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A rainha desprezada

A rainha desprezada

Andyh

5.0
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5
Capítulo

" Um lobo não é traiçoeiro, jamais ataca a toa, ele ataca apenas aquilo que o ameaça e defende aquilo que ama!" Cordelia nem sabe que lobisomens existem. Em um avião para Paris, ela encontra o Alfa Kyllian, que afirma que ela lhe pertence. O possessivo Alfa marca Cordelia e a leva para sua suíte, onde ela tenta desesperadamente lutar contra a paixão que cresce dentro dela. Será que Cordelia irá sucumbir aos seus desejos, ou será que ela é capaz de se segurar? E quando este mesmo Alfa, que jurou ama-la e cuidar dela, a despreza e a quebra fisicamente e psicologicamente, esse amor será capaz de resistir a isso? Ela será capaz de sobreviver a ter seu coração quebrado mais uma vez?

Capítulo 1 Cordelia

Respirei fundo enquanto atravessava o aeroporto, com a bagagem em mãos. Não conseguia me acalmar, por mais que tentasse.

Eu detestava voar.

E um voo de onze horas para Paris, era a última coisa que eu queria fazer no dia anterior à véspera de Natal. Mas minha mãe tinha implorado para eu vir passar as férias com ela e seu marido.

Eu sabia que ela só tinha me convidado por culpa. Eu não via minha mãe há mais de cinco anos, e ela parecia não se incomodar em ter me deixado pra trás depois que meu pai adoeceu.

Ela levou apenas um ano para se casar novamente e, mais outro para ter um filho. Ela esqueceu completamente de meu pai e eu, e começou a agir como se nunca tivéssemos existido.

Então, o fato de ela ter me convidado para ir vê-la agora me deixou muito irritada.

Mas eu não tinha mais ninguém. Paris era minha única opção, se eu não quisesse passar o Natal sozinha.

Passar pela segurança foi mais fácil do que eu pensava, e encontrei meu portão sem muitos problemas. Mas mesmo com toda essa sorte, não pude deixar de me sentir inquieta.

Eu voei apenas duas outras vezes em toda a minha vida, ambas por razões que eu gostaria de ter evitado.

A primeira vez foi para o funeral da minha avó na Flórida. A segunda foi para o casamento de minha mãe em Paris com um homem que eu nunca conheci antes - um homem que não era meu pai.

Então, voar não só era absolutamente aterrorizante, como sempre me levava a uma situação indesejada. Eu sabia que este voo não seria diferente.

Esperei pelo embarque durante meia hora. Queria chegar cedo para ter certeza de que não perderia o voo. Não queria ter que pagar pelo

próximo.

Uma vez no avião, não consegui evitar que minhas mãos começassem a tremer. Uma aeromoça sorriu para mim enquanto eu passava por ela e, notando meu nervosismo, acenou com a cabeça para me tranquilizar.

Fiz o melhor que pude para devolver o sorriso.

Quando finalmente consegui chegar ao meu lugar, bem na parte de trás do avião, olhei para o homem que eu iria sentar ao lado durante as próximas onze horas.

Seu olhar se movia para cima e para baixo no meu corpo, parando no meu busto durante um momento antes de encontrar meus olhos.

Ele sorriu.

- Bem, olá.

Ótimo. Simplesmente perfeito.

Vou ter que passar as próximas onze horas sendo secada por um esquisitão.

- Oi, - murmurei.

Ignorando o Sr. Esquisito, peguei minha bagagem de mão e a levantei acima de mim para colocá-la no compartimento superior.

Percebendo que o idiota - que agora só me olhava enquanto eu apanhava da bagagem - tinha colocado sua mala no meio do compartimento, eu bufei, tentando movê-la com uma mão enquanto eu lutava para enfiar a minha ao lado dela.

Eu quase tinha conseguido encaixar minha bagagem quando senti mãos se enrolarem em minha cintura, tocando a pele nua do meu estômago onde minha camisa subiu.

Pensando que era o Sr. Esquisito, tentei me afastar, mas parei enquanto as mãos se apertaram ao meu redor e faíscas se espalharam pelo meu corpo.

Eu sacudi a cabeça para ver a quem pertenciam as mãos, e senti meus olhos se arregalarem enquanto eu absorvia sua imagem.

Ele era de tirar o fôlego... Grande ao ponto de parecer quase cômico dentro de nosso pequeno avião.

Seus músculos se tensionavam contra sua camisa preta e seu jeans

azul, dizendo-me que ele devia ter passado muito tempo na academia.

Ele tinha cabelo castanho chocolate, hipnotizantes olhos verde- escuros, e uma mandíbula que parecia poder cortar papel.

Seus lábios eram cheios e sensuais, e eu me inclinei inconscientemente, imaginando como seria pressionar meus lábios contra os dele.

Um súbito e profundo rosnado me colocou de volta à posição vertical, e meus olhos encontraram os dele para descobrir que estávamos nos observando. Minhas bochechas ruborizaram imediatamente, mas antes que eu pudesse me sentir muito envergonhada, ele disse.

- Minha companheira, - disse ele, sua voz profunda e rouca sibilando em meus ouvidos. Ele apertou minha cintura suavemente enquanto sua testa baixava para encontrar a minha, e profundamente. Eu provavelmente deveria tê-lo esbofeteado, mas em vez disso deixei meus olhos se fecharem e me deliciei com a sensação de seus braços em torno de mim enquanto faíscas deliciosas se espalhavam pelo meu corpo. Eu nem sabia que era possível me sentir tão bem.

Senti sua cabeça se afastar da minha enquanto ele se curvava para se aninhar em meu pescoço. Inclinei minha cabeça para dar-lhe melhor acesso, e ele soltou um grunhido de aprovação.

E então eu o senti deixar um beijo suave bem no lugar onde meu pescoço e meu ombro se encontravam. Primeiro meus joelhos ficaram fracos, depois todo o meu corpo ficou dormente e um suspiro fraco saiu da minha boca.

Ele sorriu contra meu pescoço, riu e tomou todo o meu peso em seus braços enquanto eu me inclinava completamente contra ele para que eu não caísse.

Eu estava nas nuvens.

Um pigarro me arrancou do meu transe, e eu soltei um gritinho e tentei me afastar, lembrando de onde eu estava.

Infelizmente, ao tentar afastar de mim o homem misterioso e incrivelmente bonito, esqueci a mão que ainda estava segurando minha bagagem no compartimento superior.

Ouvi minha mala deslizando na minha direção e rapidamente me

abaixei, esperando que o canto duro se chocasse contra minha cabeça.

Mas nada aconteceu, e em vez disso ouvi:

- Cuidado, linda.

Olhei para o homem à minha frente, que ainda tinha uma mão possessivamente descansando embaixo da minha camisa, na minha lombar. Sua outra mão agora segurava minha mala acima da minha cabeça.

Ele sorriu para mim e deu uma piscadela antes de empurrar minha bolsa para dentro do compartimento e fechá-lo.

Ainda mantendo sua mão nas minhas costas, ele se virou para olhar para a mulher atrás dele, que tinha tentado chamar nossa atenção durante nosso momento intenso. A mulher parecia chocada e, hesitante, limpou a garganta mais uma vez.

- Desculpe, eu só preciso chegar ao meu lugar, e vocês estão bloqueando o corredor. Eu não queria interromper a sua reunião. Vocês dois claramente não se veem há algum tempo. - Ela sorriu docemente.

Querendo corrigi-la, abri minha boca para dizer que nunca havíamos nos encontrado antes, mas o homem que me segurava chegou primeiro.

- Estávamos apenas procurando nossos assentos. Estaremos fora do seu caminho em um segundo. - Sua voz era suave e tranquilizadora.

A mulher acenou com a cabeça, agradecida.

Fui me afastar, ansiosa para escapar da situação embaraçosa, mas o homem apenas me segurou mais firmemente.

Ele se inclinou e sussurrou no meu ouvido:

- Não tão rápido... Você não vai escapar tão facilmente. - Depois ele olhou para o esquisitão que ficaria sentado ao meu lado durante o voo. - Mexa-se, - ele lhe disse.

O Sr. Esquisito acabou de sentar-se ali e nos olhou por um segundo, provavelmente ainda processando todo o encontro que tinha acabado de acontecer. Fiquei muito desconfortável ao pensar que ele tinha nos observado.

- O quê? - perguntou ele.

- Fora, - repetiu o senhor atraente. - Estou sentado ali.

- Desculpa? Eu não vou trocar. Este é o meu lugar. O homem que me segurava rosnou baixo.

- Aqui, pegue o meu. - Ele entregou o bilhete ao Sr. Esquisito. - É na primeira classe, - disse ele, observando o homem que olhava para o bilhete com a sobrancelha levantada.

- Agora, mexa-se, - disse ele lentamente - quase ameaçadoramente - como se estivesse desafiando o homem a questionar suas ordens novamente.

O canalha olhou para nós mais uma vez antes de se levantar e rapidamente agarrou sua bolsa, passando por nós com pressa, sem fazer contato visual. Fiquei assistindo, atônita.

Que diabos acabou de acontecer? Este tinha se tornado um dia estranho.

- Continue, linda, - disse meu novo e misterioso vizinho, empurrando-me gentilmente para o assento da janela enquanto seguia próximo atrás de mim.

Sentei-me e assisti enquanto ele sentava ao meu lado. Não tinha certeza do que dizer, ainda um pouco desnorteada e envergonhada com o que havia acabado de acontecer.

- Hum, desculpe por antes, - murmurei, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha e baixando o meu olhar. Eu queria que esse cara gostasse de mim. - Eu geralmente não ando por aí tocando estranhos assim, eu prometo.

Eu ri nervosamente. Quando ele não respondeu, eu limpei minha garganta.

- Certo... então por que você desistiu da sua passagem de primeira classe para se sentar aqui atrás?

De repente, uma mão envolveu meu queixo e virou minha cabeça. Meus olhos encontraram os dele, e a mão dele se moveu para segurar minha bochecha.

- Porque eu queria estar ao seu lado, - disse ele com a voz rouca.

Ele acariciou minha maçã do rosto enquanto examinava cada centímetro da minha face.

- Uau, como eu tive tanta sorte?

Eu me afastei dele, sem ter certeza de como responder. Devo ter ouvido mal.

- Desculpe, o que você disse?

Ele apenas sorriu e balançou a cabeça.

- Nada. Não se preocupe com isso, linda. - Ele se inclinou para mim por cima do descanso de braço. Estávamos próximos para dois estranhos.

- Eu sou Kyllian. Qual é o seu nome?

Quase como se estivesse atordoada, ouvi-me dizer:

- Cordelia.

Seu sorriso se alargou.

- Cordelia, - disse ele para si mesmo. - Minha Cordelia.

Seus olhos eram tão bonitos. Não pude deixar de me fixar neles.

- Uh-huh..., - eu disse distraidamente.

Ele soltou uma gargalhada gostosa. Eu disse algo engraçado?

- Nosso laço é forte; eu consigo ver. - Sou só eu, ou nada do que ele diz faz sentido?

- O quê? Nosso laço? - eu perguntei.

Ele empurrou um fio de cabelo solto para longe do meu rosto.

- Não preocupe sua cabecinha com isso.

Mais uma vez, acordei do atordoamento em que ele parecia continuar me colocando quando um bebê atrás de nós gritou alto. Percebendo quão perto eu estava do homem - Kyllian - eu saltei de volta.

Eu tinha conseguido sentir sua respiração em meu rosto.

Mais uma vez soltei uma risada nervosa, depois coloquei minhas mãos no colo, tentando parecer menos constrangida do que me sentia.

Esse cara provavelmente pensa que sou maluca.

- Então, negócios ou prazer? - perguntou Kyllian.

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