A Traição Que Mudou Tudo

A Traição Que Mudou Tudo

Gavin

5.0
Comentário(s)
1.8K
Leituras
11
Capítulo

A sirene da ambulância rasgava a noite, mas para mim, Ricardo, era só o som do fim. Caído no asfalto molhado, com a cabeça latejando e gosto de sangue na boca, eu via as luzes vermelhas e azuis dançarem, enquanto minha vida brilhante, antes cheia de promessas, se esvaía de forma patética e injusta. Tudo desabou rápido demais. De aluno exemplar de engenharia, orgulho do meu pai, tornei-me um pária, um criminoso. A falsa acusação de Alice, que eu tentei ajudar, envenenou minha vida. A universidade me suspendeu, amigos se afastaram. O golpe final foi a morte do meu pai, um homem trabalhador que sacrificou tudo por mim. Libertado por falta de provas, mas não de suspeitas, eu era um fantasma, sem diploma, sem honra. E ali, no chão, meu último pensamento foi um lamento: se eu pudesse voltar, se tivesse uma segunda chance... De repente, a dor sumiu. A escuridão se dissipou. O cheiro de café fresco e pão na chapa invadiu minhas narinas. Abri os olhos. Eu estava no meu quarto, na casa do meu pai. "Ricardo! Filho, você vai se atrasar pra aula! O café tá na mesa!" Era a voz dele. Viva, quente. Peguei o celular. A data: três anos atrás. O dia em que tudo começou. Não era sonho. De alguma forma impossível, eu havia retornado. As lágrimas que escorreram não eram de tristeza, mas de alívio, fúria e determinação. Eu lembrei do desprezo de Alice, da arrogância de Bruno, da dor do meu pai. E lembrei de tudo. Naquela vida, naquele exato dia, eu veria Alice sendo importunada por Bruno e interviria, selando meu destino. Mas não desta vez. O garoto ingênuo morreu naquela calçada fria. O homem que acordava nesta cama era mais cauteloso, astuto e perigoso. Eu não interviria diretamente. Usaria minha inteligência, minha memória do futuro, para orquestrar uma justiça muito mais devastadora. Eu não apenas limparia meu nome. Eu destruiria aqueles que me destruíram. Eu honraria a memória do meu pai. Desta vez, eu não seria a vítima. Eu seria o caçador.

Introdução

A sirene da ambulância rasgava a noite, mas para mim, Ricardo, era só o som do fim.

Caído no asfalto molhado, com a cabeça latejando e gosto de sangue na boca, eu via as luzes vermelhas e azuis dançarem, enquanto minha vida brilhante, antes cheia de promessas, se esvaía de forma patética e injusta.

Tudo desabou rápido demais. De aluno exemplar de engenharia, orgulho do meu pai, tornei-me um pária, um criminoso.

A falsa acusação de Alice, que eu tentei ajudar, envenenou minha vida. A universidade me suspendeu, amigos se afastaram.

O golpe final foi a morte do meu pai, um homem trabalhador que sacrificou tudo por mim.

Libertado por falta de provas, mas não de suspeitas, eu era um fantasma, sem diploma, sem honra.

E ali, no chão, meu último pensamento foi um lamento: se eu pudesse voltar, se tivesse uma segunda chance...

De repente, a dor sumiu. A escuridão se dissipou. O cheiro de café fresco e pão na chapa invadiu minhas narinas.

Abri os olhos. Eu estava no meu quarto, na casa do meu pai.

"Ricardo! Filho, você vai se atrasar pra aula! O café tá na mesa!"

Era a voz dele. Viva, quente.

Peguei o celular. A data: três anos atrás. O dia em que tudo começou.

Não era sonho. De alguma forma impossível, eu havia retornado.

As lágrimas que escorreram não eram de tristeza, mas de alívio, fúria e determinação.

Eu lembrei do desprezo de Alice, da arrogância de Bruno, da dor do meu pai. E lembrei de tudo.

Naquela vida, naquele exato dia, eu veria Alice sendo importunada por Bruno e interviria, selando meu destino.

Mas não desta vez. O garoto ingênuo morreu naquela calçada fria.

O homem que acordava nesta cama era mais cauteloso, astuto e perigoso.

Eu não interviria diretamente. Usaria minha inteligência, minha memória do futuro, para orquestrar uma justiça muito mais devastadora.

Eu não apenas limparia meu nome. Eu destruiria aqueles que me destruíram.

Eu honraria a memória do meu pai. Desta vez, eu não seria a vítima. Eu seria o caçador.

Continuar lendo

Outros livros de Gavin

Ver Mais
Renascendo Após o Fim

Renascendo Após o Fim

Romance

5.0

Oito anos de casamento. No dia do nosso aniversário, Pedro Silva me presenteou com novecentas e noventa e nove rosas vermelhas, quase sufocando a sala com seu perfume. Qualquer outra mulher choraria de emoção, mas meu coração estava frio como uma pedra de gelo, afinal, eu acabara de receber alta do hospital após uma cirurgia. Disquei o número dele e uma jovem atendeu, a voz de Ana, sua secretária, chorosa e acusatória: "Dona Silva... me desculpe... foi tudo culpa minha." Ao fundo, a voz de Pedro, terna e consoladora: "Não chore, não foi culpa sua. Fique tranquila, eu resolvo." Minutos depois, ele finalmente atendeu, mas sua voz era fria, desprovida de qualquer afeto: "O que você quer?" Foi então que a bomba explodiu: "Pedro, vamos nos divorciar." Ele não hesitou, apenas respondeu com uma indiferença cortante: "Como você deseja." E desligou. Naquela noite, o cheiro de álcool caro e o perfume feminino de Ana impregnavam seu terno. Ele se sentou ao meu lado, oferecendo uma bolsa de grife como um suborno por sua ausência. Eu o confrontei diretamente: "Você está tendo um caso com a Ana?" Ele negou, desdenhando da minha desconfiança, me acusando de ser amarga, de afastar até nosso filho. A humilhação de ter sido impedida de buscar João na escola por sua ordem, porque "eu faria uma cena", ainda ardia. Ele se inflamou em raiva, gritando que eu não sabia "ser a esposa de Pedro Silva", que eu o envergonhava. Em meio à fúria dele, uma clareza fria me atingiu: não havia mais dor, apenas um vazio profundo. Então, com a voz mais calma e firme que consegui reunir, revelei a verdade que o mergulhou no mais absoluto silêncio: "Eu tive um aborto espontâneo hoje."

Você deve gostar

Capítulo
Ler agora
Baixar livro