e meu corpo paralisa, começo a chorar em silêncio pedindo a Deus que me proteja e faça ele desistir. Eu queria tentar denunciar ele, mas o delegado é seu melhor amigo vai encobrir seu erro e não querer me ajudar. Ninguém vai acreditar no que ele faz comigo já que aqui na cidade ele é considerado o comandante mais honesto e justo de Nilópolis.

Assim como minha mãe eu não transpareço para ninguém o que sinto, vou pra faculdade e hospital, converso com todos normalmente sorrindo, mas por dentro estou destruída, com medo, sabendo que ele está de olho em tudo que eu estou fazendo através das pessoas que ele paga pra me vigia o tempo todo por onde eu for. Evito ao máximo conversar com os meninos com medo dele sabe e abusa de mim outra vez. Quando me olho no espelho me sinto mal comigo mesma, não consigo entender o motivo que ele me tortura assim, me destruindo por dentro me fazendo me sentir um lixo. Vários homens lindos pedem pra ficar comigo, eu sempre recuso porque eu não consigo ir além do beijo, não me vejo me entregando pra homem nenhum. O medo da dor que eu senti me traumatizou, ainda não consegui confiar em ninguém que me passe confiança de ir além. Já até saiu comentários que eu sou lésbica porque não me veem saindo com ninguém, mas mal sabem eles da pressão psicológica que eu sofro todos os dias por não pode ser quem eu gostaria de ser.

Minha mãe já me perguntou por que eu não estou namorando sendo que eu sou linda e tenho vários pretendentes, justifiquei que meu foco é terminar minha faculdade e depois penso nisso. Eu já tentei fugir sem que ninguém percebesse, e me arrependi amargamente pois ele me achou, me bateu e ameaçou que se eu fosse embora ele iria matar minha mãe e a culpa ia ser minha. Pra ele me incriminar não seria difícil já que ele e o delegado são comparsas e tenho certeza que os dois aprontam por aí porque, são tudo farinha do mesmo saco, machistas arrogante, que se acham dono de tudo por ter um distintivo. Não digo que todos os policiais são assim, mas os que eu conheço amigos dele são e por esse motivo que não tenho coragem de denunciá-lo.

Hoje é o último dia de faculdade, entreguei meu TCC e graças a Deus passei tranquilamente. Me dediquei muito aos estudos e estou feliz por ter conseguido conquistar um dos meus objetivos, agora é só pegar meu diploma e esperar a liberação do meu CRM e fazer minha residência. Sigo até o motorista que fica me esperando na entrada da faculdade. Eu sei dirigir, mas o monstro lá não deixa com receio que eu vá fugir e por isso prefere pagar um motorista. Mesmo sendo maior de idade ainda sou obrigada a fazer suas vontades por causa da minha mãe, se não fosse ela eu já teria dado um jeito de sumir e nunca mais olhar pra cara nojenta dele. Sigo meu caminho perdida em meus pensamentos sentindo o vento balançar meus cabelos quando sinto alguém segurar meu braço e meu corpo gela

Vitor — Calma Nandinha, não precisa ficar com medo gata! Eu só quero falar com você rapidinho _ Ele me olha preocupado e eu respiro fundo aliviada

Nanda — Desculpa eu estava distraída e acabei me assustando _ Falo sorrindo com meu coração acelerado — Pode fala o que você quer? _ Ele sorri encarando meus olhos.

Vitor cursa junto comigo. Ele é loiro de olhos verdes e corpo perfeito. O cara mais cobiçado da faculdade. Ele vive no meu pé pedindo pra fica comigo, e mesmo sentindo uma puta vontade de beijá-lo na maioria das vezes eu nego, prefiro passa vontade do que sentir as mãos do Edgar outra vez

Vitor— Queria te chamar para sair hoje à noite e tomar um chopp só nois dois, o que você acha? _ Diz sorrindo e eu balanço a cabeça negando

Nanda— Obrigada Vitor, mas eu não posso! Hoje é aniversário do meu padrasto e minha mãe pediu pra ajuda ela a fazer o bolo que ele gosta _ Forço um sorriso contendo o desgosto que sinto por dentro

Vitor — Quando você vai me dar uma chance em linda? _ Diz olhando nos meus olhos e passa as costas dos seus dedos na minha bochecha

Nanda — Para com isso Vitor, já te falei que somos somente amigos e nada mais. Tem várias garotas a fim de você e fariam de tudo para ter sua atenção. Por que não chama uma delas para sair e larga do meu pé? _ Pergunto com tom extrovertido ele balança a cabeça negando

Vitor— Com elas é muito fácil, gosto de garotas mais difíceis ainda mais gotosas que nem você... _ diz com sorriso malicioso nos lábios, sinto meu rosto esquentar com seu atrevimento

Nanda — Deixa de ser pervertido garoto, eu em! Me deixa ir que eu tô atrasada. Até amanhã! _ ia me despedindo dele com beijo na bochecha, mas Vitor segura minha nuca e me beija me pegando de surpresa

Sua língua invade minha boca num beijo gostoso e eu correspondo segurando seu rosto, sentindo sua mão apertando minha cintura de um jeito que fico toda arrepiada. Me entrego sentindo prazer no seu beijo bom até que me lembro do Edgar e o empurro sentindo o medo percorre meu corpo e meus olhos marejam

Nanda — Você não podia ter feito isso Vitor! _ me expresso nervosa e ele me olha sem entender, saio correndo pro carro sem olhar pra trás, ouvindo ele chamar meu nome...

João — Está tudo bem senhorita? _ pergunta me olhando pelo retrovisor enquanto eu limpo algumas lágrimas que insistem em caí no meu rosto...

Nanda— Está sim, obrigada! _ forço um meio sorriso com os olhos e ele assente coma cabeça e liga o carro.

Respiro fundo tentando controlar meu nervosismo, com minhas mãos estão trêmulas que eu preciso controlar pra não deixar que minha mãe perceba. Ela anda se sentindo muito mal por esses dias e não pode ter fortes emoções e nem ficar preocupada, se não o coração dela pode não aguentar. Abro o vidro do carro e deixo o vento bater no meu rosto acalmando minha respiração. Não aguento mais viver essa situação, tem dia que eu tenho vontade de morrer, sumir de vez e me livrar de tudo isso. Tadinho do Vitor sempre tão gentil comigo e infelizmente eu não posso corresponder aos seus desejos. João estaciona o carro na garagem e abre a porta para mim, saio e entro em casa pela porta da sala. Subo correndo para o meu quarto com medo de ver ele logo de cara e meu medo entrega o que aconteceu. Quando abro a porta dou de cara com ele sentado na minha cama, me olhando com aquele sorriso malicioso demonstrando que já sabe o que aconteceu. Meu corpo se estremece, sinto que meu estômago dá um nó nervoso. Ele vem em minha direção e eu encosto na parede com medo, sentindo meus olhos marejarem e ele fecha a porta me olhando altivo

Edgar — Ta nervosa Nandinha? Me conta como foi o beijo que seu amiguinho te deu? _ pergunta com sarcasmo e coloca uma mecha do meu cabelo atrás da orelha

Nanda — Por favor Edgar eu posso..._ Digo com a voz embargada, ele coloca o dedo na minha boca fazendo som de silêncio

Edgar— Não precisa se explicar querida eu vi muito bem o que aconteceu. Foi ele quem te beijou, mas você correspondeu porque gostou não foi? _ Ele encara meus olhos com seus frios intimidador e lágrimas escorrem pelo meu rosto e eu não me atrevo a responder — Eu fui bem claro quando disse que não queria que nenhum outro homem encostasse em você. E você permitiu, então eu acho bom você deixa a porta do seu quarto aberta hoje na hora de dormir que eu vou vir te visitar. Se você não me obedecer sabe o que pode acontecer, não sabe? _ Ameaça sussurrando no meu ouvido num tom ameaçador fazendo meu corpo estremecer arrepiado — Sabe que eu até entendo ele? _ diz descendo seu olhar pelo meu corpo — Cê tá muito gostosa nessa roupa. Meio difícil se controlar perto de você gostosa assim, sabia? _ Diz me olhando e passa suas mãos pelo meu corpo eu choro em silêncio — Acho que eu vou até antecipar esse momento gostoso e te fuder agora... depois á noite eu volto para te comer outra vez gostosa... _ diz excitado, apertando meus seios e beija minha boca.

Quero empurrá-lo, mas não consigo, meu corpo está imóvel e lágrimas inundam meu rosto. Ele suspende minha saia afasta minha calcinha e masturba meu clitóris de um jeito que sinto dor e aperto meus olhos

— Por favor não faz isso... _ suplico baixinho com voz de choro ele sorri contra meus lábios

Edgar— Você é minha Fernanda. O que eu quiser fazer contigo eu faço e você tem que me obedecer como uma vadia que cê é! _ Diz excitado enfia dois dedos na minha vagina, aperto os olhos com dor sentindo, ele soca dentro enquanto beija meu pescoço me fazendo senti nojo

Ana — Fernanda! Já chegou querida? _ Minha mãe chama lá embaixo, ele se afasta olhando pra mim sorrindo, chupa seus dedos e eu abaixo minha saia

Edgar— Delícia de buceta! _ diz e passa a língua nos lábios, sorrindo malicioso — Vai lá falar com ela e lembre-se do que eu te falei! Se você fizer gracinha eu mato ela e a acabo com você depois. _ Ameaça apontando o dedo pra mim com olhar frio e passa os olhos pelo meu corpo — Até mais tarde minha vadia gostosa! _ Ele me olha com sarcasmo, abri a porta e sai em seguida

Respiro fundo limpando minhas lágrimas, tentando me acalmar, mas minhas lágrimas não param de descer e minhas pernas estão bambas. A porta abre outra vez e minha mãe entra e me olha preocupada

Ana — O que foi que aconteceu minha filha? Por que você está chorando? _ ela me abraça e eu tento disfarçar

Nanda— Não... não foi nada mãe. É que eu vi uma barata enorme no banheiro e sai correndo quando ela voou em minha direção e já saiu pela janela... _ Minto com a única coisa que apareceu na minha mente, ela sorri limpando meu rosto

Ana— Você e essa sua fobia por barata. Por que não gritou linda? Eu mandava o João ou Edgar mata ela pra você? _ Nego engolindo saliva — Vem senta aqui pra se acalmar. Vou trazer um copo d'água com açúcar pra você ficar bem... _ Diz com seu sorriso reconfortante me levando até a cama segurando minha mão

Nanda — Obrigada mãe, mas eu já estou melhor. Foi só um susto mesmo... _ Digo sorrindo e ela se senta do meu lado

Ana— Tem certeza que é só isso? Seu olhar me parece tão triste! Tem mais alguma coisa acontecendo que você não está querendo me contar? _ Pergunta acariciando meu rosto, encara meus olhos que marejam. Quando ia responder Edgar aparece na porta fardado e nos olha sério, fazendo meu corpo estremece

Nanda— Não é nada mãe, eu só estou um pouco cansada por conta do TCC, só isso! Não precisa se preocupar. _ Busco ser convicta, mas minha voz vacila com um nó na garganta e ela olha pro ele

Edgar— O almoço está pronto? _ Pergunta sério, ela confirma sorrindo

Ana — Está sim! _ Se levanta olhando para mim — Vamos almoçar? _ Ela estende a mão, pego ela que aperta meus dedos e sorri pra mim de um jeito confortante

Mesmo sem ânimo, sigo com ela até a cozinha com ele indo na frente sem dizer nada. Ele se senta na mesa e conversa com a minha mãe como se nada tivesse acontecido na maior naturalidade. Fico em silêncio com um nó na garganta tentando engolir a comida

Ana— Então filha você não me contou como foi seu TCC? _ Pergunta com sorriso doce

Nanda — Apesar do nervosismo, deu tudo certo eu consegui passar tranquila! _ digo e coloco uma colherada de strogonoff na boca e seu sorriso aumenta

Ana— Sério filha? Que ótimo. Parabéns! _ Ela me abraça empolgada, sorrio tímida no meio de seus cabelos loiros e Edgar me olha com sorriso torto que faz meu sorriso desfazer na hora — Estou muito orgulhosa por você. Se dedicou tanto que merece todos os aplausos... _ Diz comovida e eu sorrio agradecida — E aí vai querer comemorar como? Quer sair para jantar fora com a gente ou com os amigos? _ o olhar que Edgar me olha deixa os pelos da minha perna todo arrepiado

Nanda — Eu prefiro passar aqui em casa com você pode ser? _ Tento não transparecer meu nervosismo que é quase impossível e vejo em teus olhos que ela percebe

Edgar — Faz um jantar especial e nós comemos aqui em casa mesmo. Hoje vou chegar mais cedo e comemoramos meu aniversário e a conclusão da faculdade da nossa Nandinha juntos... _ seu sorriso falso me enoja de um jeito que tenho que segurar pra não vomitar aqui mesmo. Minha mãe sorri gostando da ideia

Ana — Vou fazer fricassê que vocês tanto me pedem então. O que você acha Nanda? _ concordo sorrindo fraco

Edgar — Estou ansioso para terminar meu turno de hoje, só pra volta pra casa e comemora esse dia tão especial com as minhas princesas..._ diz olhando pra mim e dá uma piscadinha safada, fazendo meu corpo gela em alerta

Ana — Você está bem Nanda? Ta com aparência pálida, ta sentindo alguma coisa? _ pergunta preocupada e Edgar dá um sorrisinho de lado satisfeito

Nanda — Eu estou bem mãe, só estou me sentindo cansada. Vou subir pra deitar um pouquinho, depois desço pra fica com você? _ Digo num suspiro controlando minha respiração

Ana — Tudo bem então, qualquer coisa você me chama! _ Concordo com um sorriso falso e saio da cozinha.

Subo correndo pro meu quarto, tranco a porta e choro em silêncio deitada na cama pedido pra Deus me livra disso. Não sei o que fazer, queria fugir mais não posso porque esse maldito vai me achar de qualquer jeito. Não posso largar ela aqui sozinha com ele, mas também não quero passar por aquilo outra vez, isso me deixa apavorada sem saber o que fazer. Será que eu nunca vou ter paz na minha vida? O que foi que eu fiz pra merece isso? Continuo chorando abraçada no meu travesseiro e acabo dormindo... Acordo assustada com alguém batendo na minha porta. Coloco a mão no peito sentindo meu coração acelerado e o susto me deixa ofegante

Ana — Nanda você está bem? Abre a porta pra mim. Quero ver como você está. _ Respiro fundo aliviada

Nanda— Já estou indo mãe. _ Levanto fazendo um coque no meu cabelo e abro a porta

Ana — Como você tá? Estou preocupada com você. Você parecia estar tão nervosa na hora do almoço, quase não comeu! _ Diz com preocupação esquadrinhando meu rosto

Nanda — Só estava cansada mãe, não se preocupe! Acho que o TCC sugou toda minha energia e agora que dormi um pouco e já estou me sentindo bem melhor! _ falo sorrindo e ela me abraça apertado

Ana — Você sabe que pode contar comigo pra tudo né? _ Diz alisando minhas costas e eu concordo com a cabeça — Não importa o quão grave seja eu daria minha vida se for preciso pra te proteger! _ Diz emotiva e suas palavras me abalam e eu tenho que me segura pra não chorar.

Se alguma coisa acontecesse com ela por minha causa eu jamais me perdoaria. Respiro fundo, contendo o aperto no peito, ela me solta com os olhos marejados e eu sorrio olhando seu rosto que olha meus olhos com atenção

Nanda — Pode fica tranquila mãe não está acontecendo nada, era só cansaço mesmo! _ Garanto sorrindo com os olhos e ela passa a mão no meu rosto

Ana — Você é a melhor coisa que aconteceu na minha vida filha. No início quando você nasceu eu achava que seria incapaz de cuidar de você, foram tantos desafios e hoje olhando você assim tão crescida, linda, inteligente se formando naquilo que gosta. Estou muito feliz e orgulhosa por você ter conseguido conquistar seu sonho com tanta dedicação, esforço e a cada dia que passa se tornando uma mulher incrível, forte, determinada, tão corajosa com um coração enorme, se tornando tudo de bom que eu sempre sonhei pra você... _ diz com brilho nos olhos que me deixa emocionada

Nanda — Não fala assim mãe. Eu te amo muito, a senhora é a pessoa mais importante da minha vida. Eu sou quem eu sou graças a mulher incrível que a senhora é e me ensinou a ser. Esse diploma não é só meu, é da senhora também, foram seus incentivos que me motivaram a lutar por ele. Quantas vezes quis desistir e a senhora esteve ali do meu lado, me motivando a continuar, cuidando de mim depois de um dia de plantão turbulento e nas semanas de prova que me tiraram o sono. Se eu venci foi porque a senhora esteve do meu lado, se não fosse, hoje eu não teria conseguido. _ falo chorando e ela volta a me abraçar apertando mais em seus braços no meu corpo

Ana— Foi uma honra pra mim, compartilhar todos esses momentos com você filha. Eu te amo muito e sempre estarei do seu lado. Nunca deixe que ninguém mude quem você é, nem apague seu brilho nem tire esse teu sorriso perfeito por nada nesse mundo. Você tem um coração bom e merece tudo de melhor que a vida pode oferecer. Por mais que as coisas sejam difíceis, não se entregue, viva feliz sempre dando seu melhor. Seja forte e lute por tudo que você gosta e ama sem se importar com o que dizem, pense sempre em você em primeiro lugar. Não deixe ninguém te desanime ou atrapalhe sua vida. Você é linda, inteligente e dedicada em tudo que faz, tem um coração enorme que traz alegria pra quem está perto, tenho certeza que você vai ter um futuro e carreira brilhante pela frente minha vida! _ diz no meu ouvido confortando meu coração e eu sorrio emocionada — Eu amo você filha, sempre vou estar aqui quando você precisa minha linda bonequinha de porcelana... _ diz e beija várias vezes minha bochecha

Nanda — Obrigada mãe! A senhora é a melhor mãe do mundo... _ Dou um beijo apertando em sua bochecha e ela sorri me soltando e limpando as lágrimas do seu rosto

Queria tanto contar para ela tudo que está acontecendo e sumir pra longe desse desgraçado, mas seria muito arriscado e seu coração poderia não aguentar tanta tristeza e decepção, por isso prefiro me manter calada.

Ana— Então você vai me ajudar a fazer o bolo? _ Sorrio concordando

Nanda — Claro vou só trocar de roupa e já desço... _ Ela sorri encarando meus olhos como se pudesse ver minha alma e é incrível como me sinto melhor até na maneira que ela me olha

Ana — Te espero lá embaixo tá? Não demora _ concordo sorrindo e ela se vira e sai do meu quarto...

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