Um amor que me dilacera

NOTA DO AUTOR -

Esta é uma obra de ficção sem qualquer compromisso com a realidade. Nomes, personagens, lugares e acontecimentos descritos neste livro são produtos da minha imaginação. Qualquer semelhança com lugares, datas e acontecimentos reais é simplesmente mera coincidência.

OBS: O LIVRO FOI REVISADO VÁRIAS VEZES POR MIM MESMO, PORÉM SEMPRE PASSA ALGUM ERRO DESPERCEBIDO E PROVAVELMENTE VOCÊS VERÃO ISSO.

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PRÓLOGO

Clara ajoelhou-se no chão, sentindo um nó apertar sua garganta e seu estômago revirar-se em agonia.

Cada respiração artificial era um esforço enquanto ela lutava para controlar a avalanche de emoções que a invadia.

— Você realmente não me ama? — perguntou com doçura, mas sua voz revelava uma inquietude palpável, como um frágil fio de esperança prestes a se romper.

O Sr. Oliver não hesitou em sua resposta.

— Não — ecoou em sua declaração, uma rejeição que perfurava o ar com frieza e indiferença.

Uma única lágrima se desprendeu da bochecha macia dela, traçando um caminho solitário.

Seus lábios curvaram-se em um sorriso zombeteiro, como se tivesse sido atingida por um balde de água gelada em pleno rosto, um despertar abrupto para uma dura realidade.

Ainda de joelhos no chão de mármore, a garota apoiou as mãos trêmulas no solo frio e tentou erguer-se, lutando contra a fraqueza que a consumia. Cada movimento era uma batalha contra a dor que se instalava em seu peito.

Com os dedos delgados, ela enxugou as lágrimas que teimavam em cair, enquanto seu coração martelava no peito, ecoando o tumulto de emoções que a invadia.

Seu corpo tremia ligeiramente, mas seu olhar permanecia firme, encontrando os olhos de seu noivo com determinação.

— Então, vamos terminar — declarou com a voz embargada, suas palavras carregadas de uma mistura de tristeza e resolução — Eu quero cancelar nosso compromisso.

CAPÍTULO 1

CLARA WALKER

O garçom, com um gesto elegante, serviu uma limonada refrescante em minha taça, enquanto meus olhos permaneciam fixos em Oliver.

Ele estava absorto em seu iPad, como se o mundo digital tivesse capturado sua atenção por completo.

Aquele homem, a quem eu amava profundamente, parecia ter dedicado seu coração inteiramente ao trabalho.

Apesar de nossos encontros se limitarem a breves momentos durante a semana, sua ausência ia além disso, criando um vazio quase tangível.

Nossos casamentos haviam sido orquestrados desde a juventude, um acordo entre nossas famílias que havia moldado nossos destinos antes mesmo de termos a chance de decidir por nós mesmos.

Eu usava um vestido jeans delicado, que sutilmente contornava minhas formas, e um colar de pérolas adornava meu pescoço.

Meus cabelos negros caíam em ondas graciosas até a cintura.

Mantive um sorriso polido nos lábios, embora uma torrente de sentimentos fervilhasse sob a superfície.

Uma parte de mim ansiava por protestar, por sacudi-lo e mostrar a Oliver o quão desrespeitoso ele estava sendo.

No entanto, essa parte de mim era sufocada pelas amarras das convenções sociais que nos envolviam.

Os raios de sol banhavam seu rosto, destacando cada linha de sua expressão.

A mandíbula marcante, os olhos castanhos profundos e os cabelos cuidadosamente penteados para trás compunham uma imagem que irradiava confiança e autoridade.

Apesar do meu descontentamento, um rubor suave aqueceu minhas bochechas enquanto observava seu elegante terno azul, que parecia acentuar a amplitude de seus ombros largos.

Aquele homem, meu noivo, era minha fraqueza e força simultaneamente. Sabia que desvendar as camadas do seu coração seria uma jornada complexa, mas eu estava decidida a trilhá-la.

À distância, uma figura feminina se aproximava. Seus cabelos loiros estavam habilmente presos em um coque impecável, e seu vestido vermelho justo realçava a graça de sua silhueta.

Ergui-me um pouco mais na cadeira, incapaz de desviar o olhar enquanto ela se aproximava. Parecia pronta para se lançar sobre Oliver a qualquer momento, uma fera determinada em sua presa.

— Bom dia, Sr. Miller — ela cumprimentou, estendendo a mão com um sorriso que oscilava entre o profissional e o pessoal.

Para minha surpresa, Oliver afastou seu iPad e se levantou para cumprimentá-la.

— Bom dia — sua expressão era polida, mas sua atenção logo voltou-se para mim.

Curiosa, indaguei com um tom cuidadosamente mascarado:

— Ela é...? —

— Minha secretária — respondeu sem hesitação.

A mulher, agora mais próxima, emanava um perfume floral suave, deixando um rastro de feminilidade no ar.

— Prazer em conhecê-la — a voz dela soou, um tom de simpatia que mal disfarçava o brilho de autoconfiança em seus olhos.

Era como se ela estivesse ciente do impacto que sua presença causava.

Meu cumprimento foi dado por meio de um aceno de cabeça, enquanto apertava sua mão gelada.

Ela mantinha o olhar fixo em Oliver, como se eu fosse apenas um acessório temporário em sua narrativa.

Um arrepio de desconforto percorreu minha espinha, misturado com um sabor amargo de ciúmes.

No fundo, eu sabia que aquele era um sentimento irracional e injusto, mas era inevitável.

— Você deve ser a irmã mais nova do Sr. Miller, certo? — ela questionou com uma falsa casualidade.

Fiquei momentaneamente perplexa, minha mente processando a insinuação inesperada.

Kate Miller, a protegida de Oliver e sua irmã mais nova, já cruzara meu caminho algumas vezes.

No entanto, não era difícil notar que ela preferia minha companhia à de Oliver. E agora, essa mulher estava sugerindo que eu parecia ser a irmã mais nova dele?

— Perdão…? — Murmurei, um nó de confusão se formando em minha mente.

Enquanto tentava entender sua lógica, percebi que seu olhar continuava fixo em Oliver, como se eu fosse apenas uma nota de rodapé em sua conversa.

— Ah, desculpe-me se presumi. É que você parece tão jovem, achei que fosse a irmã dele — explicou, sua voz tingida de superficialidade.

A sensação de inadequação aumentou, minha autoconfiança momentaneamente abalada por suas palavras.

Meus dedos brincavam com o colar de pérolas, uma pequena distração em meio ao turbilhão de pensamentos.

Oliver, entretanto, não pareceu reagir à insinuação dela.

Sua expressão permaneceu impassível, como se a presença dela não tivesse nenhum impacto sobre ele.

— Ela é minha noiva, Amanda — Oliver finalmente respondeu, seu tom firme e autoritário, como se estivesse marcando território.

Amanda, sem parecer intimidada, deu de ombros com um sorriso de canto.

— Ah, peço desculpas pelo engano, Sr. Miller. Não sabia que havia se comprometido.

Oliver apenas balançou a cabeça, um sinal claro de que aquele assunto estava encerrado.