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O Quarterback que eu Odeio

O Quarterback que eu Odeio

Haillie_alexia

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Capítulo

Ethan Lewis é a maior estrela do futebol americano universitário, então quando ele desloca o ombro correndo atrás do seu amigo bêbado, e só de cueca ele sabe que está ferrado. Agora o Quarterback do Crimson Tide precisa de alguém para auxiliar na sua recuperação e o manter longe de problemas. Abigail Jones ama esportes com uma única exceção: futebol americano, além disso, é claro, tem uma total aversão aos jogadores, principalmente os quarterbacks agenciados pelo idiota do seu pai. Tudo que ela queria era um estágio na equipe de treinamento atlético do time de Basquete feminino, mas o que ela recebe é a oferta de ser a babá de um jogador idiota, sem emprego e com uma dívida, ela não tem outra alternativa a não ser aceitar a oferta. Abigail está prestes a passar parte do seu dia sendo babá de um cara que odeia. Ethan está prestes a descobrir que ele não é amado por todas as garotas da Universidade do Alabama como acreditava ser. Poderá Ethan descobrir o porquê Abigail o odeia tanto? E convencê-la que ele não é nada do que ela espera dele?

Capítulo 1 Abby

Abby

Existe algo pior que acordar de ressaca e isso é acordar de ressaca com o som do seu despertador. O som parece entrar em minha cabeça e esmagar cada parte dela, é como se meu cérebro estivesse sendo esmagado.

Eu tento fechar meus olhos e continuar dormindo, mas é impossível, o meu celular volta a tocar depois de cinco minutos, maldita soneca. Sem alternativa, coloco minha mão embaixo do travesseiro e pego o aparelho, desligo o despertador, com cuidado abro meus olhos e confiro o horário. Não tenho tempo para continuar dormindo, se ficar mais um minuto na cama irei me atrasar para a primeira aula.

Ainda zonza por todo álcool que ingeri na noite passada, levanto-me da cama, deixo meu quarto e vou para o banheiro, para minha sorte nenhuma das meninas o está ocupando.

Estou com a garganta seca, os olhos pesados e a cabeça doendo. Como em dois anos ainda não aprendi que festas nas quintas-feiras são péssimas ideias?

Tiro o pijama que estou usando e vou direto para o box.

Estou pegajosa, suada e fedendo a cerveja barata e de péssima qualidade. Deus, como consegui dormir assim? Claro, eu estava

tão bêbada que a única coisa que consegui fazer foi entrar em meu quarto, vestir um pijama e me jogar na cama.

Ligo o chuveiro na água gelada e mesmo que não tenha tempo para secar meu cabelo opto por lavá-lo, porque até mesmo

ele está fedendo. Caralho, talvez eu deva parar de beber e frequentar essas malditas festas.

Gasto o máximo de tempo possível embaixo do chuveiro, mas não o tanto quanto gostaria, porque estou atrasada.

Saio do banheiro enrolada em uma toalha e ainda com dor de cabeça, porém não estou mais tonta. Eu volto para meu quarto, vou até minha cômoda e pego qualquer roupa, ou seja,

regatinha básica e uma calça jeans, calço meu tênis, penteio meu cabelo, deixo-o molhado mesmo e apenas retiro o excesso de água com a toalha. Estou desprezível e qualquer um que olhar para mim saberá disso.

Para não parecer tão derrotada, pego um óculos escuro, e por fim a minha bolsa que contém meu iPad e cadernos, jogo meu celular dentro dela e deixo meu quarto. A porta do quarto de Brooke está fechada, porque a vaca sortuda não tem aula hoje pela manhã, mas a de Dakota está

aberta, porque assim como eu ela terá que ir para a universidade.

Sigo para nossa cozinha/sala. Dakota está de costas para mim e de frente para o fogão. Ela está cozinhando enquanto uma

música da Meghan Trainor está ecoando em um volume não muito alto pelo pequeno lugar que dividimos.

— Por que, eu não sou como você?

Resmungo enquanto me jogo no sofá que fica na nossa sala, que é no mesmo ambiente que nossa pequena cozinha e jogo minha mochila no meu lado.

— Bom dia, flor do dia.

Ela se vira para mim com um sorriso no rosto e reviro meus olhos.

— Péssimo dia.

Faço um biquinho e minha amiga apenas ri.

— Eu avisei você para não beber tanto.

Aponta a colher que tem em mãos na minha direção e eu suspiro. Sim, Dakota que optou por não beber ontem, me avisou para não exagerar e eu como sou uma idiota não dei ouvidos para ela.

— Eu sei.

Sorri vitoriosa e volta a ficar de costas para mim.

— Qual os planos para o dia?

Suspiro mais uma vez.

— Você quer dizer a tortura do dia, não é?

Sei que estou parecendo um bebê chorão, mas às vezes só acordamos e temos certeza de que o dia será uma merda. E hoje eu posso garantir será um dia de merda.

— Não seja tão chata, Abby.

Dakota se vira e dessa vez está segurando a frigideira.

— Por que, eu não poderia ter pais ricos e legais?

Dakota faz uma careta.

— Reclame menos, Abby.

— Eu estou de ressaca, tenho a pior aula da semana, além disso tenho que continuar procurando um emprego. — É a minha vez de fazer uma careta. — E adivinha, se meus pais não fossem tão um idiota, eu não precisaria arranjar um trabalho.

Minha amiga morde seu lábio inferior.

— Você ainda está com raiva deles?

Apenas de pensar em meus pais minha cabeça dói ainda mais, por isso fico em pé e vou até o nosso armário, onde ficam os remédios.

— Meu pai está me cobrando a fatura do cartão e minha mãe se recusa a me ajudar a pagá-la. — Pego um remédio para dor de cabeça. — O idiota não sabe nem o que fazer com tanto dinheiro e está me cobrando.

— Talvez, ele apenas esteja querendo que você aprenda a ser independente.

Sorrio ironicamente enquanto vou até a geladeira e pego uma garrafinha de água.

— Acredite, ele somente está sendo um idiota.

Liam Cooper não está preocupado comigo, nem com o tipo de ser humano em que irei me tornar. Eu tomo meu remédio e a água logo em seguida, e volto a olhar para Dakota. Ela está me encarando com pena e odeio isso.

— Sinto muito.

Dou de ombros.

— Eu vou ficar bem.

Ela parece prestes a dizer algo, então balanço a cabeça. Não quero palavras de conforto e nem de autoajuda. Algumas coisas simplesmente não têm como ser melhores e uma dessas é

a situação a qual me encontro no momento. Dakota se aproxima deixa os ovos sobro o balcão que está logo ao meu lado.

— Bacon?

Sorri gentilmente e balanço a cabeça negando.

— Não, aliás não irei comer nada, meu estômago está um caos — Ela apenas assente. — Você quer uma Carona?

— Você tem aula à tarde, não é?

É a minha vez de assentir.

— Sim, e depois da aula irei procurar um emprego.

— Então, eu vou com meu carro. — Abro a boca para dizer que irei esperá-la, porém ela é mais rápida. — Você não precisa me esperar, minha aula é um pouco mais tarde que a sua e irá se

atrasar ainda mais. Ela está certa.

— Ok. — Sorrio, o primeiro sorriso do dia e talvez o último.

— Tchau, baby.

Aceno para ela e me viro de costas.

— Tchau, querida.

Escuto sua resposta enquanto pego minha mochila e deixo o apartamento que divido com Brooke e Dakota e que fica nas instalações para alunos da parte oeste do campus, o prédio com os apartamentos de três quartos se chama Bryce Lawn. Enquanto sigo para o estacionamento que fica em frente, eu me lembro de que tenho que seguir para aula de Cálculo e faço uma careta. Quem poderia imaginar que me depararia com esse tipo de matéria em Saúde Pública?

Coloco meus óculos escuros e trago a mochila para perto a fim de poder pegar a chave do meu carro, aproveito que estou com a cara praticamente enterrada na mochila para fingir que não estou vendo pessoas ao meu redor, provavelmente outros estudantes que estão indo para a aula. Nada contra ser educada, eu só não quero ser educada hoje.

Ao chegar em frente ao meu carro, afasto a mochila e encaro o Jeep Grand Cherokee[2] branco e me pergunto o que aconteceria se o vendesse, talvez meu pai me deserdasse,

porém, e se ele não soubesse?

Desligo o alarme, entro no carro, jogo minha mochila no banco ao lado. A verdade é que se vendesse o carro que Liam me deu há dois anos quando iniciei a faculdade ele iria surtar e

não estou a fim de lidar com Liam surtando, além disso ele incomodaria minha mãe que me incomodaria. E em algum momento ele descobriria, principalmente porque o seguro do carro está em seu nome. Ou seja, melhor continuar com o carro e além de tudo, eu gosto dele. Seria péssimo me livrar dele.

— É uma droga ter alma de rica. — Passo a mão pela direção. — E nem é a minha culpa, vamos culpar o DNA que recebi daqueles dois.

Respiro fundo, ligo o carro e não demoro cinco minutos para chegar ao prédio onde acontecem aulas de matemática, o MTLC, Mathematics Technology Learning Center, um prédio com colunas quadradas logo na entrada, tijolos à vista e com um formato de um polígono.

Paro no estacionamento, pego minha mochila e sigo para a sala de aula. Estou alguns minutos atrasada e recebo um olhar estranho do professor, porém ele não fala nada, então sigo para o fundo e me sento em uma das classes disponíveis.

Eu pego meu iPad e tento me concentrar na aula, o que é uma tarefa extremamente difícil, porque a aula de cálculo é um saco como sempre e tenho que me esforçar para não dormir durante todo tempo. Apesar do meu esforço algumas vezes eu acabo piscando.

Estou ainda pior do que antes ao fim da aula e quando pego meu celular, assim que deixo a sala de aula, faço uma careta ao me deparar com uma chamada de Bridget, o que minha mãe pode querer comigo? Ela não me liga sem nenhuma intenção.

Ainda estou encarando o aparelho quando o seu nome brilha na tela outra vez. Franzo minha testa e enquanto saio caminho para fora do prédio, aceito a chamada e trago o celular até a minha orelha.

— Mãe.

— Hey, Abigail. — Como nunca conversamos amenidades a espero dizer o motivo pelo qual está ligando. — Eu recebi um e-mail do Liam.

Sorrio ironicamente.

— É claro que você recebeu.

— Ele mandou que eu pedisse a você para que lhe enviasse o valor que você gastou no cartão de crédito que ele te deu para gastar com coisas exclusivamente da faculdade.

— Comer e gastos de casas deveriam ser incluídos nisso.

Soo debochada e a escuto suspirar.

— Você sabe o que ele pensa disso.

— O que vocês pensam disso, não é!?

Desligo o alarme do carro, abro a porta e me sento atrás da direção.

— Você sabe que eu ajudaria se pudesse.

Usa um tom de voz mais baixo para soar como se realmente se preocupasse comigo.

— Não se preocupe, eu irei dar um jeito.

— Ok, algo mais, querida?

Ela fala como se eu tivesse procurado por ela. Suspiro e encaro o vidro à minha frente.

— Não.

— Tchau, querida e cuide-se.

— Cuide-se, mãe.

Afasto o celular da minha orelha e a ligação já foi encerrada. Respiro fundo, jogo minha cabeça para trás e encaro o teto do carro. Eu pareço uma adolescente inconformada por não ganhar o que pediu aos pais, porém Liam acabou de comprar um Iate, Bridget ganha uma pensão extremante gorda do meu pai e eu preciso trabalhar para pagar os meus boletos.

Maldita hora em que perdi meu emprego no semestre passado e precisei usar o cartão de crédito de Liam.Mentalizo que tudo ficará bem.

Tudo bem que fui demitida do bar em que trabalhava no semestre passado, porque um idiota me assediou. Tudo bem que ontem a professora chefe do departamento me ligou e me disse que não fui selecionada para o programa de estágio desse semestre no qual tinha me inscrito antes das férias.

Tudo bem que meus pais são dois idiotas.

Respiro fundo mais uma vez, então ligo o carro e dirijo para o próximo prédio, a faculdade de ciências ambientais humana, onde terei a minha próxima aula, segurança e prevenção de lesões, uma matéria que realmente tenho interesse e me fascina.

Meu sono até diminui enquanto assisto a aula e ao fim dela já não me sinto tão miserável. Eu saio da aula e vou até o restaurante mais próximo, como voltarei para o prédio de ciências humanas mais tarde vou a pé e aproveito para observar o verde presente no campus. A Universidade do Alabama tem um campus enorme com muito verde e prédios de tijolo à vista em um estilo que mistura o clássico com o Neoclássico, com alguns pilares que remetem à Grécia e fachadas em que os telhados lembram Vês invertidos. Após almoçar estou voltando para o prédio de ciências humanas quando o meu celular vibra em meu bolso, eu pego o aparelho e me deparo com o nome da professora Monroe brilhando na tela, ela está me ligando. Será que é uma boa notícia? Rezo para que sim.

Não hesito em aceitar a chamada e trazer o celular até minha orelha.

— Olá, professora Monroe.

— Hey, Abigail, tudo bem?

— Tudo sim, e com a senhora?

Caminho com o celular colado à minha orelha e com meu coração acelerado. Por favor, uma boa notícia.

— Tudo ótimo, eu liguei para você, porque eu tenho uma boa notícia. Suspiro aliviada. Talvez, o dia não esteja tão ruim quanto imaginei.

— Qual notícia?

É nítido em minha voz que estou animada.

— Surgiu uma nova vaga para o programa de estágio para acompanhar o treinador atlético do nosso time e ela pode ser sua,se você aceitar.

— É claro que se está disponível, eu aceito, eu já até posso me visualizar trabalhando com o time de Basquete feminino.

Na minha cabeça consigo até mesmo me imaginar no uniforme utilizado pela equipe responsável pelo treinamento atlético dos atletas.

— Você não irá trabalhar com o time de Basquete, Abigail.

Franzo minha testa sem entender.

— Mas eu me escrevi para acompanhar o time de Basquete.

— A vaga que surgiu foi no time de Futebol Americano, Abigail.

É claro que tudo sempre pode piorar.

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