Aos 23 anos, Helena Emilly herdará a maior empresa de transportes e turismo do Brasil, mas para que ela a herde, é necessário um marido e um filho. Perto do prazo dado para Helena se casar, Helena achará sua salvação e esperança onde nunca imaginou. Em um morador de rua e seu filho. Segredos serão revelados, um amor por contrato se tornará uma paixão simples e tranquila. Poderá ela enfrentar os obstáculos que a vida colocará?
4 anos antes
Apressei os meus passos para chegar na sala de reunião no último andar do prédio, e para o meu azar, o elevador estava em manutenção. Praguejei mentalmente e me dirigi até a escada principal, que para minha sorte, ficava logo ao lado.
O prédio é mediano, não o considero grande, apenas oito andares, e cada andar, funções diferentes - mas não existe apenas o prédio no grande terreno, temos uma grande garagem de ônibus, com uma capacidade para 350 locomotivos, além do posto de gasolina, oficina e nosso estacionamento.
A empresa Albertuor foi fundada há gerações, há exatos 85 anos, passado de pai para filho - e sendo filha única, eu herdarei a empresa. Faltando fôlego, cheguei com o coração acelerado na sala dos chefes. Meu pai se encontrava na cadeira principal, analisando papéis, e ao seu lado estava o nosso advogado e minha mãe.
- Senhor? - O chamei e ele me olhou - Estou aqui.
- O elevador ainda está indisponível? - Ele perguntou me avaliando.
- Sim, senhor.
- Sem formalidades, filha. Sente-se, por favor.
Balancei a cabeça positivamente e me aproximei da mesa, sentando na primeira cadeira da ponta. Minha mãe sorriu levemente para mim, e não pude deixar de retribuir. Meu peito subia e descia de forma frenética. Tanto pelo cansaço, como por causa da ansiedade. Bati meus dedos levemente na mesa de vidro, e então, meu pai se pronunciou.
- Em exatos quatro anos e meio, passarei a empresa para você.
- Terei 26 anos - O lembrei - Não sou nova para assumir uma empresa?
- Lembre-se de que terá ajuda, querida. - Lembrou-me minha mãe.
- Já estou cansado e preciso me aposentar. - Ele suspirou.
- Em conversas com os colaboradores e sócios, foi decidido que em quatro anos você precisará ser casada e ter no mínimo um herdeiro - Avisou o advogado e logo meus olhos se arregalaram.
- É sério isso? - Indaguei incrédula.
- Sabe que eu não queria que fosse assim - A voz do meu pai passou calmaria.
- Meus tios que decidiram isso? Por duvidarem da minha "sexualidade"? - Dei ênfase.
Nunca entreguei o meu coração para qualquer pessoa, eu desejava viver um amor como o dos meus pais, e ninguém estava à altura para me fazer experimentar tal sensação, e por isso, meus tios duvidavam da minha sexualidade, mas independente dela, meu esposo ou esposa iria merecer respeito.
- Você sabe que isso não importa para nós. - Rebateu a minha mãe.
- Mas para os machistas dos seus cunhados sim.
- A empresa precisava ser administrada por um homem - O advogado, João, voltou a se pronunciar e dessa vez eu o olhei com fúria.
- Não me acha capacitada para tal feito, senhor?
- Eu não quis dizer isso, senhorita.
- Pois saiba que em quatro anos estarei casada e pronta para assumir essa empresa, porque ninguém é mais capacitado do que eu. - Digo firme, mas eu não me sentia assim.
- Você tem quatro anos, seis meses e quinze dias para se casar, senhorita. Ou o seu título de herdeira passará para o seu primo César.
- Mais alguma coisa? - Balançaram a cabeça em sinal de negação. - Licença!
Fui criada da melhor forma possível, com uma família de classe alta - nunca me faltou nada. Sou formada em administração com pós graduação em administração de empresas e por crescer observando os meus pais administrando a empresa, decidi seguir os seus passos e me apaixonei. Eu poderia ter seguido outra área, mas não. Esse é o meu destino e eu não poderia dá-lo de graça para alguém tão ambicioso e egoísta como César de Castro.
Me chamo Helena Emilly Vargas de Castro, herdeira e futura dona da empresa Albertuor, a maior empresa de transporte e turismo de Pernambuco.
Capítulo 1 Prólogo
01/06/2023
Outros livros de Sthefany A.
Ver Mais