O caminho para seu coração
A proposta ousada do CEO
Uma noite inesquecível: o dilema de Camila
Minha assistente, minha esposa misteriosa
A esposa em fuga do CEO
Noiva por contrato - Bella mia(série: Destinos entrelaçados)
A Segunda Chance com Meu Amor Bilionário
Um casamento arranjado
A ex-mulher muda do bilionário
Acabando com o sofrimento de amor
Ben
Alguns homens sonham com trivialidades como: família, filhos e amantes. Eu sempre tive alergia as duas primeiras e a última costumava usar com o equilíbrio e a sobriedade que o meu bolso permitia. Afinal de contas, eu não havia passado os últimos trinta e seis anos lutando para sair da miséria em que a vida me jogou desde o nascimento, para terminar sendo alvo de alguma interesseira.
- Estou livre amanhã. - a Número Quatro fala ainda enrolada no roupão do hotel The Lux, um dos mais novos empreendimentos da Sollares em Nova York.
- Não. - termino de me vestir.
- Como as coisas vão ser quando se casar?
Deixo o nó da gravata sem terminar e viro-me para fitar a bela morena atrás de mim. A Número Quatro era uma mulher em seus vinte seis anos, um e setenta de altura e o corpo que toda mulher inveja e todo homem deseja ter em sua cama. Nos conhecemos há seis meses, quando a Número Três decidiu deixar suas funções para se casar com um antigo cliente.
- Temos um contrato bem simples..- me aproximo fitando seus olhos escuros. - Não se apaixone e não ouse fingir que se apaixonou. - falo entre dentes.
- Só queria mais um tempo..- ela sorri de um jeito sacana.
- Arrume algo de útil para fazer.
Eu quase podia me arrepender de dizer isso, afinal de contas, a Número Dois decidiu cursar Direito durante seu tempo livre e deixou suas funções quando passou no exame da Ordem.
- Porquê não me diz o que vai fazer comigo quando casar com a Serafina?
A insistência dela me irrita, porque ela não podia ser como as outras que faziam o que eu queria e depois seguiam seus caminhos.
- Não é da sua conta, Número Quatro. - fecho minhas mãos em punho.
- Acho que vai acabar me deixando. - ela faz um biquinho birrento.
- Certamente não vou esperar o casamento para deixar alguém tão inconveniente quanto você. - volto a atenção a minha gravata e finalizo o laço. - Não se finja de sedenta por mais de mim, sei bem que têm andado com Flinte, o porteiro..- seu olhar cruza com o meu no espelho.
- Não! - ela fica estática.
- Acha que me importa com quem você fica durante seu tempo livre? - pego meu blazer e jogo sobre os ombros sem desviar o olhar de seu reflexo assustado. - Quase me da pena. ..- rio com sua expressão de desolação. - E já que perguntou tanto. - viro-me para ela. - Seus serviços já não são necessários. - seguro seu rosto. - Não seja idiota de tentar empurrar o que tem na barriga em mim.
- Eu..- ela cai sentada aos meus pés.
- Nunca estive com nenhuma das minhas contratações sem estar protegido. - agacho-me ao lado dela e seguro seu queixo para ter seu olhar em meu rosto. - Achou que tiraria dinheiro de mim. - faço um beicinho.
- Desgraçado! - sua mão acerta um tapa forte em meu rosto.
- Sim. - sorrio. - Mas não sou o trouxa que engrevidou do porteiro. - ergo-me aplumando minha postura. - O acerto do contrato será depositado hoje à noite.
Sigo em direção a porta da suíte.
- O que eu vou fazer com o seu filho? - seu grito de agonia alfineta os meus ouvidos.
- Vai insistir? - falo sem olhar para trás.
- É seu.
- Ótimo. - digito a senha da porta. - Quero o DNA. Se for meu, tenho certeza que minha doce futura esposa não vai se opor em criar. Se não for, eu vou tirar até o que você não têm.
- Eu não vou fazer teste nenhum. - ela chora copiosamente.
- Então é bom que a esposa do Flinte não se importe com filho bastardo que você dará a ele. Tenha uma boa noite.
Saio do hotel e sigo para o Hipódromo de Nova York, onde a família de Serafina Rockefeller McAdam, minha futura esposa, oferecia um jantar de caridade.
Era no mínimo poético que pessoas financeiramente quebradas estivessem errecadando fundos para financiar a construção de abrigos para crianças carentes. Se minha equipe não estivesse a frente do projeto, eu arriscaria dizer que o Rockefeller estavam desviando o dinheiro da fundação, mas não era o caso. Suas dívidas viam da má gestão de Felipe Rockefeller McAdam, o irmão mais velho e CEO das empresas de importação Rockefeller & McAdam. O homem foi um prodígio dos negócios até sua esposa falecer e ele se afundar no vício de jogos de azar, sua dívida já tinha ultrapassado o patrimônio da família quando nos conhecemos em um evento no ano passado.
Com a queda das ações por sua má gestão, eu vi em sua falha a oportunidade de comprar oitenta porcento da empresa como pessoa física e quinze porcento através da Holding Sollares. Uma jogada tão eficaz que me rendeu uma noiva de pedigree em troca da minha palavra de que não deixaria a família na miséria.
- Senhor Sollares. - Serafina Rockefeller McAdam se aproxima com sua feição refinada e aborrecida demais para quem vai casar com um bilionário bem apessoado demais para ter que comprar uma esposa.
Era uma bela mulher com cabelos loiros e olhos azuis; seus traços delicados e bonitos lembravam aquelas atrizes dos anos de ouro do cinema americano. Ela conserva uma beleza clássica e refinada. Pra mim, foi um verdadeiro mistério descobrir os motivos que levaram uma beldade como ela ainda não ter se casado aos trinte e oito anos. Claro, o mistério acabou quando passamos mais tempo no mesmo ambiente: Serafina é tão azeda quanto um limão adoçado com fel.