/0/15070/coverorgin.jpg?v=40493dcb5880dad14e05c5307faba71d&imageMogr2/format/webp)
O som seco e cortante do cristal estilhaçando-se contra o piso de porcelanato quebrou o silêncio como um trovão, marcando não apenas o fim de uma taça de vinho, mas o colapso de uma era na vida de Luna Camargo. A taça escorregou de seus dedos como se fosse o peso insuportável da verdade que acabara de ser dita.
Ela permaneceu imóvel, os olhos fixos nos cacos espalhados aos seus pés descalços, incapaz de processar por completo o que acabara de ouvir. O líquido rubro do vinho escorria entre as frestas do mármore branco, parecendo sangue — o sangue do coração que Bruno acabara de esfaquear com palavras precisas, frias, fatais.
— Eu quero o divórcio — repetiu ele, com uma calma ensaiada, a frieza cirúrgica de quem não sentia mais nada há muito tempo. Era como se estivesse negociando a venda de um imóvel e não pondo fim a dez anos de vida conjugal.
Do lado dele, uma mulher — ou melhor, uma composição perfeita — loira platinada, cabelos que reluziam sob as luzes da sala, pele impecável como porcelana, corpo moldado pelas mãos de um cirurgião talentoso. Seu vestido justo e caríssimo ressaltava a intenção clara de ser notada. O olhar dela era um insulto à dor de Luna: vitorioso, irônico, quase divertido.
Luna estava de rosto limpo, sem maquiagem, usando uma camisola de seda azul-marinho, um pouco amassada, mas ainda assim elegante — presente do próprio Bruno, comprado anos antes em uma boutique escondida de Paris, num tempo em que ele ainda a chamava de "minha musa".
— Você está me deixando... por ela? — A voz de Luna soou baixa, quase trêmula, traindo a tempestade que se formava dentro dela. Um furacão de lembranças, promessas quebradas e momentos desperdiçados.
Bruno desviou o olhar por apenas um segundo.
— Não é sobre ela. É sobre nós. Você... mudou.
Ela riu. Um riso curto, amargo, quase desumano.
— Mudei? Ou apenas deixei de ser a mulher que te agradava? Aquela que sorria nas festas enquanto você flertava com secretárias, aquela que aceitava suas ausências com silêncio?
/0/14456/coverorgin.jpg?v=2293c0897150a3f8ec2f3da014531d7f&imageMogr2/format/webp)
/0/16651/coverorgin.jpg?v=b0b326e66fcee55765c2447e35dd9e0f&imageMogr2/format/webp)
/0/16505/coverorgin.jpg?v=acf52454bffc900f56be4d9ed04a69b8&imageMogr2/format/webp)
/0/17730/coverorgin.jpg?v=a3d485c6dfdc5a04e8e87a83d1d87a58&imageMogr2/format/webp)
/0/17185/coverorgin.jpg?v=20251106091539&imageMogr2/format/webp)
/0/15082/coverorgin.jpg?v=20250623134653&imageMogr2/format/webp)
/0/57/coverorgin.jpg?v=d25c290f4643d282cebbe6eb3db8cfbc&imageMogr2/format/webp)
/0/15901/coverorgin.jpg?v=231833c688eef95c94194b42f9d00da1&imageMogr2/format/webp)
/0/18015/coverorgin.jpg?v=8fc8b00b1516987849a2b26c9e61563a&imageMogr2/format/webp)
/0/18213/coverorgin.jpg?v=20251218112718&imageMogr2/format/webp)
/0/18241/coverorgin.jpg?v=1d756f152742f41be17cd7da2b8b7955&imageMogr2/format/webp)
/0/18264/coverorgin.jpg?v=20251219161235&imageMogr2/format/webp)
/0/491/coverorgin.jpg?v=0a4fc1609c7146f6d8b3d8dcba477eb9&imageMogr2/format/webp)
/0/17808/coverorgin.jpg?v=20251126154845&imageMogr2/format/webp)
/0/18065/coverorgin.jpg?v=20251211152147&imageMogr2/format/webp)
/0/15765/coverorgin.jpg?v=20251105204840&imageMogr2/format/webp)
/0/17685/coverorgin.jpg?v=20251113182629&imageMogr2/format/webp)
/0/18210/coverorgin.jpg?v=e905422aa40a6a0ee728955a96ff77b1&imageMogr2/format/webp)
/0/15928/coverorgin.jpg?v=20251105231009&imageMogr2/format/webp)
/0/18230/coverorgin.jpg?v=20251218173629&imageMogr2/format/webp)