A Escolha Fatal: Quando a Prioridade Não Era Eu

A Escolha Fatal: Quando a Prioridade Não Era Eu

Gavin

5.0
Comentário(s)
134
Leituras
11
Capítulo

O cheiro a desinfetante no hospital era sufocante. Eu estava ali, com o braço engessado, depois de um acidente de carro que quase me custou a vida. Atrás de mim, o meu namorado, Leo, falava ao telemóvel com a mãe, minimizando a minha dor. "A Ana? Ah, ela só partiu um braço. Não é nada de grave." A sua voz era leve, vazia de preocupação. Ele tinha o meu namorado, a pessoa que eu amava, tinha-me deixado presa nos destroços, a sangrar, para socorrer o pai dele, que tinha uma fratura ligeira na perna. «Mais urgente?», perguntei, a minha voz rouca, sem conseguir conter a incredulidade e a traição. Ele justificou-se com a maior naturalidade, como se fosse óbvio: "Sim, ele é mais velho. Tu és jovem, recuperas depressa." Ali, naquele leito de hospital, percebi que nunca seria a sua prioridade. Nem mesmo quando a minha vida estava em risco. Foi naquele momento que a minha desilusão se transformou em decisão. "Leo, vamos terminar", disse, com uma calma que me surpreendeu. Mas a confusão e a raiva dele foram imediatas, seguidas de uma incessante onda de manipulação vinda dele e da sua família. Mensagens, chamadas, presentes, e acusações de que eu era egoísta e ingrata. Eu, a vítima, estava a ser culpada. «Estás a ser egoísta, Ana. O Leo precisa de ti agora. A nossa família passou por um trauma», dizia a mãe dele, ignorando completamente o meu. Mas não era apenas a dor do abandono que me assombrava. Era a constatação de que o homem que eu amava era um estranho que me via como uma segunda opção, descartável. O que eu não esperava era que a sua obsessão o levasse a passar de suplicante a perseguidor. Fotos minhas tiradas à distância, do lado de fora do meu apartamento, revelaram o horror: ele estava a vigiar-me. Aquele que um dia prometeu cuidar de mim, agora era a minha maior ameaça. Quando ele me encurralou na rua, com uma chave de fendas na mão, a minha vida não era mais sobre recuperar de um acidente. Era sobre lutar pela minha liberdade, pela minha sanidade, e por fim, pela minha vida. Estaria eu condenada a ser a sua posse ou teria finalmente a força para me levantar e salvar-me?

Introdução

O cheiro a desinfetante no hospital era sufocante.

Eu estava ali, com o braço engessado, depois de um acidente de carro que quase me custou a vida.

Atrás de mim, o meu namorado, Leo, falava ao telemóvel com a mãe, minimizando a minha dor.

"A Ana? Ah, ela só partiu um braço. Não é nada de grave."

A sua voz era leve, vazia de preocupação.

Ele tinha o meu namorado, a pessoa que eu amava, tinha-me deixado presa nos destroços, a sangrar, para socorrer o pai dele, que tinha uma fratura ligeira na perna.

«Mais urgente?», perguntei, a minha voz rouca, sem conseguir conter a incredulidade e a traição.

Ele justificou-se com a maior naturalidade, como se fosse óbvio: "Sim, ele é mais velho. Tu és jovem, recuperas depressa."

Ali, naquele leito de hospital, percebi que nunca seria a sua prioridade.

Nem mesmo quando a minha vida estava em risco.

Foi naquele momento que a minha desilusão se transformou em decisão.

"Leo, vamos terminar", disse, com uma calma que me surpreendeu.

Mas a confusão e a raiva dele foram imediatas, seguidas de uma incessante onda de manipulação vinda dele e da sua família.

Mensagens, chamadas, presentes, e acusações de que eu era egoísta e ingrata.

Eu, a vítima, estava a ser culpada.

«Estás a ser egoísta, Ana. O Leo precisa de ti agora. A nossa família passou por um trauma», dizia a mãe dele, ignorando completamente o meu.

Mas não era apenas a dor do abandono que me assombrava.

Era a constatação de que o homem que eu amava era um estranho que me via como uma segunda opção, descartável.

O que eu não esperava era que a sua obsessão o levasse a passar de suplicante a perseguidor.

Fotos minhas tiradas à distância, do lado de fora do meu apartamento, revelaram o horror: ele estava a vigiar-me.

Aquele que um dia prometeu cuidar de mim, agora era a minha maior ameaça.

Quando ele me encurralou na rua, com uma chave de fendas na mão, a minha vida não era mais sobre recuperar de um acidente.

Era sobre lutar pela minha liberdade, pela minha sanidade, e por fim, pela minha vida.

Estaria eu condenada a ser a sua posse ou teria finalmente a força para me levantar e salvar-me?

Continuar lendo

Outros livros de Gavin

Ver Mais
Herança e um Casamento Forçado

Herança e um Casamento Forçado

LGBT+

5.0

A chuva incessante batia na janela da velha mansão, um lamento que apenas acompanhava a dor no peito de Sofia. Há uma semana, a tragédia levara seus pais e irmãos, deixando-a, aos 22 anos, a única herdeira da Fazenda Alvorada, um império do café. Mas a mansão, antes cheia de risos, agora era um mausoléu. Dona Clara, a gerente da fazenda, entrou com uma bandeja, a preocupação em seu rosto. "Menina Sofia, você precisa comer alguma coisa." Sofia mal podia desviar os olhos da paisagem cinzenta lá fora. "Não consigo, Clara. Não sinto fome." Dona Clara suspirou, antes de revelar a bomba que mudaria tudo. "O advogado da família esteve aqui. Sua avó, Dona Alice, deixou uma cláusula no testamento." A base de tudo, a lei da família, agora se tornava a sua maior prisão. "Há uma condição," continuou Dona Clara, a voz baixa, "para você assumir o controle total da fazenda e da fortuna: você precisa estar casada." Casada? Em meio a tanto luto? Parecia uma piada cruel do destino. "Isso é um absurdo," Sofia sussurrou, a voz trêmula. "Por que a vovó faria isso?" A notícia se espalhou como fogo por Monte Belo, e um nome emergiu nas fofocas maldosas: "Aquela filha ilegítima dos vizinhos teve sorte, vai virar a Sra. da Fazenda de Café." Era Camila, a garota por quem Sofia nutriu uma paixão platônica por toda a adolescência. E, como invocada, Camila apareceu na mansão naquela mesma tarde. Com uma arrogância que Sofia nunca quisera ver, ela parou à sua frente. "Fiquei sabendo da sua situação." A voz fria de Camila atingiu Sofia como um tapa. "Considerando sua devoção por mim todos esses anos e que agora você está desamparada, posso me casar com você." Mas a facada veio logo em seguida. "Mas saiba que eu e Lucas nos amamos, e mesmo como Sra. da Fazenda, darei filhos a ele." Lucas. Seu primo. O cúmplice. O quebra-cabeça macabro se montou, revelando a ganância dos seus tios e a traição de Camila. O coração de Sofia se esfarelou. Sua devoção por Camila fora a grande tolice de sua juventude, uma alavanca para ser usada no momento mais oportuno. Subindo as escadas, ela ouviu vozes vindas do escritório do pai. "Você realmente disse isso pra ela? Assim, na cara dela? Você é incrível, meu amor." Era Lucas, risonho, com Camila respondendo cheia de desprezo. "Claro que eu disse. Aquela idiota sempre foi louca por mim. É só estalar os dedos. Assim que nos casarmos, a fazenda será nossa. E seus pais podem parar com esse teatrinho de luto e começar a planejar como vamos gastar o dinheiro." Um beijo longo e debochado. A imagem deles, rindo de sua dor e conspirando, foi a gota d' água. A tristeza profunda deu lugar a uma raiva fria, cortante. No espelho, Sofia viu a garota ingênua morrer. Eles a subestimaram. Mas a verdadeira noiva de Sofia já estava a caminho.

Você deve gostar

Abandonada no Altar, Casei com o Herdeiro "Aleijado"

Abandonada no Altar, Casei com o Herdeiro "Aleijado"

Rabbit2
5.0

O som do órgão na Catedral de São Patrício ainda ecoava quando o meu mundo desabou em silêncio absoluto. Diante de quinhentos convidados da elite, o homem que eu amava há quatro anos soltou a minha mão e caminhou calmamente até à minha madrinha de casamento. O ""sim"" que eu esperava transformou-se no anúncio cruel de que eu era apenas um passatempo descartável. Blake Miller rejeitou-me publicamente, trocando-me pela minha melhor amiga, Tiffany, sob o pretexto de que uma órfã sem nome nunca estaria à altura do seu império. A humilhação foi total enquanto os convidados sussurravam insultos e a minha própria família adotiva me virava as costas, deixando-me sem teto e sem dignidade. ""Eu não posso casar contigo, Audrey. A Tiffany é quem realmente entende o meu peso e o meu estatuto. Tu foste apenas uma diversão, mas o jogo acabou."" Fui ridicularizada por aqueles que antes me bajulavam, vendo a minha vida ser destruída num espetáculo de traição e ganância. A dor da injustiça transformou-se num ódio gelado ao perceber que eu tinha sido apenas um peão nos planos deles. Eu estava sozinha, sem dinheiro e com a reputação em farrapos, destinada a ser a piada da temporada. Como puderam ser tão cruéis depois de tudo o que sacrifiquei? A fúria superou a minha agonia, e eu decidi que não seria a vítima daquela história. Em vez de fugir em lágrimas, caminhei firmemente até ao fundo da igreja, onde Victor Sterling, o ""pária"" bilionário numa cadeira de rodas, observava tudo com um desprezo glacial. Olhei nos olhos do homem que todos julgavam arruinado e propus-lhe um negócio: o meu nome pelo seu poder. Quando Victor aceitou, o jogo mudou; a noiva humilhada estava prestes a tornar-se o pior pesadelo de quem ousou traí-la.

Capítulo
Ler agora
Baixar livro