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No Direito de Amar

No Direito de Amar

J. Nobre

5.0
Comentário(s)
78
Leituras
3
Capítulo

Ás vezes na vida tudo o que precisamos é de uma oportunidade, uma chance de mudar o futuro e tomar as rédeas da nossa história. Para William foi assim, ele achou que não teria mais chances de viver o seu primeiro amor, mas em um momento ímpar ignorou seus pensamentos e permitiu que o seu coração tomasse a decisão. Agora só o que precisa fazer é lidar com as consequências de beijar a irmã do seu melhor amigo.

Capítulo 1 Um belo recomeço

Nada acontece por acaso. A verdade é que a vida é feita de momentos, que podem durar apenas alguns segundos, ou até mesmo horas a fio. E são esses momentos que moldam a nossa história. Uma decisão, por mais simples que seja pode impactar todo um futuro.

Falando assim pode parecer besteira, mas entenda, para alguém que acreditava em destino, eu evolui muito. Tive que sofrer para aprender e agora a única coisa na qual eu acredito é no poder das nossas escolhas. Tudo o que fazemos tem consequências sim, e por isso todas as coisas que acontecem tem um motivo e uma razão. As consequências podem ser boas ou ruins, e é aí que entra a nossa única arma: a escolha.

É nisso que eu penso sempre que me lembro do dia em que conheci o Josh. Naquele mês eu tinha sido avisado pelo monitor do meu andar que o meu colega de quarto tinha resolvido tirar um ano sabático durante o feriado de ação de graças, e que, portanto, o meu quarto tinha uma vaga em aberto, que qualquer um poderia ocupar.

– "Na teoria todos já estão devidamente instalados e você provavelmente vai ter o quarto só pra você... Pelo menos nesse semestre... Mesmo assim, achei que seria melhor te avisar dessa possibilidade. Se alguém aparecer eu te procuro" – Disse o monitor, que se chamava Theo.

– "Que droga, tudo bem" – Eu respondi – "Fazer o quê..."

Não que é que eu gostasse do meu colega de quarto. Na verdade mal nos falávamos. Ele tinha uma namorada e passava a maior parte do tempo com ela, só aparecendo para dormir. E isso que era perfeito nele, a sua total e inevitável ausência. Ele me proporcionava a paz que eu precisava. Um ambiente silencioso, tranquilo, isolado e seguro. Sem ele aqui qualquer um poderia ser alocado no meu dormitório.

Tentei ignorar o pensamento e seguir com os estudos, afinal as provas estavam cada vez mais perto. Então em uma tarde eu estava na biblioteca procurando um livro de direito administrativo para um trabalho quando tropecei em um cara sentado no corredor. Ele estava usando uma calça preta, blusa de botão branca e tinha o cabelo preto meticulosamente arrumado.

– "Perdão, eu não te vi aí, estava procurando um livro, e..." – Foi quando notei que ele estava com o livro que eu precisava – "Por acaso tem outro livro desse por aqui?"

– "É a última cópia. A bibliotecária disse que por isso eu não posso levar, então tô lendo aqui. Você precisa dele?"

– "Sim, pra um trabalho... mas... mas depois eu pego não quero interromper os seus... estudos... no corredor."

– "Tudo bem cara, pode usar, já vi o que eu precisava. Fique a vontade" – Ele disse enquanto se levantava e me entregava o livro – "A propósito, você gosta de basquete né? Por acaso sabe jogar?" – Ele falou olhando para a minha camiseta.

– "Eu costumava jogar, mas agora..."

– "Perfeito, estava atrás mesmo do último jogador... Me passa seu número, vai ter uma partida hoje e assim eu posso te mandar os detalhes mais tarde." – Devo ter feito uma cara feia, porque ele já falou em seguida – "Se você estiver interessado claro, não quero mesmo te incomodar..." – Falou levantando as mãos.

Eu quis recusar, mas a voz na minha cabeça disse "por quê não?"

– "Tudo bem" – Anotei meu número em um pedaço de papel e dei para ele.

– "Ótimo" – Disse ele em meio a um sorriso animado – "A propósito me chamo Joshua, mas pode me chamar de Josh".

– "Eu sou o William, mas pode me chamar de Will" – Falei cumprimentando-o.

– "Muito prazer Will. Não sei por quê, mas sinto que seremos grandes amigos."

Não respondi, mas pensei "por que tenho a mesma impressão?" Então nos despedimos e eu voltei para os estudos. Passei a tarde inteira fazendo o trabalho, até que resolvi fazer uma pausa, peguei o celular e vi uma mensagem curta de um número desconhecido me chamando para uma partida às 20h na quadra leste do campus. Olhei o horário e era 19h42. Por impulso respondi "estou a caminho", arrumei as minhas coisas e sai correndo da biblioteca.

Não lembro exatamente o que me fez correr até lá. Eu não conhecia bem o cara, não tinha prometido nada para ninguém, nem mesmo estava com vontade jogar basquete. Eu podia até ter dado uma desculpa. Mas não... eu simplesmente... fui. E agora olhando para trás, essa provavelmente foi a melhor decisão que eu poderia ter tomado.

Cheguei na quadra faltando uns três minutos para as 20h. Josh me recebeu, pegou minha mochila colocou o braço sobre os meus ombros e me apresentou aos amigos dele.

– "Esse é o Will, o cara de quem eu falei. Ele é simplesmente o melhor jogador de basquete que eu conheço. E juntos vamos dar uma surra em vocês." – Ele falou rindo para os amigos, e então sussurrou pra mim – "Não se preocupe, eles são péssimos. Me ajuda a ganhar e eu juro que te recompenso depois"

– "Pode deixar. Se você diz" – respondi.

Cerca de uma hora e meia depois, todos estavam cansados e suados, sentados no chão da quadra. O jogo tinha sido excelente. Nunca me senti tão vivo. Parecia que eu e a bola éramos um. Cada movimento foi suave, cada passe parecia ensaiado. Meu time tinha uma sintonia indescrítivel, como se já jogassemos juntos há anos. Confesso que a sensação foi ótima, foi muito bom finalmente poder jogar novamente.

– "Você não mentiu" – Disse o Chris, um loiro, alto com pinta de rei do baile – " O cara manda bem. Onde foi que você o achou?"

– "Acredite ou não, em um biblioteca" – Disse o Josh.

– "Outro nerd, com certeza..." – Disse Nate, um cara moreno, musculoso e que usava óculos, entre risos.

– "Qual o seu curso cara?" – Perguntou Chris.

– "Direito" – respondi.

– "Hmm, seu colega Matt..." – Disse o Chris

– "Sim, sim... Sabia que tinha visto ele em algum lugar. Mas... confesso que não imaginava que você jogasse tão bem cara... Nas aulas você é tão... quieto" – Disse Matt, que era alto, esguio e na verdade um pouco parecido comigo, tirando talvez as sardas na bochecha.

– "Não sou de falar muito, e também não conheço ninguém, então..." – falei.

– "Agora conhece a gente" – Disse Josh me dando um empurrãozinho de lado – "E como descobrimos os seus talentos, não vamos mais te deixar em paz." – falou rindo.

O que realmente aconteceu. Aquela turma me recebeu de braços abertos e me acolheu com uma naturalidade assustadora. Em apenas poucos dias fazíamos tudo juntos, comer, jogar, estudar, ler, sair, tudo... Eles apareciam em todos os lugares onde eu estava, de modo que o único momento em que eu ficava só era no meu quarto, na hora de dormir. E por algum motivo, eu gostei dessa mudança. Estar com eles era uma excelente forma de ocupar a minha mente. E depois de meses isolado, foi muito bom ter uma distração.

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