Noiva por contrato - Bella mia(série: Destinos entrelaçados)
A proposta ousada do CEO
Minha querida, por favor, volte para mim
Um casamento arranjado
O retorno chocante da Madisyn
O caminho para seu coração
Um vínculo inquebrável de amor
Acabando com o sofrimento de amor
O Romance com Meu Ex-marido
A Segunda Chance com Meu Amor Bilionário
2 de abril de 2014
— Pegou tudo? — perguntou Jamie, parada no meio do hall de entrada da casa dos meus pais,
roendo as unhas. Quando seus belos olhos azuis sorriram para mim, pensei na sorte que tinha por
ela ser minha.
Fui até ela e a abracei, apertando seu corpo mignon junto ao meu.
— Peguei. É isso, meu amor. A hora é essa.
Ela entrelaçou os dedos na minha nuca e me beijou.
— Estou tão orgulhosa de você.
— De nós — eu a corrigi.
Depois de tantos anos vivendo de planos e sonhos, meu objetivo de criar e vender minhas
próprias peças de mobília artesanal estava prestes a se tornar realidade. Eu e meu pai, que também
era meu melhor amigo e sócio, estávamos a caminho de Nova York para uma reunião com alguns
empresários que se mostraram muito interessados em investir em nosso negócio.
— Sem o seu apoio, eu não seria nada. Essa é a nossa chance de conseguir tudo que a gente
sempre sonhou.
Ela me beijou de novo.
Nunca imaginei que pudesse amar alguém tanto assim.
— Antes de ir, é melhor saber logo que a professora do Charlie me ligou. Ele arranjou confusão
na escola outra vez. O que não me surpreende, já que puxou tanto ao pai...
Sorri.
— O que ele aprontou agora?
— Segundo a Sra. Harper, ele disse para uma menina que zombava dos óculos dele que esperava
que ela engasgasse com uma lagartixa, já que ela se parecia com uma. Que engasgasse com uma
lagartixa. Dá pra acreditar?
— Charlie! — chamei.
Ele veio da sala de estar com um livro nas mãos. Não estava de óculos, e eu sabia que era por
causa do bullying.
— Que foi, pai?
— Você disse para uma menina que queria que ela se engasgasse com uma lagartixa?
— Disse — confirmou ele, como se não fosse nada de mais.
Para um menino de 8 anos, Charlie parecia se preocupar muito pouco com a possibilidade de
deixar os pais irritados.
— Cara, você não pode dizer uma coisa dessas.
— Mas, pai, ela tem mesmo cara de lagartixa! — retrucou ele.
Tive que me virar para disfarçar a risada.
— Vem aqui e me dá um abraço.
Ele me abraçou apertado. Eu ficava apavorado ao pensar no futuro, no dia em que ele não
quisesse mais abraçar o velho pai.
— Vê se você se comporta enquanto eu estiver fora. Obedeça à sua mãe e à sua avó, está bem?
— Tá, tá...
— E coloque os óculos pra ler.
— Por quê? Eles são ridículos.
Eu me agachei, o dedo em riste tocando o nariz dele.
— Homens de verdade usam óculos.
— Você não usa! — reclamou Charlie.
— Tá, alguns homens de verdade não usam. Só ponha os óculos, tá legal?
Ele resmungou antes de sair correndo para a sala. Eu ficava feliz por ele gostar mais de ler do que
de jogar videogame. Sabia que ele havia herdado da mãe, bibliotecária, o amor pela leitura. Mas, no
fundo, sempre achei que o fato de eu ter lido para ele durante a gravidez também influenciou um
pouco sua paixão por livros.
— O que vocês pretendem fazer hoje? — perguntei a Jamie.
— À tarde vamos ao mercado central. Sua mãe quer comprar flores. Provavelmente também vai
comprar alguma bobagem para o Charlie. Ah, já ia esquecendo... Zeus mastigou seu Nike favorito.
Vou tentar comprar um novo.
— Meu Deus! De quem foi a ideia de termos um cachorro?
Ela riu.
— Sua. Eu nunca quis um, mas você nunca soube dizer não a Charlie. Você e sua mãe são muito
parecidos. — Ela me beijou novamente antes de me entregar minha bolsa. — Tenha uma ótima
viagem e transforme nossos sonhos em realidade.
Eu a beijei de leve e sorri.
— Quando eu voltar, vou construir a biblioteca dos seus sonhos. Com aquelas escadas altas e
tudo mais. E depois, vou fazer amor com você entre a Odisseia e O sol é para todos.
Ela mordeu o lábio.
— Promete?
— Prometo.
— Me liga quando pousar, tá?
Fiz que sim com a cabeça e saí de casa para encontrar meu pai, que já estava no táxi, me
esperando.
— Tristan! — chamou Jamie, enquanto eu guardava a bagagem no porta-malas. Charlie estava ao
seu lado.
— Sim?
Eles colocaram as mãos em torno da boca e gritaram:
— NÓS TE AMAMOS.
Sorri e disse o mesmo para eles, em alto e bom som.
Durante o voo, meu pai não parava de dizer que essa era nossa grande oportunidade. Quando
aterrissamos em Detroit para aguardar a conexão, pegamos o celular para dar uma olhada nos e-
mails e enviar notícias para minha mãe e Jamie.
Assim que ligamos os telefones, nós dois recebemos um bombardeio de mensagens da minha
mãe. Soube instantaneamente que alguma coisa estava errada. Senti um frio na barriga e quase deixei
o telefone cair enquanto eu lia.
Mãe: Aconteceu um acidente. Jamie e Charlie não estão bem.
Mãe: Venham para casa.
Mãe: Rápido!!!
Num piscar de olhos, num breve momento, tudo que eu sabia sobre a vida mudou.
Capítulo 1
Elizabeth
3 de julho de 2015
Todas as manhãs, leio cartas de amor escritas para outra mulher. Nós duas temos muito em comum:
os olhos cor de chocolate e o mesmo tom de loiro no cabelo. Também temos a mesma risada: discreta
no início, mas que se torna mais alta quando estamos na companhia das pessoas que amamos.
Quando ela sorri, ergue o canto direito da boca, exatamente como eu.
Encontrei as cartas na lixeira, dentro de uma caixa de metal em formato de coração. Centenas
delas. Algumas longas, outras mais curtas; algumas felizes, outras incrivelmente tristes. Pelas datas,
são muito antigas. Bem mais velhas do que eu. Algumas assinadas por KB, e outras, por HB.
Imaginei como meu pai se sentiria se soubesse que mamãe havia jogado tudo fora.
Mas, ultimamente, tem sido difícil para mim imaginar que ela já foi como aquela carta.
Inteira.
Completa.
Parte de algo esplêndido.
Agora, ela parecia ser exatamente o oposto.
Acabada.
Incompleta.
Sozinha o tempo todo.
Depois que meu pai morreu, mamãe se tornou uma vadia. Não existe modo mais educado de
dizer isso. Não foi de uma hora para outra, apesar de a Srta. Jackson — a vizinha do final da rua —
ter espalhado para um monte de gente que minha mãe abria as pernas para todo mundo antes mesmo
que meu pai nos deixasse. Eu sabia que não era verdade, pois nunca me esqueci de como ela olhava
para ele quando eu era criança. Era como se ele fosse o único homem na face da Terra. Sempre que
ele tinha que sair bem cedo para trabalhar, a mesa do café já estava posta, e o almoço, pronto, para