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Querida leitora,
Neste romance trazemos uma surpresa especial: duas histórias de bebês cujos pais são nada menos do que sheiks charmosos, poderosos, dominadores e com mais mistérios do que as dunas de areia. Apesar de serem homens implacáveis e rigorosamente fiéis às leis do deserto, nada os sensibiliza mais do que saber que possuem um herdeiro. As forças da criação e do amor de uma mulher são as únicas capazes de amolecer seus corações de pedra!
Boa leitura!
Com amor Angelinna Fagundes.
Sinopse:
Desejos do coração
Elinor era pura e inocente, até ser seduzida pelo príncipe Jasim bin Hamid al Rais. Agora, grávida de Jasim, ela terá de se tornar sua rainha, ainda que não seja desejada por ele...
Capítulo Um
SUA ALTEZA Real, o príncipe Jasim bin Hamid al Rais, franziu as sobrancelhas quando a assistente o informou que a esposa de seu irmão o aguardava.
– Você deveria ter dito que a princesa estava aqui. Minha família sempre tem prioridade – advertiu ele.
Jasim era conhecido nos círculos financeiros pela velocidade astuta e pela estratégia que utilizava na busca de lucros para seu império internacional de negócios, e os funcionários tinham um enorme respeito pelo presidente. Ele era um patrão rígido, que estabelecia altos padrões de qualidade e não aceitava nada menos do que a excelência. Suas habilidades naturais de sobrevivência foram aperfeiçoadas através das políticas palacianas e de uma família desafiadora. Ele estava com 30 e poucos anos, era alto, imponente, possuía uma aparência devastadora e uma masculinidade poderosa que as mulheres consideravam irresistível.
Sua cunhada francesa, Yaminah, era uma morena delicada e simples. Os traços de seu rosto arredondado estavam tensos, avisando-o de que ela estava se esforçando para controlar suas emoções. Jasim a cumprimentou com cordialidade e preocupação. Para recebê-la, ele teve de deixar um ministro esperando, mas suas boas maneiras o obrigaram a ocultar esse fato e solicitar refrescos, enquanto pedia que ela se acomodasse em uma das poltronas, como se o tempo não importasse.
– Você está confortável em Woodrow Court? – Jasim quis saber. O irmão mais velho dele, o príncipe herdeiro Murad, e sua família utilizavam a casa de campo que ele possuía em Kent, enquanto mandavam construir ao lado uma nova propriedade inglesa.
– Oh, sim. É uma casa maravilhosa e estamos sendo muito bem cuidados. – Apressou-se em assegurar Yaminah. – Mas nunca pretendíamos deixá-lo fora da própria casa, Jasim. Por que não nos visita neste fim de semana?
– Claro, se vocês quiserem. Porém, acredite, estou muito bem em minha residência – respondeu Jasim. – Mas não é por isso que veio até aqui, certo? Receio que algo possa estar preocupando você?
Yaminah comprimiu os lábios e a angústia aparente no brilho de seus olhos castanhos logo se transformou em lágrimas. Com um pedido de desculpas sufocado pelos soluços, ela apanhou um lenço e enxugou os olhos umedecidos.
– Eu não deveria estar aborrecendo-o com isso, Jasim...
Ele sentou-se no sofá do lado oposto ao dela na tentativa de fazê-la se sentir mais relaxada.
– Você nunca me aborreceu em sua vida – a censurou Jasim. – Por que está se preocupando com isso? Yaminah inspirou profundamente.
– É... É a nossa babá.
Ele uniu as sobrancelhas, como se estivesse questionando o tom trágico da voz dela.
– Se a babá que a minha equipe contratou para cuidar da minha sobrinha não é do seu apreço, sugiro que a demita.
– Se ao menos fosse tão simples... – Yaminah suspirou, amarfanhando o lenço nas mãos inquietas. – Ela é uma excelente babá e Zahrah gosta muito dela. Temo que o problema seja... Murad.
Imediatamente, Jasim ficou tenso. Contudo, sua autodisciplina era absoluta e impedia que sua face denunciasse sua irritação. Seu irmão sempre fora um mulherengo e seu estilo de vida o colocara em situações difíceis mais de uma vez. Tal fraqueza era perigosa para o futuro governo da pequena província rica em petróleo e muito conservadora de Quaram. Pior ainda, na opinião de Jasim, se Murad estivesse almejando uma funcionária sob os olhos de sua leal e adorável esposa, então o seu comportamento havia alcançado um nível baixo e imperdoável.
– Não posso demitir a garota. Se eu interferisse, Murad ficaria furioso.Por enquanto, acredito que seja apenas um flerte, mas ela é uma garota muito bonita, Jasim – murmurou a cunhada e a voz soou estremecida. – Se ela deixasse o emprego, o caso deles se tornaria público, e você sabe que Murad não poderia se envolver em outro escândalo.
– Eu concordo. O rei não tem mais paciência com ele. – Jasim comprimiu os lábios, ao mesmo tempo em que se perguntava com amargura se o fraco coração do pai suportaria o estresse de mais uma explosão perturbadora de má notoriedade e intrigas indecentes sobre a moral do filho primogênito.
Será que algum dia seu irmão mais velho iria aprender a ter bom senso e moderação? Por que ele nunca colocava as necessidades da família em primeiro lugar? O pai parecia ser incapaz de resistir à decepção e, desta vez, Jasim se sentia extremamente responsável. Afinal, a sua equipe havia contratado a miserável babá! Por que não lhe ocorreu ordenar uma restrição em designar uma mulher jovem e bonita?
A esposa do irmão o observava com ansiedade.
– Você vai me ajudar, Jasim?
Ele lançou um olhar irônico para ela.
– Murad não aceitaria o meu conselho.
– Ele é muito teimoso para aceitar o conselho de qualquer pessoa, masvocê poderia me ajudar – implorou Yaminah.
Jasim franziu o cenho, acreditando que ela havia supervalorizado a sua influência sobre o irmão. Murad não tinha sido herdeiro do trono de Quaram ao longo de 50 anos sem adquirir um senso saudável de sua própria importância. Enquanto Jasim era um grande adorador de seu pai, sabia que o irmão preferia trilhar o seu próprio caminho, ainda que para isso fosse necessário passar por cima de outras pessoas.
– Como eu poderia ajudar? – Yaminah mordiscou o lábio inferior.
– Se você estivesse preparado para demonstrar interesse por essa babá, o problema estaria resolvido – declarou ela em uma súbita onda de euforia. – Você é jovem e solteiro e Murad é de meia-idade e casado. Não há comparação. A garota certamente voltaria a atenção para você em vez de...
Jasim sentiu o desgosto invadi-lo e seus olhos se tornaram frios e escuros. Erguendo as mãos, ele pediu moderação e calma.
– Yaminah, por favor, seja sensata...
– Estou sendo sensata. Além disso, se Murad pensasse que você estáinteressado na garota, tenho certeza de que ele iria desistir dela – insistiu Yaminah. – Ele tem dito com frequência o quanto deseja que você conheça uma mulher...
– Mas não uma mulher a quem ele entregou o coração – declarou Jasim secamente.
– Não, você está errado. Desde aqueles... hum... assuntos desagradáveiscom aquela mulher inglesa com quem você se envolveu há alguns anos, Murad esteve preocupado com o fato de você ainda estar solteiro. Ele mencionou isso ainda ontem, e se acreditasse que você está interessado em Elinor Tempest ele a deixaria em paz! – declarou Yaminah com uma veemência que denunciava o seu desespero para que ele aceitasse a sua sugestão.
Jasim ficou tenso e empalideceu. Yaminah acabara de se referir a um episódio do qual ele preferia não se recordar. Quando o tabloide havia exposto o passado dissoluto da mulher com quem ele planejara se casar há três anos, Jasim experimentara um grau de fúria e humilhação do qual não estava disposto a se lembrar. Desde então, ele havia ficado resolutamente solteiro e agora escolhia mulheres apenas para entretê-lo e aquecer a sua cama. Expectativas menores levavam a um grau maior de satisfação, ele admitiu interiormente.
Embora Jasim tivesse ignorado imediatamente o pedido dramático que Yaminah lhe fizera, ele ficou preocupado com sua visita e decidiu pesquisar sobre a mulher que estava sendo a causa desse sofrimento. Jasim instruiu a assistente para que investigasse a babá e questionasse a equipe que a havia contratado. Naquela mesma manhã, as informações iniciais que ele recebeu o deixaram intrigado. Jasim estudou a pequena foto de Elinor Tempest: ela possuía cabelo longo com uma tonalidade vibrante de vermelho, faces rosadas e olhos verdes e exóticos. Sem dúvida, ainda que Jasim nunca tivesse considerado aquela estranha cor de cabelo atraente, a babá era no mínimo incomum e surpreendentemente bonita.
De qualquer forma, ele se preocupou com o fato de Elinor Tempest não ter conseguido uma entrevista para o emprego por aparecer na lista de babás confiáveis fornecida pela agência contratada para esse propósito. Aliás, era improvável que a garota tivesse feito isso por seus próprios méritos, já que tinha apenas 20 anos e pouca experiência profissional.
Evidentemente, Murad havia indicado pessoalmente o nome da garota e insistido que fosse entrevistada. Esse fato espantoso colocava a relação do irmão com a jovem em um nível ainda mais duvidoso. Jasim ficou surpreso e irritado com essa descoberta. Como Murad pôde criar uma situação dessas embaixo do seu próprio teto? E que tipo de jovem aceitaria uma posição de um homem casado e libidinoso e ainda encorajaria os seus avanços? Será que Yaminah estava errada? Murad estaria envolvido sexualmente com a babá da filha?
Uma sensação de repugnância o consumiu. Seus fortes princípios se revoltaram contra uma associação tão sórdida. Jasim já havia aprendido à própria custa que o status real e a riqueza do petróleo da família Rais fazia com que ele e o irmão fossem alvo das mais inescrupulosas interesseiras, ávidas para usarem trapaças e seus corpos sedutores a fim de enriquecerem.
Murad já havia sofrido diversas tentativas de chantagens que exigiram a intervenção da polícia. No entanto, mais uma vez, o irmão estava sendo imprudente em correr o risco de protagonizar outro escândalo explosivo, cujos abalos poderiam repercutir até Quaram e perturbar a estrutura da monarquia.
Após refletir sobre o assunto, Jasim chegou a uma decisão fria e incisiva. Quando uma crise aparecia, ele gostava de agir com rapidez. Jasim passaria o fim de semana em Woodrow Court e avaliaria a situação. De uma forma ou de outra, ele libertaria a família de Yaminah dessa garota vulgar e calculista que estava ameaçando tudo o que ele apreciava...
– O QUE aconteceu com você?! – exclamou Louise, arregalando os olhos azuis, enquanto observava a aparência moderna de Elinor. – Normalmente se veste como uma vovó!
Elinor fez uma careta ao ouvir a crítica. Ela passou a maior parte da vida sendo obrigada a usar roupas antiquadas devido aos ataques venenosos do pai sobre qualquer traje que delineasse suas curvas ou mostrasse seus joelhos. Professor universitário e intelectual impenitente e esnobe, Ernest Tempest havia sido pai ferozmente crítico para sua única filha. Só agora, vivendo longe de casa, ela foi capaz de se sentir livre e relaxar. No entanto, Elinor era a primeira a admitir que sem a ajuda de uma vendedora astuta e atenciosa nem ousaria provar o vestido, quanto mais comprá-lo.
Elinor voltou o olhar para o próprio reflexo no espelho. O elegante vestido parecia enfatizar as curvas graciosas de seu corpo, mas revelava uma generosa extensão de suas pernas bem torneadas. Sob o olhar de censura da amiga, Elinor levou uma das mãos ao decote do vestido e confessou:
– Eu simplesmente me apaixonei por esse vestido.
Louise girou os olhos nas órbitas e falou secamente:
– Bem, certamente você pode arcar com roupas da moda hoje em dia.Como é a vida da família real de Quaram? A essa altura, deve estar guardando o dinheiro em uma conta no exterior.
– Você só pode estar brincando. – Elinor apressou-se em declarar. – Nãoé tão fácil quanto você pensa. Eu trabalho muitas horas...
– Bobagem! Você só tem que cuidar de uma criança e ela está no jardimde infância – protestou Louise, ao mesmo tempo em que repousava um copo em uma das mãos de Elinor. – Beba! Você não pode ser uma estragaprazeres em sua própria festa de aniversário de 21 anos!
Elinor sorveu a enjoativa bebida doce, embora não fosse de seu gosto. Ela não queria teimar com a temperamental Louise, astuta em perceber qualquer forma de abstinência alcoólica como um desafio pessoal.
As duas haviam frequentado o mesmo curso de babás e continuaram amigas depois, mas Elinor estava ciente do clima desconfortável que se formara entre elas. Louise demorou meses para encontrar um emprego decente e havia se ressentido pela sorte que Elinor obteve.
– Como está o trabalho? – Louise quis saber.
– O príncipe e sua esposa viajam muitas vezes para o exterior ou passamos fins de semana em Londres e eu sou encarregada de cuidar de Zahrah em Woodrow, então alguns dias de folga... ou a falta disso... têm sido um problema. Aliás, às vezes eu me sinto como se fosse a mãe dela – confessou Elinor com melancolia. – Eu cuido de tudo... Até mesmo compareço aos eventos da escola.
– Tem que haver alguma desvantagem para todo esse dinheiro que estárecebendo! – comentou Louise com sarcasmo.
– Nada é perfeito. – Elinor deu de ombros com a tolerância de alguémacostumada a um mundo imperfeito.
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