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Me ensine a amar

Me ensine a amar

P.Martins

5.0
Comentário(s)
23
Leituras
3
Capítulo

Victoria já não suportava a escravidão que vivia dentro de casa, determinada a viver sozinha, ela embarca em uma viagem só de sua para Los Angeles, onde enfrentará seus medos e inseguranças e irá conhecer o amor.

Capítulo 1 Bem vinda à LA

Me ensine a amar

Era um fim de tarde, quando resolvi que cuidaria de mim mesma, dali pra frente eu só me importaria com uma coisa, eu.

Eu já estava cansada da vida que levava naquela casa, as vezes eu nem conseguia chama-la de casa, pois naquele lugar eu passei os piores momentos da minha vida, e hoje, sem rumo e sem direção, sai sem olhar para trás. Eu não tinha nada, somente minhas habilidades na cozinha e afazeres de casa, mesmo tendo 19 anos e oficialmente sendo "maior de idade" ainda parecia que tinha 16 anos, pois nunca me viam como uma mulher adulta, na verdade, nem me olhavam como ser humano. Tudo que passei naquela casa estava ficando para trás quando sai determinada a viver minha própria vida. Um destino? Eu não tinha, mas eu iria para o centro da cidade, Los Angeles, a tão sonhada e visitada cidade que muitos sonhavam em conhecer, e lá estava eu com a minha mochila e uma mala de mão, nem dinheiro para comprar uma mala de rodinhas eu tinha, mas durante alguns anos consegui juntar uma boa quantia de dinheiro e por enquanto essa não seria a minha preocupação. Ao sair peguei um táxi o mais rápido possível para a rodoviária e fui conversando com o motorista durante o caminho, muito atencioso por sinal. Eu disse meus planos a ele, de ir tentar começar a vida em Los Angeles e ele me deu algumas dicas, me indicou um hotel super barato onde o irmão dele administrava, achei estranho ele ter um irmão bem de vida no centro da cidade e ele viver aqui no interior, mas ele disse que gostava da calmaria, o centro era muito agitado e não gostavada cidade ser muito iluminada e aglomerada de pessoas, por isso decidiu vir morar no interior com a família. Ao fim da viagem de uns 40min perguntei a ele quanto tinha ficado a corrida, saquei mais de 100 dólares da carteira pois esperava a facada, mas ele se virou e disse a mim:

- Victoria, desde que entrou percebi o desespero em sair daqui, não sei o que você passou mas te desejo toda sorte do mundo nessa nova jornada. Não irei cobrar pela corrida, que esse seja o seu presente e o empurrão para você começar a viver seu sonho, assim que chegar no hotel diga ao Rick que eu a enviei, ele me pagará depois por conseguir mais um hóspede pra ele - disse o senhor em tom alegre.

Eu estava desacreditada, insisti em paga-lo mas ele se manteve com a palavra, era muito difícil ver que existia pessoas boas no mundo, o tal mundo que eu nem conhecia. Desci do carro e fui até a entrada, olhei minha passagem no celular e me localizei indo até a recepção, onde a mulher me atendeu e disse que meu ônibus sairia a 30min e que eu deveria esperar na plataforma 7. Assim o fiz, peguei minhas coisas e me sentei no banco esperando o horário, comecei a mexer no celular e pesquisar sobre vagas de emprego de faxineira, cozinheira ou até babá, por mais que eu não gostasse de crianças eu não tinha muita opção já que experiências era o que menos eu possuía. Pesquisei novamente o hotel que eu havia decidido que iria ficar e realmente era bem mais caro que o Sky Blue, onde o dono era o irmão do meu taxista, pelo menos havia economizado uns 15 dólares. Após uns minutos o ônibus chegou e logo entrei, sentei em minha poltrona e um rapaz em seguida ao meu lado se acomodou, ele era novo, aparentava ter um pouco mais de 22 anos e estava bem perfumado, trocamos olhares por alguns segundos e iniciamos viagem.

[...]

Após horas de viagem finalmente desço no meu destino, peguei um táxi em direção ao endereço que ligava ao hotel Sky Blue, mas fui parada antes de entrar no carro:

- Com licença, você deixou cair dentro do ônibus - disse o rapaz que sentou ao meu lado, me entregando meu caderno de anotações onde estava todos os meus planos.

Arregalei os olhos e logo os peguei com força e emoção:

- Meu Deus, muito obrigada, sério, eu não sei o que eu faria se o tivesse perdido.

- De nada, só preste atenção com as suas coisas, aliás sua mochila ainda está aberta.

Me espantei e logo tirei minha mochila das costas guardando o caderno e fechando, mas quando olhei pra frente o rapaz já não estava mais lá, e nem pude agradecer novamente.

Entrei no táxi e depois de alguns minutos cheguei no Sky Blue, era um hotel um tanto simples mas não me importava, por um teto eu dormiria até em uma quitinete ou num porão. Entrei e fui recepcionada por Vanessa, que além de ser muito bonita era a gerente do hotel:

- Boa noite, seja vem vinda, meu nome é Vanessa, como posso te ajudar?

- É... Boa noite Vanessa.. sou Victoria e gostaria de falar com Rick por gentileza.

- Ah sim.. Me acompanhe que levarei você até ele. - disse ela com um sorriso

Chegamos no andar de cima e ela bateu na última porta de um corredor longe dos quartos.

- Entre! - uma voz saiu de dentro do cômodo

- Com licença Rick, essa moça diz conhecer o Sr e precisava conversar contigo.

Entrei na sala e vi um senhor de aproximadamente uns 40 anos mexendo em seu computador, Vanessa nos deixou a sós fechando a porta atrás de mim.

- Pois bem, eu não conheço a senhorita, como posso ajudar?

- Ah.. é.. Eu sou Victoria, seu irmão me indicou seu hotel para eu ficar e me disse para procura-lo quando chegasse.

- Ah, Ronald me ligou avisando de você, eu sou Rick, seja bem vinda ao Sky Blue. - Disse ele, se levantando e estendendo sua mão em um cumprimento o qual correspondi.

- Venha vou lhe mostrar o hotel e seu quarto.

Assim o segui, me mostrou a cozinha, a área de lazer e também meu quarto, que inesperadamente era bem fofo e aconchegante. Após acomodar minhas coisas na cama, desci na recepção para fazer o chek-in, peguei meus documentos e deixe o pago minha estadia por 3 dias e 3 noites, era o tempo que eu havia determinado de conseguir um emprego e começar a juntar meu salário. Logo depois subi para o quarto e tomei um banho, havia uma banheira o qual a enchi de água quentinha e ali foi o melhor banho que tomei a anos, me senti relaxada e feliz por estar ali, logo me troquei e fui mexer no celular onde havia dois emails de empresas me convidando para entrevistas, logo me senti feliz por estas oportunidades estarem batendo na minha porta, mesmo no site de empregos dizendo que eu não havia experiências percebi que ali eu poderia ter chances de crescer e ser alguém na vida. Fui dormir não muito tarde, afinal eu estava cansada de toda a viagem, e planejava chegar cedo na entrevista.

Após a madrugada se passar acordei as 6h da manhã, a entrevista estava marcada para as 10h mas resolvi sair bem cedo dali, pois caso eu tivesse algum contratempo eu teria como chegar no horário. Por sorte as empresas que eu iria comparecer era proximas uma à outra então não foi muito complicado, uma vaga era para faxineira e outra para cozinheira, eram empresas de grandes prédios então presumi que o salário fosse bom, por mais que era um cargo baixo em comparar aos executivos que trabalhavam lá.

Me arrumei, coloquei minha calça social e uma blusa estilo baby look, e um salto baixo de cor preta, era o mais social que poderia ser já que não tinha muitas roupas. Sai do hotel e peguei um táxi para o centro, acabei parando num lugar totalmente diferente de onde pesquisei no Google maps, para a minha surpresa havia duas ruas com o mesmo nome, uma ligava à avenida principal e outra era uma rua num bairro pequeno, ao parar no destino eu percebi meu erro cruel e avisei o motorista:

- Senhor me desculpe, eu errei o endereço, eu não sabia que havia duas ruas com o mesmo nome.

O motorista fez cara de de bravo e disse:

- Onde você quer ir exatamente mulher?

- Ao prédio da empresa Link Arturb

- Ah! Por que não me disse antes? Irei levar você até lá mas fique ciente que o valor da corrida não será mais o mesmo.

Eu concordei com a cabeça e seguimos viagem, eu estava desesperada, bem no dia da minha entrevista eu já iria gastar uma fortuna sem mesmo saber se conseguiria a vaga. Ao descer o motorista me cobrou um preço absurdo de caro, mas eu havia levado dinheiro reserva comigo e não tive escolha a não ser pagar, o erro havia sido meu de qualquer forma..

Cheguei na recepção e me informei dizendo ser candidata, a loira alta e de belos olhos de cor azul me orientou até uma sala onde várias outras mulheres estavam também, preenchi uma ficha com meus dados e em 10min começaria as entrevistas. Ao passar o tempo percebi que a empresa onde estava era de luxo, por se tratar de um prédio no mercado de arquitetura logo não esperei menos do que milhares de imagens de prédios na sala, ao observar o ambiente vi que chamaram meu nome:

- Victoria Rodriguez sala 2

Me levantei e fui até a sala, pedir licença e me sentei na cadeira que estava de frente à duas mulheres e um rapaz, todos bem formais, uma delas se pronunciou:

- Olá Victoria, somos do recrutamento e estamos felizes por você escolher nossa empresa com o objetivo de emprego, dito isso iremos fazer algumas perguntas para você tudo bem?

- Sim.

- Bom, primeiro nos fale sobre você, nos de um breve resumo.

Fiquei meio paralisada por alguns segundos, como eu iria explicar para eles que estava fugindo de minha família tóxica que me fazia de escrava dentro de casa e que quase fui abusada por meu primo?

- Bom.. meu nome é Victoria tenho 19 anos, tenho o ensino médio completo, sei falar espanhol, cozinhar diversas comidas tanto de origem espanhola como as mais tradicionais americanas, ainda não possuo desejos ou ambições como por exemplo faculdade ou uma carreira. Vim do interior estou em busca de de um emprego para começar a minha vida aqui nessa cidade linda de LA.

Após um momento, percebi que havia falado coisas que me arrependi na hora, como eles vão contratar alguém que não tem desejos e objetivos na vida?

Os recrutadores ficarem fazendo comentários entre si e anotando algumas coisas na folha.

- Você tem algum parente aqui na cidade?

- Não Sra

- Tem marido?

- Também não

- Possui filhos ou alguém que dependa de você?

- Não possuo

- Está grávida?

- Não Sra

- Pois bem.. - disse uma delas anotando algo.

- O Alex chamará você novamente quando terminar a entrevista das outras candidatas, desde já agradecemos o seu interesse.

- Eu que agradeço. - disse eu saindo da sala e aguardando lá fora com as outras mulheres.

Após um longo período de uns 35min o tal Alex sai da sala e pronuncía:

- Os nomes que eu chamar por favor entre na sala.. Louise.. Savanna.. Katherine..Cindy.....

De umas 15 pessoas só restaram 3.. Eu, uma senhora de aproximadamente 48 anos uma moça que aparentava ter minha idade, ali eu já estava admitindo minha derrota, todas as pessoas que entraram na sala foram admitidas, achava eu, até que Alex fechou a porta da sala e ficou para fora dizendo:

- Parabéns vocês passaram na entrevista, me acompanhem.

Nós três ficamos boquiabertas olhando uma para a outra e apenas se levantando do sofá e seguido o rapaz que nos levou até a cozinha no segundo andar.

O prédio era realmente luxuoso, contendo 15 andares, nós ficaríamos no segundo a maior parte do tempo, andávamos pelo saguão e chegamos ao elevador, entramos e logo estávamos no refeitório, era enorme, realmente muito grande pois trabalhavam ali milhares de pessoas em diversos turnos, e nós teríamos de cozinhar para eles.

- Bom meninas cá chegamos em seu território, vocês ficaram aqui a maior parte do tempo, aqui tem de tudo, desde os diversos utensílios à diversos ingredientes, seguimos a risca uma dieta fornecida pela nutricionista da empresa então esperamos que vocês possam colaborar e cumprir a mesma.

Após isso ele entrou nos fundos da cozinha onde havia uma porta de madeira que dava para uma sala onde havia mais 2 mulheres lá sentadas que logo se levantaram:

- Aqui é a sala de descanso, durante o intervalo das refeições vocês podem vir aqui assistir uma novela, mexer no celular, dormir um pouco, é liberado no horário de pausa. Essas são Rose e Olívia, funcionárias da tarde/noite que cuidam da janta e café da tarde, elas estão intermediário mas com a chegada de vocês o time estará completo e você trabalharão juntas.

As duas mulheres já era de idade, já adultas e acenou para a gente.

Logo após, Alex nos chamou para o primeiro andar e entrou em uma sala, sentamos e cada um recebeu um contrato em sua frente na mesa:

- Bom meninas este é o contrato de vocês, podem levar o tempo que precisar para lerem, mas vou adiantar as informações importantes. Vocês receberão por hora o valor de 19 dólares, trabalharão de segunda sexta num período de 9h trabalhadas, sendo uma delas o seu almoço. Oferecemos valor do transporte para vocês e também um vale alimentação que podem usar no supermercado. Podem fazer suas refeições aqui mesmo na empresa com o cardápio disponibilizado, mas se quiserem trazer comida fiquem a vontade. Não é permitido unhas grandes e nem com esmalte, o uso de avental e touca para o cabelo é obrigatório e receberão os itens necessários, como também luvas de vinil que estão em todo canto da cozinha, nenhuma comida poderá ser preparada sem o uso das luvas. Não é permitido o uso de celular durante o horário de trabalho, risco de suspensão, atrasos serão tolerados mas serão pagos com o horário extra sem remuneração, dito isso quaisquer dúvidas estou a disposição, voltarei em 10min.

Assim Alex nos deixa a sós, eu não pensei duas vezes e assinei o contrato, pagar 19 dólares por hora era o maior espanto que tive, além de comer as iguarias oferecidas pela empresa. As outras mulheres ao meu lado também assinaram e logo Alex voltou à sala.

- Vejo que todas assinaram, meus parabéns e bem vindas à empresa, passaremos os detalhes por email, e amanhã vocês começam as 13h.

Saí dali mais feliz impossível, logo no primeiro dia nessa cidade e eu já estava empregada com carteira assinada, nem me preocupei com a outra entrevista pois eu já havia conseguido essa oportunidade e não poderia negar só para ver como era a outra vaga. Resolvi sair dalí e olhar um pouco a cidade, era vasta de grande beleza, os coqueiros, os prédios e avenidas, várias pessoas de diversos países e o sol que estava escaldante. Andei por algumas ruas e vi uma barraca de sorvete, eu amava casquinha de baunilha e não me hesitei em pedir uma, era como um sonho pra mim, estar em um lugar novo onde ninguém me conhecia e ali eu poderia ser quem eu realmente quero ser, pois na verdade eu nem sabia quem eu era. Eu tentava na maioria das vezes abafar a minha dor com o fato de eu estar sendo independente mas as vezes não dava, e ao lembrar da onde eu vim e do que eu estava fugindo, logo meus olhos lacrimejaram, mas o que passou já passou e ali começaria uma grande aventura em minha vida.

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