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Capítulo

Klaus Zornickel desde criança seguiu seu caminho sozinho, passando de um internato para outro, até descobrir que fugir era a melhor escolha, o que o leva ao mundo do tráfico. Tudo muda quando, já adulto, sua família de sangue vem atrás dele e ele descobre pertencer a uma família de mafiosos. Por ser irmão do Don é nomeado subchefe da máfia In Ergänzung. Vivendo na sombra do seu irmão, acaba sendo confundido e raptado no lugar do chefe. Edvige Vogel nutre um sentimento de raiva pelo Don da In Ergänzung, seu plano de vingança foi arquitetado por anos e tinha tudo para dar certo, isso se não tivessem raptado a pessoa errada. A mulher se encontra num beco sem saída quando vê a pessoa errada na sua frente e ele em nada se parece com o Don. O homem na sua frente é sedutor e tem um sorriso fácil. Duas pessoas destinadas a se odiar, mas com um desejo mútuo entre eles. Ela será capaz de resistir ao subchefe? Será que sua mágoa por esse clã conseguirá unir mundos opostos? Será que pela primeira vez, a In Ergänzung poderá unir um homem e uma mulher?

Capítulo 1 SUBCHEFE

Olho meu reflexo no espelho, lembrando do dia que Heinz deu um soco em meu rosto, nunca senti tamanha dor, nem as surras que levei na rua se compararam a dor que senti ao ter um soco inglês perfurando minha face. Quando vim morar nesta casa, confesso que não me adaptei, embora tenha descoberto o motivo do meu gênio um tanto forte, vindo de uma família de mafiosos não tive para onde correr, mas se tem algo que não consigo fazer é matar alguém. Ver a pessoa perdendo a vida diante dos meus olhos é horrível e não consigo ser igual aos meus irmãos.

Heinz mata a sangue frio e Otto tem um modo sarcástico quando se trata de matar alguém, parece um gato procurando sua caça, brinca com a pessoa até vê-la sem força. Até hoje os olhos do homem que matei estão na minha mente, Luck Cabot, esse era o nome dele, como esquecer? O homem era jovem, tinha uma vida pela frente e a interrompi. Com que direito eu fiz isso? Meu pai costumava dizer que isso um dia iria passar, mas três anos já se foram e esse momento ainda martela na minha memória. Passei pouco tempo ao lado de Petrus, sua morte já era premeditada entre todos da máfia. Mas foi graças a ele que Heinz começou a me ver com outros olhos e parar de exigir coisas absurdas vindas de mim. Meu irmão, o Don da In Ergänzung, sempre pensou que eu entraria nessa casa seguindo os passos dos Zornickel, mas foi tudo por água abaixo quando ele percebeu que eu não faria, o deixando um tanto frustrado. Cada vez pior, os treinamentos me destruíram internamente ao ver tantas vidas serem ceifadas sem dó. Os homens do clã são feitos de soldados sem coração, apenas tiram vidas que acham conveniente, ou que na maneira deles, fez algo errado para a In Ergänzung. Passo a mão em meu cabelo, deixando-o para trás, fecho o último botão da minha camisa, deixando dobrada em meu cotovelo, pego meu celular no móvel ao lado da minha cama e saio do meu quarto. — Senhor. Olho para trás e vejo Hadrian, um dos soldados de Heinz. — O Don lhe aguarda no escritório. Concordo, saio de perto dele e sigo em direção ao escritório. Com duas batidas na porta, entro no mausoléu de Heinz. O lugar fede a tabaco, não que eu não goste, mas meu irmão é viciado demais nesses charutos. — Mandou me chamar? — pergunto observando-o cruzar suas pernas, sentado em uma poltrona. — Como sabe, sairei de lua de mel com a Zara, ninguém sabe, apenas vamos nos ausentar. — Sua voz grave ecoa na sala. — Já era hora, Zara merece um pouco de ar puro — digo em deboche, me sentando em frente a ele, vendo-o revirar os olhos. Construí uma relação quase perfeita com meus irmãos, posso até dizer que tenho uma família agora, eu acho. — Não venha com esse papo que a minha esposa merece o mundo. — E não merece? Para te aguentar, eu acho que merece até mais — concluo pegando o charuto da mão dele. — Vendo por esse lado, tem razão. — Abre o que ele chama de sorriso. Meu irmão não é uma pessoa que demonstra seus sentimentos, muito menos sai distribuindo sorrisos, mas isso não se encaixa a sua esposa. Já perdi as contas de quantas vezes vi os dois de conversa fiada pelos corredores, até mesmo já os ouvi fazendo sexo, mas o pior foi ouvi-lo dizendo que é capaz de dar a In Ergänzung nas mãos dela, se isso a fizer feliz. Heinz mudou muito em relação a esposa depois de dois anos longe dela, algo que tive uma parcela de culpa, afinal ajudei Zara a fugir. Não aguentava mais vê-la sofrendo nas mãos do meu irmão, que tinha uma forma bem estranha de demonstrar seu amor, por isso eu a ajudei e não me arrependo. Heinz parece que criou juízo nesse tempo separado e agora trata Zara como uma verdadeira joia rara, o que ela é. — Yan​vai​junto,​presumo?​—​pergunto​lembrando​do pequeno garotinho. — Sim, por hora não quero tirar os olhos do meu menino — meu irmão diz com um brilho em seus olhos. — Quem diria, Heinz Zornickel, o papai do ano — digo rindo. — Yan vai ser o Don mais temido por todos. — Sua voz contém uma certa precisão do que ele fará. — Acredito que Zara não saiba dos planos que tem para o garoto? — Em partes, sabe, apenas omiti algumas coisas, com o tempo vou amolecendo a fera. Dou um trago no charuto, fazendo sinal negativo com a cabeça. — Essa eu pago para ver, sabemos melhor que ninguém que Zara o tem nas mãos. — Que meus inimigos não ouçam isso — meu irmão diz debochando. — Está confirmado então? — Em tese. — Heinz dá de ombros querendo se fazer de desinteressado. — Agora voltando ao assunto da viagem, vou ficar alguns dias fora e você ficará encarregado de tudo enquanto estiver ausente. Apenas não tome nenhuma decisão precipitada, não esteja à frente de nenhum tiroteio, ou ao menos dê seu corpo a tapa. Lembre-se, nosso sangue é importante, temos outros para estar à frente da batalha, apenas direcionamos tudo — diz sério, sabendo que em alguns momentos sou movido pelo coração e esqueço onde estou me metendo. — Vou fazer o possível. — Não quero o possível, quero o seu melhor, Klaus. Não quero viajar e receber a notícia que meu irmão está morto. Não ficamos 30 anos afastados para sair testando a lei da gravidade. — Os olhos de Heinz tem preocupação. — Adoro quando demonstra seus sentimentos, irmão — concluo piscando um olho. — Vai se fuder. — Mostra o dedo do meio enquanto lhe entrego o charuto. — Verena, como está depois que selaram o casamento? — pergunto mudando de assunto, querendo saber mais da minha irmã. — Ela aceitou melhor que o esperado. Verena não demonstra o que sente, às vezes vejo que ela não quer ser um estorvo e acaba aceitando qualquer coisa. — Coça sua testa. — E isso é ruim, presumo. — Apenas não queria tirar dela essa energia contagiante que tem, mas vejo que não tenho escolha, afinal ela está prometida a Tommaso Vacchiano, o homem consegue ser pior que eu. Ambos nos olhamos preocupados, temendo por nossa pequena irmãzinha.

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