Noiva por contrato - Bella mia(série: Destinos entrelaçados)
A proposta ousada do CEO
Minha querida, por favor, volte para mim
Um casamento arranjado
Um vínculo inquebrável de amor
O caminho para seu coração
O retorno chocante da Madisyn
O Romance com Meu Ex-marido
A Segunda Chance com Meu Amor Bilionário
Minha assistente, minha esposa misteriosa
Era apenas o início da noite em Copacabana. Carla, estava à mesa terminando o jantar com sua família. Seu pai, Anselmo, sua mãe Lúcia e seu irmão Thiago. No centro da mesa havia o último pedaço de lasanha, Carla encarava como se fosse o último pedaço do mundo. Sua mão já estava se aproximando do garfo quando ouviu a voz irritada do pai.
- Carla, pelo amor de Deus, você vai comer isso também?- disse ele, com os braços cruzados e com um olhar de reprovação que ela conhecia muito bem.
Ela revirou os olhos, como fazia desde os 15 anos de idade, quando iniciou seu problema com o peso. Suspirando disse.
- Relaxa, pai, é só mais um pedaço de lasanha. Não é como se eu fosse comer o sofá né?- respondeu sarcásticamente.
-O problema não é o sofá, Carla! É você! - ele explodiu batendo a mão na mesa. - Você está se acabando! Passa o dia todo comendo besteira e pra quê? Eu tô cansando de te ver imensa assim. Daqui a pouco vai descer as escadas rolando.
Carla o encarou por um segundo, sentindo o familiar aperto no peito que sempre vinha com essas conversas. Mas, ao invés de também explodir ou chorar, ela riu. Uma risada alta e despreocupada.
- Tá bom, quer saber? Estou cansada também. Tô cansada de você me dizendo o que tenho de fazer e criticar minha aparência, logo eu que trago tanto dinheiro pra essa casa quanto você. Se eu quiser comer, eu como, caralho! To cansada dessa vida superficial nesse bairro de merda também.
Ela se levantou bruscamente, pegando sua bolsa e o último pedaço de lasanha com a mesma mão.
- Quer saber? Tô indo embora!
- Embora? Pra onde?- o pai desacreditado perguntou a ela.
- Vou pra favela, ué! - gritou ela de volta. - Lá pelo menos o pessoal não é chato como você, e posso comer a vontade!
Enquanto isso, a mãe e o irmão de carla ouviam tudo sem falar nada.
Carla saiu pela porta com a cabeça erguida, ainda mastigando a lasanha com o saber da vitória momentânea. Ela desceu os degraus com pressa, sentindo o vento frio do inicio da noite. Mas no fundo, ela sabia que sua decisão era impulsiva, mas era exatamente isso o que ela queria.
"Favela... se tem um lugar que o velho odeia mais que cheiro de lasanha é a favela." Saiu dando risada enquanto descia a escada do prédio em que morava. "As más influências" do "perigo", das "gente esquisita". Sempre que o assunto vinha à tona, ele torcia o nariz, como se o simples fato de mencionar o lugar sujasse a casa deles.
Mas pra Carla, a favela não representava apenas liberdade. A vida ali não podia ter o glamour de Copacabana, mas ela sabia que seria diferente. E era exatamente o que ela queria. Um lugar em que ninguém se importasse se ela comeria 2 ou 3 pratos de comida e nem se ela usasse roupas justas demais. Ela poderia ser ela mesma sem ser julgada a cada passo.
Com as malas arrastando atrás de si, ela foi até a rua onde morava, passando pelos prédios elegantes e caros, as lojas sofisticadas e os olhares de reprovação de sempre. Ela sorriu. "É isso mesmo que vocês vão perder, Copacabana."
Carla se virou na direção da avenida principal e chamou um táxi. O motorista, um senhor de cabelos brancos e expressão cansada, olhou para as malas e depois para ela.
- Pra onde, moça? - ele perguntou, enquanto acendia um cigarro.
Ela abriu a porta do carro com confiança e, antes de entrar, lançou um olhar provocativo. - Pra favela, tio. Pode me levar pra minha nova casa.
O motorista hesitou por um momento, mas deu de ombros e deu partida no carro. Enquanto as luzes da cidade passavam pela janela, Carla sorriu novamente, pensando na cara que seu pai faria quando descobrisse. Esse era o tipo de vingança silenciosa que ela sabia apreciar.
E, ao fundo, uma nova vida começava a se desenhar. "Favela... Aqui vou eu."