De plebeia para princesa. De princesa para rainha. Elena tem um passado obscuro. Aos cinco anos de idade sua vila foi atacada. Homens em seus cavalos atacarem sua vila sem piedade era fogo e grito para todos os lados. Onde estão seus pais? Por que isso está acontecendo? O choro a sufoca, mas ninguém dá atenção a ela. Elena sai de dentro de casa, a neve que cai não é nada comparado ao fogo que domina a vila. Tudo se apaga quando Elena tenta lembrar do seu passado. Sua vida começa quando Erick a encontra. O que acontece antes, ela não lembra mais. Ela é agora uma mulher de 20 anos. Cheia de vida e bondade, gosta de se sentir livre e seu arco e flecha são sua paixão. Elena se tornou uma mulher forte, mas não está preparada para um casamento. Seu pai não deixa escolha. Despreza Aaron Pierce, futuro rei de Mortryan, é o seu plano para que ele desista do casamento. Aaron não desistiu e mostrou que o amor pode ajudar. Seu passado atormenta. Seus pesadelos daquela noite são como uma facada nela. Quando Elena sai de Bermaty, lugar onde ela ficou segura por 15 anos e vai embora para Mortryan. Elena começa ter noção da sua força. Ao lado de Aaron, Elena vai salvar reinos e mais reinos.
- Você já foi mais rápido, Clay. – Provoquei.
- Você já me irritou bem menos, Elena. - Clarisse disse revoltada.
Eu ri da minha pobre amiga, mas ela realmente já foi mais rápida. Parei de correr, após ouvir barulho de folhas secas sendo pisadas. Olhei ao redor em busca da minha presa. Finalmente.
- Fique em silêncio. – Olho entre as árvores, sorri. – Está bem ali.
Aponto na direção das árvores.
- Está muito longe. – Ela sentou no chão e respirou fundo. – Vou deixar pra você.
Pego minha flecha colocando no meu arco sem fazer nenhum barulho. Miro bem na direção do veado, respiro fundo para não perder a contratação e conto até 3 para atirar no meu alvo. 1... 2... 3...
- Parece que você errou, minha cara irmãzinha!
Fecho meus olhos me controlando para não xingar meu irmão. Precisei fazer um enorme esforço para isso não acontecer. Demoramos um bom tempo para achar o bendito veado e meu irmão tinha que aparecer agora?
- O que faz aqui, Erick?! – Olhei para ele abaixando o meu arco.
- Apenas vir lembrar a minha linda irmã que ela tem um compromisso muito importante com vosso pai.
Reviro os olhos.
- Ele não vai fazer aqueles discursos chatos ou vai? – Erick deu um meio sorriso. – Maninho me tira dessa? Diz a ele que você não me achou.
- Dessa vez não posso. – Erick ficou sério. – O assunto é sério. Então pegue seu cavalo e vamos.
Odeio quando ele fala todo mandão.
- Amanhã a gente continua? – Pergunto a Clarisse.
- Claro! – Ela se virou para Erick e fez uma reverência. – É um prazer vê-lo novamente, príncipe Erick.
Ele sorriu para ela. Reviro os olhos mais uma vez.
- Também é bom vê-la, Clarisse.
Monto em Angel e me preparo para ir.
- Aparece no castelo hoje. – Grito.
- Pode deixar!
Cavalgando o mais rápido que consigo, Erick e eu apostamos corrida até o castelo. Como sempre ele ganhou de mim, mas não é nenhuma novidade. Não sei porque eu ainda tento. O cavalo dele está acostumado a correr. No castelo passei minha mão pelo vestido para tirar o máximo de poeira possível. Tenho uma irmã muito...
- Não acredito que você estava caçando novamente. – Amberly disse ajudando-me a limpar o vestido. – Você sabia sobre nosso compromisso...
- Estou aqui, Amby. – A chamei pelo apelido. Ela costuma ficar mais calma quando a chamo pelo apelido. – Não precisa ficar estressada.
- É o melhor que conseguimos fazer. – Amberly solta meu cabelo contra minha vontade. – Pronto. É melhor que nada.
- Eu não quero ir...
Amberly passou seu braço pelo meu.
- Agora erga a cabeça.
Fiz o que ela pediu e seguimos para o grande salão. Meu pai, o rei William, está sentado no seu trono ao lado de minha mãe, a rainha Lucy. Meu irmão Erick já estava presente no local.
- Minhas preciosidades finalmente chegaram.
Amberly ficou toda animada com um elogio. Eu evito revirar os olhos. Gostaria de estar em qualquer lugar, menos aqui. Meu pai me olha com atenção e solta um suspiro.
- Minha querida, Elena. Imagino que tenha sido informada sobre o evento de hoje.
- Eu não sabia exatamente o que vesti. – Menti.
Minha mãe e Erick tentam não rir. Amberly ao contrário de Erick puxou o papai, ela me olhou negando com a cabeça. Erick leva mais no humor e vê o lado bom das coisas, mas ultimamente ele tem se fechado mais. Ele será o rei de Bermaty e acredita que ser mais parecido com nosso pai é a melhor escolha.
- Se ela tivesse chegado a tempo, eu teria arrumado ela, papai.
Olho para Amberly com vontade de bater nela. Às vezes minha irmã era uma linda víbora. É claro que meu pai sabia onde eu estava, mas não precisamos confirmar. Respirei fundo e voltei a olhar para frente.
- Sabe que terá consequências...
Dou um passo à frente.
- Papai, por favor. Começa com seus sermos chatos, mas não me proíbe de caçar novamente.
Houve um tempo em que faltei um compromisso muito importante de papai, porque eu perdi o tempo caçando. Ele ficou furioso e me deixou um mês inteiro sem caçar e cavalgar. Eu só podia montar em um cavalo quando tinha evento na cidade. Dessa vez minha mãe e Erick não aguentaram e riram.
- Sermos chatos? – Meu pai começa a ficar nervoso. – Os meus sermos chatos são para sua segurança, menina.
- Eu sei, papai. – Abaixo a cabeça.
Não posso discutir com ele, eu tenho mais chances de não ser punida se eu ficar quieta. O problema é eu me manter calada.
- Calma, querido. – Minha mãe coloca a mão por cima da dele. – Tenho certeza que Elena vai tomar mais cuidado com seus atrasos.
Meu pai vira o rosto emburrado.
- Essa menina é assim por sua casa.
Pingo! Livrei-me de uma punição. Minha mãe piscou para mim, sorrindo. Eu retribuo o sorriso. O seria de mim sem minha mãe? Ou melhor, o que seria de mim e meus irmãos sem a minha mãe? Ela é um anjo em nossas vidas.
- Vamos para o que interessa. – Papai chama nossa atenção. – Vocês finalmente atingiram a idade para casar. – Oi? Casar? – Erick sua noiva não pode vir hoje, mas logo estará presente conosco. – Erick assentiu. – Amberly seu noivo está se aprontando. Logo o veremos no almoço. – Meu pai olhou para mim. – Elena, o seu noivo também veio...
- Meu noivo? – Amberly tenta segurar no meu braço para me fazer ficar quieta. – Ainda não atingi a idade para casar, papai. Deve haver algum engano.
A partir dos 22 anos é a idade para começar a pensar em casamento. Erick tem 24 anos. Amberly tem 22 anos. Eu tenho 20 anos. Eu ainda tenho dois anos. Não posso me casar ainda. Tenho mais dois anos sem precisar pensar nisso.
- Não é engano algum. – Ele diz.
- Mas papai...
- Elena, você irá se casar...
- Eu não quero!
- Mas vai! – Meu pai se levanta me olhando sério. – Chega de suas rebeldias! Você vai se casar e está decidido. Espero que esteja presente no almoço ou as consequências serão piores que um tempo sem caçar e cavalgar.
Olho para minha mãe em um pedido de socorro. Ela me olha com um olhar triste, mas não rebate papai. Olhei para Erick e ele não fazia questão de me olhar. Está sério e com uma pose firme, digno do filho do rei. Ele sabia, ele sabia sobre isso e não me contou.
Ao contrário de Amberly que sonhou sempre em se casar, ela sempre sonhou com esse momento. Mas eu não!
Eu não quero me casar com alguém que nem conheço. Com alguém que quer uma mulher apenas para cuidar do seu palácio e das crianças. Eu quero ser livre, eu quero poder caçar na floresta, treinar com meu arco e flecha. Talvez ter uma barraca na vila e vender algo, qualquer coisa.
Quero fazer tudo que infelizmente um homem abomina em uma mulher.
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