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NARRAÇÃO EDUARDO
Coloco o ultimo casaco na mala e fecho. Não acredito que estou sendo forçado pelos meus próprios pais a ir para o meio do mato e conviver por trinta dias com um bando de adolescentes idiotas perdidos no mundo. Me jogo na cama, coloco meus fones de ouvido, fecho meus olhos e me deixo levar pela pegada da minha banda preferida, Maroon5. Sinto um toque em meu peito e abro os olhos, minha mãe me encara sorrindo. Retiro os fones e me sento na cama.
- Já arrumou sua mala?
- Sim.
- Colocou blusa suficiente?
- Sim.
- Meias?
- Coloquei tudo dona Elsa Velásquez.
Ela me aperta em seus braços e solto um longo suspiro.
- Você vai gostar.
- Acho impossível.
- Eduardo, vai ter um monte de adolescentes da sua idade.
- E é por isso que acho impossível gostar. Um monte de garotos preocupados em quantidade de meninas que pegam e garotas fúteis que se acham superiores.
Ela pega a minha mão e me olha fundo nos olhos.
- Queria saber de onde vem toda essa maturidade?
- Só não gosto de conviver com essas pessoas, prefiro ficar em casa estudando para o vestibular.
- Eduardo, faltam seis meses para o vestibular e você vem se preparando para ele desde...
Está tentando não rir de mim.
- Sempre.
- Tenho metas em minha vida mãe e pretendo cumprir todas.
- E alguma delas é curtir sua vida enquanto não possui suas responsabilidades de adulto?
- Não.
Digo me levantando e colocando meu casaco com capuz.
- Um dia vai me agradecer por te forçar a ser um adolescente normal.
- Quer que eu fume e fique bêbado também?
Ela me olha brava.
- Sabe que isso não te fará bem e não precisa disso para se divertir.
- Eu sei, apenas queria que me deixasse fazer as coisas que gosto.
- Eu prometo que depois dessas férias deixo você ser esse velho que sempre foi.
Dou um pequeno sorriso e ela beija meu rosto.
- Apenas me prometa que vai se esforçar para se divertir.
- Vou tentar.
************
Paramos o carro em frente a minha escola, vejo vários alunos e pais se ajeitando na frente do ônibus. Desço do carro com a mala e vejo algumas pessoas me encararem. Devem estar se perguntando o que estou fazendo aqui se eu nunca me envolvo nesses tipos de atividade.
- Qualquer emergência nos ligue, vamos nos comunicando por carta semanal, certo?
- Certo!
- Filho, estou falando sério, é para se divertir.
- Vou tentar, mãe.
Meu pai me abraça forte.
- Tente não engravidar ninguém.
- Pode deixar.
Respondo rindo, ele sempre acha que vou sair fazendo essas coisas com todas da escola. Espero todos entrarem no ônibus e entro por ultimo buscando um lugar sozinho. Lá está a ultima poltrona vazia me esperando, longe de qualquer pessoa chata que possa me perturbar. Sento e coloco meus fones ignorando as conversas.
****************
Após algumas horas de viagem o ônibus para e vejo um enorme acampamento de verão. Isso só pode ser o inferno! O motorista abre a porta e o pessoal vai saindo sorridentes por estarem nesse fim de mundo. Espero todos descerem e saio vendo uma multidão de jovens de vários lugares. Respiro fundo e sigo o pessoal do meu ônibus.
- Olá pessoal, sou Manoel e essa é a Dora.
Diz um homem alto, loiro, olhos claros e vejo ao seu lado uma mulher baixa, pele morena e olhos de jabuticaba.
- Seremos os monitores de vocês, vamos nos unir a um grupo de jovens de Santos.
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