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Qual seu destino?

Qual seu destino?

Luiza Costa

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Capítulo

Debby é uma aventureira que vive a vida intensamente na América do Norte, porém, após se meter em uma confusão milionária na qual ela é a devedora, ocasionada por jogos em casinos em Las Vegas, ela foge para o Brasil onde acredita que estará segura, longe das pessoas que a procuram para acertos de contas. A jovem vive despreocupada com o futuro, não quer saber de regalia, é libertina e gosta de experimentar novas aventuras sexuais, seja com homens ou mulheres. É desapegada de relacionamentos, encara tudo como sexo casual, até que conhece o jovem Mick, por quem se apaixona perdidamente. Mas, Debby decide largar sua vida de farra e tornar-se uma mulher séria, para isso, do dia para noite, decide casar-se com o charmoso governador Joasser Bordalo. No dia do casamento, Debby tem uma surpresa que faz seu coração sangrar.

Capítulo 1 Mulher insensível

São Paulo, Brasil

O bafo frio da chuva insistente passava pela ampla porta aberta espalhando a fumaça do cigarro pelo quarto e levando um pouco daquela nuvem de nicotina para fora do ambiente, indo misturar-se com a poluição condensada na atmosfera. Eram quase nove e meia, o clima estava cinza do, o sol não tinha a menor chance de aparecer naquele dia.

Ela encontrava-se fumando recostada do lado direito da porta de vidro aberta que dava passagem a uma pequena sacada. Havia acordado às oito horas da manhã e como achou tarde, não voltou a dormir, embora seu corpo estivesse cansado da noite anterior. Puxou mais uma baforada, tragando profundamente, depois soprou a fumaça. Estava nua. O vento frio não a incomodava. Há muito que havia acostumando-se com o frio e tampouco importava se algum observador a visse despida dos prédios vizinhos. Virou a cabeça para trás para olhar o homem que dormia completamente nu na grande cama macia. Estava pensativa e distante naquele dia de uma manhã chuvosa, ela precisava fazer algo que vinha adiando há semanas, e isso lhe causava ansiedade. Voltou a fumar o último trago e jogou a bagana do cigarro no chão da sacada e observou água apagar e ensopar completamente a guimba. Aquele seria o último cigarro, foi uma despedida, havia decido, iria mudar sua vida, não apenas por ela, embora ela estivesse um ou dois problemas pessoais pendentes os quais ela pretendia resolver muito em breve, assim que pusesse as mãos em dinheiro alto. A mudança na sua vida, em partes também tratava-se de um dever dela para com sua família, a jovem devia a eles, fora uma filha inconsequente que desperdiçou um alto investimento vindo dos pais. Não precisava ser deste modo para sempre, podia ajeitar as coisas e dar orgulho a eles, além de ajeitar as coisas para seu lado, o que não estavam bonitas.

— Ei minha princesa, volte para cama, venha aqui me esquentar, venha. — chamou o homem deitado na cama.

A jovem de cabelos escuros olhou para o homem e sorriu. Ele tratava-se daquela pessoa especial que proporcionava algo único para suas emoções. Ao lado dele, a vida da mulher possuía mais brilho, sentia-se bem na sua companhia, parecia estupidez, mas, quando estavam juntos, ela experenciava a sensação de segurança; embora nunca houvesse precisado de algum homem para protege-la ou proporciona-lhe amparo, isso ocorria exclusivamente com seu amante sensual e ela gostava da sensação. Em toda sua vida, a jovem nunca havia sido tão feliz ao lado de uma pessoa do sexo oposto. Ele era lindo, não havia como negar, foi sem dúvida o homem mais incrível que já conhecerá na vida. A bela morena caminhou lentamente até a cama e deitou-se ao lado dele, ele a abraçou beijando-a sensualmente, estava com tesão matutino comum a todo macho da raça humana, culpa dos elevados picos de testosteronas que nas primeiras horas do dia normalmente são mais elevados. Os beijos tornaram-se mais intensos, em segundos mãos e braços apalpavam-se incontroláveis em um ritmo cada vez mais intenso. Logo, os gemidos ecoavam pelo quarto infestado pelos feromônios do casal enamorado e desejosos pelos corpos voluptuosos. Minutos de sexo intenso passaram-se e finalmente ambos estavam exaustos esperando o fôlego voltar.

— Nossa, querida, eu nunca vi uma mulher ser tão intensa como você. — comentou o homem exausto. — você é puro tesão, sou completamente louco por você. — à beijou nos braços com desejo, dando uma leve e sensual mordida.

— Pois digo o mesmo de você, somos aquele tipo de casal que a conexão, o encaixe é perfeito, tudo se alinha perfeitamente, o que resulta numa satisfação plena, um preenchimento sem igual ao fim de cada transa. É uma conexão sexual sem igual para mim, foi assim desde a primeira vez. Eu adoro isso, e você também! — observou a morena de dentes brilhantes.

— Você tem razão, mas não é algo apenas sexual, meu amor, é mais que isso, nós nos gostamos. Há uma conexão que ultrapassa o carnal, temos sentimento, há um deleite que nos rodeia. Formamos um incrível casal, você não acha? — ele falava acariciando-a no rosto gentilmente.

— Oh, sim, nós temos uma química única, não posso discordar, mas... — foi interrompida.

— Eu estive pensado, e acho que já está mais do que na hora, você não acha, meu amor? É chegado o momento de nós firmamos um relacionamento sério, você quer namorar comigo, querida? — perguntou o lindo rapaz ainda deitado com o rosto direito apoiado sobre a mão cujos cotovelos estavam fincados na cama dando-lhe o apoio.

Um frio congelante percorreu o corpo da jovem, indo intensificar-se no estômago, uma tristeza se apoderou de sua alma e ela perdeu a voz enquanto encarava aquele homem que parecia ser a encarnação de algum Deus mitológico. Não queria desaponta-lo, era injusto, o rapaz era bom demais e não merecia uma decepção, sentia como se estivesse o enrolando e brincando com seus sentimentos, mas nunca fora a intenção, as coisas foram acontecendo e sendo adiadas, chegando ao ponto onde havia chegado. Cada momento com ele era único e seu corpo necessitava de cada instante ao seu lado. Mas nem tudo é eterno ou como gostaríamos que fosse, algumas pessoas estão apenas de passagem em nossas vidas, para proporcionar algum aprendizado que ficará registrado para sempre, seja com boas memórias ou ruins. É parte do amadurecimento humano, quando não efêmeros e intensos, são longas temporadas de emoções boas ou ruins, mas que as vezes só serão eternos nas lembranças.

— E então querida, — disse ele tocando-a gentilmente no rosto — algum gato comeu sua língua? Acalme-se, ainda não é um pedido de casamento, é só de namoro, prometo que o de casamento será mais bonito e mais romântico, vou preparar algo especial, não será em um quarto de hotel sem nenhuma aliança. Isso parece pouco romântico, não é? Ah, eu lamento por isso, mas não pude deixar a oportunidade passar. Eu precisava fazer esse pedido agora, sei que sentes o mesmo. Dizem que não podemos deixar para o futuro, aquilo que podemos realizar agora. Eu adiei demais esse pedido, me sinto arrependido por isso.

Ela respirou fundo, tentando ser o mais forte e gentil que poderia, queria evitar sofrimento a ambos, mas já era tarde, suas entranhas morriam lentamente e eram consumidas por uma forte dor que lhe roubava a voz, seu peito queimava como brasa virando cinza em uma fogueira.

A última coisa que esperava, é que aquele homem fosse pedi-la em namoro. Era demais para a jovem, especialmente naquelas condições e naquele momento em que ela havia resolvido ter uma conversa com ele e lhe falar sua situação. Ela mal conseguia respirar, sentia-se engasgada, desejou que o chão se abrisse e assim ela seria arrastada até o inferno e queimaria de uma vez, não de maneira lenta como lhe acontecia naquele instante. Poderia simplesmente ter desaparecido sem deixar rasto, mas achou que era importante conversar pessoalmente, afinal já estavam há algum tempo juntos, seria o certo dar uma explicação, mas, ali, diante dele, ela sentia-se fraca, incapaz de falar rapidamente seu infortúnio infernal. Aquilo era algo que a mulher já fizera inúmeras vezes na vida com outros homens, nunca fora tão difícil, pelo contrário, costumava ser rápido e fácil, sem dramas e enrolações. Não queria admitir para si mesma, mas o nó na garganta ficava cada vez maior, suas pernas fraquejavam e a respiração tornava-se difícil, seu peito doía, um sentimento diferente de tudo que havia sentido antes invadia cada célula de seu corpo esbelto. Ela o amava e agora pagaria um alto preço por perdê-lo.

“Não posso chorar”, pensou.

— Escute, Mick — ela começou —, você é um homem incrível, eu me diverti muito, nós nos divertimos muito, você sabe, estamos nos encontrando há um ano, mas, eu não posso continuar, você é incrível, porém, não podemos ficar juntos, eu sinto muito, precisamos colocar um ponto final nessa história, já foi longe demais.

Mick riu que tremeu toda a cama olhando para baixo, mas, ao voltar para encara-la, notou um rosto sério como nunca havia visto antes. O brilho e o sorriso no rosto de Mick aos poucos foram perdendo o ar da graça.

— Isso é alguma piada, querida? — indagou Mick.

— Eu vou me casar Mick, lamento não ter falado antes, mas irei me casar em breve. — falou um tom sério e firme.

— Como? Não, não é possível, nós, você e eu... — Mick não conseguiu concluir a frase.

— Eu fiquei noiva recentemente, deve ter uma semana, é o melhor para mim no momento, ele é um homem bom, eu nem deveria estar aqui com você, mas eu precisava fazer isso pessoalmente, conversar com você uma última vez, me desculpe se lhe peguei de surpresa. — disse o olhando fixamente nos olhos.

— Você não pode estar falando sério, não pode, querida. — disse Mick já tremendo com lágrimas nos olhos. — Eu a amo, querida, você não pode fazer isso comigo, diga-me que está brincando, vamos.

— Lamento Mick, essa é a última vez que nos veremos, estou traindo meu noivo por estar aqui com você, não considero uma traição porque é você, é diferente o que temos..., enfim, eu precisava dizer adeus pessoalmente, não faça drama, por favor, foram só alguns meses de sexo. — comentou a morena tentando não demonstrar importância.

— Você enlouqueceu, Debby? Estamos há um ano e meio juntos, oh Deus, como fui idiota. — falou o homem secando as lágrimas com ódio e tristeza nos olhos.

Ela tentou toca-lo no rosto, mas ele lhe afastou a mão dizendo:

— Me deixe...

— Oh querido, não faça assim. — pediu ela.

— Você, esse tempo todo estava...estava...com ele? — quis saber o rapaz.

— Não Mick, oh Michael, não fique assim, por favor, sempre foi só sexo, você sempre soube, não pode me cobrar nada agora, não faça isso comigo, ande, se recomponha. Eu nunca transei com ele, vamos nos casar e tudo acontecerá na lua de mel, eu não posso dar detalhes, Jesus Cristo! Não preciso falar disso com você! — falava Debby com ar de desgosto.

— Você é louca, Debby, oh meu Deus, que tipo de ser humano é você? Você o ama? — Quis saber Michael.

— Eu não vou falar sobre esse assunto com você Mick, vi que não reagiu bem a tudo isso, eu lamento, estou muito triste, mas, é algo que preciso fazer. Preciso ir, não tente me ligar, não estou mais com aquele número. Tenho que ir, preciso ir, adeus, Mick, vá procurar alguma outra garota, você é lindo, basta sair desse quarto e vinte mulheres estarão correndo atrás de você. — disse Debby levantando-se da cama e vestindo as roupas às pressas.

— Como você pôde, Debby? Oh Deus, você tem algum coração aí dentro desse peito? — perguntou Mick inconsolado.

— Por favor, pare com essa cena. — pediu novamente a mulher já vestida e caminhando com uma bolsa nas mãos.

— Debby, quando vamos nos ver, volte aqui. — Mick gritou levantando-se e agarrando a mulher pelos braços antes que ela chegasse à porta.

— Nunca mais Mick, nunca mais vamos nos ver, agora solte meu braço. — Debby pediu.

Michael a soltou e ela abriu a porta saindo. O homem estava perplexo, tudo em volta parecia girar. Ele adoraria que fosse uma brincadeira de mau gosto, todavia, nunca havia visto Debby falar tão sério na vida como naquela conversa. Ela dizia a verdade. O rapaz pegou o celular e ligou para a moça, mas a ligação não pode ser completada, caia na caixa postal.

— Oh Deus, preciso acha-la, ela é um demônio que apareceu na minha vida, vou morrer de desgosto, vou...eu preciso...— e ele gritou correndo até a mesa de centro derrubando tudo que estava a vista no chão.

Ela era uma vadia desgraçada que o havia usado e o descartado, como se ele fosse apenas um objeto, ou um brinquedo sexual. Como poderia um ser humano agir tão friamente? Caminhou até o outro lado do quarto e pegou uma garrafa de Whisky, contemplou-a por um minuto e lembrou-se que há meses havia parado de beber muito, mas agora, pelo menos naquele momento, precisava ficar bêbado, precisava deixar de sofrer por uma mulher insensível que não o amava. Não tinha vontade de viver, por outro lado, não queria humilhar-se correndo atrás dela por hora, em contra partida, recusava-se a aceitar tudo pacificamente.

A dor de ser abandonado por alguém que amamos é insuportável, abre-se uma úlcera tão violenta capaz de definhar até não sobrar mais nada. Michael não tinha muitas informações sobre a mulher com quem andava, lembrou-se que uma vez, meses atrás, dormiu na casa dos pais da jovem, mas estava tão envolvido bebendo durante o trajeto com Debby que não se deu ao trabalho de olhar o caminho. Era noite, haviam saído de São Paulo para Iguaçu no estado do Paraná, e quando pousaram, foram para um hotel. No dia seguinte, depois de uma noite em uma boate, Debby chamou um táxi e enquanto o motorista dirigia, eles dois beijavam-se no banco de trás. Ele ficou com Debby dois dias na casa dos pais dela, saíram de lá numa madrugada depois de fazerem sexo e terem fumado maconha. Da forma como chegaram, saíram; a jovem chamou um táxi e os dois entraram no carro. Michael lembrava-se da mão de Debby o masturbando indiscretamente enquanto o beijava deliciosamente, mas, não fazia ideia em qual parte da cidade estavam.

Pensou ele: “Da próxima vez vou olhar com mais atenção o caminho”. No entanto, não houve próxima vez.

— Filha da puta, não me deixou prestar atenção no trajeto. — falou após tentar lembrar-se da localização da casa dos pais da jovem, onde pretendia começar a procura-la.

O rapaz mais uma vez recordou-se de que viu os pais muito rápido, por uma fração de dez segundo, quando os cumprimentou e subiu para o quarto, mas sua visão estava tão turva de embriaguez, que não tinha certeza se os reconheceria caso os vissem cara a cara. Para piorar as coisas, Debby comentou com ele o seguinte:

— Meus pais venderam a casa, vão mudar de estado, me querem lá para a mudança, vou ficar uns dias com eles e depois volto, tudo bem, querido.

Claro que estava tudo bem, ele confiava nela cegamente. Debby não deu detalhes sobre o estado para onde eles estavam se mudando e por sua vez, Michael não achou importante perguntar. Foi nesse tempo que Debby começou a passar dias fora, dizia que estava com os pais, eles precisavam dela. Nesse intervalo, ele também atendia aos chamados do pai, fazendo um trabalho aqui e outro ali, afinal, precisava ocupar-se com algo útil na vida.

Por um mês, Michael não saiu do quarto, bebeu dia e noite incansavelmente para afogar sua tristeza. Chorou até suas lágrimas secarem. Após duas semanas, desistiu de chorar e concluiu que sua única alternativa era suas garrafas de bebidas. O celular tocou até desligar por falta de bateria, Michael não ouviu nenhuma ligação, e quando ouviu, não deu importância. Dormia bêbado e acordava pegando a garrafa para voltar a entornar, quando acabava, ligava para a recepção e pedia de duas ou três garrafas de bebidas, voltando para seu mundo de sofrimento com clássicas músicas que percorriam pelo Blues, Jazz e rock and roll de todas as décadas e variados estilos. Raramente interfonava para pedir alguma comida, e quando pedia, comia pouca coisa. O quarto era limpo todos os dias por uma camareira que se condoía ao ver um jovem tão bonito em um estado tão deplorável. As vezes, ele tocava uma música em seu violão, instrumentos que Michael carregava para todos os locais, compunha várias músicas de sofrimento amoroso para sua amada insensível e desalmada, muitas letras eram puro ódio.

Em um dos seus momentos de embriaguez extrema, teve uma visão que achou muito excitante e divertida, da qual ele lembrou-se pouca coisa dias depois após tentar recorda-se. Três homens vestidos de preto entraram no quarto do hotel onde ele estava hospedado, estavam acompanhados pela camareira de rosto marcado por rugas acentuadas. Naquele momento ele achou que o rosto da mulher estava bastante jovial. “Deve ter feito algum tratamento para ficar jovem, como ela se parece com minha tia Tereza, tenho certeza de que é uma boa mulher”.

— É este? — perguntou a mulher.

— Sim, senhora, é o rapaz que procuramos. — respondeu um dos homens.

— Quem são esses homens, tia Tereza? — perguntou Michael sentado no chão encostado numa parede, estava enrolado numa toalha.

— Ele está nesse quarto há um mês sozinho, antes estava com uma jovem, mas ela foi embora e o pobre rapaz continuou hospedado acabando-se de tanto beber. — falou novamente a camareira.

— Somos gratos pelo serviço. Quanto ele deve ao hotel e quem era a mulher que o acompanhava? — um dos homens perguntou.

— A dívida está no valor de setenta mil reais, maior parte dos gastos foram em bebidas e cigarros caros. Um dos funcionários incomodou-se com o valor dos gastos que vem aumentando a cada dia, mas eles são clientes do hotel há mais de um ano e sempre pagaram a conta, dando gorjetas generosas aos funcionários, o gerente pediu para não o incomodar, pois, acredita que ele passa por um momento difícil, vocês entendem como é uma decepção amorosa. Nosso gerente irá contata-lo amanhã para pagar o que deve. Ah, o rapaz quebrou alguns objetos, tudo está incluso na dívida, compreendem? Quanto a mulher, é a senhorita Clarice, eles eram namorados ou algo assim, parece que terminaram a relação e o pobre rapaz ficou nesse estado que podem ver. — concluiu a camareira.

— Oh, lembrei, seu nome é Arlete, minha camareira favorita. Você parece minha tia... ela é... — falou Michael rindo que um cuspe grosso feito clara de ovo bem batida lhe saltou da boca, caindo na barba por fazer há um mês.

— Agradecemos senhora, pode pedir ao gerente para somar toda a dívida que logo desceremos para pagar. O rapaz vai conosco, pedimos desculpas por qualquer incômodo. — o homem voltou a falar.

A mulher saiu do quarto e os três homens se entreolharam. O que conversou com a mulher pegou o celular e ligou. Assim que alguém do outro lado da linha atendeu, ele falou:

— Senhora, encontramos o rapaz, está vivo. Logo estaremos aí, até mais senhora. — voltou a desligar.

Michael não se incomodou com os homens, lembrou que já os conhecia de algum lugar, depois de forçar a memória, lembrou-se com certeza de onde os conhecia. Tudo em volta estava turvo e duplicado, voltou a beber até secar os últimos quatro dedos de bebidas e levantou-se. Assim que se pôs de pé e caminhou, sua cabeça rodou vinte vezes mais.

— Eu preciso de mais uma garrafa. — falou com a voz enrolada de bêbado.

— Sente-se, você vai cair, rapaz. — um dos homens falou.

— Me deixem, seus...seus...eu...eu não preci... — não concluía as frases e nem os pensamentos.

Cambaleou de volta para a parede.

— Droga, pegue-o ou vai rachar a cabeça no chão. — falou o mesmo homem que pediu a Michael para voltar a sentar.

Os outros dois homens correram e seguraram o corpo esquelético do jovem, a toalha caiu e tudo ficou a mostra.

— Peguem as roupas, vamos vesti-lo. — ordenou o homem novamente.

— Eu não, não... — Michael fechou os olhos e dormiu bêbado.

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