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Carla
Enquanto uma música sertaneja tocava no rádio tudo o que eu fazia era chorar e tentar enxergar algo no meu caminho. Seria péssimo capotar o carro e a única explicação fosse eu fui corna e o chifre ta doendo, já bastava ser publicamente a última a saber das minhas galhadas, já não bastava todo o problema que eu enfrentava antes.
Eu estava indo em direção a meu novo condômino, um que tive que comprar as pressas ja que meu noivo ficou com o apartamento que morávamos, o maldito ainda ficou com tudo o que eu tinha dentro de casa, so foi me permitido pegar minhas roupas e olhe lá, tenho certeza que está faltando muita coisa, principalmente um salto alto lindo vermelho que comprei, se aquela vagabunda tiver roubado meu salto, isso vai doer mais que o chifre, foi caro e importado e eu nem ao menos usei ainda.
Agora o foco do meu choro havia mudado e a dor do meu salto perdido me inundava. Cheguei ao condômino de luxo assim, descabelada, com a cara vermelha, o nariz três vezes maior e chorando muito, eu estava horrorosa, horrível e ainda era pouco para descrever a desgraça que era a minha aparência. Eu tentei me controlar e me arrumar, mas eu estava uma bagunça por dentro e por fora e não conseguir ficar tão apresentável, assim fiquei entre meus vizinhos que me perdoem mas essa bruaca que eu estava no momento seria sua primeira impressão, mas logo após pensei que se foda esse bando de arromabado que nem me conhece direito.
Marchei furiosa para dentro do elevador, arrastando duas malas muito pesadas, quando as portas de fecharam eu pude me ver pelo reflexo e toda a minha suposta coragem sobre a opinião alheia mudou, Eu estava uma total desgraça visual, aquela mulher não era eu! Não querendo me gabar mas eu era uma mulher linda, tenho pernão, bundão e um peitão, isso tudo natural e o meu rosto já foi descrito várias vezes como adorável e encantador como a de uma boneca de porcelana, tudo o que eu via agora era a própria Anabelle no reflexo.
Tentei me afundar naquele enorme moletom que eu usava, torcendo para que aquela hora da noite ninguém entrasse ali, com que cara eu diria oi? Poderiam achar que eu sou uma moradora de rua que conseguiu invadir o condômino, mas tudo bem, eu estava confiante que não encontraria ninguém, era quase meia noite.
— Idiota, maldito, descarado, infeliz espero que morra, a culpa de está parecendo uma bruxa e a culpa dele, espero que um caminhão passe por cima daquela cara bonita mil vezes até não resta um átomo — Sem perceber começo a falar sozinha para aliviar um pouco o meu peito, so enquanto o elevador subia, estando bem próximo ao meu andar. — Imprestável, desgraçado, safado, seria um ze ninguém se não fosse por mim, morrer seria pouco, teria que sofrer no inferno até que...—
Olhos escuros como carvão me encaravam de maneira curiosa e assustada, meu pé esquerdo estava no ar e so aí percebi que o elevador ja tinha parado no meu andar e eu estava chutando a minha mala, que já havia caído no chão, a coitadinha virou o alvo da minha raiva.
Eu queria me enterrar, sumir e evaporar naquele instante, eu não sabia nem como me mexer e nem como falar, a perna continuava ali, erguida no ar junto com os braços.
— Ah...Você tá bem? Precisa de ajuda? — Aquele tom era o pior...era pena e medo de mim,
não, não, aquilo já era demais, pode ser que eu estivesse um pouquinho de ódio de homens e ainda mais os bonitos.
Sair do elevador erguendo o dedo na sua face, não sei se eu estava gritando ou não, mas ele faz uma cara muito assustada.
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