Passado ou futuro

O dia estava lindo já se passavam das quatro da tarde e o sol ainda muito forte, me preparava para ir ao casamento de uma amiga de infância, que fez questão de me convidar apesar de não nos falarmos a alguns anos, me lembrava apenas de algumas partes da discussão que acabou nos afastado por tanto tempo. No dia recordo de Gabriela entrando em meu quarto aos prantos dizendo que ela nunca iria me perdoar, fiquei congelada não sabia o que estava acontecendo apenas depois de alguns minutos consegui falar algo.

- Gabriela se acalma o que está acontecendo?

- Nunca irei te perdoar Ana, Nunca!!!

- Não estou entendendo - E com os olhos cheios de lagrimas também cai aos prantos.

-Você sabia que eu gostava dele e mesmo assim o convidou para o baile - Gabriela não se contendo se jogou na cama e colocou o travesseiro em sua cabeça para tentar abafar os soluços. Me deitei na cama ao lado dela para tentar acalma-la.

-Calma Gabi não é nada disso, você entendeu tudo errado, você me disse que ele havia lhe chamado para o baile e que havia recusado pois disse que não queria nada com ele – Gabriela levantou o travesseiro da cabeça e olhou nos meus olhos e continuei

– Como eu sabia que você estava mentindo e não queria que ele fosse com nenhuma outra garota, e você sabe que se ele não fosse com a gente ia com uma das Peterssons ( as meninas mais metidas da escola ,na época as considerava como rivais) então aceitei. Gabriela se levantou da cama e olhei para ela e sorri tentando acalma-la, porém ela virou de costas e simplesmente foi embora sem dizer uma palavra. No fundo sabia que ela não havia acreditado na história, pois nos duas gostávamos do mesmo garoto.

Voltando a realidade vi que as horas já haviam corrido, terminei de pentear meu longo cabelo castanho claro ondulado, coloquei um lindo vestido azul que caia super bem em meu corpo realçando meus seios e quadril, passei uma maquiagem bem leve, uma sobra clara para realçar a cor dos meus olhos cor de mel, e coloquei uma sandália preta com pedras. Em seguida chamei um taxi. O taxi chegou por volta das seis e quarenta então daria tempo de chegar no casamento que começaria as sete. Na estrada olhava ao redor tentando buscar palavras sobre o que poderia dizer para Gabriela depois de tanto tempo sem vê-la, qual seria a reação dela? Será que ela queria que eu realmente fosse? Questões assim passaram pela minha cabeça até chegar la.

Ao chegar na igreja me deparei com um lindo arco de rosas brancas, havia um longo tapete vermelho que levaria a noiva até o altar que estava com lindas flores penduradas acima, os bancos tinham cartões de agradecimento e lindos arranjos nas pontas, tudo estava perfeito como Gabriela sempre quis. Entrei e procurei um lugar para sentar e de longe avistei o motivo da briga que havia ocorrido a anos, Gustavo, ele ainda continuava lindo estava bem arrumado com uma blusa social azul clara com um botão desabotoado um blazer preto por cima, uma calça jeans escura um pouco justa e sapato social, sua barba estava um pouco grande, mas estava bonito, seus cabelo estava curto como se estivesse cortado naquele dia, seus olhos estavam mais verdes do que nunca, acho que a iluminação contribui um pouco para isso. De repente todos levantaram e começou a tocar a marcha nupcial fiquei um pouco sem rumo não estava percebendo que a igreja já tinha enchido enquanto reparava nele, mas em nenhum momento ele olhou para mim.

Quando Gabriela entrou estava deslumbrante seu rosto brilhava como nunca, estava simplesmente perfeita em um vestido branco de renda com uma grande fenda nas costas com detalhes brilhantes, as mangas eram longas e transparentes, e sua calda era bem longa e nas pontas havia pequenas rosas bordadas, seu cabelo estava solto, porém não sabia que estava tão curto, ele batia em seu obro e estava ondulado com lindos enfeites com pequenas flores postas nele (Gabriela adorava flores), ela estava parecendo uma princesa, naquela hora não me segurei e comecei a chorar, como pude ficar tanto tempo longe da minha melhor amiga? Como pude ter aceitado ir ao baile com o Gustavo e ter perdido toda esta experiência com ela? Quando olhei para o lado havia duas senhoras me olhando com cara de espanto, foi ai que percebi que era a única a chorar, me recompus e assisti o resto da cerimônia em silencio. Ao termino todos se levantaram e aplaudiram o novo casal, Gbriela e Renato, agora seu marido, saíram de mãos dadas e muito sorridentes, parecia que era uma alegria que não teria fim. Em seguida todos nós seguimos para o salão de festa que ficava apenas alguns passos dali, na ida me dei conta que Gabriela ainda não havia me visto, apesar de ter passado do meu lado, talvez ela não tenha me reconhecido, fui andando com muita calma até o salão.

Quando cheguei me deparei com o salão todo decorado em branco e vermelho, estava lindo, luzes para todos os lados as mesas com lindos arranjos em vermelho, as toalhas eram brancas com renda nas bordas, a mesa dos noivos era comprida e toda cheia de pétalas de rosa com castiçais no centro. Todos foram achando seus lugares e sentando, eu estava completamente perdida será em qual mesa que Gabriela me colocou? De longe avistei novamente Gustavo, mas tentei evitar olhar para a direção dele enquanto procurava a minha mesa, mas parecia que estava impossível acha-la quando percebi todos já estavam sentados e a única mesa que estava com lugar era justamente a que eu queria evitar. Fui andando em direção a ela e quando percebi la estava ele, me encarando com aqueles lindos olhos verdes. Sentei-me lentamente na cadeira e cumprimentei todos que estavam ali. Havia duas moças bem bonitas e simpáticas e dois rapazes, acho que eram namorados e finalmente Gustavo. Depois de alguns drinques todos já estavam mais soltos e risonhos, em nenhum momento mantive contado visual com Gustavo estava tentando evitar, acho que ele não havia percebido. Marta que era uma das meninas se levantou da mesa e puxou Igor que era seu acompanhante para dançar e chamou sua amiga para ir junto, naquele momento meu coração deu uma acelerada não sei o porquê, foi então que me dei conta que estávamos sozinhos eu e ele. Fiquei calada olhando para o outro lado, senti um sussurro no meu ouvido.

- Você continua linda Ana, e não sei o porquê está tentando me evitar – naquele momento parecia que eu ia ter um ataque cardíaco, meu coração ficou acelerado, não sabia onde colocar minha cara.

- Me desculpe achei que não se lembrava de mim e eu não estava te evitando apenas observando a festa – terminei a frase com um leve sorriso um pouco constrangido, ele sorriu de volta e se aproximo um pouco.

- E como vão as coisas Ana? – Perguntou bem calmamente.

- As coisas vão muito bem, e com você? - Rapidamente o respondi meio que querendo que a conversa terminasse logo.

- Bom estou trabalhando em uma empresa de comunicação, onde sou o CEO e recentemente, e recentemente estou expandindo a empresa para o exterior. - Terminou a frase com um sorriso de lado, parecia que queria se gabar, me senti um pouco idiota de ter falado só aquilo.

- Nossa que bom para você - falei meio que tentando encerrar o assunto, na verdade não sabia que ele estava tão bem. Ele levantou rapidamente já segurando minha mão e chamando para dançar, fui pegar tão de surpresa que nem tive tempo de recusar, não parava de pensar como aquilo poderia estar acontecendo depois de anos, nos reencontrar e para ele parecia tão normal, mesmo depois de já termos tido uma história.

Uma coisa não saia da minha cabeça, Como aquilo poderia está acontecendo? E por quê Gabriela chamaria ele? Quando me dei conta já estávamos no meio da pista de dança, e por um momento me senti com quinze anos quando dançamos pela primeira vez. Olhei para o rosto dele, estava com o lindo sorriso estampado em seus lábios com aqueles dentes perfeitos, não consegui me deter também sorri, e ele percebeu, então abaixou sua cabeça e falou em meu ouvido.

- Nossa Ana como seu sorriso é lindo, senti falta dele. - Fiquei em choque serio que ele estava me falando aquilo, parecia mentira, então soltei uma risada um pouco irônica. Ele não entendeu muito o porquê do riso e olhou para mim confuso.

– O que foi? – eu rapidamente parei a dança e balancei a cabeça querendo dizer que nada.

- Desculpa Gustavo, mas tenho que ver Gabriela já está ficando tarde e tenho que voltar, foi ótimo te encontrar novamente. – Ele ficou parado sem reação e eu o deixei no meio da pista de dança e fui procurar Gabriela. O salão estava cheio não havia me dado conta da quantidade de pessoas que estavam lá, de longe avistei Gabriela, ela estava conversando com alguns convidados, fui andando até ela. Quando me viu, pude perceber a reação de felicidade em seus rosto, ela correu em minha direção e me deu uma abraço, como eu estava com saudade daquele abraço parecia que nunca havíamos nos separado, passou um filme em minha mente de todos os momentos que vivemos juntas, então meus olhos se encheram de lagrimas, fiquei envolvida naquele, levemente afastei o meu rosto de seu peito e olhei para aquele rosto lindo e dei um sorriso, ela retribuiu e me olhou com ternura.

- Minha amiga como senti sua falta, muito obrigada por ter vindo nesse dia tão especial, nossa como eu estou feliz, - deu um largo sorriso

- Vem amor essa aqui é a Ana minha amiga de infância – Renato deu dois largo passos e já me envolveu em um abraço

– Muito prazer em te conhecer Ana, Gabi sempre me falou de você – deu um sorriso para ela.

- O prazer é meu fiquei muito feliz em ser convidada e ver com Gabriela está feliz, confesso que no fundo estava com um pouco de duvida se realmente me queria aqui. -Ela me interrompeu.

- Como pensou nisso Ana, apesar de tudo que aconteceu você sempre sonhou este momento comigo e não poderia ficar de fora – nesse momento me peguei pensando novamente o porquê ela teria chamado Gustavo, pelo que eu me lembrava eles também pararam de se falar naquela época, e diferente de mim eles não eram tão amigos – interrompendo meus pensamento Renato deu um grito olhando para alguém atrás de mim.

- Gustavo vem aqui, preciso te apresentar a uma pessoa- Gelei na hora será que era aquele Gustavo? Gabriela parou de falar em seguida deu um sorriso misterioso, esquecendo totalmente o que estávamos falando. Não queria nem olhar para trás com medo de quem seria. Senti uma mão forte e grande em minha cintura, me fazendo arrepiar dos pés à cabeça, então fingi que nada estava acontecendo e me virei e dei de cara com ele, com aqueles olhos verdes penetrantes e que eu não sabia o porquê de estar me atingindo tanto depois de todo aquele tempo, me senti envergonhada por Gabriela está ali e me ver daquela forma.

- Então Gustavo está que é Ana que falei que queria te apresentar, amiga de infância de Gabi – ela deu um leve sorriso de lado e olhou para mim.

-Ola de novo Ana, aqui estamos nós outra vez. Renato olhou para ele sem entender, e antes que ele perguntasse Gustavo já deu a resposta. Eu apenas sorri.

– Renato nós ja nos conhecíamos – olhou para mim – já estudamos juntos na escola, junto com Gabriela, éramos amigos.

-Nossa eu sou burro, depois de todas as histórias eu não me dei conta que era a mesma Ana. – Renato deu um riso sem graça, ele realmente não tinha ligado os pontos.

Quando ele disse aquela palavra "eramos" senti sua voz um pouco tremula, mas ignorei, quando olhei para Gabriela ela estava com uma expressão que eu não consegui decifrar, acho que realmente ficamos longe por muito tempo. Ela veio e sussurrou bem baixinho em meu ouvido.

- Gostou da surpresa Ana, não que eu tenha algo a ver com isso – então deu um leve sorriso. Como assim ela sabia disso? Será que foi ela que planejou para a gente se encontra? E por que ela fez isso? Ai eu não tô entendendo nada, hoje era para ser só mais um dia de casamento tranquilo, ou mais ou menos, sem ter quer ficar preocupada com esse tipo de coisa, que no caso era encontrar um ex amor do passado. Comecei a me acalmar e então ele retomou a olhar para mim com aqueles lindos olhos verdes que eu ficava vidrada, ele me fitava da cabeça aos pés, seu olhar chegava a ser um pouco malicioso, e isso mexia comigo.

-Mas então Ana não tivemos muito tempo para conversar na mesa. Estava com saudades de nossas conversas. – Renato me olhou com um olhar de deboche como se tivesse acontecendo algo a mais, se é que me entende, em seguida já fiz um olhar de reprovação para entender que não era nada daquilo, Gabriela me olhava com um risinho no rosto. Eu tinha tantas coisas para falar com ela como minha vida mudou, mas naquele momento estava um pouco desconcentrada.

- Então Ana vamos terminar aquela dança? – ele novamente me pegou de surpresa, Gabriela antes que eu respondesse me empurrou para ele.

- Claro que ela aceita, vai lá Ana.

- Isso mesmo, acho que vocês têm muito que conversar.. – Renato deu um riso logo após falar - Já que todos insistem tanto né.. – dei um riso discreto, ele pegou em minha cintura com uma certa firmeza e fomos para o pista de dança, olhando para trás pude perceber que Gabriela e Renato estavam sorrindo e abraçados, uma cena linda, pareciam tão apaixonados por um momento quis aquilo pra mim. Me tirando do meu devaneio Gustavo me puxou para mais perto dele, dando para sentir o seu corpo contra o meu, ele estava quente, sua respiração estava forte, nossa aquela sensação era muito boa, meu corpo estava ficando eletrizado apenas com o seu toque, ele olhou para mim e deu um sorriso.

- Sabia que você ficou ainda mais linda com o passar do tempo, bom acho que já estou ficando um pouco repetitivo. – realmente ele já tinha falado que eu estava linda, mas não me incomodei pelo contrario, deu um sorriso sem graça e retribui o lisonjeio. - Obrigada, você também está muito bonito, que bom que o tempo foi favorável para a gente. – Brinquei para descontrair um pouco. Ele me olhou e sorriu. Daí saiu uma brecha para uma longa conversa que durou a noite toda, ele me disse sobre a faculdade, sobre sua irmã ter mudado de país e o qual difícil aquilo estava sendo para os pais dele, sobre sua empresa, e como era estar a frente de uma empresa. Isso parecia bem interessante porque ele me contou tudo isso muito empolgado, e que estava morando em NY. Contei para ele o que havia acontecido comigo também, terminei a faculdade de moda fiz um intensivo em Londres, voltei e com o patrocínio dos meus pais, que sempre me apoiaram em tudo, abri meu próprio negócio e depois de dois anos a loja já está muito bem. E eu estava morando em Boston. Depois dessa longa conversa, que na verdade parecia que foram minutos, ele pediu meu numero, no momento que ía falar Gabriela me chamou para tirar foto, interrompendo aquele momento, Gustavo também viu, apenas dei uma olhada para ele e fui até ela.

Tiramos várias fotos, ela queria que pegasse todos os ângulos. Dei um abraço nela e Renato para me despedir e fui dizer adeus a Gustavo também. Aproximando-me senti meu coração aperta e não sei o motivo, ele me olhou com um olhar meio nublado, acho que já sabia o que iria acontecer. Me aproximei é dei um sorriso.

- Então acho que chegou a hora de nos despedir, foi muito bom encontrar você hoje. – dei um sorriso tímido e tentei esquivar dos olhares dele.

- Foi muito bom mesmo e espero que este momento se repita. Ele sorriu um quanto misterioso.

– vou te acompanhar até a saída.

- Não precisa se preocupar com isso, pode deixar que eu vou sozinha.

-Imagina depois de tanto tempo quero aproveitar cada segundo ao seu lado – sorri tímida, mas que mostrava que tinha gostado das palavras que havia escutado.

- Já que insiste vamos lá.- fui andando na frente e pude perceber os olhares dele sobre mim, e agradeci muito por estar com aquele vestido que me deixava deslumbrante, dava para perceber seu olhar percorrendo meu corpo. Senti suas mãos em minha cintura, daquela vez parecia que algo estava diferente elas estavam mais firmes, e me segurava com certa força. O taxi que eu havia chamado a poucos minutos antes parou na minha frente, olhei para Gustavo e pude perceber que alguma coisa estava acontecendo naquele momento ou prestes a acontecer, mas eu estava muito nervosa para saber o que iria ser.

- Então acho que é aqui que nos despedimos né.- dei um passo para trás tentando evitar muito contato. Porém ele deu outro em minha direção, meu coração acelerou dava para sentir ele pulsar em minha garganta e minhas mãos estavam muito frias. Ele se abaixo e me deu um abraço envolvente e um leve beijo na bochecha, senti elas corarem, suas mãos correram pelas minhas costas que dava para sentir o qual suave era o seu toque, senti sua respiração em meu rosto um pouco mais ofegante, e como a atração de um imã levemente fomos nós ajustando um ao outro o nosso corpo estava um pouco mais quente, seus lábios deslizaram da bochecha lentamente até se encontram aos meus, quando finalmente se encontraram foi intenso, nossa aquela sensação, parecia que nossos lábios foram feitos um para o outro, ele deu leves mordidas nos meus lábios fazendo eles ficarem vermelhos, naquele momento passou um filme em minha mente, nosso primeiro beijo, aquela sensação estava tão boa, e o beijo cada vez mais intenso, suas mão entrelaçaram em meus cabelos nos forçando mais um contra o outro, mas eu tinha que voltar a mim, afastei ele, ao mesmo tempo em que queria manter ele próximo, minhas mãos ainda continuaram em seu peito, dei dois passos para o lado e entrei no taxi rápido, sem dar chance para ele falar qualquer coisa, ele não entendeu muito o que estava acontecendo no fundo nem eu. E então o deixei.

Já dentro do carro olhava pela janela tentando entender o que tinha acontecido, e porque eu não continuei com o beijo, e por que ele fez aquilo, será que ele sentia algo por mim depois de tanto tempo? No meio de todos aqueles questionamentos nem vi a hora passar e logo já estava em casa, desci do taxi um pouco desnorteada e muito cansada, alias.

Abri a porta da frente de minha casa e já me deparei com minha Sophi, minha gatinha, com o rabinho em pé pedindo carinho, peguei ela no colo e passei pelo pequeno corredor e segui para a sala me deitei no sofá, que era muito confortável, nunca iria me arrepender de ter comprado ele, era bem espaçoso e confortável, cabia duas pessoas perfeitamente deitadas ali, tinha uma cor de gelo e combinava perfeitamente com o ambiente que era claro, as cortinas tinham detalhes em marfim e tons amarelo claro, grandes quadros de girações em forma de pintura moderna que dava um toque especial, no centro ficava uma pequena mesinha com um pequeno arranjo, e um imenso tapete felpudo, que Sophi adorava, de frente havia um rack com uma TV e muitos livros. Minha sala era um dos lugares preferidos da casa. Deitada ali fiquei pensando naquela noite, como tinha sido mágica, um sorriso bobo insistia ficar em meu rosto em quanto pensava no beijo, ai como foi bom, fazia tempo que não sentia aquele friozinho na barriga, mas tentando ser relutante voltei a pensar em Gabi, ai como é bom chamar ela outra vez assim, bom agora acho que posso voltar a chamar ela assim. Sophi começou a dar leves mordidas em meu dedo como se quisesse atenção olhei para ela e fiz um pouco de carinho em suas costas, e de baixo do pescoço, coisa que ela adorava, olhei para hora e já eram uma da manhã. Pequei-a no colo novamente e segui para o meu quarto, já na entrada deixei minhas sandálias e fechei as portas do meu closet que havia deixado aberta, meu quarto estava bem escuro acendia as luzes, e dava pra ver a completa bagunça que eu havia deixado para trás, meu quarto também era em tons claros uma enorme cama box com roupas de cama e em tons creme, estava com alguns vestidos sobre ela, um tapete branco dois criados mudo branco, um em cada lado, com uma pequena gaveta, com detalhes em dourado, um sofá pequeno com estofado de couro branco e uma manta azul claro perto da janela, meu lugar preferido para as leituras, e uma penteadeira com luzes e muitas maquiagens em cima. Não estava com muita paciência para ajeitas aquilo então joguei as roupas no canto e me deitei acompanhada de Sophi.